31/01/2013

A noite das facas moles no Largo do Rato.


O tacticismo da nova geração do PS não é só arrepiante – é ridículo e mata
Por Ana Sá Lopes, publicado em 31 Jan 2013 in (jornal) i online





O que faz um homem com as qualidades políticas que António Costa revelou até aqui transmutar-se naquele sujeito patético que apareceu na comissão política do PS com um discurso inominável? O que faz António Costa, depois de dizer a meio mundo que ia avançar para a liderança do PS, acabar abraçado a António José Seguro, com “garantias” de que o futuro será radioso para o PS, não sem deixar cair a misteriosa ameaça sobre a avaliação que estará a fazer de como correm “os próximos dias”? Há várias hipóteses e nenhuma é abonatória da coragem política do presidente da Câmara de Lisboa.

Hipótese 1 – António Costa sofreu um ataque de pânico. Chegou ao Largo do Rato, olhou à sua volta e viu o terreno adubado por seguristas indefectíveis. Fica apavorado com a probabilidade da derrota e recua em toda a linha, contentando-se com a fortaleza de Lisboa e, eventualmente, com as delícias de uma reforma no Palácio de Belém.

Hipótese 2 – António Costa nunca quis ser candidato já, mas comunicou a várias pessoas que tinha decidido uma coisa que não tinha efectivamente decidido, numa manobra táctica ao estilo da velha JS, para criar suspense e arrebatar o pessoal, numa irresistível tentação de mimetizar o velho mestre António Vitorino. Afinal no PS já havia saudades de uma nova D. Constança.

Hipótese 3 – A última coisa que António Costa quer é ser associado a José Sócrates. Quando, no discurso inicial da comissão política, Seguro acusou a candidatura de Costa de ser impulsionada por aqueles que querem o “regresso ao passado”, transformando isso em Leitmotiv de campanha interna – e externa –, António Costa percebeu que o argumento equivalia a uma queimadura de 4.o grau e que seria mais fácil fazer o exercício cínico de conciliação com Seguro que carregar às costas o peso de Sócrates.

Hipótese 4 – António Costa até quer ser candidato a secretário-geral (um dia destes), mas produziu ontem uma manobra táctica para adiar a candidatura “para os próximos dias” enquanto finge que tenta uma conciliação com António José Seguro – e um adiamento do congresso para depois das autárquicas. (Ficou por esclarecer qual é a divergência política entre os dois e o que significa “unir o partido”. O acordo sobre uma data? Um líder parlamentar da confiança de Costa?) Com esse “golpe táctico” da “proposta” e do “trabalho para unir o partido”, Costa irá apresentar-se “nos próximos dias” como “vítima” de uma direcção que rejeita “unir o partido”. E então contra a sua expressa vontade, declarada no dia de ontem, fará o sacrifício de avançar para “unir o PS” – aceitando o chamamento do além. É interessante como no PSD existe nestes momentos mais coragem política. Desde que Cavaco Silva saiu da liderança, quem quer ser líder costuma aparecer. Perde congressos, depois ganha, perde outra vez. O tacticismo da nova (enfim, cada vez menos nova) geração do PS não é só arrepiante – é ridículo e mata.

PUBLI-CIDADE: Rua da Madalena

...mais um cunhal pombalino danificado, irreversivelmente, com 8 parafusos para pendurar mais um dispositivo - ilegal - de publicidade na Baixa!

Fratricida






"Ora diz que quer, ora diz que não quer, e volta a dizer que quer”

"Podia dizer-se que, afinal, tudo não passou de um mal-entendido, mas alguém nesta sala acredita nisso?" ( Seguro )

"É bom que [a unidade] possa acontecer. Vamos ver nos próximos dias." ( Costa )

António Costa continua através dos caminhos maquiavélicos do labirinto político, oscilando intuitivamente entre “rota estabelecida” e “navegação à vista”, a trabalhar permanentemente e  inexoravelmente no seu projecto pessoal de ambição de poder político, assegurando protagonismo mediático e utilizando Lisboa como trampolim … Algo que eu já descrevi , referindo-me a Lisboa no Público, como: “Corpo Presente, Mente Ausente”.
António Sérgio Rosa de Carvalho.


Seguro e Costa assinam tréguas para os "próximos dias"
Por Nuno Sá Lourenço in Público

Após reunião dura e agitada, os dois rivais socialistas saíram a falar de união. Mas Seguro impôs Congresso antecipado que Costa não desejava



Foi com um abraço que terminou a mais viva e participada reunião da comissão política socialista dos últimos dez anos, que acabou às 5h da manhã de ontem na sede do partido, no Largo do Rato, em Lisboa.
Após seis horas de trocas de acusações, os dois rivais encerraram o frente a frente com um abraço perante os dirigentes socialistas. Mas mais do que o enterrar do machado de guerra, o gesto representou uma trégua entre contendores.
O armistício começou a ser negociado ontem mesmo, quando à tarde foi marcada uma reunião entre ambos para depois do jantar. Desse encontro, que começou às 21h, pouco transpirou. Às 23h, na SIC, Seguro elogiou Costa e resumiu o encontro como "uma conversa muito franca" para discutir "a estratégia futura do PS" e do país.
Na véspera o tom foi outro. "Foi um filme", ilustrava ao PÚBLICO um dos presentes na longa reunião da Comissão Política Nacional. Segundo vários relatos, foi um verdadeiro drama - com suspense, intriga, momentos trágicos e cómicos -, com um fim impossível de antecipar. "Acabou bem", conta um dirigente próximo da direcção, referindo-se ao abraço entre Costa e Seguro, e confiante na "verdadeira cooperação" entre os dois a partir de agora.
Seguro abriu a reunião com uma intervenção muito dura. Tal como outros dirigentes fizeram antes de entrar no Rato, falou em "deslealdade" e "irresponsabilidade", e apontou a existência de um "ambiente de facção" no partido, responsável, terá dito, pela "obstrução permanente" à direcção. No fim, disse que se recandidataria à liderança e desafiou os opositores a irem a jogo.
Poucas intervenções depois, quando finalmente Costa falou, já depois das 22h - ia ou não candidatar-se? - o tema central foi a união do partido. Perante o murro na mesa de Seguro, Costa desconcertou muitos dos quase 100 dirigentes na sala. Ou pelo menos os que estavam à espera que avançasse. Houve tantos socialistas convencidos que esse seria o passo que vários sites de jornais (incluindo o PÚBLICO) chegaram a dá-lo como certo.
Em vez disso, Costa falou no condicional. Avança se Seguro não for capaz de unir o partido. Dirigindo-se ao secretário-geral, e perante todos, perguntou: vai Seguro ser capaz de "unir o partido" ou vai falar de deslealdade, sem assumir a história do partido?
Pelo meio houve quem contestasse a leitura de um "partido fraccionado" apresentada pelo líder. Pedro Silva Pereira, ex-ministro de José Sócrates, negou a ideia de uma oposição concertada contra Seguro.
Seguiram-se dezenas de intervenções. Francisco Assis, que chegara ao Rato ao lado de António Costa, apelou ao entendimento entre ambos, ideia forte de grande parte das intervenções, à excepção dos "socráticos". Mesmo assim, e depois de lembrar o apoio que tem dado ao secretário-geral depois de ter sido seu adversário no último congresso, Assis declarou que se sente livre para escolher caso haja mais do que um candidato à liderança. Outros, conotados como muito próximos a Costa, insistiram na linha defendida por Marcos Perestrello de que é preciso adequar o calendário interno de modo a permitir o surgimento de todas as alternativas. Houve mesmo quem defendesse que o melhor cenário para Seguro é o das eleições internas depois das autárquicas deste ano, pois dar-lhe-ia oportunidade de unir o partido.
Pedro Nuno Santos terá sido o mais frontal nas críticas. Por entre uma maioria de discursos cautelosos, defendeu abertamente que o PS está perante um problema de liderança.
Já de madrugada, os que tinham esperança no avanço de Costa ainda suspiravam por uma segunda intervenção do presidente da câmara que anunciasse o confronto. À medida que o tempo passava a dúvida crescia. "A reunião ainda não acabou", dizia à 1h um dirigente ligado à ala socrática. As esperanças aumentaram quando, já depois das 2h, Seguro leu em voz alta uma notícia da agência Lusa acabada de ser publicada que antecipava uma segunda intervenção de Costa nessa noite. Este exaltou-se, mas não foi além disso.
No final, Seguro pôs os pontos nos is. "Podia dizer-se que, afinal, tudo não passou de um mal-entendido, mas alguém nesta sala acredita nisso?", terá questionado. Para responder ele próprio que quem coloque em causa a sua legitimidade e por isso se exigia a clarificação. Até porque disso depende, em parte, o sucesso das autárquicas, explicando que o PS tem de surgir nas eleições como um partido de alternativa, com um líder forte e um projecto político claro.
Respondendo a Costa sobre a necessidade de unir o partido, Seguro interpelou directamente vários dos supostos críticos, em tom coloquial: "Ó Costa, não fomos almoçar por iniciativa minha? Ó Assis, não te convidei para integrar o Secretariado? Ó Silva Pereira, não te pedi para seres tu a fazer a intervenção em nome do PS na primeira moção de censura ao Governo?" A intervenção de Seguro surpreendeu muita gente e foi unanimemente aplaudida.
No rescaldo da maratona, o dia foi de muitas especulações e alguma introspecção entre socialistas. Afinal o que se passou na longa noite no Rato? A convicção entre alguns é de que houve uma reviravolta na reunião e que os críticos tomaram consciência de que tinham uma estratégia que os levara longe de mais e acabaria em derrota. Outros entendem que Costa resistiu ao empurrão que lhe quiseram dar. Não ficou claro o que sabia Costa de tudo isto. Mas uma leitura impera: Seguro saiu reforçado.
Sinal disso foi a forma como alguns críticos saíram da reunião. Em silêncio e de cara fechada. Às cinco da manhã, Costa falou aos jornalistas: "O secretário-geral do PS foi receptivo à proposta que apresentei e acho que vamos poder trabalhar nos próximos dias para poder tentar construir uma alternativa forte, que fortaleça o PS nas candidaturas autárquicas e que permita unir o partido, evitando uma confrontação que, neste momento, a todos os títulos era indesejável." Depois, deixou uma reserva para o futuro: "É bom que [a unidade] possa acontecer. Vamos ver nos próximos dias." com Leonete Botelho



Editorial / hoje / Público
O PS vive em tempo de tréguas, não de paz 

O “nim” de António Costa nem acaba com a guerra surda, nem reforça a credibilidade do PS
PS entrou na noite de anteontem na sede do Largo do Rato com a necessidade de responder ao pedido de António José Seguro sobre a “clarificação” das suas relações de poder. Mas saiu da comissão nacional com muitas promessas de conciliação e nenhum sinal objectivo de que a “clarificação” vai acontecer. Seguro foi a jogo, respondendo aos apelos dos adversários com a convocação do conselho nacional e a promessa de eleições directas “o mais cedo possível”. O putativo líder da oposição interna não seguiu o mesmo caminho. Se António Costa procurou esvaziar os conflitos e promover a unidade interna, na prática não fez o que poderia ter feito para “clarificar” de vez a situação: nem disse que se vai candidatar, nem que desiste inequivocamente dessa possibilidade. Ficou no limbo e defendeuse com uma ideia bizarra: que avançará, se Seguro não conseguir a tão desejada unidade. O militante que, voluntária ou involuntariamente, serve de rosto aos que contestam Seguro exige que Seguro os seduza para o consenso interno. Com tanta margem para falhar, Seguro e o PS viverão uma paz efémera. Não há uma medida padrão para se avaliar o grau de uma unidade partidária. Sobra por isso margem para que a guerra de facções persista, para que a troca de acusações de “deslealdade” ou de “hipocrisia” continue, para que a intriga se imponha a ideias e propostas. O PS permanece assim amarrado ao interesse táctico das suas facções. As manobras dos bastidores vão continuar até que se saiba se há, ou não, quem se decida a disputar a liderança. Em vez de solucionar o seu problema, o PS só conseguiu adiálo por algumas semanas. Em vez da paz, ficou-se pelas tréguas. As facções internas continuarão a terçar armas e a lutar por influências. O Governo suspirará de alívio e o país entreter-se-á com golpes e contragolpes. Não é isto o que se espera de um partido que se diz pronto a disputar o poder.



Rua de Lisboa ficou mais segura com mudanças no estacionamento.




Rua de Lisboa ficou mais segura com mudanças no estacionamento
Por Inês Boaventura in Público

Investigadores concluem que a introdução de "gincanas" baixou a velocidade e aumentou o sentimento de segurança


Será que uma rua de uma cidade como Lisboa pode tornar-se mais segura pela simples alteração do desenho de estacionamento existente? Segundo as conclusões do projecto Adapt your speed to the urban environment - Adyse (Adapte a sua velocidade ao embiente urbano), desenvolvido por um investigador e uma estudante portugueses, a resposta é afirmativa e os efeitos podem sentir-se não só na segurança "real" como naquela que é "percepcionada" pelos utilizadores da rua.
A alteração do esquema de estacionamento de que se fala foi posta em prática num troço da Rua Coelho da Rocha, uma artéria com um só sentido de circulação no bairro de Campo de Ourique. Onde antes havia estacionamento em espinha num dos lados da rua e estacionamento longitudinal no outro foram introduzidas aquilo a que os técnicos chamam "gincanas": no lado direito há agora alguns lugares em espinha seguidos de outros longitudinais e no lado esquerdo acontece o mesmo, mas na ordem inversa.
Com esta alteração foi possível criar deflexões que, afirmam os autores do projecto Adyse, pretendem "contribuir para reduzir a velocidade de circulação dos veículos através da mudança da percepção que os condutores têm da rua". Além de obrigar os condutores a fazer "gincanas" foi introduzida uma passadeira no início da via, foi criado um espaço para o estacionamento de motas e a rua foi repavimentada.
Para verificar os resultados destas modificações, o investigador do Instituto Superior Técnico Frederico Henriques e a estudante do Instituto Superior de Psicologia Aplicada Joana Nogueira fizeram duas operações de medição de velocidade: uma em Outubro, com o antigo esquema de estacionamento, e outra este mês, já com o novo. Além de avaliar os "impactes físicos" da intervenção pretendia-se "estudar e determinar os impactes ao nível das percepções de risco por parte dos utilizadores rodoviários", pelo que foram realizados dois inquéritos (um em Outubro e outro este mês) junto de automobilistas, peões e comerciantes da Rua Coelho da Rocha.
No que diz respeito à velocidade verificou-se que 85% dos condutores circulam agora a 29 km/hora, quando antes o faziam a 32. Também se observou uma diminuição (de 17,4% para 6,3%) da percentagem de automobilistas que transitam a mais de 30 km/hora. Quanto aos questionários, aqueles que foram aplicados antes das alterações permitiram perceber que a maioria dos utilizadores (56%) não a considerava segura. Em relação à velocidade máxima permitida, todos os comerciantes defendiam que devia ser de 30 km/hora, sentimento partilhado por 56% dos peões e por 59% dos automobilistas. Segundo os inquéritos realizados já este mês, 80% dos comerciantes e a mesma percentagem de peões acham que houve uma diminuição da velocidade com a introdução das gincanas, tendo a mesma sensação 67% dos automobilistas.
Face a esses dados, os investigadores concluem que com a sua intervenção em Campo de Ourique "aumentou a segurança real e a percepcionada". Este projecto foi desenvolvido no âmbito da iniciativa europeia Stars (Students action to reduce speed) e contou com o patrocínio da Associação Portuguesa de Sinalização e Segurança Rodoviária, que custeou as obras orçadas em cerca de dois mil euros. O Adyse teve o apoio da Câmara de Lisboa, cujo vereador da Mobilidade, Nunes da Silva, destaca a sua grande mais-valia: o facto de ter contemplado a monitorização dos efeitos da medida de acalmia de tráfego introduzida.

Novas regras para bares foram adiadas.




Novas regras para bares foram adiadas
Proposta de restrições à abertura de novos bares que a Câmara de Lisboa quer impor nos bairros históricos vai ser aprofundada
in Público


A Câmara de Lisboa adiou ontem as votações das propostas de alteração aos planos de urbanização dos núcleos históricos da Mouraria, Bairro Alto, Bica, Alfama, Colina do Castelo e Madragoa, para que possa ser alcançado um maior consenso sobre a matéria.
Por proposta do vereador Vítor Gonçalves, do PSD, irá ser criado um grupo de trabalho restrito que encontre "uma forma consensual, o mais rapidamente possível, para se obter uma proposta mais consistente que valorize as pessoas". O subscritor das propostas, o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, disse, segundo a agências Lusa, que aceitou "de bom gosto" a sugestão e propôs o adiamento das votações, que foi aceite.
As propostas de alteração do plano de urbanização daqueles bairros históricos visam harmonizar a actividade económica lá existente com os residentes, contemplando designadamente novas regras para os estabelecimentos comerciais e de diversão nocturna.
Afirmando que o "ponto sensível que tem dado origem a grandes discussões é como compatibilizar as actividades económicas com a residência", Manuel Salgado disse que uma das propostas é a proibição de se abrirem novos bares e discotecas naqueles bairros. "Bares e discotecas só se admitem onde já existem e são legais e não são permitidos novos", afirmou.
O restante comércio será permitido, mas "sem secção acessória", de forma a que "quem abra uma papelaria não consiga abrir ao lado um bar", acrescentou.
O vereador do CDS-PP António Carlos Monteiro disse ter "as maiores dúvidas" acerca deste documento, por faltarem estudos acerca do nível do ruído, uma das principais queixas dos moradores. "Ninguém consegue sobreviver com ruído constante durante toda a noite e sem conseguir dormir. Também não ignoramos que a actividade económica exercida é importante para a economia de quem a tem, mas também para a economia da cidade. Mas é importante ter indicação de onde está o ruído", frisou.

30/01/2013

POSTAL DA BAIXA: Rua Dom Duarte 3


Cunhal de prédio pombalino revestido de espelho (!) partido (!) na Rua Dom Duarte, 3. Está assim há vários anos. Fiscalização?

PASSEIOS DE LISBOA: Rua Casimiro Freire




Uma cidadã solicita a divulgação desta ilegalidade nos passeios na R. Casimiro Freire (Bairro dos Actores). As fotografias que nos envia falam por si. Lamentavelmente, há quem retire estas "patas de elefante" da faixa de estacionamento para o meio do passeio! Diariamente vemos em Lisboa sinais, como este, de total desrespeito pelos peões. A mobilidade dos cidadãos está comprometida. Precisamos de fiscalização da Polícia Municipal. Para evitar a repetição sistemática deste problema, já foi pedido à CML o abate destes equipamentos obsoletos (e totalmente ineficazes) e a sua substituição por pilaretes. (as nossas desculpas por só agora divulgarmos este alerta)

António Costa só avança se Seguro não conseguir unir os socialistas ...




( ...) "Acusou ainda os promotores da aceleração dos calendários de "hipocrisia e cinismo". "Não admito que nenhum combate político seja condicionado por agendas pessoais, pela mera ambição pessoal e o regresso ao passado", afirmou na reunião."

(...)  "É uma deslealdade nunca vista. Costumávamos assistir a isto no PSD, mas no PS não havia registo histórico", atirava João Ribeiro. Miguel Laranjeiro diria o mesmo por outras palavras. "Trata-se de uma deslealdade em relação à direcção do partido e em relação ao secretário-geral. Há milhares de militantes a darem o seu melhor e não mereciam isso".



António Costa só avança se Seguro não conseguir unir os socialistas
Por Nuno Sá Lourenço in Público

Reunião da Comissão Política do PS não foi clarificadora. Não foram definidas datas para uma eventual disputa interna. O secretário-geral dos socialistas não poupou os críticos da actual direcção



Mantém-se o tabu de António Costa: o presidente da Câmara de Lisboa só avança para a liderança do partido se António José Seguro não conseguir unir o PS. E disse-o preto no branco na reunião de ontem à noite da Comissão Política dos socialistas.
O ambiente que se pressentia ontem ao longo do dia nas hostes socialistas assemelhava-se ao de uma calmaria antes da tempestade. Depois de dias de declarações públicas, desafios e acusações entre dirigentes, a manhã e tarde seguiam silenciosas. Algo estava para acontecer sem que ninguém o quisesse assumir. "Já bebi meio copo de whisky que é coisa que nem costumo fazer", desabafava um socialista a meio da tarde, reconhecendo a "ansiedade" sobre o que estava para vir. A calmaria dissipou-se quando se soube que o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, convocara uma reunião de urgência com os seus vereadores para as 19 horas. Aparentemente para lhes dar a conhecer a sua disponibilidade de avançar para a liderança do partido.
O momento determinante era a comissão política que decorria à hora do fecho desta edição. António Costa está preparado para se candidatar a secretário-geral se António José Seguro não conseguir unir o partido. E poderá acumular essa eventual candidatura com a próxima luta autárquica em Lisboa.
Numa visita à inauguração de um centro de dia em Belém, onde esteve com o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Santana Lopes, o socialista manteve o mistério: "Eu estarei logo na Comissão Política do PS para ouvir o que o secretário-geral do PS tem para nos dizer. Em função do que o secretário-geral disser eu direi o tiver para dizer. Mas compreenderão que direi primeiro aos meus camaradas". À noite, repetiu exactamente a mesma frase à entrada da sede do PS, no Largo do Rato, onde chegou acompanhado de Francisco Assis, que se candidatou contra Seguro no último congresso dos socialistas.
A decisão de desafiar Seguro também se explicava com os novos estatutos do PS, alterados já durante a liderança do actual secretário-geral. No ano passado, Seguro fez aprovar uma revisão que fazia emparelhar as eleições para secretário-geral e o congresso às eleições legislativas. Mais precisamente, no período pós-eleitoral.
Essas novas normas entrariam em vigor apenas após o congresso seguinte à revisão. O que significava que quem ganhar as directas que se aproximam será o futuro candidato do PS às legislativas.
Mesmo havendo possibilidade de tornear esse calendário de forma extraordinária, essa hipótese era remota. Isto porque os estatutos que um congresso à margem da norma definida teria sempre de passar pelo secretário-geral, ou pela sua aprovação da Comissão Nacional ou pela vontade expressa da maioria das federações do PS.
Na reunião de ontem, Seguro antecipou-se aos críticos partindo logo para o ataque. Anunciou a sua recandidatura ao cargo na intervenção inicial da comissão política em nome de uma cultura que "nada tem que ver com a cultura do PSD", invocando os princípios do respeito, solidariedade e lealdade.
Foi um discurso duro que visou aqueles que exigiam a antecipação das eleições internas, responsáveis - nas palavras de Seguro - pelo "ambiente de facção" que se vivia há muito no interior do PS. E que o líder acusou de enfraquecerem o PS num momento em que os portugueses mais precisavam do partido. Acusou ainda os promotores da aceleração dos calendários de "hipocrisia e cinismo". "Não admito que nenhum combate político seja condicionado por agendas pessoais, pela mera ambição pessoal e o regresso ao passado", afirmou na reunião.
Os ataques ao outro campo já se faziam antes do arranque da reunião da comissão política. À porta da sede do partido, dois dirigentes falavam de traição. Sem querer nomear o alvo dos ataques, Miguel Laranjeiro e João Ribeiro não tiveram pejo em ser duros sobre o que se assistira nos últimos dias. "É uma deslealdade nunca vista. Costumávamos assistir a isto no PSD, mas no PS não havia registo histórico", atirava João Ribeiro. Miguel Laranjeiro diria o mesmo por outras palavras. "Trata-se de uma deslealdade em relação à direcção do partido e em relação ao secretário-geral. Há milhares de militantes a darem o seu melhor e não mereciam isso

O exemplo de Sampaio

Ao longo da tarde de ontem, foram-se tornando visíveis algumas movimentações, que indiciavam a decisão de contestar a liderança de António José Seguro no Largo do Rato. Por exemplo, contactos realizados, um pouco por todo o país, para aferir apoios.
Ao que o PÚBLICO apurou, apoiantes de António Costa mandaram fazer uma sondagem para perceber qual a receptividade dos militantes ao cenário de vir a acumular as funções de secretário-geral do PS e presidente da Câmara de Lisboa. Essa sondagem foi feita em meados de Janeiro, muito antes de Costa criticar António José Seguro sobre a não participação dos deputados socialistas na comissão de reforma do Estado, ou da entrevista de Pedro Silva Pereira à Renascença, onde defendeu a antecipação do congresso do PS. Para que os prazos estatutários sejam cumpridos, as eleições directas não poderiam acontecer antes do último fim-de- semana de Março. Mas como este coincide com a Páscoa, o natural é que sejam adiadas para o primeiro de Abril.
Também ontem, ensaiavam-se os argumentos para justificar a acumulação das candidaturas à liderança interna e a Lisboa. Costistas lembram que em 1989 Jorge Sampaio foi eleito secretário-geral do partido, um posto que deteve até 1991. Também em 1989, Jorge Sampaio foi eleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993. E que vários primeiros-ministros, socialistas e sociais-democratas (Cavaco, Guterres, Sócrates) foram simultaneamente secretários-gerais do partido

Só peca ... por tardia ...






Presidente demissionário da EPUL diz que extinção foi "extemporânea"
Por Inês Boaventura in Público

A empresa, cujo fim já foi aprovado pela Câmara de Lisboa, mas ainda tem de passar pelo crivo da assembleia municipal, fechou o ano de 2012 com resultados líquidos de 5,2 milhões de euros


O presidente do conselho de administração da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), que ontem renunciou ao cargo, classifica como "extemporânea" a decisão de extinguir a empresa, dada a proximidade do fim do mandato de António Costa. Luís Augusto Sequeira acrescenta que foi "um grande desperdício" o "esforço" que empreendeu nos últimos quatro anos para retirar a empresa da situação de falência técnica em que se encontrava.
O presidente demissionário, que juntamente com a vogal do conselho de administração manifestou à Câmara de Lisboa a indisponibilidade para permanecer no cargo para lá do fim de Fevereiro, falava aos jornalistas na apresentação das contas de 2012. Luís Sequeira considera que, com o fecho do último exercício económico da empresa, "termina o compromisso" que tinha assumido com o presidente da autarquia e sublinha que "nunca ficaria para qualquer comissão liquidatária".
A decisão de extinguir a EPUL, que em 2011 assinalou 40 anos de actividade, foi anunciada em Novembro de 2012 e aprovada no mês seguinte em reunião camarária. "Foi a decisão mais acertada para proteger o vasto património da cidade de Lisboa, para garantir os direitos dos credores e salvaguardar o melhor possível os direitos dos trabalhadores", disse na altura o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, que alegou ainda que a função para a qual a empresa tinha sido criada estava "esgotada".
Em 2009, no programa com que se apresentou às eleições autárquicas, António Costa prometia redefinir o objectivo tanto da EPUL como da Sociedade de Reabilitação Urbana Lisboa Ocidental, atribuindo-lhes o papel de "dinamizadoras da reabilitação/renovação urbana". Já em 2011, o autarca defendia que essas duas entidades e uma terceira, a Gebalis, fossem fundidas numa só, que se dedicaria não à construção de empreendimentos mas sim à "urbanização" e à "gestão empresarial dos contratos de arrendamento" dos bairros municipais.
A decisão da extinção foi conhecida dias depois de ter sido tornado público que a EPUL tinha alertado a autarquia para a necessidade de esta libertar 46 milhões de euros para fazer face a compromissos bancários assumidos pela empresa em 2004. Ontem, o major-general Luís Sequeira esclareceu que só uma prestação de 5,5 milhões de euros vencia no fim de 2012 e que propôs à autarquia várias soluções para resolver o problema. "Mas a câmara decidiu, sem ouvir a EPUL, pagar metade dos 46 milhões aos bancos e penso que assumiu o compromisso de pagar o restante este ano", acrescentou.
Contactado pelo PÚBLICO, o líder do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa (órgão nas mãos do qual está o futuro da EPUL) destaca a "tremenda gravidade" dessa situação, que acabou por ser "o pretexto" para a extinção da empresa. "É muito grave a câmara deixar uma empresa municipal chegar a esta situação de incumprimento perante a banca. Não vamos deixar isto passar em claro. A responsabilidade é do dr. António Costa", sublinhou António Prôa.
Segundo as contas ontem apresentadas, a EPUL fechou o ano de 2012 com resultados líquidos de cerca de 5,2 milhões de euros, capitais próprios de 23,4 milhões de euros e um património valorizado em mais de 277 milhões de euros (segundo uma avaliação comercial). Do lado da despesa, apresentava um endividamento bancário de 64 milhões de euros e um passivo de 176,7 milhões. Alves Ferreira, director de planeamento e controlo, destacou a redução de custos e a melhoria de resultados alcançadas nos últimos anos e o facto de a empresa preencher os critérios de sustentabilidade da Lei do Sector Empresarial Local.



António Costa "iludiu" funcionários
Acusação do PDS na assembleia municipal


O líder do PSD na Assembleia Municipal de Lisboa acusa António Costa de ter iludido os 145 trabalhadores da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL) ao prometer-lhes a integração nos quadros da câmara ou em alternativa o pagamento de indemnizações por rescisão de contrato. "Fez uma promessa que não pode cumprir e iludiu os funcionários", acusa António Prôa. Isto porque, diz o deputado municipal, legalmente, a integração de trabalhadores só pode ser feita através de concursos públicos (mecanismo que não garante que sejam aquelas 145 pessoas a ser contratadas) ou "no quadro da mobilidade", sendo esta última solução "transitória". Quanto à extinção da EPUL, António Prôa reconhece que "não faz sentido existir uma empresa com aquele objecto na cidade de Lisboa". Ainda assim, o líder da bancada do PSD lamenta que essa decisão, que apelida de "precipitada", não tenha sido tomada no quadro de "uma reflexão profunda" sobre o sector empresarial da autarquia.

Olha o E-24!


Foto e gentileza: HO

29/01/2013

António Costa avança para o PS e para Lisboa ...






António Costa avança para o PS e para Lisboa
António Costa vai avançar para uma candidatura à liderança do PS, e será recandidato à presidência da Câmara Municipal de Lisboa, apurou o Expresso




O Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, deve avançar com uma candidatura a secretário-geral do PS, soube o Expresso.

Mas o avanço de Costa contra António José Seguro não o impedirá de se recandidatar por Lisboa nas próximas eleições autárquicas. Ou seja, António Costa avança para a liderança do PS mas também para a capital.

O autarca já convocou para as 19h de hoje uma reunião de urgência com a sua vereação na capital (no Intendente), para os informar da sua vontade. A reunião foi marcada sem ordem de trabalho pré-estabelecida.

O avanço de António Costa está apenas dependente da decisão que os órgãos nacionais do PS tomem: ou seja, Costa avança se os calendários forem antecipados e o congresso e as eleições diretas para a liderança se realizarem antes das eleições autárquicas.

A Comissão Política Nacional do PS reúne-se precisamente esta noite para decidir o que vai fazer em relação à data do congresso do partido e à realização de eleições diretas para a liderança.

Recorde-se que o PS ja viveu uma situação semelhante, quando em 1989 Jorge Sampaio, então secretário-geral do PS decidiu candidatar-se à Câmara de Lisboa, que ganhou. Só que neste caso é o presidente da Câmara a candidatar-se à liderança do partido.



Ler mais: http://expresso.sapo.pt/antonio-costa-avanca-para-o-ps-e-para-lisboa=f783169#ixzz2JOfgzgWC

Ainda a propósito dos "técnicos de parqueamento automóvel", na Avenida Guerra Junqueiro ...






Arrumador condenado a 10 anos por esfaquear condutor
por Lusa in DN

Um arrumador de carros foi hoje condenado a 10 anos de prisão por ter esfaqueado um condutor após uma discussão no parque de estacionamento da Praça da Alegria, em Lisboa, por este se recusar a dar uma moeda.
O coletivo de juízes da 5.ª Vara Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, aplicou a Luís Antunes a pena de nove anos e seis meses pelo crime de homicídio qualificado na forma tentada e um ano e meio por detenção de arma proibida.
Em cúmulo jurídico, o tribunal decidiu condenar o arguido à pena única de 10 anos de prisão.
A presidente do coletivo de juízes explicou que a tese de legítima defesa apresentada pelo suspeito não convenceu o tribunal, que considerou o motivo do crime "fútil", acrescentando que o arguido não mostrou arrependimento.
Nas alegações finais, o Ministério Público (MP) tinha pedido a pena de 10 anos de prisão, enquanto a advogada do arguido afirmou que o seu cliente agiu em legítima defesa.

A Barbearia Campos está a salvo?


O prédio da Barbearia Campos (http://cidadanialx.blogspot.pt/2011/11/125-anos-de-tesoura-em-riste-cortar.html), em pleno Chiado, tem novo painel publicitário de promotor, desta vez da firma do logo junto.

Façam favor de não tocar nem com um dedo nesta barbearia, ok? Ela é património nacional!!!

Maestro Graça Moura condenado a cinco anos de prisão suspensa ( !!! ) A Justiça ... chora ... e não são lágrimas ... é o sangue da Nação !




Maestro Graça Moura condenado a cinco anos de prisão suspensa
Por Ana Henriques in Público online
29/01/2013 - 12:09

Juízes deram como provado os crimes de peculato e falsificação de documentos.


O maestro Miguel Graça Moura foi condenado nesta terça-feira, em Lisboa, a uma pena de cinco anos de prisão suspensa por igual período de tempo e a pagar 690 mil euros à entidade gestora da Orquestra Metropolitana de Lisboa e outros 30 mil à Câmara de Lisboa. O acórdão, lido esta manhã no Campus da Justiça, determina que se parte desta verba não for paga no prazo de um ano, o maestro será obrigado a cumprir pena de prisão.

O colectivo de juízes deu como provados os crimes de peculato e falsificação de documentos de que o maestro vinha acusado. A defesa de Graça Moura já anunciou que vai recorrer do acórdão para a Relação.

Os factos remontam à década de 1990, altura em que Graça Moura fundou a Associação Música, Educação e Cultura (AMEC), instituição financiada pelo Estado e por várias autarquias e na qual acumulava vários cargos, incluindo o de maestro titular da Orquestra Metropolitana.

Em 2003, uma auditoria revelou um rol de gastos pouco compagináveis com a natureza da instituição: camisas de seda, charutos e passeios de balão, mas também vestidos, cuecas de fio dental e até um frigorífico, comprado na Tailândia.

O músico nunca negou nenhuma das despesas, no valor total apurado de 720 mil euros, alegando que serviram para promover a orquestra no estrangeiro. Mas reclamou junto dos financiadores da associação os honorários que lhe seriam devidos caso o tivessem mantido em funções na orquestra até 2009, como esperava antes de o escândalo ter rebentado. Pelas suas contas, devem-lhe qualquer coisa como 1,6 milhões a título de ordenados e outras compensações relacionadas com os cargos que ocupou, a que soma mais 300 mil euros por danos não patrimoniais.

O Ministério Público (MP) destaca que Miguel Graça Moura não fazia distinção entre despesas da AMEC e pessoais, utilizando indistintamente cartões da AMEC e de contas de que era titular.

A acusação refere também que o maestro viajou para os Estados Unidos, Argentina, México, Tailândia e Singapura, despendendo um total de 214.377 euros. Em despesas de restaurante, em Portugal e no estrangeiro, Graça Moura gastou mais de 80 mil euros.

O MP destaca ainda despesas de 52.542 euros em livros.

Em Novembro de 2012, na audiência em que foram feitas as alegações finais, Graça Moura já declarou, no entanto, que não tem posses para devolver os 720 mil euros que gastou em viagens, jóias, vestuário e outras despesas sumptuárias, montante ao qual acresce meio milhão de juros.

“Saí da instituição pior do que entrei. Com a minha carreira destruída, sem a mínima fortuna, a viver numa casa emprestada e a deslocar-me num carro emprestado. Se fiz peculato, sou o mais estúpido dos burlões”, declarou então em tribunal.


Lisboa, Capital do Azulejo: Mais 2 para DEMOLIR

 Av. Almirante Reis / Rua Febo Moniz
Rua José Estevão
Em 2010 a P.B.A.- Gestão Imobiliária, Lda. apresentou à CML um pedido de demolição e construção nova para a Rua José Estevão 131 (220/EDI/2010).
 
Mais uma vez o Pelouro do Urbanismo da CML aprovou o pedido e este prédio, com fachada integralmente revestida de Azulejo (e platibanda com elementos em cerãmica da famosa Fábrica das Devezas), vai ser DEMOLIDO.

Tanto se fala da importância do Azulejo para a identidade e competitividade da nossa cidade (PISAL, Carta Municipal do Patrimonio, etc) mas depois é desta forma que actua a CML: «uma no cravo e outra na ferradura». Este prédio fica mesmo em frente do Jardim Constantino.

Infelizmente este caso não é único. Bem perto deste local, mais a baixo, no cruzamento da Avenida Almirante Reis 67 / Rua Febo Moniz 1-11, um outro prédio do início do séc. XX, neste caso particularmente muito rico em revestimento azulejar mas no seu interior (de gosto Neo-Manuelino), já tem projecto de demolição integral dos interiores aprovado. 

Nos últimos anos o Bairro da Estefânia tem vindo a perder vários imóveis património como estes. Qual o destino dos azulejos? Partidos e enviados para um vassadouro? Vendidos para os EUA? Porquê este desprezo pelo património de Lisboa?

E por cá não se conseguem mecenas? Porquê?

Em Roma, a Fendi comemora 90 anos de idade e paga integralmente o restauro da Fontana di Trevi (2 M€) e a Tod's paga 25 M€ pelo do Coliseu (http://expresso.sapo.pt/restauro-da-fonte-de-trevi-vai-custar-dois-milhoes-de-euros=f782861).

E aqui?

Proponho, como acção-piloto, uma campanha de angariação de mecenas pela SEC/DGPC. Uma campanha com envergadura, e tendo como primeiros objectos desse mecenato o próprio conjunto monumental do Palácio da Ajuda, Sala de Serenins e Torre do Relógio.

Uma campanha que vise:

1. A recuperação integral dos torreões do Palácio (aliás, a campanha deveria começar com uma conferência de imprensa dentro da sala principal do lindo e decrépito torreão Sul... repleto de buracos e outras tristezas).
2. A recuperação integral da chaga deprimente da zona junto ao acesso poente ao Jardim das Damas (cemitério de carros, canavial, pedregulhos vários, etc.).
3. O remate do Palácio, em projecto o mais minimalista possível, sem invenções e disparates de "autor".
4. O restauro e abertura ao público da Sala de Física (Sala dos serenins) do Arquivo Fotográfico, que teria de ser mudado para outro edifício, sendo a melhor solução a ida para o Forte de Sacavém, o que passa por protocolo com o MAMAOT.
5. O restauro da Torre do Galo e do mecanismo do relógio, sendo que para este existe mecenas acordado.

ALGUÉM FAZ ISTO ANDAR, S.F.F.?!

PASSEIOS DE LISBOA: Calçada de S. Francisco / Largo da Academia de Belas Artes‏



Está assim há vários anos - Passeio/degraus na Calçada de S. Francisco / Largo da Academia de Belas Artes‏. Alerta e imagens enviados à J. F. Mártires e Gabinete do Vereador José Sá Fernandes. O peão, um cidadão secundário em Lisboa?

António Costa pode não ser candidato a Lisboa.

Na edição de ontem do i, fonte da direcção dizia mesmo esperar que “António Costa deixe de ser anjinho”.




António Costa pode não ser candidato a Lisboa.
Por Rita Tavares, publicado em 29 Jan 2013 in (Jornal) i online
Marcos Perestrello faz relação entre recandidatura a Lisboa e calendário interno do PS. Seguro exige clarificação

A Comissão Política Nacional socialista de hoje promete uma noite longa, mas a estratégia já começou cá fora e é digna de um tabuleiro de xadrez: cheia de táctica. Ontem, o líder do PS-Lisboa – um apoiante de sempre de António Costa – veio falar pela primeira vez das autárquicas na capital para avisar que “a direcção do PS, ao marcar directas e o congresso, não deve criar obstáculos à recandidatura de António Costa à presidência da Câmara Municipal de Lisboa”. Marcos Perestrello admite, pela primeira vez, que a recandidatura de Costa está em risco e atira a responsabilidade disso para António José Seguro.

É o ponto mais delicado num avanço de Costa para as directas do PS: o que fazer com Lisboa? O autarca acredita que tanto o PS como Lisboa precisam de um líder “a tempo inteiro”, frase que usou há dois anos para não entrar na batalha contra Seguro. Mas a questão do desafio à liderança saltou já – cedo demais, no entender do autarca (ver texto ao lado) – e deixou a evidente recandidatura a Lisboa com um ponto de interrogação à frente.

Mas o que apenas corria nos bastidores teve ontem a primeira aparição pública, com o líder da Federação da Área Urbana de Lisboa (FAUL) – próximo de Costa – a fazer claramente depender a recandidatura a Lisboa do calendário interno do PS. E Perestrello fez questão que a mensagem passasse. De manhã, numa visita em Mafra, já tinha dito – sem grande eco – que “era bom que o PS criasse condições para que António Costa se pudesse recandidatar à Câmara de Lisboa”. À tarde acabou por lançar a frase, com uma ligeira alteração, em declarações à Lusa. Pouco depois entrou para uma reunião da direcção da FAUL. A concelhia de Lisboa reúne-se no início de Fevereiro com a definição do candidato socialista na agenda.

Entre o círculo de Costa permaneciam, ontem, muitas dúvidas. Uma das figuras da entourage do autarca chegou a dizer ao i que no fim-de-semana a posição era clara: “Se houver congresso agora, António Costa é candidato e não vai a Lisboa.” Mas também há a percepção que a realização de eleições internas já “cria dificuldades porque Seguro já tem a máquina montada”, diz outra fonte ao i.

António José Seguro sabe que a nova estratégia com que avançou – depois de, numa fase mais recuada, ter chegado a perguntar “qual é a pressa?” – obriga Costa a definir-se. Agora, Seguro aposta em clarificar já o calendário, o que acaba por encostar Costa às cordas e, a haver disputa interna, fica tudo definido antes das eleições autárquicas. Uma coisa é certa, se o combate avançar mesmo, será “sanguinário” – uma expressão que vem do lado de Costa, mas que já se vê na estratégia que está no terreno do lado de Seguro.

Nos últimos dias, a direcção do PS tem feito passar a mensagem de um secretário-geral “furioso”, pronto a “pôr ordem” no que chama de “ataque orquestrado” de um “grupo organizado”, na reunião desta noite. Tudo expressões de guerra a que se juntou ontem o desafio a que Costa e os que o apoiam (grupo de socrático incluído) esclareçam o que pretendem. A direcção “espera que haja sentido de responsabilidade de todos os que criaram esta situação. Têm de assumir as suas responsabilidades”. E com Costa a questão também já se agravou, Na edição de ontem do i, fonte da direcção dizia mesmo esperar que “António Costa deixe de ser anjinho”.

A direcção não tinha, ontem à tarde, qualquer proposta de calendário a apresentar hoje à Comissão Política Nacional. Na agenda da reunião está a análise da situação política e a preparação das autárquicas. O resto virá por si, com intervenções prometidas de parte a parte. Marcações ficam para a Comissão Nacional do partido, a 10 de Fevereiro.

Ao i, José Lello (crítico da actual direcção) diz que falará “de acordo com o tom”. “Se for um tom de vitimização violenta”, diz, a resposta será na mesma medida”, avisa. Quanto às acusações sobre a existência de “um grupo organizado”, vindas da direcção, Lello acaba por admitir a parte do grupo: “É uma estupidez. Nós não somos um grupo organizado. Não percebo a fúria, a menos que queiram só bem comportadinhos.”

O tom de provocação foi atiçado com as declarações de Pedro Silva Pereira que, na semana passada, levantou a questão do calendário do congresso ao dizer que “se o PS antecipa o risco de uma crise política da responsabilidade do governo, por um problema de consistência da coligação, então talvez seja melhor que o congresso seja antes das eleições autárquicas”.

A frase concentrará muitas intervenções de hoje. Vítor Ramalho, também membro da Comissão Política Nacional, não está de acordo com eleições internas agora – “o próprio secretário-geral disse que não tinha pressa”. “A prioridade das prioridades do PS é contribuir para a queda do governo e deve estar concentrado nisso”, diz o socialista ao i.

Barcos seiscentistas descobertos na 24 de Julho não vão ser musealizados.



A hipótese de as duas embarcações seiscentistas descobertas durante as obras de construção da nova sede da EDP, em Lisboa, serem musealizadas foi afastada, por se ter concluído que o estado de degradação que apresentam não o permitiria. Segundo o coordenador dos trabalhos arqueológicos, só uma secção de um dos barcos (a sua roda de proa) foi seleccionada "para uma eventual futura musealização". 



Património

Barcos seiscentistas descobertos na 24 de Julho não vão ser musealizados
Por Inês Boaventura in Público

Além das embarcações e de alguma carga, como cachimbos, faianças, vidros e dezenas de cocos, os arqueólogos encontraram ânforas do século V durante a construção da nova sede da EDP, em Lisboa


Alexandre Sarrazola afirmou ontem, durante uma visita ao estaleiro na Avenida 24 de Julho, que esta foi a determinação da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), depois de os técnicos terem concluído que a construção e funcionamento de uma fábrica de gás no século XIX no local fez com que os barcos ficassem "muito degradados". "A estacaria da fábrica rompeu o casco das embarcações", descreve o arqueólogo, garantindo que "o que é possível mostrar foi seccionado".
Em declarações anteriores ao PÚBLICO, a subdirectora da DGPC já tinha adiantado que "face ao seu estado os barcos nunca serão de conservar integralmente para restauro e musealização". "As madeiras encontram-se muito fragmentadas. Sofreram muito com a pressão do aterro da Boavista", justificou Ana Catarina Sousa.
Os trabalhos arqueológicos em curso na Avenida 24 de Julho, perto do mercado da Ribeira, já permitiram concluir que ambas as embarcações são do século XVII, mas não se sabe ainda se terão sido abandonadas ou se terão naufragado. Numa delas foi encontrada apenas "carga de tripulação", como cachimbos, faianças e vidros, mas na segunda também havia alguma carga comercial: "três a quatro dezenas de cocos", conta Alexandre Sarrazola.
A origem da primeira embarcação (cujos trabalhos de escavação estão ainda em curso) permanece desconhecida, mas a forma de construção da segunda (já integralmente escavada e desmontada) e a carga que transportava levam a crer que "estaria a navegar em águas do Sul" e que a sua concepção seria "ibero-atlântica", explica o coordenador dos trabalhos arqueológicos. Este investigador acrescenta que, embora não seja impossível, não é provável que novos barcos sejam descobertos, já que "há relativamente pouca área por escavar".
No local onde vai nascer a nova sede da EDP foram também encontradas "mais de uma dúzia de âncoras de todas as tipologias", bem como "porcelanas do século XVIII ao lado de ânforas do século V". Alexandre Sarrazola diz que esta mistura de vestígios de várias épocas "era expectável", por a área em questão ter sido um fundeadouro - local de ancoragem das embarcações. Por isso mesmo só numa fase posterior, em laboratório, será possível estabelecer com exactidão quais os objectos pertencentes aos barcos seiscentistas e quais os que tinham outra origem.
A subdirectora da DGPC explica que "as madeiras já retiradas do local encontram-se num local disponibilizado pela EDP na Caparica para esse fim, em tanques. Algumas atingem mais de dez metros de comprimento". "Vamos estudar peça a peça. Cada uma será lavada e desenhada, tornando-se mais uma peça num puzzle que não está completo", refere a esse propósito Alexandre Sarrazola.
O arqueólogo da empresa ERA sublinha que empreendimentos como a da nova sede da EDP e o de um parque de estacionamento na Praça D. Luís (onde foi descoberta, em Março do ano passado, uma rampa do séc. XVI para entrada e saída de barcos, provavelmente numa área de estaleiro) permitiram que passasse a haver "materializações efectivas" de algo que até aqui "eram palavras em textos e desenhos em iconografias".
A assessora de imprensa da EDP disse ao PÚBLICO que, apesar das escavações arqueológicas que ainda se encontram em curso, "mantém-se a previsão" de que a nova sede da empresa possa estar concluída "no final de 2014". Em meados de 2012, quando teve lugar uma cerimónia de apresentação do empreendimento, orçado em 56,9 milhões de euros, a sua conclusão tinha sido apontada para o fim do primeiro semestre de 2014. com Ana Henriques

28/01/2013

O Trio Maravilha Volta a Salvar a Cidade

Mais uma vez o património da cidade foi salvo para a posteridade pelo triunvirato Manuel Aires Mateus, Frederico Valssassina e a Espírito Santo, Fundos imobiliários S.A. - a tal que fez esta benfeitoria a este palacete. Desta feita apresentaram no programa da SIC Notícias "Espaços & Casas" o que fizeram no edifício da Rua Rosa Araújo 49, agora um exemplo orgulhoso de... recuperação.
Convido-o a ver o programa (aqui) e a dizer de sua justiça.
Em todo o caso permito-me transcrever algumas passagens e deixar aqui as minhas humildes dúvidas na esperança de as ver sanadas.

Informa-nos a locutora:

«Fachada Arte Nova desenhada em 1905 pelo ilustre arquiteto Nicola Bigaglia» - mas ele desenhou todo o edifício ou só a fachada?

«Caso de sucesso no panorama da reabilitação urbana» - penso que aqui houve um lapso da produção. Creio que queriam dizer "caso de sucesso na construção de raíz onde se implantava outro imóvel"

Explica-nos o Arq. Manuel Aires Mateus:
«Achámos que devíamos ter mantido a escala da fachada que era, de alguma maneira intocável» - que pena que o colega italiano que projetou este edifício em 1905 não ter estado inspirado quando pensou os interiores. Paz à sua alma que, pelo menos agora esta "sua" obra jamais será esquecida.

«… distribuição espacial que tinha a ver com outro modo de viver (...) Achámos que devíamos dotar o edifício com esse modo de viver (moderno) mas mantendo a representatividade que reconhecíamos no edifício do princípio do século» - Este imóvel com apartamentos a rondar o milhão de Euro - e mais- é de fato representativo; e é, em tudo o que se deixa ver, completamente personalizado. Assim que se virem estes apartamentos numa fotografia teremos a certeza que as linhas brancas, o minimalismo e design contemporâneo só poderão ser os deste imóvel.
Há que manter a necessidade social da representatividade que a vida moderna nos impõe e este edifício fá-lo de maneira magistral. Antes aqui tal não acontecia. tenho a certeza.
«Mantém-se a qualidade que reconhecíamos no edifício anterior» -reconheciam?

«É mantida a escala de outro tempo» - reflete-se, principalmente pelos tetos baixos a razar as janelas e a ausência de divisões definidas, como acontecia noutros tempos.

«Depois há uns detalhes que se aproveitaram como é o caso desta porta, como podem ver...» - aqui o arquiteto aponta para uma porta de ferro torneado com motivos florais, transformada em painel! Do resto do edifício não resta mais nada.

 Do colega Valssasina ficamos a saber:

«Quando se faz recuperação… as casas devem ser de muito fácil apreensão pelo utente. As pessoas devem perceber onde é a zona social, onde é uma zona mais privada e onde é a cozinha.» - esse era um problema com as casas de época, os convidados entravam e quando se ausentavam para ir aos lavabos perdiam-se. Alguns nunca foram encontrados.

«Nestes espaços faz sentido integrar a cozinha na zona da sala» - claro que sim!

«...criar uma zona de serviços que se pode transformar num quarto de empregada ou numa lavandaria associada à cozinha» - mas isso é o que as casas antes tinham com a diferença de que um quarto de empregada seria sempre um quarto de empregada e nunca teria vocação de lavandaria ou outra coisa. Graças a Deus os sindicatos nunca saberão desta!

«Isenção de IMI e IMT» - como conseguem? Também quero tentar; afinal o meu edifício de 1930 ainda tem os mesmos interirores, ou isso desqualifica-o?


E agora a cereja em cima do bolo:
«Este edifício oferece conforto aos seus moradores ao mesmo tempo que preserva a memória da capital» - a memória que eu e muitos têm da capital não é, de todo, esta.
É curioso como os arquitetos, designers e promotores ao descreverem as suas obras sempre me deixam a sensação de não estarmos a falar sobre as mesmas coisas.

Deixo agora como se podia fazer mas aparentemente não se faz porque o mercado português é demasiado sofisticado para estes atavismos:






Conseguem perceber alguma vantagem destes exemplos parisienses?

Como é possível a vida moderna nestes edifícios?