31/08/2009

Reclamações da Cidade de Lisboa

Chegado por e-mail:

«From: Xana Rodrigues
Date: 2009/8/30
Subject: Reclamações da Cidade de Lisboa
To: municipe@cm-lisboa.pt, geral@cm-lisboa.pt, dmau.daev@cm-lisboa.pt, daev@cm-lisboa.pt, dsrt@cm-lisboa.pt, dsrt.condicionamentos@cm-lisboa.pt, dmpo@cm-lisboa.pt

Exmos. Senhores,

Na rua onde resido (mais adiante indicada), verifico lamentavelmente que a limpeza camarária é cada vez mais esparsa. Os passeios encontram-se constantemente pejados de dejectos caninos (referi o mesmo problema há mais de 2 anos atrás com insistência para as coimas para quem não recolhe os dejectos dos seus animais) e, com as obras de variadíssimos imóveis na zona, o lixo aumentou.

Outro problema que aflige é que, mesmo em frente ao nr. 38 da R. Capitão Renato Baptista, as pedras da calçada estão todas soltas, dificultando o estacionamento no local (já tão difícil) e, como saberão, por falta de arranjo, as mesmas vão-se deteriorando e alargando a área danificada rapidamente. Solicito a vossa intervenção com a maior brevidade possível. Ainda na mesma rua, verifica-se no nr. 26 e daí para baixo, o perigo de fachadas em ruína. Ainda há dias, assisti a um estacionamento frente a este mesmo nr. 26, onde o condutor foi atingido por 2 azulejos caídos deste prédio. 1 danificou-lhe a capota dianteira da viatura e outro acertou-lhe ainda no corpo, podendo ter originado danos sérios. Será que não existe inspeção periódica para o património imobiliário da nossa capital??

Aflige-me igualmente que as disparidades de intervenção urbana/paisagística sejam tão díspares, em função dos interesses/rentabilidade das áreas intervencionadas.
Nesta semana passei no Campo Mártires da Pátria e muito me espantou, ao dirigir-me ao Jardim do Torel, este encontrar-se ainda em obras, quando os placares das mesmas indicavam prazos de execução das mesmas até Março de 2009 e, posteriormente, novo placard foi actualizado para Maio de 2009. Ora estamos praticamente em Setembro! (????)? Mais um jardim do qual os Lisboetas não puderam ususfruir ainda no Verão.

Igualmente próximo, o Elevador do Lavra, símbolo da cidade, continua encerrado. Poderão vossas exªs esclarecer-me se o mesmo vai encerrar de vez ou se encontra em obras, como efectuado na Bica e no da Glória? Assim o espero, já que estes são símbolos únicos e históricos, bem como pontos turísticos (poderiam ser melhor rentabilizados) de inegável interesse e carisma da cidade de Lisboa.

É com pesar que escrevo este mail mas, cada vez menos, me identifico com a cidade que escolhi para viver. Sinto Lisboa cada vez menos como a minha casa ... algumas zonas são imundas, devotadas ao abandono e esquecimento, repleta de betão e falta de zonas verdes (aproveito para congratular pela excelente intervenção no jardim S. Pedro de Alcântara) de lazer e para prática de desporto, trânsito caótico, ruas esburacadas, casas a ruir, criminalidade a aumentar, valores imobiliários ESCANDALOSOS para o que a cidade oferece e que originam o galopante afastamento de camadas jovens a habitar na cidade e consequente desertificação da capital. Em outras cidades da Europa, podemos passear a qualquer hora e existe gente! A partir do fim de tarde, Lisboa torna-se uma cidade fantasma (excepção feita ao período de verão e alguns pontos específicos de animação nocturna). Sente-se em Lisboa um pulsar cada vez mais desumananizante.

Agradeço desde já a vossa melhor atenção.

Cumprimentos,
Carla A Rodrigues

Mais um condomínio na Infante Santo?




Calçada das Necessidades, Nº 8-10


Os lotes são mesmo apetecíveis, pois além de estarem devolutos e não serem classificados, têm vasto logradouro, sobre a martirizada Avenida Infante Santo. Ideal para mais um condomínio, ainda por cima "with a view". Ainda que em cima, imagine-se, de um geomonumento. Por isso foram objecto de operação de emparcelamento/loteamento (Proc. 33/URB/2005) liminarmente indeferido já com este executivo. Simplesmente, e como é óbvio, a coisa não vai parar, mesmo que a CML aprove o tal de "projecto geomonumentos', iniciativa boa e bem intencionada. Seria bom que não fosse assim. A ver vamos.

Comunicado "Cidadãos pelo Capitólio":


From: capitolio_lx@hotmail.com
To: gab.manuel.salgado@cm-lisboa.pt; gab.rosalia.vargas@cm-lisboa.pt; gab.cpl@cm-lisboa.pt; helena.roseta@cm-lisboa.pt; jose.sa.fernandes@cm-lisboa.pt; gab.pcp@cm-lisboa.pt; gab.lcc@cm-lisboa.pt; gab.ps@cm-lisboa.pt; gab.psd@cm-lisboa.pt; aml@cm-lisboa.pt; aml.cds_pp@cm-lisboa.pt; gab.presidente@cm-lisboa.pt
CC: vera.pais@cm-lisboa.pt
Subject: Capitólio, no Parque Mayer
Date: Fri, 28 Aug 2009 17:48:49 +0100

Exmº Presidente Dr. António Costa,
Exmº Arq. Manuel Salgado,

Foi com preocupação que lemos a notícia da intenção da CML rebaptizar o Teatro Capitólio com o nome do recentemente falecido actor Raul Solnado.

Independentemente de todo o mérito de Raul Solnado, na nossa opinião é incorrecto homenagear um bem cultural à custa de outro. Enquanto monumento da arquitectura do séc. XX, classificado pelo Estado Português como Imóvel de Interesse Público, o Capitólio deve manter a designação que sempre teve desde a sua inauguração em 1931. Recordamos ainda que o Capitólio é a única estrutura classificada em todo o recinto do antigo Parque Mayer. A toponímia também é património.

Alterar a toponímia histórica de lugares e imóveis em função das circunstâncias, embora bem intencionadas, pode empobrecer a cidade e criar situações ambíguas pois muitas vezes as novas designações não são adoptadas pelos cidadãos como sabemos por experiências anteriores.

Enquanto movimento de cidadania que se tem esforçado por ver reconhecido, e salvaguardado, o valor patrimonial do Capitólio, fazemos um apelo à CML para que encontre uma maneira mais digna de homenagear o actor Raul Solnado.

Estamos certos que no contexto do Plano de Pormenor do Parque Mayer, será possível atribuir o nome do actor Raul Solnado a uma das novas salas de espectáculos previstas para o recinto. Lisboa pode enriquecer o Parque Mayer somando o nome de «Raul Solnado» mas sem subtraír o histórico nome «Capitólio».

Com os nossos melhores cumprimentos,

Pelo movimento cívico Cidadãos pelo Capitólio,
Maria João Torgal

Jardim Constantino













Chegado por e-mail:

«CAROS AMIGOS LISBOETAS

QUATRO ANOS DE MAILS, CARTAS, REUNIÕES, FOTOGRAFIAS E EIS O QUE GANHEI. NADA. VEJAM COMO AS DEZENAS DE RESPONSÁVEIS DE LISBOA DEIXARAM O NOSSO JARDIM CONSTANTINO , À ESTEFÂNEA

COMO É POSSÍVEL ALGUNS SERVIÇOS DA CÂMARA ESCREVEREM A DIZER QUE A LIMPEZA ESTÁ ADJUDICADA A UMA EMPRESA PRIVADA?

1º - LAVAM A CONSCIÊNCIA A DIZER ISSO? (QUEM ESTÁ A PAGAR SOMOS NÓS POR ACASO)

2º NÃO SABEM QUE OS EMPREGADOS DESSA EMPRESA ATÉ FOGEM DE METADE DO JARDIM QUE FOI OCUPADA POR UM GRUPO DE ESTRANGEIROS? (NÃO SABEM? NÃO VIRAM? Não há relatórios?

Claro que ninguém faz relatórios)

Vou enviar vários mails com fotos

Raul Costa»

Cinco minutos entre S. Sebastião e Alameda

In Diário de Notícias (31/8/2009)

«Com o prolongamento da Linha Vermelha a viagem que durava 21 minutos passa a ser feita sem mudar de comboio. Passageiros consideraram a ligação vantajosa. Alguns ficaram surpreendidos com a novidade.

"Segue mesmo até ao Oriente sem ser preciso mudar de linha?", perguntava admirado Luís Rosa, de 80 anos, ao segurança do Metropolitano de Lisboa, enquanto esperava que a nova estação, Saldanha II, abrisse ao público. E, na verdade, com o prolongamento da Linha Vermelha, entre S. Sebastião II e Alameda II, é possível, desde as 15.00 de ontem, viajar de S. Sebastião até à estação do Oriente, sem ter de mudar de comboio.

Quem ficou satisfeito com a abertura do novo troço foi José da Silva Martins, cauteleiro perto do Bingo do Belenenses. Mora na Avenida Almirante Reis e tinha de mudar três vezes de linha e de comboio para ir vender cautelas. Agora só precisa de mudar uma vez: "Sigo dos Anjos até à Alameda, e dali directamente para o Saldanha", explicou ao DN.

Há sobretudo uma economia de tempo. A ligação directa entre as linhas Verde e Azul vai permitir viajar entre Alameda e S. Sebastião em apenas cinco minutos. Antes a viagem não se fazia por menos de 21 minutos e obrigava a uma paragem na estação da Baixa-Chiado para mudança de comboio.

Ontem ainda havia pó das obras no chão quando entraram os primeiros passageiros. Eram 15.00. Maria do Rosário Folgado e o marido, Carlos Dias, que estavam curiosos à entrada, ficaram surpreendidos com a estética da estação Saldanha II. A infra-estrutura tem como tema a obra literária de Almada Negreiros, com intervenção plástica do seu filho José Almada Negreiros. Logo ao fundo das escadas de acesso à estação pode ler-se: "A alegria é a coisa mais séria da vida." A de S. Sebastião II inspira-se nos azulejos tradicionais e é um projecto da artista Maria Keil.

Comerciantes, com lojas perto das renovadas estações, reconhecem que, apesar dos inconvenientes, "nem tudo foi mau". "O barulho e o pó incomodavam, mas vai trazer gente", comenta João Pereira, do café Princesa, no Saldanha.

Passados seis anos desde o início das obras, o novo troço foi ontem inaugurado pelo ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações. Na sessão, que decorreu na estação S. Sebastião II, Mário Lino salientou que o novo troço "vem beneficiar a população, dá melhor mobilidade e atrai mais gente", relembrando que os "benefícios superam os custos". Prevê-se que a extensão vá servir 32 milhões de pessoas por ano, adiantou.

A obra iniciada em 2003 e com previsão de conclusão em 2006, inicialmente orçada em 132 milhões de euros, terminou agora com um custo total de 210 milhões de euros.

Tags: Portugal, Sul»

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Ena, 3 anos de atraso e 68 M€ a mais do que o previsto.

LISBOA: COMERCIANTES QUEREM SER COMPENSADOS

Comerciantes querem ser compensados
00h15m in "JN"

Os comerciantes de Lisboa estão satisfeitos com a entrada em funcionamento do prolongamento da Linha Vermelha do Metropolitano, mas lamentam o atraso da obra e os prejuízos resultantes para o sector.
Em comunicado ontem divulgado, a União das Associações do Comércio e Serviços (UACS) refere que os comerciantes esperam que "a apreciação que o Tribunal de Contas irá realizar sobre esta obra contemple os graves prejuízos sofridos pelos agentes económicos da zona".
O troço Alameda/S.Sebastião, de 2,2 quilómetros, foi inaugurado anteontem e permite a ligação das quatro linhas do metropolitano (Verde, Vermelha, Amarela e Azul).
A UACS lamenta "o facto de esta obra apenas estar concluída dois anos após a data prevista" e de, "mais uma vez, o valor total despendido na obra exceder o montante orçamentado" fazendo com que as "derrapagens" sejam "pagas pelo erário público".
Assim, a UACS refere também "os enormes prejuízos sofridos por todos os agentes económicos que exercem a sua actividade na zona afectada pelas obras, em especial, os que operam na zona da Av. da República e da Av. Duque D'Avila".

Câmara quer proibir telas em prédios

In Diário de Notícias (31/8/2009)
por LUSA

«Só em caso de obra pode haver painéis, prevê proposta

A Câmara de Lisboa quer proibir a instalação de telas publicitárias em edifícios, de acordo com o projecto de regulamento de publicidade que o vereador do Espaço Público, José Sá Fernandes, apresenta na quarta-feira.

O projecto de regulamento, que será discutido na reunião do executivo municipal, estabelece que as telas apenas poderão ser colocadas em edifícios por motivos de obra. Com fins promocionais, é apenas admitida a colocação de telas que promovam um "evento no próprio edifício, com prazo de instalação temporalmente limitado", e de "promoção imobiliária do próprio edifício."

O regulamento proposto por Sá Fernandes estabelece também a proibição de instalação de "telas, suportes publicitários autónomos e publicidade" em "monumentos nacionais, imóveis classificados e em vias de classificação, bem como nas respectivas zonas de protecção", refere o texto a que a Lusa teve acesso.

A proibição mantém-se para "qualquer publicidade" que "prejudique o acesso ou a visibilidade" de monumentos nacionais, imóveis classificados e em vias de classificação, imóveis de interesse municipal público, designadamente Prémios Valmor.

A regra estende-se a prédios onde funcionem hospitais, estabelecimentos de saúde e de ensino, locais de culto e serviços públicos, cemitérios, elementos de estatuária e arte pública, fontes, fontanários e chafarizes e "elementos arquitectónicos ou decorativos de interesse", como painéis de azulejos e esculturas.

A propaganda política está fora do âmbito do regulamento proposto.»

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Tudo OK, mas convinha era que durante as obras, os telões tivessem não publicidade mas as imagens virtuais de como vai ficar o respectivo prédio, informação resumida sobre o tipo de obra, etc.

30/08/2009

Ainda a ampliação do Terminal de Contentores de Alcântara

Nesta história da ampliação do Terminal de Contentores de Alcântara - que está longe de terminada - uma coisa que me surpreendeu foi o silêncio quase absoluto dos outros operadores do porto de Lisboa. Sobretudo porque os conheço, e sei que não são pessoas para se ficarem sem ir à luta.

Recentemente encontrei um deles, um dos poucos que se manifestou. Felicitei-o pelo artigo e perguntei-lhe a razão do silêncio.

"Adivinha porquê", respondeu-me. "Depois daquele artigo, a Secretária de Estado deixou de nos atender o telefone. E as ameaças de que nos tirariam as outras concessões foram inúmeras".

LISBON: «cheerfully decrepit» & «chicly scruffy»

É cada vez mais comum ver Lisboa descrita na imprensa estrangeira com adjectivos que tentam, em simultâneo, atrair visitantes e prepará-los para a degradação e desmazelo que vão encontrar na capital portuguesa. Quem escreve sobre Lisboa tem sempre que se debater com essa realidade ingrata da cidade. A história, a topografia e o património são atraentes mas o estado das coisas é, demasiadas vezes, repugnante.

Na última edição da Travel + Leisure (Agosto 2009), uma das revistas líderes na área do turismo, Lisboa vem mais uma vez ambiguamente descrita como «cheerfully decrepit» e «chicly scruffy». Como compreendemos a dificuldade da autora, Maria Shollenbarger! Em anos anteriores, e noutras revistas, Lisboa tem sido classificada como «shabby chic» e até «grubby glam». Lisboa é frequentemente referida como a «dowdy old city» um cenário urbano reduzido a «frayed charm».
Para quem nos visita, será um cenário cómico e bizarro que diverte - uma espécie de safari urbano em plena União Europeia. Mas para quem aqui nasceu, vive e trabalha pode ser deprimente. Algo de muito errado, estrutural, se passa com a nossa cidade (as nossas cidades...) considerando que Portugal faz parte de uma comunidade de países desenvolvidos desde 1986.


Foto: Imagem que abre o artigo de 4 páginas da Travel + Leisure (Rua de Santa Cruz, Bairro do Castelo); reparar no típico detalhe lisboeta do carro estacionado em local proibido, numa zona que é suposto ser de acesso condicionado e gerida pela Emel.

29/08/2009

Câmara vai discutir novo regulamento para a publicidade no espaço público da capital


In Público (29/8/2009)
Por Diogo Cavaleiro

«O aumento da actividade publicitária e a necessidade da sua integração na área urbana é uma das razões para a proposta

O novo projecto que o vereador do Espaço Público, José Sá Fernandes, propõe na próxima reunião de câmara, em relação ao regulamento de instalação de publicidade em Lisboa, pretende salvaguardar o espaço do município da crescente procura desta forma de divulgação. A introdução de um gestor nos processos de licença para publicidade é a maior novidade da proposta. Todos os pedidos de publicidade no município terão de obter o licenciamento dado pela autarquia, num procedimento em que um gestor deverá acompanhar a instrução, tal como terá de dar informação aos interessados. A necessidade de uma maior preocupação com os processos estava já presente no Plano Estratégico para o Espaço Público de Lisboa, mas precisou de uma maior adequação "em benefício do equilíbrio entre os interesses económicos subjacentes à actividade publicitária e a salvaguarda de valores urbanísticos e ambientais", segundo explica a proposta de José Sá Fernandes.

Várias são as restrições específicas à colocação de publicidade na cidade, entre elas, a de que os suportes nunca podem prejudicar a circulação de peões, nem pôr em causa a sua segurança, nem tão-pouco limitar a visibilidade rodoviária. Os bairros históricos sofrem, igualmente, limitações em relação à colocação de anúncios, embora seja nos monumentos nacionais e nos imóveis classificados ou em vias de classificação que haja proibição de "instalação de telas, suportes publicitários autónomos e publicidade". As campanhas publicitárias terão, por sua vez, de se restringir a áreas de circulação pedonal.

A necessidade de conjugação harmoniosa entre a composição da mensagem e a área onde está colocada é uma das referências ao conteúdo das publicidades na proposta de Sá Fernandes. A utilização de idiomas, além da língua portuguesa, também não é permitida, excepto se for o nome de estabelecimentos, firmas, marcas ou expressões referentes ao produto.

O requerente de licença, depois de esta ter sido aceite, tem obrigação de manter o suporte preservado e proceder a reparações "independentemente da natureza do facto que tenha dado origem à deterioração daquele". Quanto à remoção do que foi afixado, no fim do prazo da licença, a mesma será feita voluntariamente, com a reconstituição da situação do local antes da colocação da publicidade e, caso tal não aconteça, a câmara procederá a uma remoção coerciva, com os custos a cargo do "infractor".

A proposta, caso seja aprovada pelo executivo, prevê que qualquer pessoa possa denunciar situações em que os princípios orientadores para a instalação de publicidade não estejam assegurados. »

...

O problema central é o excesso de publicidade no espaço público, e nesse aspecto convenhamos que o projecto de regulamento é muito tímido. Convinha, talvez, que a CML começasse por deixar de alugar o ... espaço público (vide Avenida/F1, canteiros Fórum Picoas/detergente, Pç.Flores/Skoda, etc., etc.)

Director do Igespar e Ribeiro Telles apelam ao bom senso da Câmara de Lisboa

In Público (29/8/2009)
Por Ana Henriques

«Directora da Casa Fernando Pessoa faz notar que a esplanada do café mais antigo de Lisboa sempre foi barulhenta. Laborinho Lúcio e António Arnault também se juntaram ao protesto»

O director do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) e o arquitecto paisagista Ribeiro Telles estão entre os signatários de um abaixo-assinado que apela ao bom senso da Câmara de Lisboa no caso do café Martinho da Arcada, que ameaça encerrar depois das alterações ao trânsito na Baixa que lhe puseram a passar à porta 140 autocarros por hora, às horas de ponta.

O fundador do PS e mandatário de Vital Moreira nas eleições europeias, António Arnault, também assinou o documento, que explica que a poluição sonora e atmosférica causada pelos veículos pesados condiciona a presença de clientela na esplanada do Terreiro do Paço, "ameaçando uma rentabilidade fundamental à sobrevivência" do estabelecimento frequentado por Fernando Pessoa. Entre as figuras que aderiram igualmente ao protesto estão o realizador Manoel de Oliveira, o grão-mestre da maçonaria António Reis, o ex-ministro da Justiça Laborinho Lúcio, os escritores António Tabucchi, Mário Cláudio e Maria Velho da Costa, o pintor José Guimarães e ainda o director do Museu Nacional de Arqueologia, Luís Raposo.

Ceia de despedida

O promotor das tertúlias daquele que é o café mais antigo de Lisboa, Luís Machado, nega que a decisão da Carris de desviar, a partir do mês que vem, o percurso de três das várias carreiras que aqui passam seja suficiente. E embora admita que mesmo antes das alterações ao trânsito na Baixa a esplanada do Martinho, com 227 anos de existência, já não era um sítio com a tranquilidade dos tempos em que Pessoa aqui escrevia poemas e traçava cartas astrológicas, diz que o local se tornou impraticável desde Janeiro, altura em que mudou o esquema de circulação na Baixa. Até aí, parte significativa das carreiras da Carris circulava mais junto ao rio, nas avenidas do Infante D. Henrique e da Ribeira das Naus.

Para libertar parcialmente de trânsito o Terreiro do Paço e a zona mais próxima do Tejo, a autarquia desviou todos os autocarros para duas artérias com habitação e comércio: a Rua da Alfândega, junto à qual fica o Martinho, e a do Arsenal, onde também há protestos de comerciantes e moradores. "O proprietário do Martinho já tem marcada uma ceia de despedida para o final de ano caso tenha de encerrar o estabelecimento", conta Luís Machado.

A escritora Inês Pedrosa, que dirige a Casa Fernando Pessoa, acha que a iniciativa "não faz sentido". "A esplanada do Martinho sempre teve muito barulho", nota a responsável do equipamento camarário. "E, de qualquer forma, quando lá passo continuo a ver a esplanada cheia". E dá um exemplo: "Ainda outro dia tive de me ir embora da Brasileira porque havia espectáculos de rua permanentes e eu queria ter uma conversa que não se coadunava com o ambiente. Mas não é por isso que não devem existir espectáculos de rua". O abaixo-assinado será entregue a quem ganhar as eleições para a câmara e ao Presidente da República. »

...

O problema dos autocarros resolvia-se (resolver-se-á) com navettes não poluentes. Devia haver esse tipo de transporte em toda a Baixa e entre as colinas que a ladeiam. Simplesmente, a Carris não se interessa. Devia-se colocar barreiras à velocidade que por vezes é excessiva: grandes vasos em locais estratégicos.

Mas isso é uma coisa outra é esta histeria pelo Martinho, um local, aliás, hipervalorizado, nunca percebi bem porquê.

28/08/2009

As nossas Avenidas Novas e as deles

Várias zonas centrais de Lisboa, como as Avenidas Novas, são muito semelhantes a zonas centrais de Barcelona. Semelhantes pelo tipo de edifício, pelas décadas de planeamento e construção, pela localização central na cidade, pelo tamanho e disposição dos arruamentos, pela co-existência de escritórios e habitação, pela abundância de transportes públicos. Mas há uma diferença muito notória, as de Lisboa têm sempre 4 faixas de estacionamento e passeios estreitos,

enquanto as de Barcelona têm passeios largos e no máximo duas faixas de estacionamento.

Algumas, tanto largas como estreitas, nem uma faixa estacionamento automóvel têm! Os residentes e os trabalhadores em Barcelona não têm portanto as mesmas facilidades em estacionar que têm os de Lisboa, em termos de preço e disponibilidade. Os moradores de Lisboa até têm estacionamento de borla.

À partida todos concordamos numa coisa, as de Barcelona são mais agradáveis por terem menos carros. E no que toca às anunciadas "calamidades" que advêm da redução do estacionamento à superfície?

Esta zona de Barcelona deveria estar abandonada. Na realidade está mais viva e com mais movimento que a equivalente em Lisboa.

E o comércio local? O de Barcelona recomenda-se e encontram-se várias lojas das grandes cadeiras. Em Lisboa o comércio foge da cidade.

Os habitantes deveriam ter fugido por falta de estacionamento, mas eles não parecem querer sair dali. Entretanto em Lisboa vemos o número de habitantes a decrescer.

Há outros factores a ter conta, mas parece-me azar a mais todas as previsões saírem furadas. E não precisamos de falar de Barcelona. Podemos falar de Madrid, Milão, Sevilha, Paris, etc.

Site "Lisboa Património Cultural"

Uma boa iniciativa da CML. Vamos ver é se o património referenciado como IIM se aguenta de pé. De qualquer forma, um bom site, que precisa de ser municiado continuamente.

A Rua de uma Escola em Lisboa





Estacionamento abusivo no passeio junto de um estabelecimento de ensino (municipal) na Rua das Escolas Gerais (entre o nº 61 e 65). Este passeio, que dá acesso à entrada principal da escola, e junto de uma paragem de eléctricos, é usado diariamente para estacionar viaturas. E como se pode ver pelas imagens, os passeios ficam totalmente ocupados, impedindo a mobilidade dos peões. Numa das imagens podemos ver um adulto com crianças que, ao sairem da escola, foram obrigados a circular na faixa de rodagem pois uma viatura ocupava a totalidade do passeio. Para resolver este problema, já foi solicitado à CML a instalação de pilaretes - que em 2008 o prometeu fazer mas até hoje não agiu.

Nota: a poucos metros deste local foi construído o parque de estacionamento público das Portas do Sol (custou 4 milhões de euros e é gerido pela EMEL) que já é conhecido por dar prejuízo e por ter mais viaturas estacionadas nos passeios na envolvência do que no seu interior.

A Rua de uma Escola em Geneve




Em Geneve (Suiça), as ruas onde estão situadas escolas são organizadas com elevadas preocupações com a segurança rodóviária de crianças e respectivos familiares. Começa pela entrada da rua onde imediatamente é accionada a "zona 30" com respectiva sinalização limitadora de velocidade. Em vários pontos da rua existe uma pintura especial no pavimento que evita, em caso de travagem brusca, que o veículo derrape. As passadeiras têm uma cor diferente. Não existem carros estacionados em cima do passeio (nem nesta rua, nem em qualquer outra). A segunda fotografia mostra, junto à entrada da escola, um pequeno "s" que a via faz, suficiente para obrigar os veículos a abrandar ainda mais. Esta preocupações básicas, e nada dispendiosas, deviam ser aplicadas em Portugal.

Dois postos de turismo custaram 420 mil euros

In Diário de Notícias (28/8/2009)
por RUI PEDRO ANTUNES

«Foi ontem inaugurado um novo posto turístico direccionado para os jovens, na Rua do Jardim do Regedor, e reaberto o espaço do Palácio Foz. Espaços aliam tradição à modernidade

O cheiro a novo, o design moderno,vários folhetos informativos e galos de Barcelos estilizados são algumas das semelhanças dos dois novos postos de turismo inaugurados ontem em Lisboa. A reabilitação de um posto de turismo no Palácio da Foz, nos Restauradores, e a criação de um novo espaço direccionado para os jovens, no outro lado da avenida, significaram um investimento de 420 mil euros por parte do Turismo de Lisboa.

O presidente adjunto do Turismo de Lisboa justifica esta aposta com a necessidade de "consolidar [Lisboa como] um destino".

Mário Machado acredita que para que Lisboa possa vingar na "competição cada vez mais feroz com outros destinos" é "necessário um forte investimento estratégico na qualidade urbana, da oferta e dos serviços".

O responsável do Turismo de Lisboa lembrou ainda que os visitantes estão "cada vez mais exigentes". Estes dois postos serão inseridos na rede Ask Me (ver caixa), composta por espaços que, desde há 10 anos, o Turismo de Portugal tem vindo a entregar à Associação de Turismo de Lisboa (ATL).

A ATL é presidida pelo presidente da autarquia, António Costa, também presente na apresentação dos espaços.

Os postos pretendem aliar "a modernidade à tradição" e foram reformulados pelo arquitecto Tiago Silva Dias. As obras demoraram apenas três meses.

O posto de turismo do Palácio Foz foi ontem reaberto e é um dos principais da cidade. Vinte minutos após o "cortar da fita" o balcão já estava apinhado de turistas a pedir informações. Outros, esperavam pacientemente, nos modernos e coloridos sofás.

Padrões idênticos às fachadas de azulejos de Alfama decoram o espaço onde não falta o merchandising alusivo à cidade. Desde o vestuário à alimentação, passando por um galo de Barcelos listado com as cores da cidade (preto e branco), são vários os souvenirs propostos aos turistas.

Com o postos no Palácio da Foz e o 'Y' (ver caixa ao lado) a ATL espera ultrapassar os 1,1 milhões de turistas atendidos em 2008»

Prolongamento da linha vermelha do metro começa a funcionar sábado, cinco anos depois do arranque da obra

In Público (28/8/2009)
Por Ana Henriques

«Pouco mais de dois quilómetros custaram 210 milhões de euros, o que dá 95,4 milhões por quilómetro

Ir de metro da Alameda de Afonso Henriques até S. Sebastião da Pedreira passa, a partir de amanhã, a demorar cinco minutos, em vez dos habituais 21. É já a partir de sábado que entra em funcionamento o prolongamento da linha vermelha.

Foram precisos cinco anos para escavar os pouco mais de dois quilómetros que vão facilitar a vida aos milhares de passageiros do metropolitano. Mesmo assim, nem todos os estaleiros à superfície que a empreitada obrigou a montar vão ser retirados a tempo da inauguração. Para mais tarde ficará também o arranjo de várias da ruas afectadas pelos trabalhos.

A construção deste troço permite, pela primeira vez, a interligação das diferentes linhas do metro, através da construção de duas novas estações: Saldanha II, na Duque de Ávila, entre a Av. da República e a dos Defensores de Chaves, e S. Sebastião II, na Marquês da Fronteira, entre a Sá da Bandeira e a António Augusto de Aguiar.

Fica assim resolvido o acesso directo, por metro, do centro da cidade à estação do Oriente e, no futuro, ao aeroporto, quando aqui chegar este meio de transporte. O troço que abre amanhã cruza cinco freguesias de elevada densidade populacional: S. João de Deus, S. Jorge de Arroios, Nossa Senhora de Fátima, S. Sebastião da Pedreira e Campolide.

A empreitada foi adjudicada em 2003 e financiada em 98 milhões de euros pelo Fundo de Coesão. Estava previsto que custasse cerca de 150 milhões, mas chegou aos 210 - o que representa um custo por quilómetro de 95,4 milhões de euros.

Além da chegada ao aeroporto, os planos de expansão da empresa incluem o prolongamento da linha vermelha até Campo de Ourique, com passagem por Campolide e pelas Amoreiras. Uma ligação que, segundo o especialista em transportes e urbanismo Nunes da Silva, é imprescindível. »

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O Metro chega ao aeroporto quando ele se apresta para dali sair. Mas não fiquem tristes, ali vai nascer um amplo "pulmão verde". Giro, giro, foi o Metro chegar a Santa Apolónia e logo haver quem quisesse acabar com a gare ali.

Câmara analisa suspensão parcial do PDM para viabilizar hotel no quartel da Graça

In Público (28/8/2009)
Por Luís Filipe Sebastião

«Estado lançará concurso para a concessão hoteleira do antigo convento e quartel, com possibilidade de construção na parada, e a cidade ganha uma das maiores áreas verdes

O antigo quartel da Graça está mais perto de poder vir a ser transformado numa unidade hoteleira. A autarquia lisboeta discute na próxima semana uma proposta de protocolo, com o Ministério da Defesa, com vista à mudança de uso do espaço no Plano Director Municipal (PDM) e à cedência ao município da cerca e horta do antigo convento para criação de uma área verde de utilização pública.

O antigo Convento de Nossa Senhora da Graça e terrenos circundantes fazem parte de um perímetro militar, propriedade do Estado e afecto ao Ministério da Defesa Nacional. O conjunto arquitectónico, apesar de parcialmente classificado como monumento nacional, encontra-se em evidente estado de degradação, acentuada pelo abandono de grande parte das instalações. Em 2001, dos 7200 metros quadrados de área coberta do antigo convento, apenas cerca de 1200 m2 estavam ocupados. Actualmente ainda ali estão instalados alguns serviços do Exército e a intendência da GNR.

O presidente da autarquia, António Costa, vai levar à próxima reunião do executivo uma proposta de suspensão parcial do PDM na zona do quartel da Graça. Segundo o documento, o antigo aquartelamento está incluído em "área de usos especiais", o que inviabiliza a sua utilização para fins não militares, e não se revela "adequado" para a reabilitação do monumento. O Ministério da Defesa e a câmara reconhecem que, "complementando a rentabilização do quartel da Graça", os 26.000 m2 da cerca e horta do antigo convento "têm potencial para se tornar num espaço privilegiado de lazer, na sua vertente lúdica e cultural". O espaço será assim cedido ao município, com vista à fruição dos lisboetas e visitantes.

Abertura em Setembro?

A suspensão do PDM prevista no protocolo a firmar com o Ministério da Defesa, pelo prazo de três anos, visa alterar a área para "uso hoteleiro/turístico/cultural/social". O respeito pela antiga estrutura conventual, a demolição de construções dissonantes acrescentadas ao convento e das oficinas da parada, bem como a interdição de construção no logradouro da encosta a poente fazem parte das condicionantes impostas pela autarquia. Outras condições apontadas são a ocupação em cave para estacionamento com uso público da parada, mediante prévia avaliação arqueológica, e a recuperação da área verde com ligação entre o miradouro da Graça e a Rua de Damasceno Monteiro. O documento estabelece ainda que o reordenamento da parada, "com possibilidade de construção, fica condicionado a justificação técnica e à eventual deslocalização de actividades que ocupam espaços conventuais não integrados actualmente no prédio militar", desde que enquadrado nas regras do PDM.

O protocolo admite, desde logo, que, após a assinatura, a câmara pode avançar "com trabalhos de limpeza e desmatação da zona e posterior abertura ao público". O vereador dos Espaços Verdes, José Sá Fernandes, adianta que a recuperação da cerca será "por administração directa", não acarretando grandes custos ao orçamento municipal. O autarca, que em 2000 moveu uma acção popular com vista à devolução do convento a Lisboa, salienta "o benefício para a cidade, que ficará com a maior zona verde no seu casco urbano".»

...

"Houston, we have a problem."

Hotel ali não parece, à partida, problema. Mas é preciso MUITO cuidado com estas coisas. Os Inglesinhos estão aí, bem à vista de todos. Construção na parada?!!

Mais outra suspensão do PDM? Acabe-se com o PDM, então, de vez. Não foi o Sr. Vereador Sá Fernandes quem interpôs uma acção popular exactamente sobre o Convento e Quartel da Graça? Por um lado suspende-se o PDM e por outro acena-se com a horta e a cerca?

Num país decente, numa cidade decente, já aquele conjunto estaria ocupado por serviços públicos ligados à Cultura, que é do que estamos a falar, por exemplo. Escolas de artes e ofícios, sedes de organizações como a Orquestra Metropolitana de Lisboa, que possibilitassem a organização de espectáculos na parada, nas alas nobres.

27/08/2009

Montes Claros, P.F. de Monsanto.



O jardim dos Montes Claros tem sido, ao longo dos tempos, bem preservado e foi, não há muitos anos, alvo de uma renovação. Hoje nota-se um certo desleixo na sua manutenção apresentando um lago com pouca água e sujo e um relvado maltratado e seco. Daqui até a uma degradação mais grave é um pequeno passo. Se não forem tomadas medidas.
Publicado também em: www.arvoresaopoder.blogspor.com

Skate Park, Alameda keil do Amaral,P.F. de Monsanto.











Apesar do aviso colocado no local, de que o equipamento está em mau estado, eu diria mesmo perigoso, e que em breve será alvo de remodelação este continua a ser utilizado.
Para alem do óbvio vandalismo, mas também do cuidado de muitos utilizadores que voluntariamente o tentam reparar, o equipamento tem sido alvo ao longo destes últimos tempos de um significativa falta de manutenção e vigilância que degenerou no que hoje vemos: Está irrecuperável. Este e o outro equipamento ao lado que se apresenta nas mesmas condições. Sei que é difícil chegar a tudo mas a manutenção de todo o parque continua a deixar muito a desejar.

Metropolitano estuda linha para Miraflores

In "Transportes em Revista"

«O Metropolitano de Lisboa está a estudar a hipótese de criar uma linha de metro ligeiro de superfície que ligará Lisboa a Miraflores. Ao que a Transportes em Revista apurou, a Secretaria de Estado dos Transportes ainda não deu um parecer final sobre a construção da linha e sobre o modo de transporte a utilizar, estando ainda em aberto a opção subterrânea. No entanto, é praticamente um dado adquirido que este será um dos projectos a ser apresentado brevemente pelo Metropolitano de Lisboa. Em declarações à Transportes em Revista, durante a apresentação do projecto de extensão da Linha Azul, entre a Reboleira e o Hospital Amadora/Sintra, Joaquim Reis, presidente do Metro, não confirmou a ligação a Miraflores referindo apenas que «a seu tempo os projectos irão ser apresentados publicamente». Para além desta nova linha, o Metropolitano e a Secretaria de Estado dos Transportes preparam-se para anunciar uma nova extensão na Linha Vermelha, entre S. Sebastião e Campo de Ourique, com paragens intermédias em Campolide e Amoreiras.»

Ainda a campanha anti-marquises

Exmo. Sr. Luís Mesquita Dias


No seguimento da notícia publicada na edição de hoje do Público, dando conta do lançamento de uma campanha anti-marquises, serve o presente para lhe enviarmos os nossos sinceros parabéns pela sua iniciativa, que devia partir de quem de direito, e colocarmo-nos à inteira disposição para ajudarmos a divulgá-la e torná-la eficaz.

Com efeito, há décadas que Lisboa padece desse mal, que a vai desfigurando aos poucos, e, pior, se vai “instalando” onde não devia, a começar pelos regulamentos da própria CML que, em vez de serem claros quanto à necessidade de as impedir, por ilegais, e combater; antes as aceitam, aprovam e chegam a incentivar, invertendo-se assim, a nosso ver, os princípios que deviam reger a cidade.

Sem mais de momento, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos


Pelo Fórum Cidadania Lx


Paulo Ferrero, Luís Marques da Silva e Júlio Amorim

Desaparecimentos anómalos no Jardim Botto Machado




Ao Jardim Botto Machado, plantado em 1862, tem vindo a ser dada grande relevância devido ao facto de ter sido recentemente alvo de obras que o tornaram mais moderno, merecendo de todos os que o visitam largos elogios. A Câmara Municipal de Lisboa está de parabéns.

Porém, um olhar mais atento, facilmente descobre o desaparecimento de dois elementos de grande importância no conjunto daquele espaço público.

Referimo-nos a um exemplar de Buganvília, com mais de cem anos, que existia junto ao muro de suporte de terras que dá para o Campo de Santa Clara e ao belo e valioso bebedouro que desapareceu para dar lugar a um mais moderno.

Não podemos deixar de lamentar e denunciar estas duas perdas de valor incalculável para a cidade de Lisboa e procuraremos encontrar junto de quem de direito as explicações e os responsáveis por estes crimes, tanto mais que já não é o primeiro caso de desaparecimento de obras de arte, que são pertença de todos os lisboetas, durante obras de “requalificação”, como foi o caso do bebedouro do Largo Vitorino Damásio, por exemplo.

Associação Lisboa Verde


Pinto Soares

Jovens turistas pedem mapas e sinalização

In Jornal de Notícias (27/8/2009)
ANA RITA JUSTO, JOANA BOURGARD

«Falta de informação sobre transportes também motiva queixas


Para quem visita Lisboa, o mapa na mão e máquina fotográfica ao peito são essenciais. Cada um "desenrasca-se" à sua maneira. Mas a falta de informação nas ruas da cidade é uma crítica constante dos turistas mais jovens.

"Deviam haver mais mapas na cidade que indicassem os sítios mais importantes para os turistas verem", afirma ao JN Michael, 29 anos, um turista inglês que, ontem, chegou a Lisboa num cruzeiro, com a namorada e uns amigos. Enquanto assistiam a um espectáculo de magia sob o arco da Rua Augusta, Konstanze, namorada de Michael, confessa que pelo facto da estadia se resumir "a umas horas", o grupo nem iria "procurar mais informação".

No dia em que se inauguram dois postos de turismo na cidade vocacionados para os jovens, estes vêm reafirmar a falta de informação, que tentam compensar com dados recolhidos de guias turísticos e via Internet.

É o caso de Lea, uma turista alemã, de 20 anos, a passear perto do Padrão dos Descobrimentos. "Obtive mais informação através da Internet, mas não sabemos onde são os postos de informação e só temos um guia pequeno", disse, salientando que tem andado "muito", pois também não encontra muita informação sobre os transportes públicos, "nomeadamente os comboios".

Por toda a cidade, os turistas multiplicam-se, apesar de não se verem as enchentes habituais. De volta dos postais numa loja de rua, Pablo Henny e Isabel Ibaceta, um casal chileno de férias, admite que já traziam alguns percursos definidos. "Nem sequer procurámos os postos de informação turística, mas também não vimos nenhum. Se calhar deviam estar mais bem sinalizados", diz Isabel. Em Lisboa há dois dias, o casal ressalva, porém, que, em termos de mapas, "a cidade está bem".

Já Elisangela e David Barros, cunhados vindos da Margem Sul do Tejo desenvencilharam-se mais facilmente. "Já estou em Portugal há oito anos, por isso já conheço mais ou menos as coisas mas o meu cunhado não", observa Elisangela, natural de Cabo Verde. Também não recorreram a postos de turismo, mas David afirma que gostaria de ter mais informação "sobre a baixa da cidade".

Ainda assim, vale a língua portuguesa a quem "vai para fora cá dentro". Na fila para os Jerónimos, João e Mónica, de 21 e 22 anos, sabem o que procurar para contornar a falta de informação.»

Igreja em pré-fabricado e centro de saúde por fazer

In Diário de Notícias Online
por P.S.T.

«Apontado como um modelode urbanismo para o futuro, o Parque das Nações, em Lisboa, parece sofrer dos mesmos velhos problemas que afectam muitas áreas urbanas do País. A expansão do betão - em prédios de habitação, escritórios, zonas comerciais e de lazer e sedes de grandes empresas - continua a não ter correspondência ao nível de alguns equipamentos sociais básicos.

Desde a realização da "Expo" de 1998, segundo estimou ao DN José Moreno, da Associação de Moradores e Comerciantes do parque das Nações, a zona terá crescido para cerca de "24 mil residentes" a que se soma "a população itinerante de trabalhadores, que já está acima dos 15 mil".Todos "com direito", nomeadamente, a inscreverem os filhos em escolas ainda por construir (ver texto principal), apesar de haver "terrenos atribuídos" e compromissos assumidos.

Mas o problema, contou, não se esgota na oferta escolar. Até há algum tempo, os moradores católicos tiveram de se desenvencilhar com uma "igreja" a funcionar no espaço de uma loja. Por "acção da associação" foi entretanto encontrada uma solução "mais aceitável, num edifício pré-fabricado", mas o prometido templo definitivo continua por construir no terreno que lhe foi atribuído.

"Outra das nossas preocupações é o Centro de Saúde, que nos faz muita falta e também já tem localização prevista", lamentou José Moreno. Para já, a única cobertura próxima em termos de cuidados de saúde na zona é assegurada por um privado: o Hospital Cuf das Descobertas.»

Metro acelera para abrir no sábado nova linha vermelha

In Diário de Notícias (27/8/2009)
por DANIEL LAM

«Comerciantes das imediações das estações Saldanha e S. Sebastião queixam-se que as obras "afectaram muito o negócio". Prolongamento une todas as linhas e encurta tempos de viagens. Extensão fica pronta com quatro anos de atraso

O prolongamento da linha vermelha do Metropolitano de Lisboa (ML) entre Alameda, Saldanha e S. Sebastião, unindo toda a rede do comboio subterrâneo, deverá entrar ao serviço no sábado, soube o DN junto de várias pessoas que têm acompanhado de muito perto as obras ainda em curso. Oficialmente, a administração do ML diz desconhecer quando essa extensão será inaugurada (ver caixa).

Ontem era bem visível a azáfama de largas dezenas de operários a trabalhar aceleradamente tanto no subsolo como à superfície das estações Saldanha e S. Sebastião. Um panorama que agradou aos comerciantes com lojas situadas na área de intervenção das obras, que se queixam de terem sido seriamente prejudicados pelo encerramento das suas ruas, os tapumes que deixaram emparedados os seus estabelecimentos, o pó, a lama e o barulho, que afastaram os clientes.

"Estou com 120 mil euros de prejuízo", frisou ao DN um dos sócios da histórica Charcutaria Dava, no número 38B da Avenida Duque d'Ávila, rua que foi encerrada devido às obras do ML no Saldanha.

Constantino Fonseca recorda que o seu calvário começou no final de 2004, quando arrancaram as obras: "Nestes cinco anos só aumentaram os prejuízos e ninguém nos ouviu nem pagou subsídios ou indemnizações".

"Só estou com a porta aberta por vaidade e carolice, porque não vem aqui ninguém. Estamos emparedados. Trabalhavam aqui quatro pessoas e agora somos só dois", lamentou.

Ao lado, na Tabacaria Astória, Bento Palma adiantou que "o metro já começa a circular na nova linha no sábado. Mas à superfície, a avenida mantém-se cortada e não se sabe até quando. Nestes cinco anos, o volume de negócio baixou para menos de metade".

A mesma redução sofreu Joaquim Ribeiro, proprietário da Pastelaria Bairro Azul, na Avenida Ressano Garcia, junto à estação S. Sebastião: "Ficou tudo muito afectado com estas obras que já duram há 30 meses. Dizem que no sábado isto desaparece tudo daqui da rua e o metro já anda na linha nova".

As novas estações Saldanha e S. Sebastião vão ter elevadores. Este prolongamento que liga todas as linhas da rede do ML traz a vantagem de permitir viajar sem ter de mudar de comboio, poupando muito tempo nos percursos. O trajecto entre S. Sebastião e Alameda passa a demorar cinco minutos em vez dos actuais 21 minutos. Feitas as contas, são menos 16 minutos.

A extensão desta linha, que segundo os projectos iniciais já deveria ter entrado ao serviço em 2005, tinha um custo previsto de 132 milhões de euros. Esse valor aumentou para 210 milhões»

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Parece que muitas das desconfianças em relação aos acabamentos à superfície junto ao Bairro Azul estão ultrapassadas, se assim for ainda bem. Vamos aguardar.

Futuro corredor verde para Monsanto reduz espaço para estacionar no Bairro Azul

In Público (27/8/2009)
Por Diogo Cavaleiro

«Fecho de parque informal levanta problemas de falta de espaço para automóveis no bairro, desagradando a alguns trabalhadores das empresas da zona


O corredor verde que vai ligar o Parque Eduardo VII a Monsanto e que passará junto ao Bairro Azul a partir de Setembro é um projecto que agrada aos moradores da zona. No entanto, a sua passagem por um terreno até aqui usado para estacionamento informal é contestada pelos seus antigos utilizadores.

Tratando-se de uma área onde estão instaladas grandes empresas e estabelecimentos públicos, entre eles dois bancos, o El Corte Inglés, um dos campus da Universidade Nova de Lisboa e a mesquita da capital, muita é a procura de lugares de estacionamento no bairro. Um dos locais usados para a satisfazer era precisamente o terreno baldio situado nas traseiras da Escola Marquesa de Alorna, e que agora se encontra em obras, para aí ser construído o último troço do corredor verde que vai aproximar a cidade de Monsanto.

O corredor incluirá áreas ajardinadas e de lazer, contendo também uma ciclovia e uma via pedonal. Em consequência disso, desaparecerá o espaço até agora utilizado para estacionar algumas centenas de veículos - 400 a 500, segundo disseram alguns dos seus utilizadores à agência Lusa. Esta solução deixa os habitantes do Bairro Azul satisfeitos, por ser um "sonho antigo", afirma Ana Alves de Sousa, da comissão de moradores do bairro, acrescentando que o aproveitamento do terreno por parte dos automobilistas "não se poderia manter por muito mais tempo".

Ana Alves de Sousa considera que o estacionamento que ali se efectuava era "anárquico", mas reconhece que o local acolhia muitos veículos. Por isso, uma das dúvidas que se colocam é para onde irão todos os carros que por ali ficavam quando acabarem as férias de Verão e regressar grande parte dos trabalhadores das empresas e entidades vizinhas.

Há dois dias, José Sá Fernandes declarou à Lusa que os bancos ali sediados (Santander e Popular) tinham garagem e, portanto, os seus funcionários não teriam razão para contestar o fim do parque informal. Alguns trabalhadores de um daqueles bancos contrapõem, contudo, que a garagem é apenas para as chefias, o que reforça a preocupação de alguns com um possível acréscimo da carga de estacionamento no bairro.

Salvaguardando que a zona é "muito bem servida de transportes públicos", Ana Alves de Sousa lembra que a comissão propôs a criação de zonas de estacionamento na periferia do bairro. No entanto, o projecto do corredor não prevê alternativas, embora um porta-voz da câmara assegure que há parques próximos, como acontece na Rua Marquês da Fronteira, frisando que o restante trajecto pode ser feito pelo próprio corredor. »

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Aquilo não era estacionamento, era um terreno onde se estacionava. Ao menos que a ciclovia sirva para dignificar aquele espaço. Aguardemos pelo resultado.

Campanha anti-marquises arranca em Setembro

In Público (27/8/2009)
Por Ana Henriques

«"Trata-se de um problema de educação cívica", comenta bastonário dos arquitectos, que fala em fenómeno único na Europa


As marquises nas fachadas dos prédios são um dos alvos de uma campanha que arranca no mês que vem para sensibilizar a população para os aspectos estéticos do fenómeno. As caixas de ar condicionado e os estendais também vão estar na berlinda nesta iniciativa, que, apesar de ter o apoio do Ministério do Ambiente, partiu de um gestor privado.

Aos 56 anos, Luís Mesquita Dias, que é presidente do conselho de administração da Unilever-Jerónimo Martins, decidiu que era altura de chamar a atenção dos portugueses para um fenómeno que diz nunca ter visto em parte nenhuma da Europa desenvolvida senão aqui - apesar de ter morado vários anos em Barcelona e Bruxelas e também em Banguecoque: "Choca-me ver o meu país degradar-se. Estamos a hipotecar a nossa paisagem urbana". Depois de, há 12 anos, ter tentado - sem sucesso - sensibilizar todas as câmaras municipais e várias outras entidades para a necessidade de pôr cobro àquilo que designa por "desordem urbanística", resolveu agir.

Um spot televisivo, outro radiofónico e cartazes nas ruas de Lisboa são as armas de que se muniu para desafiar a "impunidade com que se intervém nas fachadas dos prédios" e "a falta de controlo das entidades" responsáveis pela fiscalização.

Com apenas 30 segundos, o spot televisivo mostra algumas marquises dos milhares delas que têm sido fechadas clandestinamente, aparelhos de ar condicionado colocados de forma indiscriminada e estendais "com cuecas que teimam em pingar", como diz a voz off do vídeo. "A cidade que temos é a cidade que fazemos", lê-se no final.

Casado e com dois filhos, Luís Mesquita Dias está ciente das reacções negativas que esta campanha - à qual se associaram parceiros não só institucionais como também privados, que pagaram os custos das suas diferentes vertentes - vai desencadear. As famílias com muitos filhos vão dizer que não têm outra alternativa senão pôr uma das crianças a dormir na marquise, antevê. "Mas não há famílias nos países onde o fenómeno nunca atingiu proporções semelhantes às portuguesas?", questiona.

Realista, o gestor sabe que é impossível arrancar as centenas de milhares de marquises clandestinas espalhadas pelo país. Por isso, apresenta uma solução: a colocação de estores brancos nestas excrecências acrescentadas às varandas. Todos iguais, de forma a uniformizar as fachadas.

O bastonário dos arquitectos, João Rodeia, ignorava a campanha que aí vem. Mas congratula-se por um particular ter resolvido chamar a atenção para o problema. "Não conheço outro país europeu em que isto aconteça", confirma. "Em Espanha as varandas têm toldos e as pessoas usufruem delas sempre que o bom tempo o permite". Então o que se passa em Portugal? "É uma questão de educação cívica", responde o bastonário. "E cada varanda tem um sistema de fecho diferente, o que desfigura ainda mais os edifícios". "Compreendo a necessidade de espaço das pessoas, mas todos têm o direito a que as cidades não fiquem desfiguradas", acrescenta, referindo os anos e anos de permissividade das autoridades. "O que é mais angustiante é que a maioria das pessoas habituou-se a estes fenómenos e não os acha estranhos". Embora arranque em Lisboa, a campanha deverá estender-se ao Porto e eventualmente a outras cidades»

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A marquise é um dos flagelos de Lisboa e como tal deve ser combatida, além de que, na maior parte dos casos trata-se de ilegalidades. Esta campanha é por isso uma ideia brilhante (desde que não envolva contrapartidas publicitárias para a empresa, obviamente) e diz tudo deste país por ser uma acção de um particular e não do Estado, ou da CML neste caso, que antes prefere legislar via regulamento municipal coisas inconcebíveis como a "harmonização" do resto das varandas de determinado prédio pelo "desenho" da marquises que já haja nesse prédio. Em vez de tentar - ao menos isso - sensibilizar (já que é tabú a palavra obrigar) o proprietário ou o inquilino a desmontar a marquise, a CML defende a generalização das ditas cujas, facto, aliás, que tem sido paulatinamente aprovado em sessões de CML (passadas e presente e ...?), basta ver o que tem passado nos bairros das Caixas, Alvalade, Estacas, Arco do Cego, por exemplo. Brilhante em qualquer parte do mundo, não é?

26/08/2009

Magia à solta pelas ruas da Baixa até domingo

Truques de cartas, argolas e malabarismos abriram as hostes no primeiro dia de festa

00h30m in "JN"
ANA RITA JUSTO

É com assobios frenéticos que Peter Wardell tenta chamar a atenção de quem passa pela Praça de Luís de Camões. Ao meio-dia, o sol já aquece e dá-se início à quarta edição do "Street Magic World Festival", em Lisboa.
Ao todo, são 15 mágicos vindos de oito países. Um espectáculo de rua marcado pela presença forte da língua inglesa. "O meu português não é tão bom, mas os portugueses têm muita facilidade em entender o inglês e isso torna a interacção mais fácil", afirmou Jan Van Kammen, um dos mágicos intervenientes no projecto, vindo da Holanda, depois de na sua actuação ter pedido a uma voluntária portuguesa, Teresa, que se deitasse no chão com uma banana na boca. De olhos tapados, a fazer o pino e com a ajuda das palmas do público, lá conseguiu chegar à banana.
Entre as pessoas que passam a interacção é constante, os olhares multiplicam-se e a audiência vai aumentando. Até os polícias levam acenos dos mágicos. Mas são as crianças as mais fascinadas e as que mais vezes são chamadas ao "palco". Magias com cartas e malabarismos com laranjas são alguns dos truques que mais animam quem passa pela zona.
João Salvador, 59 anos, veio de Setúbal propositadamente para assistir aos espectáculos. "Venho cá desde que isto começou, há quatro anos. Gosto muito. Aqui podemos ver coisas que nos palcos não dá para ver", salientou.
Até 30 de Agosto, a Baixa lisboeta contará com diferentes números de magia, em palcos diversos, como o Largo do Chiado, passando pelo Teatro São Carlos, Rua Garret, Rua Augusta.
A iniciativa é organizada pela Câmara Municipal de Lisboa em conjunto com a Luís de Matos Produções. "A continuidade do projecto depende sempre do sucesso do ano anterior, da aderência e da interacção com o público. E se já fazemos isto há quatro anos é porque as coisas estão efectivamente a correr bem", revelou ao JN o próprio Luís de Matos.
Verónica, 32 anos, uma austríaca a viver em Portugal há um ano, estava à espera do marido para almoçar quando viu a azáfama na Praça Luís de Camões. "Costumo passear aqui muitas vezes e nunca tinha visto tanta gente junta. Fiquei surpreendida", disse salientando que aqui não se vêem muitos espectáculos de rua e "deveria haver mais". António Guerreiro, 55 anos, estava na sua hora de almoço e ficou espantado com o clima de festa. "Ouvi o barulho e vim ver. Não compreendo bem o inglês, mas estou a gostar", disse.
Já uns minutos depois da uma, terminadas as quatro actuações previstas, o público desce em direcção ao Largo do Chiado. Segue-se mais uma série de quatro performances, entre elas está a única artista feminina, Billy Kidd, uma canadiana com ar oriental. "Eu sou uma mulher mágica. Quantas mulheres mágicas já viram vocês?", interrogava.
A um dos elementos do público, Billy Kidd transformou uma nota de 20 euros em cinco dólares americanos. A preocupação não durou nem cinco minutos, com o truque desfeito. "Estou aqui para vos provar que, em Lisboa, é possível verem qualquer coisa", interpelava a mágica, tentando sair de dentro de um colete de forças, deslocando um ombro para trás da cabeça.
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Será que os rapazes conseguiriam, atravês de uns quaisquer pós de "perlim-pim-pim", promover a reabilitação urbana, acabando com a destruição do património habitacional construído?
E, ao mesmo tempo, acabar, de uma vez por todas, com essas ideias peregrinas de projectos superflúos e despesistas, que são o mono dos coches e o Terreiro do Paço?
É que se conseguirem, voto já neles!!!

25/08/2009

Plano de risco sísmico já está em consulta pública

In Jornal de Notícias (25/8/2009)
Fátima Mariano

«Instrumento de planeamento abrange distritos de Lisboa, Santarém e Setúbal


Até ao dia 2 de Setembro está em consulta pública o Plano Especial de Emergência para o Risco Sísmico na Área Metropolitana de Lisboa e Conselhos Limítrofes, cujos primeiros estudos arrancaram em 1997.

Trata-se de um importante instrumento de planeamento e de agilização da resposta das entidades envolvidas nas operações de protecção civil e socorro em caso de ocorrência de um evento sísmico na área dos distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém.

O PEERS-AML-CL será accionado automaticamente quando se verificar um sismo de magnitude igual ou superior a 6,1 na escala de Ritcher ou de intensidade igual ou superior a VIII na Escala de Mercalli modificada. Não existindo qualquer destes pressupostos, poderá ser accionado pela Comissão Nacional de Protecção Civil ou pelo Governo, através de declaração de situação de calamidade.

Independentemente destes critérios, os procedimentos previstos no plano são accionados "ao fim de 120 minutos se não houver informação em contrário". "Nesta situação, e em caso de o nível de decisão nacional não se encontrar operacional, os distritos de Lisboa, Santarém e Setúbal e o município de Lisboa ficarão autónomos em termos de qualquer intervenção".

Como o próprio documento sublinha, é importante que as populações estejam conscientes de que "é vulgar assistir-se a atrasos e interrupções da resposta institucional", como se verificou, por exemplo, no sismo ocorrido em Abril na região italiana de Áquila. As próprias infra-estruturas onde as forças de socorro estão instaladas podem sofrer danos ou mesmo colapsar, atrasando, assim, a ida para o terreno.

Por isso, é importante que "grupos, comunidades e indivíduos" estejam "preparados para prestar as primeiras medidas de socorro e garantirem as suas necessidades básicas por um período que se pode prolongar por tempo superior a 24 horas".

O Plano define ainda as estruturas de direcção e coordenação política, institucional e as estruturas de comando operacional e as fases em que se organiza a resposta operacional: a de emergência e a de reabilitação. A primeira poderá prolongar-se por sete dias, ou pelo tempo que a Comissão Nacional de Protecção Civil determinar, privilegiando-se, nesta fase, as operações de busca, resgate e salvamento. Na segunda, que se inicia uma vez ultrapassado o período crítico da emergência, "as acções de resposta devem ser estruturadas para resolver os problemas existentes e, em simultâneo, iniciar as medidas de reabilitação do funcionamento normal das instituições".»

Câmara gere terrenos da APL a partir de Setembro

In Jornal de Notícias (25/8/2009)


«Processo de transferência será aprovado em Conselho de Ministros


O processo de transferência dos terrenos sob jurisdição do porto de Lisboa para a tutela da Câmara da capital será concluído na próxima semana, disse ontem, segunda-feira, à Lusa a secretaria de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino.

A transferência será concluída com a aprovação em reunião de Conselho de Ministros no dia 3 de Setembro.

A última fase do processo, iniciado há cerca de um ano e meio, passou pela identificação das compensações que a Câmara terá que pagar à Administração do Porto de Lisboa (APL), que não se referem ao valor dos terrenos, mas de investimentos realizados pelo porto naquele território.

"São compensações não pelos terrenos, que são de domínio público marítimo, sob administração portuária, e permanecerão em domínio público marítimo, sob administração municipal, mas relativos a uma série de investimentos que foram feitos", explicou Ana Paula Vitorino.


A secretária de Estado dos Transportes sublinhou ainda que "a Câmara não irá despender de qualquer verba" no imediato, sendo essas compensações pagas pelas receitas geradas naqueles terrenos, com licenciamentos de restaurantes, por exemplo.

"Serão as receitas geradas nesses terrenos a amortizar esse investimento da Administração do Porto de Lisboa", afirmou.

"Feitas as contas, a Câmara de Lisboa não irá despender de qualquer verba", frisou.

Ana Paula Vitorino não quantificou o valor dessas compensações.

A responsável avançou que a identificação desses valores foi sujeita a parecer da autarquia, que o remeteu na semana passada à secretaria de Estado dos Transportes.

O processo de transferência dos terrenos ribeirinhos sem actividade portuária para alçada do município de Lisboa sofreu vários reveses, desde logo a devolução pelo presidente da República, Cavaco Silva, ao Governo do decreto-lei que determinava aquela a operação.

As negociações entre APL e Câmara arrastaram-se e Manuel Frasquilho demitiu-se do conselho de administração do porto em Junho passado.

Na altura, o presidente da Câmara, António Costa (PS), disse esperar que a mudança de administradores se traduzisse numa mudança da APL.

A concretização da transferência da tutelas destes espaços tornou-se possível, depois de, em Janeiro de 2008, o Governo ter aprovado um decreto que permite essa transferência a custo zero para dos terrenos desafectados às administrações portuárias. »


Uma boa notícia. Cirurgicamente anunciada.

A cidade que me viu nascer

Novo Edificio da autoria do arq. Tomás Taveira na Praça duque de saldanha em Lisboa


Se há uns anos, quando comecei a ter consciência dos problemas desta cidade que me viu nascer, a arquitectura já demonstrava danos irreparáveis, hoje infelizmente não esta melhor.
Continuo a não entender esta politica de ordenamento da cidade, onde os poderes políticos se revezam e onde todos têm responsabilidades.

Cada partido político que se candidata à cidade de Lisboa apresenta-se sempre como o salvador da mesma. O facto é que ganhando ou não, depois das eleições todos ocupam os seus lugares, acomodam-se e nada fazem.

Será assim tão difícil entender que o modelo de desenvolvimento americano tão preconizado nos anos 80 não se aplica numa cidade europeia como a nossa?!...

Quase três décadas passados ainda não percebemos que tínhamos uma das capitais mais bonitas da Europa, que a destruímos e insistimos em assassina-la todos os dias um pouco mais!

Haverá o dia em que acordaremos e a cidade será um local onde só haverá edifícios com formas estranhas aos gritos, de vidros espelhados de valor estético discutível.

Interrogo-me porque não aproveitamos o nosso constante atraso e o convertemos em vantagem e aprendemos com os erros dos outros.

Porque não vêm o óbvio?...
Infelizmente chego à conclusão que tem mais a ver com uma questão de egoísmo, falta de cidadania, interesses pessoais e comerciais.
Só pode!… porque não há com certeza tanta gente asna a querer delapidar o nosso património…

Vejam-se o caso dos edifícios da Av. da Liberdade, da Av. da Republica, das Avenidas Novas, todo um património do séc. XIX e inícios do séc. XX totalmente destruído. A cada dia que passa, como lisboeta me dói mais ver a ignorância de quem aprova esta chacina.

Que as gerações vindouras os saibam perdoar. Eu honestamente tenho dificuldade.

Pedro Ramos e Ramos
Chegado por e-mail

24/08/2009

LISBON: «can appear a pretty provincial place...»

A propósito da questionável decisão do IGESPAR em abandonar a classificação do primeiro bairro social da República Portuguesa, o Bairro do Arco Cego, vale a pena ler:

WALLPAPER CITY GUIDE – LISBON
Phaidon, Paris, 2007


It would be natural to imagine that because the cosmopolitan Portuguese love to travel so much, their capital must be a forward-thinking, sophisticated, global city, affording endless delights to the visitor. In fact, the reality is somewhat different. One legacy of the military dictatorship that governed Portugal for more than half a century was a Lisbon rather reduced in both circumstance and confidence. Even today, 30 years or so after the fall of that regime, Lisbon can appear a pretty provincial place, full of cliques and clandestine pleasures.

True, this was the centre of what was arguably the first global empire in history, but if you are unlucky enough to arrive on a wet, wintry Wednesday, it’s fair to say that you aren’t likely to linger.

Amoreiras Towers
Designed by the Portuguese architect Tomás Taveira and added to the Lisbon skyline in the 1980’s, the Amoreiras complex, featuring office and high-end residential towers plus one of Lisbon’s first shopping centers, is probably the most consensual construction in town: you will hardly find anyone who likes it. The boldness of the glass towers, as well as the sheer size and colour palette of the whole edifice, has been slammed by critics for smacking of ostentatious and aggressive postmodernism. It didn’t help that Taveira was involved in a extremely high-profile sex scandal soon after it was built. [p.15]

Hotels
At first glance, Lisbon does not have the most enchanting array of places to sleep. International names have generally bypassed the city – even the Design Hotels chain preferred the centuries old royal resort of Cascais, 30 km away, where you will find the still less than trilling Farol Design Hotel. [p.16]
Architour
The Lisbon authorities have not been particularly proactive about protecting architecture that’s too recent to be deemed ‘historical’. Salazar’s dictatorship ended just three decades ago, but only a few modernist churches, monuments and schols remain faithfull to their original purpose. Happily, it seems the tide is shifting. Lisbon City Council plans to further the restoration of Fernando Silva’s much-loved Cinema São Jorge and is considering salvaging from ruin the 1925 Teatro Capitólio (Parque Mayer) by Luís Cristino da Silva. [p.64]

Foto: O bairro na década de 1960 antes do início da descaracterização. Não fosse o provincianismo, o antigo IPPAR já o teria classificado. A sua protecção legal seria também uma boa maneira de celebrar o centenário da República.

Jardim Botto Machado renasce com nova imagem

In Jornal de Notícias (24/8/2009)
CRISTIANO PEREIRA

«Espaço verde no Campo de Santa Clara reabre com quiosque, esplanada e jardim infantil

Depois de anos entregue ao abandono e ao vandalismo, o Jardim Botto Machado, em Lisboa, reabriu com outras condições. Mas há quem se queixe dos cães que sujam a relva e da escasssez de casas de banho.

É um renovado espaço verde, junto ao Panteão Nacional (onde repousa Amália Rodrigues) e ao Campo de Santa Clara, onde duas vezes por semana se ergue a Feira da Ladra. Há uns meses, o Jardim Botto Machado era uma zona suja, descuidada, perigosa até. Agora reabriu com nova iluminação, novos canteiros e vegetação, um parque infantil e um quiosque com esplanada.

"Está muito mais convidativo", diz, ao JN, Vítor Agostinho, o presidente da Junta de Freguesia de São Vicente de Fora (CDU). O autarca sublinha que o objectivo, agora "é ocupar os espaços públicos para que não seja o vandalismo a ocupá-los". "Vamos ver até onde conseguimos ir e é essa a nossa preocupação", acrescenta.

A intervenção teve um custo de cerca de 260 mil euros (abaixo dos 317 mil euros previstos) que foi suportado pelas contrapartidas financeiras do Casino Lisboa, tal como confirmou, ao JN, Sá Fernandes, vereador do Espaço Público e Espaços Verdes da Câmara Municipal de Lisboa (CML).

O presidente da Junta de São Vicente lamenta que a CML "não tenha levado em conta algumas propostas nossas". Todavia, recusou-se a especificar "porque o mais importante é termos agora um jardim com muito melhores condições ".

Alguns dos moradores da zona ouvidos pelo JN mostraram-se satisfeitos com a nova imagem do Botto Machado mas não deixaram de tecer críticas à falta de casas de banho públicas (só há uma e é destinada ao bar) e à proliferação de pessoas que trazem os cães para fazerem as necessidades em cima da relva.

Vítor Agostinho por seu turno, mostra-se confiante no bom-senso do concessionário da esplanada em ceder a casa de banho e prefere destacar a dinamização cultural que a esplanada vai trazer. "É muito importante do ponto de vista de intervenção cultural na nossa freguesia e todos os moradores vão ganhar com isso", frisa.»

Intervenções em miradouros valem quase dois milhões de euros

In Jornal de Notícias (24/8/2009)

«Recentemente, também a freguesia da Penha de França assistiu à inauguração de dois miradouros que sofreram intervenções nos últimos meses: o da Penha de França e o Jardim do Miradouro do Monte Agudo.

As obras no primeiro custaram 110 mil euros com intervenção na pavimentação, restauro de elementos patrimoniais, mobiliário urbano e iluminação pública. O segundo reabriu depois de obras idênticas que custaram 185 mil euros. Ao JN, Sá Fernandes disse que "só lhe falta o quiosque".

O vereador do Espaço Público e Espaços Verdes assegurou ao JN que o Jardim do Miradouro do Torel deverá ser reaberto apenas dentro de algumas semanas, depois de um investimento de 350 mil euros.

Todas estas intervenções fazem parte de um plano apresentado no final do ano passado pela Câmara Municipal de Lisboa e que visou a requalificação de oito jardins e miradouros em Lisboa. As intervenções terão custado, no total, perto de um milhão e 700 mil euros , sendo integralmente pagas com o dinheiro das contrapartidas do Casino de Lisboa à Câmara.

Segundo um documento a que o JN teve acesso, as restantes quantias foram distribuídas da seguinte maneira: Jardim Boto Machado (260 mil euros, já concluído), Miradouro da Senhora do Monte (48 mil euros, obra concluída), Miradouro da Graça (105 mil euros, obra concluída), Miradouro de Santa Luzia (500 mil euros, ainda em fase de lançamento de concurso) e Miradouro do Parque Eduardo VII (170 mil euros, com conclusão prevista para o final do mês). »

...

De facto, eram/são obras necessárias, independentemente de achar completamente errado usar-se o casino para tal, dado que a CML tem orçamento para tal; tal como a aposta cega de quiosques por tudo quanto é lado. Os miradouros existem, são para mirar as vistas. Precisam de estar limpos, com bancos e sombras, e vistas desafogadas. Ponto. O quiosque, depende do miradouro.

Sobre as obras de facto, é melhor ver no local o que foi feito. Em breve.

23/08/2009

A tragédia do Bairro Alto

Recebido por correio electrónico, do amigo José do Carmo Francisco

Os meus três filhos, nascidos no Bairro Alto, quando chegaram à idade adulta não encontraram condições para viver neste seu espaço. Vivem todos longe do Bairro onde brincaram, onde foram à Escola e onde deixaram os pais e os amigos. A Câmara Municipal de Lisboa nunca teve tempo para olhar pela melhoria das condições de vida no nosso Bairro. Tinha e tem outras prioridades. No passado mês de Junho um residente no Bairro morreu de noite num sofá, incapaz de aguentar o ruído, a prepotência e os insultos dos proprietários de um bar instalado no seu prédio. Na Assembleia de Freguesia fiquei ao lado da viúva e percebi nos soluços a profundidade do seu drama. Em vez de fechar o bar a Câmara enviou os bloqueadores da Polícia Municipal para multarem os residentes que tinham colocado as viaturas no muro do Instituto de S. Pedro de Alcântara onde não há janelas nem portas. E, não contente com a carnificina dos bloqueadores no dia 16-6-2009, autorizou os bares a abrirem até mais tarde. Logo na primeira noite um rapaz morreu vítima de uma navalhada numa esquina. Depois de um idoso, vítima da ganância de uns e da estupidez de outros, morreu um jovem na flor da idade. Os donos dos bares não podem pensar que só eles existem a não ser que a Câmara Municipal já lhes tenha prometido transformar o Bairro num espaço sem ninguém. Assim como o Bairro das Meninas de Amesterdão. Eu estive lá em 1977. Os meus filhos foram expulsos do Bairro, a nós estão a dar cabo da vida para que a paisagem seja apenas povoada pela ganância e pela estupidez. O nosso Bairro que já foi espaço de vida é hoje campo de morte e será dentro de pouco tempo uma gaiola das malucas. Os dois mortos são a factura já paga.