In O Corvo (17.7.2015)
Por Isabel Braga
«O furto de azulejos tem diminuído desde que foi criado o projecto SOS-Azulejo, em 2007. Mas continua a acontecer. E suspeita-se que alguma dessa criminalidade responda a encomendas internacionais. O Corvo tentou, junto do Museu da Polícia Judiciária, tomar o pulso ao mercado ilícito de uma das principais marcas identitárias de Lisboa e do país. Mas foi também à Feira da Ladra perceber quanto se está a pedir por painéis de azulejos dos quais se desconhece a proveniência.
Os azulejos portugueses são um património único. Utilizados ininterruptamente desde o século XVI, estão presentes em todo o tipo de edifícios, desde palácios e conventos a casas particulares, hospitais e estações ferroviárias. Lisboa é a cidade com mais azulejos do mundo, atribuindo-se a sua luz especial à forma como estes a reflectem. No entanto, este património foi, durante muito tempo, pouco valorizado, alvo de roubos frequentes e sujeito a falta de conservação. [...] Mas os azulejos não se perdiam apenas em resultado de furtos. “Estávamos a assistir à constante demolição de prédios azulejados. Se as coisas continuassem assim, Lisboa deixaria de ser a cidade com mais azulejos do mundo”, afirma ainda Leonor Sá. Para responder a essa situação, o projecto SOS-Azulejo conseguiu que fosse aprovada, em 2013, uma alteração ao Regulamento Municipal de Urbanização e Edificação de Lisboa (REMUEL) no sentido de interditar a demolição de fachadas azulejadas e a remoção desses azulejos sem autorização prévia da Câmara Municipal de Lisboa.
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O problema, Corvo, é que essa alteração ao REMUEL, que se menciona, é completamente caricata, pois não é minimamente cumprida (ex.recente, o prédio do Solar dos Presuntos, exemplo HOJE, na Tomás Ribeiro). Aliás, penso que ninguém na própria CML acredita nela, ou acredita? e falar-se dos roubos que diminuíram, Santíssimo Sacramento... terão diminuído os roubos aos azulejos pombalinos e similares, mas os do século XIX e XX têm sido um fartote... claro que um dia, quando houver poucos por escavacar ou roubar, então a regulamentação em vigor terá tido 100% de eficácia. Céus!
Seria meio caminho andado (!) com uma campanha séria para informar turista que comprar azulejo ilegalmente pode ter consequências graves. Mas não....as soluções primárias (e simples) parecem ser complicadas demais. Os problemas arrastam-se (não se resolvem) porque a chefia institucional deste país continua ocupada por primos, conhecidos....e incompetentes. A paciência já não chega com 15 anos dentro do século XXI.
ResponderEliminaro roubo diminuiu porque chegaram à conclusão que ninguém quer comprar isso
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