30/12/2018

Alguém pode explicar a hecatombe arquitectónica que se abateu sobre a Lapa?

Em que cidade é que se vive? Qual a qualidade dos projectos exigida?
Diga-nos, sr.vereador, qual o critério para a aprovação deste disparate perfeito?


Na Lapa ou em Telheiras, qual a diferença?

As magníficas garagens, as tiras que servem de janelas, os vidros para dar um toque de modernidade. Quem quer uma cidade estática? Vamos enchê-la de projectos dissonantes e de péssima qualidade para que não reste um só quarteirão a salvo destas bestialidades.  Na ausência de uma massa crítica, impera o desnorte.



Quem aprovou este monstro de mau-gosto. julgaríamos estar em Chelas? Nos Olivais? em Alvalade?

Mais garagens, mais um andarzinho para rentabilizar o investimento.

e mais outro...

e mais espelhos numa cidade com um clima tórrido no verão. eficiência energética? 

Já havia um bunker destes na r. de São Bernardo assinado pelos manos Mateus, sempre eles, os meninos bonitos da arquitecturazinha nacional que tem tanto de pacóvio como de mau-gosto.



Nem em Bucareste se vê tamanha desconchavo.


Quem é que aceita viver nesta caricatura?

O prédio morgue.

outro ângulo da mesma obra-prima


E isto é o quê?

E esta?
Não há volta a dar.

O "reinado" de Manuel Salgado e dos seus muitos acólitos, Flávio Lopes, Teresa Gamboa e o arqo. Catarino, director dos serviços de urbanismo da CML, tem dado cabo de tudo o que resta em Lisboa.

Estas fotografias mostram o que se passa na Lapa, um bairro que deveria ser preservado e em que todos os projectos de urbanismo deveriam ser passados no crivo da mais-valia para o espaço. Mas não é assim. Assiste-se ao império do mau-gosto e da insidiosa invasão do urbanismo à la calçada de carriche de má memória.

Acaba-se com tudo, prédios populares a que se acrescentam andares, em que se abrem bocas de garagem, palacetes absolutamente desvirtuados com inoxes e marquises, prédios construídos de raíz com ar de morgues, zinco por todos o lado.

O que se mostra é uma ínfima parte do que acontece no terreno sob o olhar desatento de moradores da Lapa e demais lisboetas.

Os senhores acima são os responsáveis pela morte arquitectónica de um dos bairros mais carismáticos de Lisboa.



Bom Ano 2019!


9 comentários:

  1. Pedro Neves12:57 da tarde

    O problema não é só do Sr. Salgado e companhia. O problema é também (eu diria mesmo, sobretudo) da nossa burguesia endinheirada que compra estas porcarias e gosta. Se isto não tivesse procura, o problema resolvia-se pela raiz. Mas basta ver a casa do próprio presidente da câmara...

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  2. Nas ruas de Santa Marta, São José, Salitre, passa-se a mesma coisa!Ruas cenários de prédios ocos. Lisboa desaparece a cada dia que passa.

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  3. Olá Miguel,

    tenho mais 3 exemplos terríveis aqui na Estrela/Lapa.


    Podemos lamentar isto, mas isso não chega. O que podemos fazer? Como foram possíveis estes licenciamentos? Podemos reclamar formalmente contra eles? Há outras vias para apresentar queixas contra estes atentados?

    Como não tenho um endereço google (porque estou a tentar boicotar o monstro ;-), enviei as fotos para o endereço do fórum.


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  4. Reagindo ao comentário de Mischa,

    Obrigado pelo interesse.

    De facto, há pouco que se possa fazer. Muitos destes licenciamentos são autorizados sem discussão pública., sem escrutínio nenhum.

    A Lapa é um bairro sem plano de pormenor, sem nada que o possa salvaguardar.

    Está-se a tentar fazer o seu levantamento para pedir a classificação como conjunto urbano. Aí seria mais fácil limitar os estragos.

    Veremos.

    Em relação ás fotografias, o administrador do blogue já as deve ter consigo.

    Cumprimentos e Bom Ano,

    Miguel de Sepúlveda Velloso

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  5. Tanta estupidez que para aqui anda, dizem mal de tudo sem critério!
    O que querem fazer aos carros? É preferível ficarem na rua em cima dos passeios?

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  6. Pedro Neves1:03 da tarde

    Ao anónimo das 10:34, que pergunta "O que querem fazer aos carros? É preferível ficarem na rua em cima dos passeios?"

    Porquê em cima dos passeios? E se têm assim tantos carros, porque raio é que querem viver num bairro antigo? Podem ir viver para o Parque dos Príncipes ou para o Parque das Nações, há lá muitos apartamentos óptimos com belíssimas garagens.

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  7. Reagindo ao anónimo das 10.34,

    Estupidez é defender o indefensável sob a capa fresca e hipócrita do anonimato.

    Noutras cidades também há carros, não há é atentados deste calibre. Salzburgo é um bom exemplo, centro histórico habitado e não há garagens de pato-bravo. ou capoeiras onde os anónimos do seu calibre gostariam de viver?

    Lisboa teria tudo para pertencer às grandes metrópoles históricas do ocidente, infelizmente a malta que manda acha o contrário e obstina-se em consegui-lo.

    Nivelar por baixo é a norma. A sua também, pelos vistos. E esse é a única e imperdoável estupidez.

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  8. Nivelar por baixo é o que se faz aqui, em Londres, Paris, etc... Também se adapta edifícios para garagens, e grande parte dos edifícios que aparecem nas imagens são edifícios novos com garagem.
    Os carros existem em todas as cidades, e as cidades nos últimos séculos foram pensadas para a existência de transporte, cavalos, carros, etc...

    Este grupo parece um grupo fascista que acha que é o dono da razão e querem obrigar os outros a fazerem e a viverem da forma que os responsáveis da plataforma acham ser a mais correcta.

    Não percebo se são assim tão donos da verdade porque é que não utilizam meios próprios para implementar as vossas ideias ou então da mesma maneira que dizem para ir viver para o Parque das Nações ou Parque dos Principes, porque é que não vão vossas excelências viver para Salzburgo, já que lá é que se vive bem e sem carros!


    O Anónimo, António Manuel

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  9. O Salgado leva com a culpa de tudo. Com que argumentos impediria ele estes projectos, mesmo que sejam maus projectos? A legislação obriga a X lugares de estacionamento. Argumentar sobre estética é um quebra-cabeças que acaba em tribunal, a não ser que seja uma área muito específica com plano de pormenor. Por último os investidores quase que obrigam os projectos a ter determinadas características, e muitos arquitectos sujeitam-se para não perder trabalho. A culpa é do todo e não exclusivamente do Salgado.

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