30/05/2018

Ministério Público pede nulidade do polémico "mono do Rato"....


Licenciamento foi aprovado há 13 anos mas só em 2018 é que as obras começaram. Agora, foi ordenada a sua suspensão

O Ministério Público entrou com uma ação administrativa no Tribunal Administrativo do Círculo de Lisboa que visa declarar a "nulidade do ato de licenciamento de obra de construção situada no 'gaveto' formado pela Rua do Salitre, Rua Alexandre Herculano e Largo do Rato, em Lisboa". Ou seja, o edifício - cujas obras começaram há poucos meses - que é conhecido como "mono do Rato".

"A referida ação foi proposta contra o município de Lisboa, tendo como parte contrainteressada a promotora da obra, e fundamenta-se, a título principal, nas várias nulidades de que padece a mencionada licença", lê-se num comunicado.

Pode ler o resto aqui no DN de hoje

Uma boa notícia! A Ourivesaria Barbosa Esteves está, a partir de hoje, Em Vias de Classificação!


«Abertura do procedimento de classificação da Ourivesaria Barbosa e Esteves, incluindo o património móvel integrado, na Rua da Prata, 293 a 297»: https://dre.pt/web/guest/home/-/dre/115409322/details/2/maximized?serie=II&parte_filter=31&dreId=115409290.

Fotos de Artur Lourenço

Largo Barão Quintela - Fachada de Azulejos do Edif. nº 1 - Obra de Souto Moura - Protesto-Apelo


Exmo. Sr. Arq. Eduardo Souto Moura


Cc. GPCML, AML, JF e media

Encontra-se em fase de acabamentos a obra de alterações e ampliação (com demolição completa de interiores) do edifício do Largo do Barão de Quintela, nº 1 (edifício que albergou ao longo dos últimos 100 anos, entre outros, os Bombeiros Voluntários de Lisboa, os consultórios de Egas Moniz, Eduardo Coelho, etc.), com vista à ampliação do “Hotel do Chiado”.

Considerando que a obra referida tem projecto da sua autoria, e reconhecendo que a aprovação do mesmo por despacho do senhor vereador da CML foi anterior à entrada em vigor da Lei n.º 79/2017, de 18 de Agosto, a qual, inequivocamente, protege o património azulejar de fachada;

Apelamos a que reconsidere recolocar nas fachadas os azulejos retirados aquando do início da obra.

Com efeito, muita da beleza e da imagem romântica do Largo do Barão de Quintela, reside no tratamento das fachadas dos edifícios que a circundam, e os azulejos deste prédio tinham particular efeito no mesmo, facto que deixará de acontecer se o senhor arquitecto mantiver como sua a vontade em pintar as fachadas de branco, como parece vir a ser o resultado final da obra. Tratar-se-á, mesmo, de um precedente grave, susceptível de alastrar aos prédios vizinhos.

Aproveitamos para perguntar se as chaminés de secção redonda irão ser repostas.

Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso, Bernardo Ferreira de Carvalho, António Araújo, Júlio Amorim, Ricardo Mendes Ferreira, Luís Serpa, Fernando Silva Grade, Jorge D. Lopes, Ana Celeste Glória, Inês Beleza Barreiros, Nuno Caiado, Gonçalo Cornélio da Silva, João Oliveira Leonardo, Jozhe Fonseca, Eurico de Barros, Maria do Rosário Reiche, Beatriz Empis, Miguel Jorge e Fernando Jorge

29/05/2018

Denuncia, obra CML, junto à Sé de Lisboa

Chegado por e-mail:

«Caros Srs. do Fórum da Cidadania Lx,

Gostaria de expor aqui uma situação que eu acho que não beneficia ninguém e que traz bastante prejuízo a turistas, comerciantes e moradores de Alfama.

Em Junho de 2016 foi iniciada uma obra para instalação de um elevador, que ligaria a rua Cruzes da Sé, ao Campo das Cebolas.
A obra teria um prazo previsto de 1 ano e meio, conforme foi amplamente divulgado e informados comerciantes e moradores.

A obra teve o seu inicio em Julho desse mesmo ano. Durante os 5 meses consequentes, efetivamente houve trabalhos e estiveram a efetuar as necessárias escavações. Depois desses 5 meses a obra parou e nunca mais houve qualquer movimento no estaleiro.

Portanto temos que uma obra parada à um ano e meio, sendo este o aspeto da entrada da rua Cruzes da Sé, que confina com um dos monumentos mais visitados em lisboa, a Sé de Lisboa. Contactada a EMEL (suposta empresa que gere a empreitada), informam-nos que não têm previsão para o reinicio da obra e consequentemente para a finalização desta (em anexo resposta aos emails enviados a questionar quando recomeçaria a obra).

Contatei já a Junta de freguesia para conseguir reunir com o Presidente da Junta de Santa Maria Maior e estou a aguardar que me informem de uma data.

Em anexo fotografias da entrada da rua, a qual pelo andar da carruagem deverá ficar assim mais uns 5 anos. Para além do mau aspeto que provoca visualmente existem uma série de outros inconvenientes, tais como:

1. O aparecimento de ratos nesta zona, entram e saem de dentro do estaleiro da obra constantemente.
2. Mendigos que fazem as suas necessidades nesta zona, por conseguirem esconder-se atrás do estaleiro.
3. Com a degradação dos materiais do estaleiro, durante este Inverno, voaram chapas metálicas que se soltaram.

Vergonha este executivo da Câmara de Lisboa.

Com os melhores cumprimentos,

Ana Beirão»

"Pimenteiros" - Pedido à CML para a sua recuperação e re-operacionalização

Exmo. Senhor Vereador da Mobilidade
Eng. Miguel Gaspar


Cc. PCML, AML e media

Considerando que os sinais/marcos verticais para a circulação automóvel, vulgo “pimenteiros”, (montados sobretudo em “ilhas” com a preocupação de garantir a segurança de peões e automobilistas), são património da cidade de Lisboa;

Considerando que das largas centenas desses sinais produzidos e montados um pouco por toda a cidade, a partir de final da década de 40 e até aos finais dos anos 70 (ver fotos a p/b), já restam pouquíssimos – do levantamento que fizemos na cidade apenas nos foi possível identificar 2 exemplares: 1 no cruzamento da Avenida da Igreja com a Av. Rio de Janeiro e 1 na Av. E.U.A./Av. Rio de Janeiro -, fruto do seu arranque pela CML em virtude dos sucessivos actos de vandalismo e dos abalroamentos de que foram alvo por automóveis;

Considerando que existe hoje não só uma muito maior atenção da CML em relação às medidas de abrandamento da velocidade e de disciplina no trânsito automóvel e seus prevaricadores, como um muito mais apurado sentido cívico da generalidade dos condutores;

Solicitamos a V. Exa.:

1. O restauro e a preservação in situ dos 2 “pimenteiros” referidos, bem como a sua recuperação operacional enquanto sinais luminosos.
2. A identificação dos eventuais “pimenteiros” que ainda possam existir na cidade, com vista ao seu restauro, preservação e operacionalidade.
3. A recuperação dos pimenteiros existentes em depósito camarário, no sentido da sua operacionalização a muito curto-prazo, sobretudo nos locais onde se verifica a evidente perigosidade de peões e veículos, ex., as “ilhas” ao longo do reaberto troço do eléctrico nº 24.

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Rui Martins, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Ana Alves de Sousa, José Maria Amador, André Santos, António Araújo, Nuno Caiado, Paulo Lopes, João Oliveira Leonardo, Eurico de Barros, Jorge Pinto, Jozhe Fonseca, Fernando Silva Grade, Maria João Pinto, Carlos Moura-Carvalho, Maria do Rosário Reiche, Miguel de Sepúlveda Velloso, Fátima Castanheira, Nuno Vasco Franco

24/05/2018

Mais um pedido de esclarecimentos ao Cabido e ao Cardeal Patriarca


Ao Cabido da Sé e ao Senhor Cardeal Patriarca


Dadas as obras em curso no claustro da mais importante igreja lisboeta,
Dada a crónica e grave falta de informação em relação ao projecto,
Dado impacto que a musealização dos achados arqueológicos terá no conjunto do único claustro gótica da cidade de Lisboa,
Dadas as dúvidas quanto ao financiamento obtido através do programa UE-2020,

Gostaríamos que o Cabido da Sé e os serviços afectos directamente ao apoio ao Senhor Cardeal, nos respondessem com carácter de urgência e por escrito, às seguintes perguntas:

- Como e em que trâmites foi escolhida a equipa projectista?
- Saberia o Cabido e o Senhor Cardeal que o autor é marido da Directora-Geral do Património e que a escusa que a mesma directora apresentou não põe de lado um eventual conflito de interesses?
- Quais foram os responsáveis pela apresentação da candidatura para obtenção dos fundos comunitários?
- Uma vez que as verbas europeias costumam financiar só 50% dos projectos, podem o Cabido e o Senhor Cardeal dizer de onde vêm os outros 50%?
- Quais foram os critérios de elegibilidade cumpridos?
- Por que razão no título da candidatura se faz referência a beneficiação geral da Sé, quando o que se passa na realidade é uma operação que diz respeito exclusivamente ao Claustro?
- Por que razão nenhuma das nossas perguntas foi respondida nenhum dos pedidos de audiência foi atendido?


Com os melhores cumprimentos,

Miguel de Sepúlveda Velloso, Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Rui Martins, Pedro de Souza, Miguel Jorge, Fernando Silva Grade, Eurico de Barros, Jean Teixeira, Pedro Formozinho Sanchez, Nuno Caiado, Alexandra de Carvalho Antunes, Miguel Lopes Oliveira, Maria do Rosário Reiche

CC. Nunciatura

23/05/2018

O projecto "novo" para o antigo Museu da Rádio do Quelhas


E pavilhões ilegais anexos, considerados agora "legais", como forma de se construir 3 prédios no logradouro do palacete do Quelhas ... já vai na 2ª providência cautelar, parece-me :-) Foto in http://arx.pt/projecto/radio-palace/

Verde lindo só mesmo nas 3-D


Uau, olha que linda zona verde junto ao novel terminal de cruzeiros! Afinal, verde só mesmo nas 3-D :-) estão a construir dois, de cada lado do edifício do terminal. Isto não aparecia no projeto. é sempre a mesma coisa: os projetos apresentados à população nunca correspondem à realidade. Dá-se a ideia de um jardim e na verdade é um parque de estacionamento estéril, sem zonas de estadia, de pedra preta (quente no verão) e ainda vão tirar mais espaço para dois monos... (fotos em http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=465308&page=92)

Sete-Rios ... secos


Olha que pracinha de Sete Rios tão quentinha :-) Retirar carros para isto?! Cimentar uma espaço público, sem árvores, sem verde, sem bancos, sem sombras?? O objetivo não era criar praças que fossem ponto de encontro dos bairros? Quem é que se encontra aqui, seja no inverno, seja no verão?

Foto: CML

22/05/2018

Construção estacionamento RSB Graça - Impacto em São Vicente de Fora - pedido de esclarecimentos à DGPC e ... protesto ao PCML

Exma. Senhora Directora-Geral
Arq. Paula Silva


C.C. PCML, AML, JF e media

Em face da obra de construção do 2º piso do parque de estacionamento nos antigos terrenos do Regimento de Sapadores Bombeiros da Graça, nas traseiras do Liceu Gil Vicente e com entrada pela Rua da Verónica, cuja foto em anexo demonstra de forma inequívoca o impacto negativo nas vistas dos imóveis classificados (Igreja e Mosteiro de São Vicente de Fora, e Palácio Teles de Menezes);

Considerando o evidente impacto que uma obra desta envergadura também representa em termos estruturais para o Palácio Teles de Menezes e o respectivo muro de sustentação sobre a Rua da Voz do Operário;

E considerando ser 2018 o Ano Europeu do Património Cultural;

Solicitamos a V. Exa. que nos esclareça sobre qual o parecer emitido pela Direcção-Geral do Património Cultural em relação a esta obra de responsabilidade da CML.

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel Atanásio Carvalho, Jorge Pinto, Alexandra de Carvalho Antunes, Gonçalo Cornélio da Silva, Júlio Amorim, Luís Mascarenhas Gaivão, António Araújo


Foto in Facebook

...

Exma. Senhor Presidente da CML
Dr. Fernando Medina


C.C. AML, JF e media

Reconhecendo o problema que existe em termos de estacionamento automóvel na zona da Graça, não podemos deixar de protestar junto de V. Exa., pelo facto da CML ser a promotora da construção do parque de estacionamento nos antigos terrenos do Regimento de Sapadores Bombeiros da Graça (traseiras do Liceu Gil Vicente e com entrada pela Rua da Verónica), cuja construção não só põe em causa a estabilidade estrutural do Palácio Teles de Menezes e o muro de sustentação para a Rua da Voz do Operário, como, o 2º piso do referido parque terá um forte impacto negativo nas vistas dos imóveis classificados (Igreja e Mosteiro de São Vicente de Fora, e Palácio Teles de Menezes), quer da rua quer dos próprios.

Parece-nos que, em Ano Europeu do Património Cultural, é esta uma forma completamente errada da CML se associar à efeméride.

Fazemos votos para que a solução encontrada para o 2º piso ainda possa ser objecto de correcção, a bem da cidade.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Gonçalo Cornélio da Silva, Júlio Amorim, Beatriz Empis, António Araújo, André Santos, Eurico de Barros, Alexandra da Carvalho Antunes, Pedro Janarra, Jozhe Fonseca, Luís Mascarenhas Gaivão, Fernando Silva Grade, Jorge Pinto, Bruno Palma, Maria Ramalho, Fátima Castanheira

21/05/2018

E já começou a herança Manuel Salgado (2017-2021) #3


O de cima vai dar lugar ao de baixo... grão a grão o património das Avenidas Novas/ Picoas vai sendo demolido, este é na Tomás Ribeiro, já foi supermercado e já foi CTT a especulação compensa, foi vendido para prédio de subúrbio endinheirado, por 18 milhões, daquei por mais 6 meses + 6, a herança do vereador será notável.: http://www.jornaldenegocios.pt/empresas/imobiliario/detalhe/edificio-residencial-em-lisboa-vendido-por-18-milhoes-de-euros

Inacreditável


É inacreditável o tratamento dado ao fantástico edifício do antigo celeiro pombalino, vulgo edifício da Alfândega:

1. A DGPC/IGESPAR/IPPAR nunca chegou a classificá-lo porque "está já protegido ao abrigo das várias servidões de que é objecto em várias áreas de protecção".

2. Vendido pelo Estado (estamo) a um privado ... está este neste momento a revendê-lo. Chama-se a isto canibalismo de Estado e especulação pura e dura.

(foto: Idealista)

18/05/2018

Olá, Lisboa! Agenda da Lista C, candidata à Direcção Nacional da LPN-Liga para a Protecção da Natureza, em Lisboa de 19 a 25 de Maio de 2018


Quando se fala em Cidadania poucas vezes se fala no papel que organizações não governamentais - ONGs - têm no fortalecimento da participação cívica na nossa sociedade. Existe, até, uma certa e crescente aversão das pessoas em conhecerem e se tornarem associadas. Muitas vezes, só quando as coisas correm terrivelmente mal é que as ONGs aparecem nas notícias.

No entanto, a força das ONGs e o funcionamento da sua democracia interna é, a meu ver, de importância para toda a Sociedade Civil e não só para os associados dessas organizações. Isto porque o financiamento e abrangência de acção das ONGs com muita frequência ultrapassa o universo dos seus associados e, desta forma, a Sociedade Civil tem um interesse directo em acompanhar a sua vida interna.

Acontece que eu sou neste momento candidato à Direcção Nacional de uma ONG de Ambiente, a LPN-Liga para a Protecção da Natureza, a mais antiga ONGA da Península Ibérica que completa este ano 70 anos. E como acho que a LPN só tem a ganhar com o acompanhamento público da sua actividade, considero que as suas eleições são do interesse de todos.

E já começou a herança Manuel Salgado (2017-2021) #2


Confirmado: aprovado pip de Valsassina (ampliação 2 pisos, cave estacionamento, mantém-se caixa de escada e tectos trabalhados dos pisos :-) ). Posto isto, adeus classificação pela DGPC (andou 2 anos à espera disto, obviamente), jaz em paz Norte Júnior. Moral da história: o abandono deliberado, a especulação, o corredor; compensa!

15/05/2018

"A (re)visão da Carta Municipal do Património" (Paulo Ferrero no Público de 15 de Maio de 2018)

Paulo Ferrero

Espera-se que não estejamos perante uma actualização que vise única e exclusivamente eliminar de vez o que é empecilho à “reabilitação urbana” vigente nos últimos dez anos.

A notícia passou quase despercebida: o executivo da Câmara Municipal de Lisboa (CML) aprovou em reunião de 31 de Janeiro deste ano (e já lá vão quatro meses...) a constituição do “Conselho Científico como Estrutura Consultiva com vista à revisão da Carta Municipal do Património Edificado e Paisagístico” (Proposta n.º 20/2018). E nomeou sua presidente a arquitecta Ana Tostões.

É isso (leia-se, a revisão da carta municipal) bom, mau? Dito por outras palavras: é motivo de preocupação ou de aclamação? Como tudo o mais, depende, e no caso depende logo de uma coisa que à partida se desconhece: o motivo.

E isto porque o mais natural seria que tal revisão ocorresse daqui por dois-três anos, uma vez que o Plano Director Municipal (PDM) em vigor é de 2012 e será revisto em... 2022, convenhamos que ser preciso um mandato inteiro para se actualizar uma carta do património, por mais molengas que haja, é obra, até porque... não há muito para actualizar – mais do que prédios novos a merecerem entrar na Carta do Património, o que há são prédios para sair da lista, por a CML não ter assegurado, como devia, a sua permanência, ou seja, não cumpriu ela própria com o estipulado no PDM ao permitir alterações e demolições onde não deveria permitir.

Estranha alusão a do vereador Manuel Salgado aos "4000 imóveis" da actual Carta Municipal do Património (replicados praticamente na íntegra do Inventário Municipal do PDM de 1994-2012), como sendo demasiados...

Ao que parece, esta revisão cirúrgica ao PDM resultará dos termos do acordo pós-eleitoral celebrado entre o Partido Socialista e o Bloco de Esquerda, e visará estabelecer uma espécie de “Prédios com História”, ou seja, reformular e estruturar internamente os procedimentos de definição, avaliação, registo e caracterização dos imóveis de interesse municipal em termos de PDM (não confundir com a classificação de Imóvel de Interesse Municipal).

Percebe-se a intenção, que é boa, mas de boas intenções está... além de que está a passar aos serviços da CML um enorme certificado de ignorância, pois isso quer dizer que até agora não houve a fixação de “critérios de integração dos imóveis nesta carta, definir graus de salvaguarda e dividir os bens por tipologias”, ou seja, os tais 4000 imóveis foram classificados à Lagardére ao longo de todos estes anos.

E isso, além de falso, é de uma profunda injustiça para com o elevado profissionalismo dos quadros da CML que meteram em ombros a tal tarefa desde 1994 (e antes), e que têm sabido resistir (até onde podem) às pressões de sentido contrário, umas vezes incólumes, outras, muitas, sofrendo na pele os inevitáveis efeitos colaterais de quem tenta resistir à pressão do imobiliário.

Ou seja, espera-se que não estejamos perante uma actualização que vise única e exclusivamente eliminar de vez o que é empecilho à “reabilitação urbana” vigente nos últimos dez anos, derrubando, finalmente, o que resta de património erigido em finais do século XIX, princípios do XX, ou seja, tudo quanto seja prédio, moradia, palacete feito de tabique, estuque, materiais nobres, azulejo decorativo, pé-direito alto, logradouro, enfim, coisas d’outro tempo – e ainda há muita coisa a despachar por Campo de Ourique, Estrela, Avenidas Novas, Picoas, Arroios, Graça... –, e substituí-lo por obra “modernaça” (não confundir com o modernista, moderno ou mesmo pós-moderno da Docomomo), mais premiada, menos premiada.

Por outro lado, é também estranho que a responsabilidade de todo este assunto recaia no Departamento de Planeamento, afecto ao Urbanismo, e não ao Pelouro da Cultura, que é disso que se trata. Avante.

Uma coisa é certa: dada a histórica, e inquestionável, postura pró-património (sobretudo no que toca ao Modernismo, mas não só), “à prova de bala”, da presidente indigitada para o referido conselho científico (ao que parece por sugestão do vereador do Urbanismo), não parece haver perigo de qualquer presente envenenado.

Impõe-se a pergunta: para uma actualização do inventário municipal, não bastaria à CML colocar na rua uma equipa de estagiários, de esferográfica em punho, e validar a check-list com os tais 4000 imóveis “protegidos” (e não, não vale “esquecerem-se” como se esqueceram os que deviam ter elencado no Inventário de 1994 e não elencaram o n.º 42 da Av. Duque de Loulé ou o n.º 69 da Rua da Lapa...), riscando da Carta de 2012 todos os que já não existem?

E chegámos ao cerne da questão: a Carta Municipal do Património (e antes dela o Inventário Municipal) não é nem nunca foi cumprida. Tivesse ela sido cumprida e não teríamos visto desaparecer nos últimos 25 anos tantos e tantos prédios, quarteirões inteiros, inclusive.

Outra pergunta: quantas vezes foram acatados os pareceres da Estrutura Consultiva do PDM?

Se a CML acatasse o que esta propôs que se salvaguardasse ao longo de todos estes anos, muita barbaridade, muitos maus exemplos (e piores práticas) teriam sido impedidos, como o estropiamento dos n.ºs 25 e 37 da Avenida da República, ou o desaparecimento dos antigos equipamentos industriais da Boavista e de Alcântara, só para referir dois exemplos.

Ou seja, por que razão a CML não dá a devida relevância aos seus próprios serviços do património, acatando os seus pareceres quando estes são contrários aos do urbanismo (em regra assentes na premissa: que se dane o património, antes que se amplie ou construa de raiz, que a registadora das taxas agradece)?

Mais, a necessidade de um conselho científico pressupõe o assumir da irrelevância da estrutura consultiva. Ou seja, doravante, quem vai fazer o quê, vai mandar em quem? Em quem se acredita?

Finalmente, a avaliação estrutural dos edifícios, que, na maioria das vezes, dita a conservação ou a demolição de um edifício. Por que insiste a CML em recorrer a avaliações externas? Não há engenheiros de estruturas na CML, livres de interesses? Ganham pouco e por isso vão saindo da CML? Pague-se-lhes mais. A cidade agradece.

E porque não obriga a CML à apresentação de dois pareceres pelo promotor? Quantos prédios não foram abatidos com base em avaliações no mínimo discutíveis? Casos há, e não são poucos, em que foram justificadas demolições de edifícios em tudo menos em estado de ruína, isto é, demolições que violam grosseiramente o articulado do PDM no que toca ao exigível a edifícios registados na Carta do Património.

Teme-se, portanto, que toda esta súbita preocupação visa apenas transformar a Carta Municipal do Património numa “planta georreferenciada” à escala da cidade, ou seja, num plano de urbanização e de pormenor geral, onde o que interessará é organizar, sistematizar, e garantir ab initio, uma imensa matriz com as “condições de elegibilidade” em termos de pedidos de informação prévia e licenciamentos sobre edifícios constantes daquela Carta.

Quando a esmola é grande o santo desconfia. Quem avisa amigo é. Mais vale prevenir que remediar

Tem a palavra a CML.

https://www.publico.pt/2018/05/15/local/opiniao/a-revisao-da-carta-municipal-do-patrimonio-1829982

Obras no Convento de São Francisco de Paula. Buganvílias centenárias em risco


Convento de S. Francisco de Paula na Rua Presidente Arriaga

S. Francisco de Paula nasceu em Paula, na Itália, a 27 de Março de 1416. Em 1435 fundou a Ordem dos Mínimos, e a 13 de Julho de 1717, os seus religiosos abriram um Hospício numas casas na Pampulha, que, em 1753, por mercê de D. José I, foi elevado à categoria de Convento. Semelhante favor do Soberano foi motivado pela inexplicável cura da futura Rainha D. Maria I, então Princesa da Beira, atribuída pela Rainha D. Mariana Vitória à intervenção do Santo.

A partir de 1835, como consequência da extinção das Ordens Religiosas, as casas que constituíam o Convento foram desanexadas da igreja de S. Francisco de Paula e vendidas a particulares. Está neste caso o prédio em apreço, com frentes para para a Rua Presidente Arriaga, 84, Travessa de São João de Deus, 7 e Rua do Olival,61, com andaimes já há largos meses, estando as obras aparentemente paradas e não se vislumbrando qualquer aviso de obras como a lei determina.

Buganvílias no Jardim/logradouro do Convento de S. Francisco de Paula

Estando o referido prédio histórico dentro do perímetro de protecção da Igreja de S. Francisco de Paula, Monumento de Interesse Público, merecendo por isso uma atenção muito especial por parte da Câmara Municipal de Lisboa, mesmo assim estamos preocupados com o que se pretende construir naquele espaço, com especial ênfase para o seu jardim/logradouro que possui uma série de buganvílias certamente centenárias e que deveriam ser salvaguardadas pois representam uma riqueza para a cidade de Lisboa.

Esperamos que a Câmara Municipal de Lisboa, normalmente interessada pelo património histórico e natural da nossa cidade, saiba garantir a salvaguarda do património vegetal em presença.


João Pinto Soares

Bairro Social de Caselas - S.O.S. "Obras de Beneficiação" da Escola de Caselas


Exmo. Senhor Presidente
Dr. Fernando Medina


CC. AML, Vereador Manuel Salgado, JF Belém e media

Como é do conhecimento de V. Exa., o Bairro Social de Caselas, que se localiza em pleno Parque Florestal de Monsanto, foi concebido em 1949, sob projecto do Arq. Couto Martins, dando lugar a um conjunto de 200 habitações, igreja, clube recreativo e escola.

Independentemente de ser nossa convicção que este bairro merecia que a CML, desde há muito tempo a esta parte, tivesse desenvolvido um cuidado plano de pormenor e de salvaguarda, de modo a evitar as sucessivas alterações por que passaram várias moradias, e, pior, evitar a construção de dezenas de novas habitações que se revelaram de muito fraca qualidade, desvirtuando o Bairro e até ocupando, imagine-se, espaços verdes do próprio Parque;

Apelamos a si, Senhor Presidente, para evitar que a descaracterização do Bairro Social de Caselas seja irreversível, por força, designadamente, das “obras de beneficiação” que a SRU Lisboa Ocidental está a promover na escola, e que resultarão na ocupação inteira do quarteirão, com construção massiva, sem sequer se permitir a existência de qualquer m2 de jardim. (fotos em anexo)

Trata-se, a nosso ver, de uma obra cuja legalidade importa escalpelizar.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Gustavo da Cunha, Júlio Amorim, António Araújo, Maria do Rosário Reiche, Virgílio Marques, Luís Mascarenhas Gaivão, Fernando Silva Grade, Fátima Castanheira, José Maria Amador, Miguel Jorge, Jozhe Fonseca