In Público (28/3/2009)
Ana Henriques
«Movimento cívico começou a fixar autocolantes nos carros parqueados de forma selvagem. A PSP também já foi apanhada em cima do passeio
O grito de revolta é um autocolante amarelo e negro que mostra um automobilista obeso a sair de um carro que acabou de estacionar em cima de uma passadeira de peões. Os guerrilheiros são duas dezenas de amigos e conhecidos de Lisboa que se organizaram em movimento cívico para colar a tarjeta em tudo quanto é veículo a ocupar abusivamente os espaços que não lhe estão destinados.
Se costuma parquear em cima da calçada ou noutro qualquer local reservado aos peões, corre o risco não só de ser multado como de receber uma destas prendas do movimento Passeio Livre. "Não pense só no seu umbigo", aconselha o autocolante. "Respeite os seus concidadãos. Estacionar no passeio torna a vida mais difícil para os peões, principalmente deficientes motores, idosos, pessoas com carrinhos de bebé ou compras."
Depois de se quotizarem, os membros do movimento conseguiram imprimir 15 mil exemplares do autocolante, que começaram na segunda-feira a deixar nos carros em infracção. "Somos pessoas com formação superior, muitas de nós ligadas à área dos transportes e dos estudos da mobilidade. Fomos alunos do Instituto Superior Técnico, pertencemos ao mesmo círculo de amigos", conta um dos elementos do Passeio Livre, que prefere só se identificar como João Luís. "Inspirámo-nos na Grécia, onde foi lançada uma campanha que tinha um burro como símbolo da teimosia e do egoísmo".
No blogue do movimento (http://passeiolivre.blogspot.com) há fotografias de automóveis nos sítios e nas posições mais improváveis, algumas a desafiar a lei da gravidade. Na caixa de mensagens esgrimem-se argumentos. Há quem queira aproveitar a ideia para "punir" os automobilistas de outros pontos do país ("Excelente ideia! Moro em Arruda dos Vinhos, e gostaria de saber se não se importam que imprima autocolantes para colar nos infractores por aqui, que são muitos")
Há também quem critique a actuação do movimento. "Esta acção é ridícula. Se vocês vivessem no bairro onde vivo e nos bairros circundantes [Alfama, S. Vicente, Castelo, Mouraria] sabiam que é quase impossível arranjar estacionamento sem ser em cima do passeio. Se realmente se preocupam com essa questão em vez de se armarem numa EMEL [Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa] popular, reportem à câmara o direito de haver estacionamento público gratuito ordenado em vez de ser tudo com parquímetros ou espaços com condomínios privados de classe alta", comentou um morador da Graça.
O Passeio Livre responde que as alternativas existem, só que são pagas, e que há uma cultura dominante que é preciso mudar. "Isto não é um problema político. É um problema cultural", insistem. "Há uns anos também era socialmente aceitável deixar o cão defecar em cima do passeio e não apanhar o cocó".
"Eu não compro um piano de cauda se não tiver uma casa onde ele caiba", exemplifica João Luís. Depois atira com um dado importante: apenas 30 por cento dos habitantes de Lisboa têm carro. Os restantes automóveis que todos os dias entopem ruas e passeios vêm de fora. E as autoridades? "Têm uma actuação manifestamente insuficiente", responde o activista. "No nosso blogue também temos imagens de carros da polícia em cima do passeio»
Esta iniciativa é uma excelente ideia!
ResponderEliminaré efectivamente uma excelente ideia
ResponderEliminarEsperemos que seja também uma excelente ideia eficaz. :)
ResponderEliminarE os moradores que se fartam de pagar impostos e não têm onde estacionar, não têm direito a revoltar-se?
ResponderEliminarE a maioria dos moradores que se farta de pagar impostos e nao tem liberdade para andar livremente no passeios ou atravessar uma passadeira em seguranca?
ResponderEliminarEm qualquer pais civilizado ninguem compra um carro se nao tem local apropriado para o estacionar.
Em qualquer pais civilizado, cada pessoa precisa de ter uma licensa para poder estacionar o carro naquela rua.
Mas como diz o outro... se querem ter ruas onde se possa andar livremente, e' melhor mudarem de pais.
há quem não perceba o que é a necessidade de se deslocar, a necessidade de trabalhar ou tranportar os filhos
ResponderEliminarestilos de vida parasitários
Há quem não perceba a necessidade que os peões têm em andar no passeio. Estilos de vida idiotas....
ResponderEliminarEu sei quem são as pessoas que passam a vida em cima do passeio...
ResponderEliminarHá quem não perceba que não é andando de carro de um lado para o outro que se mostra que se está a trabalhar. Estilo de vida limitado...
ResponderEliminarHá muita gente que trabalha e anda a pé ou de transportes públicos.
Mas porque é que alguém ainda perde tempo a responder ao Filipe Melo Sousa?!
ResponderEliminarNão percebem que ele só manda estas bocas parvas para se divertir?
Deixem o rapaz
a pé ou de transportes públicos não chega muito longe. Lisboa é uma metrópole com 2,5 milhões de habitantes em 20 concelhos, mas com transportes que não permitem deslocar-se ao concelho contíguo.
ResponderEliminarpergunto-me em que país vive. não devemos estar a falar do mesmo
"Eu sei quem são as pessoas que passam a vida em cima do passeio..."
ResponderEliminarOs teus avós por exemplo não?
Queres classificá-los para nós vermos o teu (baixo) nível?
Que menino traquinas, vem logo tentar descer o nível da conversa. O comentador antes de mim foi claro. Uma coisa é usar o passeio esporadicamente. Outra coisa é ter de andar em cima dele.
ResponderEliminarApenas me questionei se era algum tipo de profissão. O sr. Nuno também reconhece algum familiar seu nessa condição? Eventualmente será daquelas pessoas que garantem o território do dito passeio, e que convida os invasores a "ir render" para outro lado?
"Outra coisa é ter de andar em cima dele."
ResponderEliminarO mesmo se aplica a têr que andar de automóvel - só os taxistas é que têm essa obrigação.
A Suécia para por poucos andarem de carro ou pela utilização deste ser restringida?
Viaje um pouco para abrir os seus horizontes - vá render para o passeio se lhe faltar o dinheiro e se entre os carros conseguir arranjar um bom spot para se verem os seus dotes....
"a pé ou de transportes públicos não chega muito longe. Lisboa é uma metrópole com 2,5 milhões de habitantes em 20 concelhos, mas com transportes que não permitem deslocar-se ao concelho contíguo.
ResponderEliminarpergunto-me em que país vive. não devemos estar a falar do mesmo"
olhe que não. a rede não é exemplar mas não é assim.
deixe-se lá de preconceitos e actualize-se.
no seu caso, mesmo que a rede chegasse a cada centímetro, nunca abdicaria do seu carro.
admita que é daqueles possidónios que ainda acham que andar de transporte púyblico não é bem.
em londres ou madrid os quadros superiores de empresas e administração andam de transportes.
é mais fácil, do que andar a atirar desses argumentos da treta
Acho que as mesmas pessoas que aqui tanto aconselham a viajar nunca devem ter saído do país. E certamente conhecem menos capitais europeias do que eu.
ResponderEliminarRecomendo-as a ir até Berlim, capital da maior economia europeia, da Europa cumpridora e civilizada. Por lá poderiam fazer manifestar grande indignação pelos 45.000 km de carros estacionados em cima dos passeios e na faixa do BUS.
não acredito neste último comentário... vivo em berlim há 6 anos e fico sempre chocado quando venho a lisboa e vejo os passeios cheios de carro. Em Berlim, lembro-me de ver um ou outro e geralmente multados...
ResponderEliminar45.000 km? esses números atirados para o ar são inacreditáveis. Inacreditável a parvoíce de quem diz isso. E em Nova Iorque serão 83.420 km? E em Londres 65.322 km? Ou em Lisboa 1.230.044 km?
e assim se vai argumentando...
repare nos três zeros. não sou como o seu amigo vitor constância que atira com números até às centésimas. os famosos 6,83%
ResponderEliminarauf jedem Fall, habe ich mich gefreut, dass Sie mich nicht widersprochen haben ;) die FZ sind tatsächlich falsch geparkt. und ich bin fast sicher, dass Sie es auch tun
Sabiam que todos os produtos que o Nuno consome nascem nas prateleiras das lojas e supermercados? Não precisaram de ser transportados até lá! Mas para o Nuno e outros idênticos esses produtos deviam ter sido transportados de autocarro! Concerteza nunca andou de autocarro a um domingo nas imediações da Feira do Relógio, senão via o que é passageiros a entrar para o autocarro com sacas de batatas, gaiolas com lebres vivas e outras porcarias mais que sujam tudo com terra! Ainda à uns tempos foi recusada a entrada num bus a um passageiro que levava uma televisão na mão. Enfim os teóricos não têm uma vida como as pessoas normais! Começo a achar que muita gente que aqui comenta não é real. São seres virtuais!
ResponderEliminarJá paravam de fazer tópicos todos iguais uns aos outros sempre a bater na tecla do estacionamento! Esse tema já está gasto. Já nem tenho comentado a maioria deles por ser vira o disco e toca o mesmo!!!
" Concerteza nunca andou de autocarro a um domingo nas imediações da Feira do Relógio"
ResponderEliminarÓ Xico, ia dizer esperto mas não se aplica neste caso....
Em 40 dias andei dois de carro - tenho 3 carros parados em casa dois sem bateria e um sem seguro (prefiro isso a vende-los e haver mais 3 latas a poluir e ocupar espaço)....
Quem é que anda mais de transportes públicos?
Quanto ao Melro - conheço quase todas as capitais Europeias inclusivé as dos países nórdicos - nunca vi tamanho apego a uma lata com rodas como neste país atrasado - só talvez na Grécia em Atenas.
Estou vivo - sim; trabalho - sim; tenho qualidade de vida - sim imensa - vivo num prédio com SPA do condomínio, viajo para o estrangeiro na quase totalidade dos dias de férias, conheço todos os jardins, parques, museus e teatros de Lisboa.
Como tenho dinheiro para tudo isto? Trabalhando e poupando em inutilidades como o carro no meu caso - preciso do carro para alguma coisa? NÃO!!! Experimentem vão ver que não custa nada - é como a televisão também não vejo há meses, ginásio também não preciso tou em forma apenas de me deslocar no dia a dia...
nuno.. há pessoas que trabalham a sério e que têm empregos dos quais descontam impostos para pagar o seu tacho. também há pessoas que têm filhos para poder pagar a sua reforma
ResponderEliminar"há pessoas que trabalham a sério e que têm empregos dos quais descontam impostos para pagar o seu tacho."
ResponderEliminarTacho meu caro deves ter tu - que me lembre tu é que trabalhas para a Administração Pública - numa Câmara Municipal não é?
Tem piada o desplante.... Pelos vistos deves ser o motorista, como dás a entender que precisas do carro para viver.
Acorda desse estado de anorexia intelectual meu caro e descobre a forma de vida das pessoas cultas evoluídas e verdadeiramente produtivas, especialmente no que toca a cidadania, solidariedade e promoção de condições de vida para as gerações futuras.
Até a OCDE está a mudar a forma de calcular o PIB dos países - estás verdadeiramente desactualizado e apegado a manuais vetustos de economia - tens que ter espírito crítico face ao que te ensinaram na faculdade - faz lá um esforço que talvez não fiques com dor de cabeça - aprende a contabilizar as externalidades provocadas pela utilização do automóvel particular....
A OCDE está a alterar a forma de cálculo do PIB?
ResponderEliminardeve incorporar as pedras da calçada que os peões revoltados atiram.
ResponderEliminaros bloggers cá de casa acham que estamos em maio de 68