Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
31/08/2012
PUBLI-CIDADE: Castelo e as Festas de Lisboa
Espaço envolvente ao Estádio da Luz e Centro Comercial Colombo
«Bom dia
Vim alertar para o elevadissimo grau de degradação dos espaços envolventes ao estadio da luz e ao centro comercial colombo. Esta rodiado de ervas todas secas, muitas delas altas, muitas dessas pequenas zonas com lixo das construçoes a volta do estadio... Seria muito dificil por ali um bocado de relva de modo a dar outro aspecto aquilo? E pelo que reparei ja ha alguns moradores debaixo de uma ponte junto ao estadio.
Eu nao tenho nenhuma fotografia, consegui esta na internet, mas sao aqueles espaços castanhos de que falo.
Obrigado e continuaçao do bom trabalho»
«O senhor não pode andar por aí a fotografar o que quer e lhe apetece!»
«Dado que o grosso do trabalho de denúncia efectuado neste blogue se apoia em fotografias, convém que os "fotógrafos" estejam preparados para a hipótese de serem interpelados agressivamente por alguém que se sinta em xeque com os retratos que tiram - a ponto de se propor chamar a polícia se as fotos não forem eliminadas!
Não, não se trata de ficção nem de paranóia: sucedeu isso mesmo, na semana passada, com um nosso leitor que quis guardar para a posteridade a imagem deste motociclo estacionado numa paragem da Carris - ver detalhes de tão bizarra ocorrência [AQUI].
CMR»
Circulação junto ao Terreiro do Paço retomada hoje
A Câmara de Lisboa anunciou hoje que o trânsito na frente ribeirinha do Terreiro do Paço, Lisboa, foi reaberto, depois de obras de repavimentação na Avenida Ribeira das Naus, que voltaram a trazer filas de trânsito à envolvente.
A circulação automóvel foi proibida no final de Julho entre o Campo das Cebolas e o Cais Sodré, incluindo a Avenida Ribeira das Naus e a frente ribeirinha do Terreiro do Paço, e com implicações no trânsito de toda aquela zona, e a autarquia estimava concluir a obra no final do mês de Agosto.
Hoje, em comunicado, a autarquia destaca a antecipação em 48 horas da abertura ao trânsito daquele troço, junto ao Rio Tejo e entre os dois torreões do Terreiro do Paço.
A obra deveu-se ao «péssimo estado» do pavimento da frente ribeirinha da praça, que, segundo explicou o vereador da Mobilidade, Fernando Nunes da Silva, «não assentou devido às chuvas fortes» do Inverno de 2010.
Também a «aceleração das obras» no Terreiro do Paço para receber Papa Bento XVI pode ter prejudicado a pavimentação daquele troço, avançou Nunes da Silva à comunicação social, aquando do início das obras.
Face à deformação do piso, a Câmara de Lisboa accionou a garantia da obra e o empreiteiro vai refazer a obra, sem custos para a autarquia, explicou o vereador.
Esta foi a segunda vez que o Terreiro do Paço foi intervencionado, desde a inauguração da praça em Maio de 2010, em vésperas da visita de Bento XVI.
Lusa/SOL
Centros comerciais lisboetas. Da glória ao desencanto
Centros comerciais lisboetas. Da glória ao desencanto
Alguns dos centros comerciais de Lisboa estão literalmente ao abandono. Tristeza é o sentimento mais comum entre aqueles que os frequentaram
Corredores vazios, luzes apagadas, lojas--fantasma e muito poucas pessoas são o cenário mais comum em grande parte destes espaços. Uma imagem desoladora quando comparada com aquela que caracteriza os grandes centros comerciais da moda.
Situado mesmo ao lado da estação de comboios de Entrecampos, o Centro Comercial Gemini deixa apenas saudades a quem ali trabalhou. O espaço encerrou as portas, em definitivo, em 2009, depois de mais de 20 anos a servir quem por ali parou.
Hoje, o Bairro de Santos vive sem o centro comercial. Em volta apenas existe um estabelecimento aberto há pouco menos de 15 dias. Maria Figueiredo (nome fictício), proprietária do espaço, recorda com alguma tristeza a forma como aconteceu o encerramento do espaço comercial: “Foi de repente”, disse.
Embora os trabalhadores das lojas já estivessem à espera daquele fim, mesmo até porque nos meses anteriores ao fecho “havia muito poucas pessoas”, a situação não deixou de ser uma surpresa para todos. “Saí muito magoada. Estragaram-me a vida e a de muita gente que vivia daquilo ”, lamentou Maria Figueiredo, acrescentando que ainda hoje, três anos depois, “as pessoas não foram indemnizadas”.
O facto de haver situações muito específicas dificulta a resolução dos problemas. Como referiu a comerciante, “há inquilinos e proprietários” com interesses diferentes que têm contribuído para a demora em solucionar o caso.
Quando questionada sobre a causa que poderá ter levado ao encerramento do espaço, Maria Figueiredo fala em “má gestão”, sublinhando que “a última administradora do centro comercial foi uma desgraça”. Desde a abertura até aos últimos dias, refere que a “quebra foi muito significativa” e que, de ano para ano, foram sendo cada vez menos as pessoas a frequentar o espaço.
A comerciante diz que foi com a saída do Pingo Doce do centro comercial, em 2007, que teve início o declínio do Gemini, e que também a inauguração de novos centros comerciais foi má para o negócio. O afastamento das pessoas tornou--se inevitável.
“Recordo-me de ver, no início, o parque de estacionamento cheio de carros. Até mesmo a meio da manhã era difícil de estacionar. Nos últimos tempos tínhamos a oportunidade de escolher um lugar à vontade”, conta Maria Figueiredo.
Apesar de os colaboradores e lojistas terem mantido uma “boa relação” até ao fim, a insustentabilidade financeira dos empresários acabou por ditar o encerramento do Gemini. “As rendas mensais rondavam os 500 euros”, recorda a comerciante.
O caso do Centro Comercial Nevada, em Benfica, não é muito diferente do Gemini, com a única diferença de que o primeiro ainda mantém as portas abertas. No entanto, o número de lojas abertas conta-se pelos dedos das mãos. Os trabalhadores mostram-se reticentes. Ana Baía (nome fictício), colaboradora de uma loja de atoalhados do espaço, refere: “Até agora, o centro tem conseguido manter-se, mas não sei se vai aguentar-se muito mais tempo.”
A funcionária afirma que “nos últimos quatros anos, a quebra situou-se na ordem dos 80%”. Apesar de a loja ter clientes fidelizados, Ana diz que a crise tem “uma grande influência” sobre os consumidores.
“Foi essencialmente desde a chegada deste governo ao poder, sobretudo com as medidas impostas pela troika e o corte de subsídios, que as coisas se tornaram mais difíceis”, admite. Clientes a visitar o centro são quase nenhuns. Em pouco mais de 20 minutos de permanência no centro, apenas funcionários do espaço atravessaram os corredores do Nevada. Pouco passavam das 19 horas de um dia de semana de Agosto.
A poucos metros de distância, mais um centro comercial literalmente “às moscas” em Benfica. Nem mesmo as obras de remodelação que serviram para transformar o cinema em Teatro Turim atraíram mais clientes para o espaço. Contrastando com o interior, a parte exterior tem um aspecto muito mais moderno. O senhor Martins, como gosta de ser tratado, vigilante do centro comercial há dez anos, diz que têm ido “cada vez menos pessoas ao Turim” e o que ainda traz vida ao espaço é o teatro, o único espaço do centro que “ainda se consegue encher de gente”.
Uma boa notícia para quem gere o espaço, mas que não chega para afastar o fantasma da crise. “Os lojistas estão preocupados com a quebra das vendas”, afirma, acrescentando: “Desde que trabalho aqui no centro, nunca fechámos ao domingo, e este ano, pela primeira vez, fechámos as portas.”
O colaborador diz que “é um reflexo da crise” e que as dificuldades financeiras têm levado muitos lojistas a mudar-se dali. Das 15 lojas do centro comercial, estão abertas menos de dez.
“Alguns colaboradores saíram daqui para o Nevada. Na altura falaram mal do Turim e disseram que aquele era melhor do que este. Depois voltaram. Há muitos que cortam daqui e dali, falam muito mal, mas depois voltam ao centro”, conta.
Já o Centro Comercial Alvalade, situado numa das zonas mais nobres da capital, encontra-se numa situação mais complicada. Neste momento está em obras e tem apenas duas lojas abertas. Isabel Ribeiro, que tinha o hábito de visitar o centro por morar nas redondezas, refere que há uns anos “o espaço tinha todas as lojas preenchidas e duravam anos”. Contrastando com o cenário actual, na altura o centro “foi-se expandindo ao longo do tempo com a abertura de novos espaços e novos corredores”, relembra Isabel.
A farmacêutica aponta o surgimento de novos centros comerciais como o Colombo e o Vasco da Gama como principal responsável pelo declínio do centro. “A redução das visitas e, consequentemente, das compras não compensava certamente a renda que os lojistas teriam de pagar todos os meses. As lojas foram fechando e outras mudaram de sítio para não ficarem em corredores vazios”, explica. O i ligou para o centro comercial para obter mais informações sobre a actual situação do Alvalade, mas pouco nos foi adiantado. Um colaborador (que não se quis identificar) disse apenas que o centro se encontrava em obras “sem data prevista para finalização”. Depois de alguma insistência foi-nos dada a indicação para contactarmos com a Alves Ribeiro, suposta responsável pelo espaço. Sem qualquer resposta, mandaram-nos ligar para a Alrisa, que também disse não estar ligada ao centro comercial, passando a ligação para a Mundicenter, que afirmou desconhecer que a empresa estivesse envolvida na gestão do centro. Chegámos ao fim sem qualquer esclarecimento e apenas com a certeza de que não há ninguém que dê a cara pelo centro. Sobre a forma como se encontra o centro comercial Alvalade, Isabel Ribeiro apenas disse sentir “alguma tristeza por ver um espaço amplo e alegre ter sido deixado quase ao abandono”.
Poucos metros adiante, na Avenida de Roma, uma das zonas privilegiadas de Lisboa, o cenário repete-se. O Centro Comercial Roma é mais um dos espaços votados ao declínio. Teresa Mendes, reformada, recorda os tempos em que trabalhava numa galeria que ficava mesmo ao lado do centro. “O centro Roma era bastante elegante quando abriu, nos anos 60”, admite. Logo no início tinha três pisos e agora tem “um piso todo fechado”, diz Teresa, acrescentando: “Está um bocado triste.”
O envelhecimento da população, a diminuição do poder de compra e a abertura de novos centros comerciais são algumas das razões destacadas por Teresa que explicam o declínio de centros comerciais como este. “Antigamente havia lojas muitos boas no centro, dirigidas para a classe mais alta da sociedade, mas há uns cinco anos começou a ficar mais decadente”, lamentou a antiga galerista.
No caso do primeiro centro comercial a surgir em Lisboa, o Apolo 70, no Campo Pequeno, o caso é diferente. Apesar da crise, Margarida Torrão, que trabalhou numa das lojas do espaço, refere que o centro “vai-se mantendo”, embora o negócio “esteja agora mais fraco”. Mesmo com a reabertura do Centro Comercial Campo Pequeno, não se “registaram grandes quebras”, afirma.
A ex-colaboradora do centro afirma que sempre que lá vai “vê muita gente” e que à hora do almoço é que se nota mais o movimento, pois “os restaurantes do espaço servem dezenas de refeições” – uma boa notícia entre tantas as que dão conta de encerramentos por falência.
Para ela, a morte deste centro não está para breve, apesar das “dificuldades de muitos lojistas em manter o negócio”.
30/08/2012
"Soluções" anti-skaters....
Göteborg....relevos decorativos na pedra (parece funcionar !)
Governo quer cortar salário a chefes de gabinete nas câmaras de Lisboa e Porto
O Governo quer acabar com o regime de excepção que vigora actualmente para os chefes de gabinete das câmaras de Lisboa e Porto. Na proposta do regime jurídico das autarquias locais, o Executivo quer limitar o salário destes funcionários a 90% do vencimento dos vereadores a tempo inteiro. Actualmente, estes chefes de gabinete recebem o mesmo que os do Governo – 3.892,53 euros. Com esta nova regra, cada um vai sofrer um corte de 1.300 euros.
Actualmente, a legislação prevê um regime de excepção para os chefes de gabinete das câmaras de Lisboa e Porto, que podem auferir o correspondente "ao vencimento dos chefes dos gabinetes dos membros do Governo". A maioria dos chefes de gabinete do Governo – excluindo os do primeiro-ministro e do ministério da Economia, que recebem mais de 5 mil euros – cifra-se nos 3.892,53 euros. Será esse o valor que cabe, pela lei, a cada um dos chefes de gabinete das maiores cidades do País – um valor que é, inclusive, superior ao dos próprios autarcas, que se cifra em 3.588 euros. A estes valores, somam-se ainda os "abonos genericamente atribuídos" à Função Pública.
Contudo, o Executivo quer uniformizar estes valores, colocando todos os chefes de gabinete a receber 90% do salário dos vereadores a tempo inteiro (um valor que valia conforme a dimensão do município) – é esta a regra que define quanto ganham actualmente os chefes de gabinete das restantes 306 autarquias. No caso de Lisboa e Porto, a aplicação desta percentagem revela um salário de 2.583,11 euros, bem abaixo da remuneração dos chefes de gabinete dos ministros.
Esta é uma das novidades que o Governo inclui no regime jurídico das autarquias locais e estatuto das entidades intermunicipais, que tem como objectivo congregar numa única lei diversos diplomas que regem o funcionamento e as atribuições das câmaras municipais, juntas de freguesia, áreas metropolitanas e comunidades intermunicipais.
Freguesias podem vender mais
Esta proposta de lei, que foi enviada para consulta da Associação Nacional de Municípios, também transfere para as juntas competências que até agora estavam na esfera municipal. Entre elas estão o licenciamento da venda ambulante de lotarias, do arrumador de automóveis, da realização de leilões ou até das festas, romarias e feiras da respectiva freguesia.
Mas o Governo também vai permitir que as juntas possam adquirir, vender ou onerar imóveis até um limite bem acima do que lhes é permitido actualmente. Neste momento, qualquer junta pode decidir adquirir um imóvel até um máximo de 68,7 mil euros. A proposta do Governo é que a autarquia possa fazê-lo até um limite de 194 mil euros.
O diploma a que o Negócios teve acesso ainda não está fechado e é um dos últimos que falta ao Governo para concluir o processo da reforma autárquica.
Habitantes podem mudar a Mouraria.
Apesar das ambiguidades e consequente ambivalência pedagógica da CLM, na sua definição da linha demarcadora entre " Street Art"/ Graffiti ....
Habitantes podem mudar a Mouraria
Por Marta Spínola Aguiar in PúblicoReparar as estruturas degradadas, remover graffiti, recuperar jardins e espaços verdes são alguns dos objectivos
O concurso Mudar o Bairro da Mouraria é o novo projecto da Associação Renovar a Mouraria (ARM) que apela a todos os moradores a unirem esforços para dar uma nova cara ao bairro lisboeta. As inscrições já estão abertas e o prazo termina a 15 de Setembro.
"O grande objectivo deste concurso é envolver a população local no processo de renovação do bairro da Mouraria, permitindo-lhe dar forma a medidas que acham importantes para o seu território", afirma a ARM na página da Internet sobre o concurso. Reparar as estruturas degradadas, remover graffiti, recuperar jardins e espaços verdes são alguns dos objectivos do concurso. Quem participa tem que mostrar os seus interesses na renovação das áreas públicas e melhorar a imagem interna e externa do território. Para facilitar a tarefa, os participantes vão estar reunidos em grupos de pelo menos quatro pessoas, explicou Inês Andrade, da ARM.
Os participantes têm de explicar porque é que escolheram esta iniciativa e onde é que podiam realizar a sua intervenção. Além disso, precisam de indicar o orçamento necessário e a data de início e fim para a execução da sua ideia. Mais tarde serão avaliados por um júri. Os projectos seleccionados serão divulgados a 1 de Outubro e deverão ser executados até Novembro.
Integrado no Programa de Desenvolvimento Comunitário da Mouraria 2012 a associação quer dar outra imagem do bairro que muitos consideram "perigoso". Assim espera que este concurso revitalize o "tecido económico local", promova o "acesso ao emprego, saúde e cidadania das populações vulneráveis", como toxicodependentes e sem-abrigo.
29/08/2012
Os graffiti
Os graffiti
Não sei se ainda vou a tempo de tentar transmitir opinião sobre o tema em assunto, mas a publicada na passada sexta-feira, da autoria de Alexandre Delgado - que muito gostaria de ter subscrito - obrigou-me a quebrar o "não vale a pena" a que há muito resolvi acomodar-me... De facto, como é possível que se considere arte o que, na esmagadora maioria das vezes, é apenas vandalismo? Como é possível ver toda a Lisboa conspurcada pelas "assinaturas" dos autores desse vandalismo e se possa encontrar tolerância? Como não defender castigos severos para esses destruidores do ambiente, da propriedade pública e privada, em nome de uma pseudoliberdade de expressão? Como é possível que um jornal como o PÚBLICO - para mais com uma mulher a dirigi-lo - não encabece a defesa da não destruição do que é de todos e se fique pela ambiguidade de não tomar uma posição clara, dando cobertura fácil às opiniões de gente sem senso, mesmo que do Bloco dito de esquerda?
São vândalos, marginais, e tornar-se-ão criminosos maiores, se não foram devidamente punidos agora, os autores desses rabiscos que tudo destroem. Será que há alguém, digno de crédito mínimo, que considere defensável a sistemática destruição, com tags ou graffiti (difícil distingui-los, nas nossas cidades), das carruagens da CP, dos eléctricos, dos elevadores emblemáticos de Lisboa, das inúmeras fachadas acabadas de recuperar? E que dizer dos ditos tags feitos a ácido, como já existem em grandes montras, nomeadamente na zona do Chiado, que obviamente só poderão ser "apagados" substituindo os enormes e caríssimos vidros?
Presumo que esta minha opinião (...) não será publicada. Mas disse o que penso e isso contribuirá para que, pelo menos hoje, me sinta uma cidadã melhor.
Maria Rosa Gomes, Lisboa
Câmara de Lisboa vai estudar forma de comparticipar passe dos idosos
Câmara de Lisboa vai estudar forma de comparticipar passe dos idosos
O Metropolitano de Lisboa, assim como a Transtejo, atribui o decréscimo de passageiros à conjuntura económica
Por Ana Henriques in PúblicoMetropolitano de Lisboa registou menos 5,9 milhões de passageiros no segundo trimestre de 2012 do que em período homólogo do ano passado. Quebra de receitas pode ditar degradação de serviçoA Câmara de Lisboa vai estudar uma forma de comparticipar os passes de transporte dos idosos, cujo desconto a que tinham direito foi reduzido em Fevereiro. Para ultrapassar a "injustiça social" que é "impedir os idosos de se deslocarem", o vereador da Mobilidade da autarquia, Nunes da Silva, disse ao PÚBLICO que o município deve "desafiar o Governo a participar numa solução" para resolver o problema, por forma a que o desconto, que passou de 50 para 25%, volte ao que era.
A questão assume particular relevância devido à elevada percentagem de idosos que vivem na cidade. A quebra de vendas registada nestes passes depois de o desconto ter sido abolido chega, nalguns casos, aos 55%, refere Fernando Nunes da Silva num artigo publicado em Maio na revista de transportes do seu pelouro, a Mov Lisboa. "É dramático, porque as deslocações contribuíam para estas pessoas se manterem activas e saudáveis", observa.
Dados divulgados este mês pela Carris dão conta de que foram mais de 41 mil as pessoas que deixaram de comprar o passe da terceira idade no primeiro semestre do ano. O aumento das tarifas é, a par do desemprego, outra explicação para a brutal redução do número de passageiros nos transportes públicos.
O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou ontem que só no Metropolitano de Lisboa viajaram, no segundo trimestre deste ano, menos 5,9 milhões de passageiros do que no período homólogo de 2011. Uma redução bem mais expressiva do que no Metro do Porto, que em idêntico período perdeu 572 mil pessoas. Especialista em transportes da Universidade do Porto, Álvaro Costa tem uma explicação para o fenómeno: "Os cortes de carreiras efectuados pela Carris foram bastante penalizadores para a mobilidade", que se ressentiu assim também no transporte subterrâneo. "No Porto isso não sucedeu, porque os operadores privados tomaram conta do mercado que até aí pertencia à Sociedade de Transportes Colectivos do Porto."
E se em valores absolutos o metro de Lisboa surge como campeão de perda de passageiros, em termos percentuais o transporte fluvial bate esse recorde: enquanto o metropolitano registou quebras da ordem de 13,1% passageiros, em carreiras fluviais como Lisboa-Cacilhas essa redução ascendeu aos 18,5% no segundo trimestre de 2012, uma vez mais por comparação com o período homólogo do ano anterior. Ao aumento das tarifas as pessoas responderam com alternativas que vão desde a partilha do automóvel até a terem passado a andar mais a pé, observa Álvaro Costa.
Degradação do serviço
"Há famílias que já não têm dinheiro para suportar as deslocações obrigatórias", observa Nunes da Silva, para quem se está perante um problema que chega a ser de coesão social. E se no caso dos idosos a câmara pode vir a abrir os cordões à bolsa, no dos desempregados o vereador entende que deve ser a administração central a comparticipar os custos de deslocação de quem tem de procurar trabalho.
Tanto o Metropolitano como a Transtejo atribuem o decréscimo de passageiros à conjuntura económica. A transportadora fluvial admite que o aumento do tarifário também se pode ter reflectido na redução das viagens ocasionais ou de lazer. Já o metro espera alguma inversão desta tendência com a abertura das estações do aeroporto e envolvente. Nunes da Silva alerta para o impacto que a redução da procura pode ter nas receitas das transportadoras: "Os aumentos de produtividade conseguidos aproximam-se do limite, após o que se seguirá uma degradação da qualidade do serviço de que será extremamente difícil recuperar."
28/08/2012
Reclamo ilegal do Vintage Hotel continua no local
Nem membro residente da troika escapou à arte dos carteiristas lisboetas
Nem membro residente da troika escapou à arte dos carteiristas lisboetas
O encontro estava marcado para as 10h, mas os elementos da Divisão de Segurança dos Transportes Públicos (DSTP) – criada em 1995 e com raio de acção no metro, Carris, linhas de Sintra, Cascais e Azambuja – já andavam pela rua, nos seus postos de observação, que passam pelas paragens mais “quentes” das rotas preferidas dos carteiristas – os eléctricos 15 (mais usado pelos turistas de manhã) e 28, que anda sempre cheio da parte da tarde. Estes pontos são, na linha do 28, o Largo das Portas do Sol, Rua da Madalena e área envolvente da Sé, ao passo que na linha do 15 o apetite dos carteiristas se centra no Cais do Sodré e na Praça da Figueira. E o dia prometia, com quatro cruzeiros estacionados em Santa Apolónia, de onde desembarcaram mais de nove mil turistas em Lisboa.
As atenções da brigada estão concentradas nos eléctricos, pois a eficácia da videovigilância no metro, assim como o facto de ser um circuito “fechado”, tem vindo a desmotivar as actuações dos carteiristas no subterrâneo. “Ainda há carteiristas que tentam tapar as câmaras de vídeo com pastilhas elásticas, mas esquecem-se de que são filmados e depois reconhecidos pela nossa divisão”, contou o chefe da operação, enquanto andávamos às voltas pelo centro numa viatura “à civil” mas que “já é conhecida de todos os carteiristas”, reconhecem os agentes.E também há contravigilância às movimentações policiais. Mas o sucesso destas operações baseia-se nos agentes que andam à civil pelos circuitos dos carteiristas.
Os cerca de 50 carteiristas portugueses a actuar em Lisboa, assim como muitos dos cerca de 20 estrangeiros dedicados ao furto, são já bem conhecidos da divisão – ao ponto de haver agentes que, nas férias, já se cruzaram em Paris, Barcelona ou Granada com carteiristas estrangeiros que também actuam em Lisboa.
Os primeiros indícios de que poderá haver acção surgem apenas às 11h40: as comunicações por rádio dão o alerta de uma eventual tentativa de furto a um turista no eléctrico 15. O carro segue na direcção, mas entretanto somos avisados de que o furto saiu frustrado. E sem flagrante delito não há detenção. Antes tinha surgido a única queixa do dia, de um turista inglês que terá ficado sem 500 libras que trazia na carteira. Os suspeitos são o “Jardel” e o “China”, que tinham sido vistos naquela linha do eléctrico – suspeitas reforçadas pelo facto de “Jardel” e “China” nunca mais terem sido vistos: “Provavelmente já ‘comeram’ e foram fazer a divisão do dinheiro”, comenta um dos agentes.
Calão e alcunhas são o prato forte entre os carteiristas: “Há o Xamã, o Nove-dedos, o Cheira-mal, o Zé do Porto, o Treinador, o Vidrinhos, o Madeirense e até o Pichas, que começou a furtar aos nove anos”, são alguns dos cognomes mais ouvidos. Sem casos flagrantes a acontecer, foi com o Zé do Porto que nos foi descrito um dos episódios mais hilariantes: este carteirista foi apanhado, com outro, a furtar e, quando foram confrontados com o facto pela polícia, negaram que se conheciam. Mas afinal eram irmãos, tendo cabido ao agente fazer, com ironia, as apresentações entre eles.
Quanto ao calão, basta ver como um carteiristas descreveria o furto da carteira do chefe da missão da troika em Portugal: “O ‘guiro’ (turista) estava no ‘fatio’ (paragem prometedora de bons resultados) e parecia ter ‘brasa’ (carteira recheada). Quando entrou na ‘montada’ (eléctrico ou autocarro) fizemos o ‘tampão’ (um dos carteiristas provoca confusão à entrada do eléctrico, distraindo o turista), usei a ‘muleta’ (mapa, saco ou casaco usado para esconder a mão que vai ao bolso da vítima) e saquei o ‘cabedal’ (carteira). “
Depois de almoço, “já que os carteiristas portugueses também param a essa hora”, arrancámos para a tarde com a promessa de mais acção e sempre atentos ao grupo do Dário, Paulinho Boxeur, filho do Zé do Porto e namorado do filho do Zé do Porto (forma como os agentes apelidam os comparsas daquele carteirista), que andavam pelas imediações, estacionando por vezes no café Pombalina, na Rua dos Fanqueiros.
Ou pela presença dos agentes, ou pela falta de vítimas que valessem o risco, os carteiristas resolveram não arriscar nenhuma acção neste dia. Os dados apontam para qualquer coisa como uma média de dois furtos diários nestes transportes, tendo a polícia já detido, só no primeiro semestre deste ano, 37 carteiristas.
27/08/2012
LISBOA, vista pelo Financial Times (24 Agosto)
«Tags não são graffiti»
Chegado por e-mail:
«eu concordo totalmente, não poderia escrever melhor. acho que seria importante divulgar no vosso site. cristina gomes»
DESTRUÍNDO a Lisboa de FREDERICO RESSANO GARCIA
26/08/2012
Câmara em risco de pagar milhões por apropiação ilegal de terreno.
Câmara em risco de pagar milhões por apropriação ilegal de terreno
Por José António Cerejo in Público
Dois hectares onde a Câmara de Lisboa fez nó rodoviário são de particulares que os registaram por usucapião. Tribunal pode determinar indemnização de 10 a 20 milhões de euros
Há 20 anos, a Câmara de Lisboa avançou com máquinas pesadas sobre um terreno particular situado junto à Segunda Circular e demoliu as instalações de diversas empresas que aí funcionavam. O espaço tornara-se imprescindível para construir o Eixo Norte-Sul e a autarquia considerou que o seu registo em nome dos particulares era nulo, sustentando que se tratava de propriedade municipal. No final de 2010, passados 18 anos, o Supremo Tribunal de Justiça concluiu precisamente o contrário: a propriedade é dos titulares do registo e não da autarquia.
Dando seguimento a essa decisão, um outro tribunal ordenou ao município, em Fevereiro deste ano, que devolva aos proprietários os mais de dois hectares de que se apoderou e que têm agora o Eixo Norte-Sul em cima. A câmara lisboeta recorreu entretanto para o Tribunal da Relação, que deverá pronunciar-se nos próximos meses.
A notícia foi dada pelo PÚBLICO em meados de 1990. Em Março desse ano, o empresário Ilídio Ribeiro havia registado por usucapião - forma de aquisição que resulta da ocupação prolongada, pública e pacífica de um bem móvel ou imóvel -, em seu nome e da mulher, um total de 21.395 metros quadrados de terrenos localizados na Azinhaga dos Barros. A parcela, por ele delimitada com um muro e ocupada por uma central de betão e várias empresas de construção civil, fazia parte de uma propriedade com cerca de 56 mil metros quadrados que o município comprara em 1954, mas da qual, por incúria, nunca havia feito o registo definitivo.
Já em 1989, a câmara começou a tentar desocupar toda a zona, para aí erguer o nó de ligação entre o Eixo Norte-Sul e a Segunda Circular, do lado contrário a Telheiras. Porém, as empresas de que Ilídio Ribeiro era directa ou indirectamente proprietário recusavam-se sair, impedindo assim a execução das obras. Em 1992, quase dois anos depois de saber que o empresário registara a parcela em seu nome, alegando que a ocupava há mais de 20 anos sem oposição de quem quer que fosse, a câmara, então dirigida pelo socialista Jorge Sampaio, decidiu desalojar as empresas à força.
A justificação, para lá dos avultados prejuízos inerentes ao facto de as obras estarem paradas há meses, prendia-se com a convicção, expressa pelo então vereador Vasco Franco, de que a escritura que serviu de base ao registo tinha sido feita com recurso a falsas declarações. Isto porque a câmara dizia ter cedido a parcela em 1970, a título precário e para instalação de um estaleiro, a uma empresa de que Ilídio Ribeiro era um dos sócios. Estes, explicava Vasco Franco, tinham mesmo assinado o compromisso de que abandonariam o local, sem direito a qualquer indemnização, logo que a câmara o desejasse.
Foi assim que, em Março de 1992, depois de muitas hesitações e muita ponderação jurídica, a autarquia resolveu tomar conta do terreno e demolir as construções clandestinas aí existentes. Em poucas horas, as máquinas arrasaram a central de betão, a carpintaria e as instalações em que estavam a ser construídas 300 casas prefabricadas encomendadas a Ilídio Ribeiro pelo Governo de Angola. "Agora demolimos e dentro de dias esperamos uma declaração de utilidade pública para o local, que permitirá a continuação da obra", afirmou o vereador.
Câmara perdeu sempre
O problema é que essa declaração de utilidade pública nunca foi emitida pelo Governo e o Eixo-Norte Sul foi aí construído em cima de um terreno que legalmente pertencia ao empresário. Para resolver a situação, a câmara pôs em tribunal uma acção de reivindicação da propriedade. Entre os seus argumentos avultava o de que o registo dos 21.395 metros quadrados era nulo por serem falsas as declarações constantes da escritura de usucapião, mas também o facto de o notário ter permitido a sua celebração sem que os anteriores proprietários fossem notificados, e ainda a alegada aceitação ilegal do registo na conservatória respectiva.
Para lá do reconhecimento de que parcela era sua, o município pedia ao tribunal que Ilídio Ribeiro e a empresa Urbiglobo, por ele detida indirectamente e à qual tinha vendido o terreno quatro meses depois de o ter registado em seu nome, fossem condenados a pagar-lhe uma indemnização não inferior a 50 mil contos (cerca de 250 mil euros), pelos atrasos causados nas obras do Eixo Norte-Sul.
Em resposta, o empresário defendeu a legalidade da aquisição da parcela por usucapião, garantindo que ela era contígua ao terreno camarário cedido em 1970 à empresa de que ele era sócio, mas que não se tratava do mesmo terreno. E exigiu que fosse o município a indemnizá-lo pelos prejuízos causados com a demolição das instalações.
Após um longo julgamento, 18 anos depois, o tribunal decidiu, em primeira instância, que quem tinha razão era Ilídio Ribeiro e que a parcela pertencia à Urbiglobo, uma empresa que não tinha nem tem qualquer actividade ou património. Quanto às indemnizações por danos, nem a um nem a outro elas eram devidas, sendo que, no caso das que foram pedidas pelo empresário, o tribunal entendeu ser justificada a "ilicitude do comportamento" do município ao demolir construções que não estavam licenciadas.
Inconformados, tanto a câmara como os donos do terreno (estes por não lhes ter sido reconhecido o direito à indemnização por danos) recorreram para a Relação de Lisboa, que confirmou a sentença inicial há perto de três anos. O caso acabou por ser decidido, em Novembro de 2010, no Supremo Tribunal de Justiça, com a manutenção do acórdão da Relação e o reconhecimento definitivo de que a parcela onde está o nó do Eixo Norte-Sul é propriedade da Urbiglobo.
Herdeiros em guerra
Uma vez transitado em julgado o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça, a Urbiglobo desencadeou uma acção cível para que o município fosse condenado a entregar-lhe os 21.395 metros quadrados em questão. A 27 de Fevereiro deste ano, a 8.ª Vara Cível de Lisboa decidiu a causa a seu favor, encontrando-se agora o processo à espera de mais uma decisão da Relação de Lisboa, para a qual o município interpôs novo recurso.
Dando como certo que a Relação e o Supremo Tribunal de Justiça virão a manter a sentença da primeira instância, os herdeiros de Ilídio Ribeiro, que faleceu em Fevereiro passado, já fazem contas ao valor da indemnização que a câmara poderá ter de lhes pagar - uma vez que não pode devolver-lhe o terreno agora ocupado pelo Eixo Norte-Sul. Atendendo à sua dimensão, ao local em que está situado e à avaliação das Finanças para efeitos de Imposto Municipal sobre Imóveis, o valor a desembolsar pela câmara poderá situar-se entre os dez e os 20 milhões de euros.
A Câmara Municipal de Lisboa, solicitada pelo PÚBLICO desde Maio a esclarecer a sua posição neste caso, nunca forneceu qualquer resposta. As perguntas que lhe foram dirigidas por escrito há três semanas, nomeadamente sobre a estimativa do valor da indemnização que poderá vir a ter que pagar, também ficaram por responder.
Quem receberá a indemnização, se esta vier a ser paga, é o que falta saber. Os herdeiros de Ilídio Ribeiro desentenderam-se entretanto e nos tribunais já correm várias acções em que as partes disputam, antecipadamente, os milhões que a Urbiglobo vier a receber.
-----------
Um empresário de "toda a espécie de esquemas"
Condenado por oferecer um livro com envelope contendo 2500 euros
Ilídio Ribeiro, o homem que em 1990 registou em seu nome os terrenos da Segunda Circular, que sabia terem sido comprados pela Câmara de Lisboa 35 anos antes, não era propriamente um empresário com boa fama no sector da construção civil. Pelas suas mãos tinham passado, até falecer em Fevereiro deste ano, numerosas empresas que eram formalmente detidas por colaboradores seus, muitas delas sem qualquer actividade, e quase todas actualmente falidas. Serviam apenas, segundo quem o conheceu de perto, para "toda a espécie de esquemas" do verdadeiro proprietário.
A única que se mantém, embora inactiva e sem bens, é a Urbiglobo. Há dois anos chegou a ser administrativamente dissolvida, por iniciativa das Finanças, por não ter entregue declarações fiscais nos dois anos anteriores. A expectativa de ver os tribunais reconhecerem-lhe a propriedade dos terrenos da Segunda Circular, como veio a acontecer, levou todavia Ilídio Ribeiro a regularizar a situação. Várias vezes condenado, nomeadamente por falsificação de documentos e falsas declarações, o empresário foi o protagonista, em 2005, de um caso que levou o Tribunal da Relação de Lisboa a condená-lo a dois anos de prisão, com pena suspensa, por corrupção activa. Motivo? Ofereceu um livro a uma funcionária de uma empresa municipal de Sintra a quem pedira para desbloquear um pagamento devido a uma das suas empresas. O problema é que dentro do livro estava um envelope com 2500 euros e a funcionária denunciou-o por tentativa de suborno. J.A.C.
---------
Novo registo por usucapião a caminho?
António Costa foi avisado em Maio, mas não se sabe se a câmara já tomou alguma medida
O presidente da Câmara de Lisboa foi alertado por escrito, em Maio deste ano, para o risco de o município vir a ficar sem uma outra propriedade que cedeu em 1983 a uma outra empresa que depois foi adquirida por Ilídio Ribeiro.
A denúncia, que não teve até agora qualquer resposta de António Costa, refere que o terreno em causa se situa na Rua Jorge de Sena n.º 124, na Ameixoeira, e foi cedido precária e gratuitamente pela câmara à Sociedade Portuguesa de Obras de Construção (SPOC), para esta aí "instalar serviços administrativos e secção comercial", no quadro de uma permuta realizada com o município.
O contrato, celebrado no notário privativo do município em Junho de 1983, refere que a câmara autoriza que a empresa "detenha a posse, precária e gratuita" do terreno "pelo prazo de 20 anos". No local, situado nas traseiras do lar da associação Inválidos do Comércio, existem actualmente vários pavilhões prefabricados onde têm sede a SPOC e mais algumas empresas, todas estas sem actividade, que eram igualmente controladas por Ilídio Ribeiro e dependem agora dos seus herdeiros.
A queixa enviada a António Costa lembra que o contrato através do qual o município cedeu o terreno à empresa terminou em 2003, faltando apenas mais alguns anos para que os seus actuais ocupantes o possam registar em seu nome, graças à figura de usucapião. A parcela tem uma frente de uma centena de metros e situa-se junto à estação do metropolitano na Ameixoeira, numa zona cara da freguesia.
A carta enviada a António Costa em Maio termina com uma pergunta: "Permitirá a Câmara de Lisboa e V. Exª que a representa, que sejam exercidos direitos decorrentes da posse prolongada só porque aquela e o sr. presidente não estiveram atentos à situação nem aos interesses dos munícipes?"
O PÚBLICO tentou contactar os herdeiros de Ilídio Ribeiro, mas dos vários escritórios das empresas ninguém responde. O presidente da Câmara de Lisboa, a cujo gabinete foram dirigidas várias perguntas sobre este assunto, também nada disse. J.A.C.
Corpo presente, mente ausente.
Corpo presente, mente ausente
Por António S. Rosa de Carvalho in Público
António Costa escolheu o quinto aniversário da sua vitória autárquica para anunciar que, embora mantenha a sua candidatura nas autárquicas de Lisboa para um novo mandato, está interessado num cargo de chefia no seu partido, e, assim, na continuação da sua carreira política de plataforma em plataforma, utilizando trampolins e acrobacias.
Será portanto difícil encontrar uma melhor ilustração de que a sua mente "voa" para outros objectivos e não está concentrada e dedicada exclusivamente a Lisboa. Num momento em que os cidadãos sentem uma verdadeira repulsa e demonstram um profundo cepticismo pelas manobras do jogo político, pelas teias insondáveis de influências e nomeações, determinadas já não apenas pelos clubes políticos, mas por organizações secretas ou não, omnipresentes e transversais à política, nunca a autenticidade e a genuína motivação e dedicação foram tão fortemente e ansiosamente desejadas. Assim, é isso que se deseja de um autarca: uma total e exclusiva dedicação e paixão pela cidade que representa.
Todos aqueles que participam activamente no processo de cidadania têm razões para este cepticismo. Analisando o processo de eleição de José Sá Fernandes e de Helena Roseta, vindos de uma originalmente prometida independência e representação da causa da cidadania, teremos de concluir que a única forma de voltarem a participar nas eleições será através da "fórmula" de perfilamento e definição política inspirada por Prince, o famoso artista da música pop.
Assim, a "fórmula" de Prince, "O artista conhecido anteriormente como Prince", será a única possível de perfilamento e apresentação para estes dois "artistas" politiqueiros, José Sá Fernandes e Helena Roseta. Ambos conhecidos formalmente como paladinos da independência e cidadania, mas agora "transformados" por sua opção consciente e neutralizados por António Costa.
Também, as graves, destruidoras e alienantes consequências para o património arquitectónico do trabalho desenvolvido por Manuel Salgado, na sua pseudo-reabilitação urbana, são visíveis na Baixa pombalina e nas avenidas. Mas o vereador do Urbanismo tem sido exímio na sistemática perseverança de como tem "minado" o terreno legislativo. Utilizando-se do argumento de uma indiscutível necessidade de reforma, desburocratização e aceleração dos processos de licenciamento, conseguiu uma sintonia e ponte permanentes, uma espécie de "via verde" para acordo dos "pareceres" na área do património, com equipa permanente à sua disposição dentro do próprio corpo institucional do património.
Isto, juntamente com uma sintonia perfeita com o nebuloso e indefinido projecto subjectivo e pessoal da nova Direcção-Geral do Património, representado por Elísio Summavielle, garante-lhe "carta branca" para a destruição sistemática do património arquitectónico lisboeta, na Baixa e nas avenidas.
Perante as críticas e solicitações exteriores, António Costa tem-se fechado no seu "castelo", inexpugável e insensível aos frequentes pedidos de esclarecimento, tanto dos cidadãos activos como da comunicação social, interpretando o espaço adquirido pela sua vitória eleitoral como exclusivamente "seu". Brevemente, o "Lord-Mayor" terá de se aventurar no exterior, nas "feiras e aldeias" exteriores ao castelo, a fim de garantir de novo, os votos, indispensáveis para manter o seu "domínio".
Resta assim à verdadeira cidadania, de livre acesso e abertas a todos cidadãos verdadeiramente crentes na Cívitas e Civilitas, uma defesa activa do património e da qualidade de vida em Lisboa. E não é demais voltar a afirmar o princípio: A cidadania não vai a votos! A cidadania exerce-se!
Historiador de Arquitectura
O Derradeiro Caso do Cruzeiro.
25/08/2012
Quero aplaudir.
Durante esses dois longos anos os frequentadores do Jardim, as plantas e os animais foram massacrados com nuvens de pó e sempre que chuvas mais fortes se abatiam sobre o jardim formavam-se rios de 'terra' do piso que desciam pelas ruas limítrofes abaixo:
'Estamos a trabalhar para eliminar as poeiras' diz o anúncio, mas poderia dizer antes 'Estamos a trabalhar para eliminar as poeiras que nós próprios criamos'.
E como foram* as poeiras eliminadas? Retirando toneladas de 'terra' das camadas superiores desagregadas do piso até encontrarem 'rocha' firme e regando essa camada firme com um líquido cola.
Muito bem, o pó desapareceu como por milagre, mas por quanto tempo? E o piso que se queria permeável tornou-se agora IMPERMEÁVEL:
Entretanto ao retirar-se a camada superior deste tecnológico piso, ficaram à vista e à sensibilidade de quem nele caminha as suas muitas irregularidades e depressões:
Tantas que deixam a desejar a lisura do anterior piso de alcatrão. Não há dúvida: belo trabalho. Quero aplaudir.
* Cerca de um mês após a operação 'cola' já se começa a notar, com o natural uso, nova desagregação da camada superior do piso, pelo que no próximo verão teremos novamente o flagelo do pó, a não ser que a operação 'eliminação' seja repetida, mas a que custos?
Buraco a céu aberto compromete gastronomia no mercado da Ribeira
Buraco a céu aberto compromete gastronomia no mercado da Ribeira
Por Ana Henriques in Público
Paragem da construção de um parque subterrâneo leva o concessionário a dizer que não pode abrir esplanada no meio do estaleiro. Renovação do mercado fica para o Verão que vem, na melhor das hipóteses
A revista Time Out, que venceu o concurso de transformação do mercado da Ribeira,em Lisboa, num recinto dedicado à gastronomia e ao lazer não tenciona abrir os restaurantes, discoteca e sala de conferências prometidos para o local enquanto o estacionamento subterrâneo contíguo não ficar pronto. Acontece que a empreitada do parque parou há mês e meio, ignorando-se quando será retomada. "Gostava muito que os novos espaços do mercado abrissem no Verão de 2013", diz o director da publicação, João Cepeda. A conclusão da reabilitação do mercado, que nem sequer começou ainda, estava anunciada para o início deste ano. Demoras na elaboração e apreciação do projecto de arquitectura, da autoria dos arquitectos Aires Mateus, ditaram os primeiros atrasos, agravados pela situação económica do país. Agora, a interrupção das obras do parque de estacionamento vem aumentar esses atrasos
Isto porque o estaleiro que rodeia o gigantesco buraco a céu aberto na Praça D. Luís coLisboa
Buraco a céu aberto compromete gastronomia no mercado da Ribeira
Por Ana Henriques
Paragem da construção de um parque subterrâneo leva o concessionário a dizer que não pode abrir esplanada no meio do estaleiro. Renovação do mercado fica para o Verão que vem, na melhor das hipóteses
mpromete a criação de uma esplanada junto ao mercado e de um quiosque no jardim contíguo, conforme estava previsto, embora não impeça a instalação dos restaurantes e restantes valências no interior do recinto. "No limite, a paragem das obras do estacionamento não permitirá o cumprimento da concessão da Time Out", válida por 20 anos e ganha em concurso público, observa João Cepeda. "O contrato que temos com a Câmara de Lisboa diz que não somos obrigados a ter pronta a transformação do mercado senão dois ou três meses depois do fim das obras do estacionamento. Foi uma cláusula que acrescentámos para nos precavermos de alguma eventualidade".
Os atrasos na construção do parque - que foi objecto de uma concessão da câmara ao Jardim Zoológico destinada a servir de fonte de receitas a esta instituição - eram previsíveis, depois do surgimento durante a escavação, em Março deste ano, de um enorme estrado de madeira do séc. XVI ou XVII.
Só que assim que terminou a escavação arqueológica e o estrado foi desmontado e removido para uma zona lodosa da Margem Sul, onde será conservado em condições de conservação semelhantes àquelas em que foi descoberto, os trabalhos de construção do parque de estacionamento pararam também, deixando a empreitada a meio.
Contactados pelo PÚBLICO, nem o grupo Emparque, dono da obra, nem o Jardim Zoológico prestaram qualquer tipo de esclarecimento sobre o caso. O mesmo sucedeu com o empresa Eusébios, subempreiteira da Emparque, que segundo notícias recentes atravessa dificuldades. "Houve um problema com a empresa de construção", confirma o vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa, Nunes da Silva. "Mas penso que a Emparque está a resolver o assunto".
Já o porta-voz do vereador que tem o pelouro dos mercados, José Sá Fernandes, mostra-se francamente optimista: a questão das repercussões dos atrasos do estacionamento na remodelação do mercado "não se coloca, porque uma coisa não interfere com a outra", assegura João Camolas. Não é essa a opinião de João Cepeda: "O projecto pode ficar pendurado".
A Time Out espera entregar em Outubro ao município os projectos finais da obra do mercado, onde as tradicionais bancas de venda de produtos frescos conviverão com um food court e as restantes novas valências. "Dizem-me que a nossa obra pode levar seis a oito meses", diz o director da publicação, acrescentando que já estabeleceu contactos com "alguns dos melhores agentes económicos de restauração da cidade" com o objectivo de eles se instalarem no mercado.
Quatro milhões de euros em obras
Recinto foi concessionado por 20 anos
Quatro milhões de euros é o montante que se estima que seja necessário à reconversão do piso superior do mercado e de parte do piso inferior aos novos ramos de negócio. Além disso, pela concessão destes 5500 metros quadrados durante duas décadas, a empresa proprietária da revista Time Out, que ganhou um concurso público promovido pela autarquia para o efeito, terá ainda de pagar à Câmara Municipal de Lisboa uma renda mensal de 12 mil euros. O projecto inclui a instalação de um bar/discoteca no piso superior, ficando parte do piso inferior dedicado a um food court, lojas e pontos de venda de produtos gastronómicos e bebidas. No local, os promotores da reconversão pretendem instalar "alguns dos melhores agentes económicos de restauração da cidade". Uma sala multiusos para conferências, cursos ou exposições e uma pequena sala de espectáculos preencherão a vertente cultural do projecto, estando ainda previsto um serviço de apoio aos turistas.
23/08/2012
Descubra as diferenças ou...
Lisboa, um destino seguro?
Existem problema estruturais que tem que ser resolvidos, que irão impedir o crescimento turístico de Lisboa no longo prazo e deixam uma péssima imagem da cidade, nomeadamente:
1 - Assaltos nos eletricos
2 - Venda de droga GENERALIZADA supostamente falsa na Baixa
Exemplo...
"Don't think we'll go back to Lisbon"
Aug 23, 2012, 1:04 AM Spent 3 full days in Lisbon. Stayed in the Baixa, a block from the restaurant area.
While we found most of Lisbon interesting, what we didn't like was the crime and selling of drugs we encountered. We were also ripped off by the yellow tour bus company (?). In broad day light, walking in the Baixa area near H&M, several young men tried to sell us drugs, or at least that's what they said they had. Both my partner and I are in our late 30's, we were surrounded and these guys just wouldn't take no for an answer, finally we pushed our way through these men. Found the local police and they basically just shrugged their shoulders. Walking the main street near the square in Baixa another day, early evening, another man either tried to grab the strap of my purse or pinch my breast. I was wearing a cross body bag, and when I saw he was reaching for me, I put my arm up to block him, he ended up grabbing my forearm instead. My husband yelled out at him, but the guy just kept walking casually. We had just left theRossio train station about 10 minutes prior to that, having witnessed a fight between young men on the train ride back from Sintra. Sintra is a beautiful town, but having to endure the train ride back in the evening was beyond crazy. The train stops in some pretty rough areas, and the young people getting on the train just basically took over the train, yelling, fighting, cussing. Not to make this a racial topic, but in our cabin of the train, there were only 4 white people and the rest were black. We were singled out, and harassed. Getting off the train wasn't a good idea, as there didn't seem to be a safe stop before we got back to Lisbon. If we would have known this, we would have never gone to Sintra by train, even though it was inexpensive and easy to get to.
We were also ripped off by the yellow tour bus company (?). Bought the tickets were you could ride any line of the yellow tour bus within 24 hours. The first day we were on the blue tour line. What a waste! The recording wasn't on par with where the bus was, my husband's recorder didn't work and there wasn't another seat open for him to be able to listen to what was being said. The second day we waited over 45 minutes to take another tour, only to be told that we didn't pay for anything other then the blue tour line, even though we had our receipts to prove otherwise. Tried to go to the Yellow tour bus company to complain, but the office was always closed. If your arriving in Lisbon plane, take a taxi. Don't bother with taking the bus into town. The taxi costs approx. the same amount and is much quicker. Wish we could be more upbeat and positive about Lisbon, but honestly couldn't wait to leave. I've traveled all over Europe and Asia, in cities much larger than Lisbon and have never encountered any issues such as what we dealt with in Lisbon.
----------------------
Cumprimentos,
Miguel Oliveira»
Governo dá incentivo de 33 milhões para construção da barragem do Tua.
ALERTA da Geota
Segundo João Joanaz de Melo, da associação ambientalista Geota, as obras na barragem do Tua não têm abrandado, como diz o Governo
Governo dá incentivo de 33 milhões para construção da barragem do Tua
Por José Augusto Moreira in Público
Portaria foi assinada dias depois da deslocação ao Douro da missão de inspecção do Comité do Património Mundial. Ambientalistas alertam a UNESCO de que está a ser enganada pelas autoridades
Uma carta anteontem remetida ao Comité do Património Mundial da UNESCO chama a atenção para os incentivos financeiros agora aprovados pelo executivo de Passos Coelho para a construção da barragem do Tua, concluindo que aquele organismo está a ser enganado pelo Governo português. A iniciativa partiu do consórcio de associações que têm contestado o empreendimento e o documento é assinado pelo presidente da associação ambientalista Geota, João Joanaz de Melo.
Apesar de Portugal se ter comprometido a abrandar as obras e a aguardar pelo relatório dos peritos que, nos primeiros dias do mês, estiveram no Douro numa missão de avaliação dos impactos da obra sobre a classificação do Alto Douro Vinhateiro, dias depois foi aprovado "o montante anual do incentivo ao investimento" na construção de novas barragens, que, para o caso do Tua, prevê um total que ultrapassa os 33 milhões de euros, a ser pago ao longo de dez anos.
A missão da UNESCO terminou a visita ao Douro a 3 de Agosto e a portaria foi assinada três dias depois pelo secretário de Estado da Energia, Artur Trindade, e esta segunda-feira publicada em Diário da República.
"As implicações desta decisão e o seu timing são claros e cristalinos: a EDP e o Governo português têm andado a enganar a UNESCO ao longo de todo este tempo sem se importar minimamente com as conclusões do relatório da missão", alerta a carta. No documento, o Governo e a EDP são ainda acusados de prosseguir "uma estratégia de facto consumado", pondo em causa o respeito pelos protocolos e a credibilidade das decisões da UNESCO.
Para os ambientalistas, além de constituir "uma benesse injustificada" para a EDP, a aprovação dos incentivos é também a prova de que o Estado português não está a respeitar o compromisso de aguardar pelo relatório da missão para depois decidir o futuro da barragem.
Obras a toda a força
Além da denúncia dos incentivos à construção, os ambientalistas remeteram também várias fotografias e documentos, procurando demonstrar que, "ao contrário daquilo que tem sido divulgado pelo Governo", as obras estão a decorrer "a toda a força". "Estão lá agora mais máquinas que há três meses", diz Joanaz de Melo, assegurando que têm recolhido fotografias diariamente. E deixa até o desafio ao Governo para que divulgue "o registo do número de máquinas e de trabalhadores na obra ao longo das últimas semanas".
Quanto aos incentivos agora aprovados pelo Governo, dizem respeito ao conjunto de todas as novas barragens ou obras para o aumento de potência nas já existentes. Tal como foi anteontem noticiado pelo PÚBLICO, o Governo anunciou que aqueles montantes representam até uma poupança substancial face ao que estava previsto no programa inicial negociado pelo anterior executivo liderado por José Sócrates com a EDP, Endesa e Iberdrola.
Diferente é a perspectiva dos ambientalistas, para quem estes apoios não passam de uma "benesse injustificada" para as empresas. Além disso, contrariam não só o próprio programa do Governo, como também as orientações comunitárias e o memorando com a troika, "que propõem medidas de eficiência energética e contrárias ao incentivo ao consumo", frisa Joanaz de Melo.
O responsável do Geota diz mesmo que o incentivo à construção de barragens "é um erro crasso em termos de política energética", já que Portugal tem actualmente excesso de capacidade instalada. Representa também uma "extorsão aos portugueses", já que nada justifica os montantes que vão ser atribuídos às empresas do sector eléctrico.
Já se pode embarcar no hostel da estação de comboios do Cais do Sodré.
Já se pode embarcar no hostel da estação de comboios do Cais do Sodré
Por Luís J. Santos in Público
Uma estação ferroviária pode ser mais do que ponto de partidas e chegadas: o Beach Hostel Destination é novo destino hoteleiro de baixo custo lisboeta, onde também se faz turismo a cuidar de uma horta
Chama-se Beach Hostel Destination. E o "beach" tem uma razão simples: da cama à praia são umas poucas paragens de comboio. Senhores passageiros, está aberto o hostel da estação de comboios do Cais do Sodré, em Lisboa, "irmão" do alojamento económico da estação do Rossio. Entretanto, aguarda-se pela chegada à portuense estação de São Bento.
Ocupa grande parte do primeiro piso da estação de comboios do Cais do Sodré e resulta de uma nova parceria entre a Refer Património - empresa que gere o imobiliário ferroviário - e a Observar o Futuro, empresa que possui, desde 2011, uma unidade similar na estação do Rossio. O Beach Hostel Destination, que abriu oficialmente este mês, propõe cerca de meia centena de camas a preços económicos e tem como cereja no bolo um terraço e uma horta urbana sobre a estação, com vistas privilegiadas para o rio.
"Chama-se Beach Hostel porque o Cais do Sodré era precisamente uma das praias da cidade. Perdeu-se mas, entre a estação de comboios e a de barcos, aqui continua a ser a saída para as praias", resumiu João Teixeira, responsável pelos dois hostels "ferroviários" alfacinhas (e também por outro em Alfama).
O novíssimo hostel já recebe, aliás, turistas do mundo inteiro (graças à velocidade e influência dos portais de reservas como Hostel-World ou Hostels.com). Há dormitórios (para quatro, seis ou dez pessoas), quartos privados para uma ou duas pessoas, com ou sem casa de banho. Os preços começam em cerca de 22 euros numa cama em dormitório (o que inclui pequeno almoço e acesso à internet) e variam até cerca de 60 euros pelo "luxo" de um quarto privado com WC.
Com um público-alvo entre o "cultural, urbano e cosmopolita", segundo João Teixeira, o Beach Hostel Destination tem por objectivo fazer com que os seus hóspedes gostem de passar "mais tempo dentro do hostel". Para tal, usa uma série de "armas": há ioga, barbecues, festas, workshops e, muito especialmente um "terraço que é uma praia artificial" e que inclui uma "horta urbana". Os hóspedes podem apanhar banhos de sol enquanto passeiam o olhar pelo rio e até participarem no cultivo da horta.
Com a estreia do hostel da estação do Cais do Sodré, esta rede em crescimento mudou de nome: passa a usar a chancela Destination para as suas unidades, tendo o hostel da estação do Rossio (antes Rossio Patio Hostel) sido rebaptizado como Lisbon Destination Hostel.