Jornal Público 29.07.2009 - Ana Henriques
Vestidos de forma muito semelhante, blazer azul-escuro e camisa clara, com gravata também em tom azulado, os candidatos à Câmara de Lisboa Santana Lopes e António Costa protagonizaram ontem o primeiro debate televisivo da campanha eleitoral autárquica. Foi na SIC, e quem queria ficar a conhecer as propostas dos socialistas e dos sociais-democratas para melhorar a vida na cidade ficou mais ou menos na mesma.
Parte significativa dos cerca de três quartos de hora do debate foi passada a discutir a responsabilidade do endividamento da autarquia. Para António Costa, o "pai do monstro" é claramente Santana - e daí que, embora tenha acusado o seu adversário de estar preso ao passado, tenha sido ele a insistir em manter o assunto na berlinda durante tanto tempo de antena.
Sem conseguir desviar o debate para outras temáticas que lhe fossem mais favoráveis, Santana recordou que na altura em que governou Lisboa as autarquias não tinham as possibilidades de endividamento junto da banca com que contam hoje os municípios. E contra-atacou o seu adversário no seu próprio campo: "O senhor não tem obra. Não fez nada. Não tem currículo para mostrar."
Do lado de lá da barricada, António Costa repetia frases que já usou vezes sem conta: "Arrumámos a casa. Pusemos em dia as contas" deixadas pelo PSD no mandato anterior. O social-democrata contestou: as dívidas da autarquia aos fornecedores foram transformadas em empréstimos à banca, e não realmente pagas.
Onde o candidato social-democrata conseguiu marcar pontos foi na composição da lista de Costa às autárquicas, que integra personalidades com sensibilidades tão diferentes como Manuel Salgado, Helena Roseta e José Sá Fernandes. Primeiro de uma forma menos elegante - "É uma caldeirada" -, depois com maior consistência, ao recordar que Roseta, por exemplo, tem uma opinião muito diferente do presidente da câmara em temas tão fulcrais como a terceira travessia do Tejo.
Quando finalmente se ia falar do futuro, e do Terreiro do Paço, Santana deixou escapar a oportunidade de recordar a forma como o arquitecto responsável pelo projecto de reabilitação da praça foi nomeado pelo Governo, em vez de ter sido escolhido por concurso. Uma questão que, não podendo ser totalmente assacada à autarquia, também não é escamoteável no quadro do relacionamento da câmara da capital com a administração central. Acabou por se ficar pela ameaça de encerramento do café Martinho da Arcada por via das alterações ao trânsito na Baixa e pouco mais. "O que me choca é mexer-se à última hora em território sagrado por causa da febre da falta de obra", observou.
Crispação a acabar
O momento de maior crispação aconteceu a dez minutos do final do debate, com os candidatos a atropelarem-se. A moderadora, Clara de Sousa, foi obrigada a mandar calar os dois: "Ou um ou outro, senão ninguém se entende." Já pouco tempo havia para promessas eleitorais.
O socialista ainda conseguiu falar na criação de uma rede de eléctricos rápidos e noutra de transportes escolares, para que os pais não andem a entupir a cidade com carros para deixar os filhos na sala de aula. Santana, que já havia garantido que, com ele à frente dos destinos da autarquia, Lisboa não perderá o seu aeroporto, desperdiçou os últimos minutos a explicar-se sobre o antigo projecto de Frank Gehry para o Parque Mayer, defendendo-se de acusações de gastos sumptuários que nem sequer lhe tinham sido feitas por Costa nesta conversa.
Não se deixou irritar com insistentes apelos do socialista para se acalmar: "De onde é que me conhece para dizer que estou nervoso?" "O senhor nunca há-de mudar a minha maneira de ser."
Vestidos de forma muito semelhante, blazer azul-escuro e camisa clara, com gravata também em tom azulado, os candidatos à Câmara de Lisboa Santana Lopes e António Costa protagonizaram ontem o primeiro debate televisivo da campanha eleitoral autárquica. Foi na SIC, e quem queria ficar a conhecer as propostas dos socialistas e dos sociais-democratas para melhorar a vida na cidade ficou mais ou menos na mesma.
Parte significativa dos cerca de três quartos de hora do debate foi passada a discutir a responsabilidade do endividamento da autarquia. Para António Costa, o "pai do monstro" é claramente Santana - e daí que, embora tenha acusado o seu adversário de estar preso ao passado, tenha sido ele a insistir em manter o assunto na berlinda durante tanto tempo de antena.
Sem conseguir desviar o debate para outras temáticas que lhe fossem mais favoráveis, Santana recordou que na altura em que governou Lisboa as autarquias não tinham as possibilidades de endividamento junto da banca com que contam hoje os municípios. E contra-atacou o seu adversário no seu próprio campo: "O senhor não tem obra. Não fez nada. Não tem currículo para mostrar."
Do lado de lá da barricada, António Costa repetia frases que já usou vezes sem conta: "Arrumámos a casa. Pusemos em dia as contas" deixadas pelo PSD no mandato anterior. O social-democrata contestou: as dívidas da autarquia aos fornecedores foram transformadas em empréstimos à banca, e não realmente pagas.
Onde o candidato social-democrata conseguiu marcar pontos foi na composição da lista de Costa às autárquicas, que integra personalidades com sensibilidades tão diferentes como Manuel Salgado, Helena Roseta e José Sá Fernandes. Primeiro de uma forma menos elegante - "É uma caldeirada" -, depois com maior consistência, ao recordar que Roseta, por exemplo, tem uma opinião muito diferente do presidente da câmara em temas tão fulcrais como a terceira travessia do Tejo.
Quando finalmente se ia falar do futuro, e do Terreiro do Paço, Santana deixou escapar a oportunidade de recordar a forma como o arquitecto responsável pelo projecto de reabilitação da praça foi nomeado pelo Governo, em vez de ter sido escolhido por concurso. Uma questão que, não podendo ser totalmente assacada à autarquia, também não é escamoteável no quadro do relacionamento da câmara da capital com a administração central. Acabou por se ficar pela ameaça de encerramento do café Martinho da Arcada por via das alterações ao trânsito na Baixa e pouco mais. "O que me choca é mexer-se à última hora em território sagrado por causa da febre da falta de obra", observou.
Crispação a acabar
O momento de maior crispação aconteceu a dez minutos do final do debate, com os candidatos a atropelarem-se. A moderadora, Clara de Sousa, foi obrigada a mandar calar os dois: "Ou um ou outro, senão ninguém se entende." Já pouco tempo havia para promessas eleitorais.
O socialista ainda conseguiu falar na criação de uma rede de eléctricos rápidos e noutra de transportes escolares, para que os pais não andem a entupir a cidade com carros para deixar os filhos na sala de aula. Santana, que já havia garantido que, com ele à frente dos destinos da autarquia, Lisboa não perderá o seu aeroporto, desperdiçou os últimos minutos a explicar-se sobre o antigo projecto de Frank Gehry para o Parque Mayer, defendendo-se de acusações de gastos sumptuários que nem sequer lhe tinham sido feitas por Costa nesta conversa.
Não se deixou irritar com insistentes apelos do socialista para se acalmar: "De onde é que me conhece para dizer que estou nervoso?" "O senhor nunca há-de mudar a minha maneira de ser."
«O socialista ainda conseguiu falar na criação de uma rede de eléctricos rápidos»
ResponderEliminarSocialistas, sociais-democratas, conservadores, comunistas, verdes, monárquicos, etc. todos deviam defender a introdução de novas redes de eléctricos rápidos em Lisboa! Devia ser um projecto prioritário para a capital. É isso que toda a europa anda a fazer. Há um verdadeiro renascimento dos eléctricos um pouco por todo o mundo mas Lisboa nada faz nesta área desde a introdução do E15 Algés-Praça da Figueira já lá vão quase 15 anos!
Desiludiu-me a prestação de Santana, ao não apresentar qualquer medida para a revitalização dos Casinos de Lisboa
ResponderEliminarBastou-me ler o titulo para dar razão aos dois candidatos. LOOOL
ResponderEliminardá para votar nos dois?
ResponderEliminaros dois uma desilusão.
ResponderEliminarmas votar no santana, só com uma arma á cabeça...
e internado no julio de matos
as pessoas têm mesmo memória curta, para votar nesse senhor.
E mais curta ainda se votarem no Costa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! LOL
ResponderEliminarAí será mesmo curtissima. Do mal o menos e venha o Santana já que a Roseta deu um tiro aos apoiantes dela que nela votaram há 2 anos.
ResponderEliminarLOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL
ResponderEliminarEstes comentários fazem-me rir.
Daqui a um ano vai ser este mesmo anónimo aqui a criticar as medidas do Santana, a dizer que ele é pessimo!
Mas o voto nele não falha!!! =D
FJorge disse...
ResponderEliminar«O socialista ainda conseguiu falar na criação de uma rede de eléctricos rápidos»
Socialistas, sociais-democratas, conservadores, comunistas, verdes, monárquicos, etc. todos deviam defender a introdução de novas redes de eléctricos rápidos em Lisboa! Devia ser um projecto prioritário para a capital. É isso que toda a europa anda a fazer. Há um verdadeiro renascimento dos eléctricos um pouco por todo o mundo mas Lisboa nada faz nesta área desde a introdução do E15 Algés-Praça da Figueira já lá vão quase 15 anos!
4:25 PM
Os electricos articulados a que se refere são tão rápidos como os tradicionais da serie 500. O motor é exactamente o mesmo. Os electricos tradicionais da serie 500 levaram um novo motor Siemens em 1996.
obrigado sr. xico205 pela lição sobre os eléctricos.
ResponderEliminarquero mais um túnel, mas à porta de minha casa, onde possa estacionar o meu casino.
isto porque só os cidadãos com menos posses é que não têm outra hipótese senão andar de carro
ao autor do último comentário: mas já foi ao casino? aquilo está sempre cheio de gente! eu odeio casinos, acho uma pirosice, mas desengane-se se acha que é uma coisa "só para ricos"
ResponderEliminaraliás, vamos cá contar os pobrezinhos de esquerda. Pinto Ribeiro, chega-lhe? ou quer que lhe lembre o Garcia Pereira?
mas agora mais calmo: é completamente redutor dizer que "o Santana quer fazer mais um túnel". ele já disse que, se fizer essa obra, que tem ainda de ser analisada, é no último ano de mandato, e que lisboa precisa de não estar em obras durante uns tempos. a grande prioridade está na reabilitação urbana, basta pegar na porcaria do programa. antónio costa só agora se lembra de falar em reabilitação urbana. para mim é a coisa mais importante a fazer na cidade, além do aumento da segurança.
YES I CAN BE MAYOR AT CML, GIVE ME A CHANCE TO DO IT. YES WE CAN.
ResponderEliminarsr. gustavo menezes
ResponderEliminarfoi o santana que falou nos lisboetas mais desfavorecidos, aqueles que não têm outra hipótese senão a de andar de carro.
Também me parece ser a reabilitação urbana, o motor de arranque da economia da cidade. É por aí, que deverá ser o caminho; e por uma politíca de transportes digna e eficaz.
ResponderEliminarSão os dois pontos prioritários e vitais.
Mas ainda não vi ninguém comprometer-se a sério, com estes pontos da agenda política.
YES WE CAN I SAY.
ResponderEliminaras crianças estão de férias, bem se vê...
ResponderEliminarE então as crianças também tem direito de expressão não. E o que diz Baraca-Abana é um estimolo de esperança, LOOOOOOOOOL. YES WE CAN.
ResponderEliminarThanks anónimo of 6:08PM, child have the same rights like old people. The anónimo of 5:29PM is a old person with the skin glued to the bones.LOL.
ResponderEliminarI want to be mayor at the CML, give me a chance and we change this city of MONKEY'S, to a city of intelligent person's, YES WE CAN(or i can)LOL.
O encerramento às 2h dos bares do Bairro Alto, em Lisboa, provocou perto de 400 despedimentos e uma quebra de 70% no volume de negócios destes espaços. O levantamento foi feito pela Associação de Comerciantes do Bairro Alto que está actualmente em negociações com a Câmara para voltar a alargar os horários de funcionamento.
ResponderEliminarA primeira vez que as duas partes se sentaram à mesa foi em Janeiro, a pedido dos comerciantes do Bairro Alto. A reunião foi solicitada logo em Outubro, mas a Câmara só marcou o encontro em Janeiro. Nessa altura, a associação apresentou uma nova proposta de horários: no Verão (entre 15 de Junho e 15 de Setembro), os bares abririam até às 3h todos os dias. No Inverno, até às 2h, excepto às sextas e sábados, que estariam abertos até às 4h (o horário antigo), mas, a partir das 2h, as portas seriam fechadas e as pessoas concentradas no interior dos bares.
A Câmara concordou em analisar a proposta e marcou uma nova reunião para Maio, para se avaliar o impacto da redução de horário de funcionamento. Essa reunião foi sucessivamente adiada até à passada terça-feira. António Costa comprometeu-se a dar uma resposta numa outra reunião, agendada para hoje. Contactada pelo Diário Económico, fonte oficial da Câmara Municipal de Lisboa confirmou a existência de negociações sobre eventuais ajustamentos aos horários de encerramento dos bares.
Quase 400 desempregados desde a decisão da Câmara
A medida de redução dos horários dos bares das 4h para as 2h - apoiada pelos moradores, mas fortemente contestada pelos comerciantes -, foi decidida pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, em Outubro do ano passado. Na altura, o autarca de Lisboa justificou-a com a necessidade de devolver qualidade de vida aos moradores. Mas para João Gonzalez, presidente da assembleia-geral da Associação de Comerciantes do Bairro Alto, esta medida resultou em perda de qualidade de vida para quem lá mora "porque a maioria das pessoas que habita do Bairro Alto também tem o seu negócio ali ou trabalha nesses negócios. A partir do momento em que os proprietários se vêem obrigados a despedir, essas pessoas são as primeiras a ser prejudicadas".
Desde Outubro até Junho, diz João Gonzalez, perto de 400 pessoas perderam o emprego. Segundo a Agência Lusa, os novos horários de fecho dos bares no Bairro Alto estão a direccionar os clientes para o Bairro de Santos.
A Associação teme que, com a coligação de António Costa com Helena Roseta para a Câmara, o Executivo volte atrás e fique indisponível para considerar a proposta da Associação, uma vez que a Costa pode ficar numa posição mais confortável no que respeita à contagem de votos.
Pois é. O mal do Costa é hesitar muito. Ora diz que sim, ora diz que nim. Foi Santana que mandou encerrar os bairos históricos ao trânsito automóvel. Houve quem protestasse mas acabou por ser uma medida que colhe o apoio da maioria dos habitantes do bairro e dos forasterios. Era preciso criar novos estacionamentos, uma vez que o parque do Camões não era suficiente para acolher todos os carros, incluindo aqueles que ficavam estacionados no B.A. Foi construído um outro parque na Calçada do Combro que dá prioridade aos habitantes do B.A e da Bica. A criação de paques de estacionamento nas zonas históricas é fundamental para atrair moradores e revitalizar o comércio e seriços. Não é preciso ser-se um génio para compreender esta evidência. Santana defendeu essa medida no debate. Costa e a sua "inteligenzia" propõem, como prioridade, afastar os carros e automobilistas das zonas históricas e criar ciclovias.
ResponderEliminarNão admira que dentro de algum tempo o centro histórico esteja cada vez mais deserto, com uns tantos ciclistas a se passearem pelas ruas da Baixa até porque, como já foi dito, muito daquele comércio e serviços, a começar pelo Martinho da Arcada e por aí fora deixam muito a desejar - um verdadeiro mostruário de peças que fazem lembrar a antida União Soviética. Sem ofensa, claro, para os aficionados deste período da história recente.
José Rocha
Por acaso a opinião geral dos moradores do Bº Alto, Bica, Sta Catarina, Castelo e Alfama é contra o encerramento dos bairros e o terem que pagar pelo 125€ para ter direito a entrar com os carros nos bairros e só deixarem entrar um carro por habitação. Quando é normal haver mais que um carro por habitação.
ResponderEliminarEstão é a fazer com que os moradores se mudem para outras zonas menos chatas onde não impõe tanta burocracia e chatices.
Acho muito bem que só possam ter um carro por habitação. Se quiserem um segundo devem pagar o dobro. E se isto for razão para se irem embora, melhor. Os bairros históricos não são apropriados para quem quer ter uma data de carros. É uma boa maneira de filtrar quem quer viver num bairro histórico porque é chique, daqueles que querem de facto vivê-los. É claro que aqueles que estacionam os carros em cima do passeio, não pensam assim....
ResponderEliminarApoio o encerramento do bairro às 2.00 a 100%.
ResponderEliminarAquilo estava cada vez mais mal frequentado, e conheço muitos lisboetas que já nem põem lá os pés.
Todos mijam nas ruas. O tráfico de droga, que antigamente era discreto e tinha até um certo encanto, é agora agressivo e praticado por gangs que até gostam de uma boa oportunidade para recorrer à violência.
Não sou a favor de locais sem lei em Lisboa. Sem regras mínimas de respeito e convivência não há liberdade.
Não acho que as paredes grafitadas (ou melhor, rabiscadas) seja muito típicas nem vanguardistas. Aquilo que se vê no bairro é obra de uns tantos delinquentes que deviam passar umas semanas a pintar paredes e aprender o que é trabalhar.
E não esquecer que o Bairro Alto é e deve ser um bairro habitacional. A não ser que o queiramos descaracterizar...
Anónimo disse...
ResponderEliminarAcho muito bem que só possam ter um carro por habitação. Se quiserem um segundo devem pagar o dobro.
Também acha muito bem que só viva uma pessoa por habitação. Se viverem mais que paguem mais de renda, taxas de esgoto e IMI!!!!
O Bº Alto sem bares fica ainda mais perigoso, pois há menos gente na rua, logo mais facilmente os gangs actuam!
ResponderEliminarNão acha anónimo das 10:19AM?
Os gangs permanecem na zona 24horas por dia. Muitos dos gangsters vivem na zona.
Santana e Costa? Então o PS e o PSD ficam de fora? As anteriores gestões PS/PSD e a enxurrada de vigarices que praticaram á vez, com o apoio de um e de outro, ficam impunes? E os casos em tribunal? E a responsabilidade de ambos em servir os mesmos patrões: os bancos.
ResponderEliminarO Costa é alternativa? Então não é o nº dois do PS? Responsável pela maior crise de sempre? no país?