E da nossa parte, temos a mesma opinião que expressámos em 6 de Outubro, e que é esta.
E, já dizia Keynes, como no longo prazo estaremos todos mortos, aqui fica o nosso alerta para um problema de agora: as novas construções que a Administração do Porto de Lisboa está em vias de começar a erguer por detrás do edifício da hora legal, junto ao Cais do Sodré. Demos conta dessa nossa preocupação à Srª Vereadora Maria José Nogueira Pinto. Como segue:
"Assunto: Baixa-Chiado/Obras Agência Europ.Seg.Marítima/Observ.Droga/Cais Sodré?
Ex.ma Senhora Vereadora
Drª Maria José Nogueira Pinto
No seguimento da elaboração, pelo Comissariado que V.Exa coordena, do Plano para a Baixa-Chiado, e referindo-se o assunto em apreço a área abrangida pelo mesmo; e no seguimento da colocação de tapumes em volta ao edifício da hora oficial, junto ao Cais do Sodré, com vista ao início das obras relativas à construção dos edifícios que irão albergar a Agência Europeia de Segurança Marítima e o Observatório Europeu da Droga (fotos em anexo/ proj. Arq. Taínha), e considerando que:
- Aquela zona, sendo da jurisdição da Administração do Porto de Lisboa (APL), não é um feudo daquela instituição;
- Aquela zona é parte integrante da área abrangida pelo tão publicitado Plano que V.Exa. coordena;
- Os projectos de construção acima referidos representarão um rude golpe em termos de acesso público e fruição à zona ribeirinha, com nítido retrocesso em relação às últimas décadas;
- Estes projectos são desadequados relativamente à envolvente, no que toca ao impacte em termos de trânsito e estacionamento;
- Estes projectos desvirtuarão para sempre as vistas desde e para a colina de São Francisco;
- O Observatório, sendo o menos perigoso, do ponto de vista estético e ambiental, deveria ficar onde está, ou seja, em Santa Apolónia;
- A Agência, sendo a mais perigosa (envolverá a vinda de mais de 500 funcionários, com inquestionáveis consequências em termos de estacionamento, etc.) , devia ficar na zona da Expo, onde aliás tem estado;
- E que o encaixe para a APL de 185.000 €/mês pelo arrendamento dos espaços durante 25 anos, não justifica este atentado paisagístico (obstrução às vistas, derrube de árvores, impacte no trânsito e estacionamento, desenquadramento estético),
Solicitamos a V.Exa. que se pronuncie sobre estes projectos, e explique aos lisboetas, como é possível defender-se, e bem, a preservação da Baixa e a sua renovação, por um lado, e, por outro, permitir-se estes projectos da APL .
Neste caso em concreto, trata-se de garantir ao MOP que primeiro está Lisboa, só depois a rentabilidade da APL.
Antecipadamente gratos, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Luís Pedro Correia e Gonçalo Cornélio da Silva"
PF
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