Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
28/02/2018
Enquanto isso, no Palacete Mendonça, classificado de Interesse Público (edifício e parque)
26/02/2018
Lisboa, a cidade capital que temos. Será que não merecemos mais ?
Fundada em 1836, a Fábrica de Faiança Constância, laborou até 2001, Inicialmente conhecida por Fábrica dos Marianos, por se ter instalado na Cerca do antigo Convento dos Marianos, nome que sofreu várias modificações, tendo sido definitivamente alterado para Fábrica Constância, em 1842.
Nesta fábrica foram produzidos alguns dos azulejos que decoram o Palácio da Pena, em Sintra, e muitos dos azulejos Arte Nova que decoram as fachadas de alguns edifícios como é o caso do prédio da Rua das Janelas Verdes, com o Número 70/78.
Em 1921, o artista italiano Leopoldo Battistini tomou de trespasse a fábrica onde trabalhou até à sua morte, em 1942. Em 1963, a fábrica foi reorganizada por D. Francisco de Almeida. Nela colaboraram diversos artistas, destacando-se o ceramista Wenceslau Cifka (Sec.XIX) e João Abel Manta, que a escolheu para a execução do paredão monumental da Av. Calouste Gulbenkian , em Lisboa.
Aqui também foram executados os azulejos que revestem o Oceanário de Lisboa, de autoria de Ivan Chermayet e Maria Portugal pintou faiança com trechos escritos e azulejos.
Entretanto o impensável aconteceu. Esta página rica em história e memória da cidade de Lisboa foi reduzida a escombros. De nada valeu todo o esforço que os moradores da Madragoa desenvolveram durante anos junto da Assembleia Municipal de Lisboa, Provedor de Justiça, etc., em defesa da Fábrica Constância, tudo em vão. É triste e revoltante.
Pinto Soares
25/02/2018
Verga, verga....até quebrar !
Muito aqui se lutou contra o mono do Rato, mas:
"O último chumbo não foi comunicado ao requerente, retirando-lhe assim a possibilidade de se pronunciar, ao contrário do previsto no Código do Procedimento Administrativo.
Esta "falha técnica" por parte da autarquia acabou por 'obrigar' ao chumbo da revogação, começando tudo do zero e abrindo desta forma a porta a uma eventual negociação com os promotores do projeto, que, entretanto, já tinham interposto uma ação em tribunal contra os 11 vereadores que votaram contra, exigindo uma indemnização de cerca de 18 milhões de euros."
Aliás....muito do que se tem construído em Lisboa contra a vontade de muitos, tem sido com a ajudinha das tais "falhas técnicas" - o que em português deve significar incompetência deliberada e corrupção.
Pode ler o resto aqui no DN de hoje.
E aqui pode ver toda a tinta que correu neste blogue sobre o assunto.
23/02/2018
Obras na Sé de Lisboa - Parecer do LNEC?
Eng. Carlos Alberto de Brito Pina
C.c. Patriarcado, Sec. Bens Culturais da Igreja, Vicário da Sé, CML e DGPC
Constatando o início das obras de musealização do claustro da Sé de Lisboa, vulgo “Projeto de Recuperação e Valorização da Sé Patriarcal – Instalação do Núcleo Arqueológico e Recuperação do Claustro”, e que as mesmas terão um profundo impacto a nível do solo;
E considerando a importância da Sé Patriarcal de Lisboa, Monumento Nacional, e o local sensível em que esta intervenção se realiza;
Serve o presente para questionar essa prestigiada instituição se foi solicitado parecer técnico ao Laboratório Nacional de Engenharia Civil, para os devidos efeitos.
Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso, Bernardo Ferreira de Carvalho, Maria do Rosário Reiche, Bruno Rocha Ferreira, Júlio Amorim, Luís Mascarenhas Gaivão, Pedro Malheiros Fonseca, Fernando Silva Grade, Rosa Casimiro, Luís Rêgo, Maria de Morais, Luís Serpa, Gonçalo Cornélio da Silva, Rui Martins, Maria João Pinto, Irene Santos, Jorge Pinto, Alexandra Maia Mendonça, Mariana Carvalho, Pedro Henrique Aparício, João Pinto Soares, José Filipe Toga Soares, Fátima Castanheira, Bruno Palma
21/02/2018
20/02/2018
Sé de Lisboa - atentado ao património iminente - pedido de esclarecimentos
Resposta da DGPC (21.2.2018):
«Exmos Senhores,
Conforme abaixo solicitado, encarrega-me o Sr. Subdiretor-Geral, Arq. João Carlos dos Santos, de remeter os esclarecimentos infra sobre a intervenção em assunto.
Projeto de Recuperação e Valorização da Sé Patriarcal
O Projeto de Recuperação e Valorização da Sé Patriarcal – Instalação do Núcleo Arqueológico e Recuperação do Claustro, após a fase de concurso de concurso público, encontra-se neste momento em fase de início de execução.
Este projeto de reabilitação foi apresentado na Revista do Património, n.º4 de Dezembro de 2016, com 3 artigos, da página 114 à 139 – Maria João Neto, A Sé de Lisboa e o seu claustro: sucessivas campanhas de obras e de restauro; Alexandra Gaspar e Ana Gomes, Sé de Lisboa – as escavações arqueológicas e o projeto de musealização; Jorge Figueira, Risco e prudência. A instalação do núcleo arqueológico no claustro da Sé Patriarcal de Lisboa.
Protocolo
Trata-se de um projeto resultante de um protocolo entre esta Direção-Geral, Cabido da Sé Metropolitana Patriarcal de Lisboa e a Câmara Municipal de Lisboa datado de 2012 e de um trabalho prolongado de reflexão iniciado em 2013 com a apresentação de um Estudo Prévio, Estudo histórico e de uma proposta de Projeto de Arquitetura. No âmbito deste protocolo, o Cabido da Sé Metropolitana Patriarcal de Lisboa contratou a equipa projetista.
Objetivos
Os principais objetivos deste projeto são a consolidação estrutural, a musealização das ruínas arqueológicas existentes no jardim do Claustro e a conservação e restauro de todo o Claustro inferior, das Capelas e de todo o património integrado.
Leitura Arqueológica
Quando se iniciaram as escavações arqueológicas no Claustro, na altura fruto de um acaso, eram grandes as expectativas relativamente às leituras diacrónicas que o terreno iria permitir uma vez que estamos na área central das diferentes cidades que se implantaram na colina do Castelo – a cidade romana, a islâmica e a medieval.
O resultado das escavações arqueológicas veio superar as expectativas. A presença de várias estruturas de carácter único, no cômputo geral dos conhecimentos atuais das cidades romana e islâmica permitiram uma leitura do espaço, assim como do próprio monumento. A rua romana – cardine da Olisipo Felicitas Iulia – construída na primeira metade do século I d.C. preserva ainda o seu lajeado intacto numa extensão de 17,5 m sendo também visível todo o sistema de infraestruturas e de lojas que a ladeavam e de parte de uma casa. O outro elemento único que se destaca é o edifício público islâmico que se estende a toda a largura do Claustro e que preserva um compartimento com cobertura em abóbada e paredes rebocadas em bandas brancas e vermelhas atingindo nalguns casos os 3 metros de altura. Este edifício estendia-se sob o deambulatório e sob o claustro relacionando-se com a rua a sul. A Carta do Cruzado Osberno localiza a mesquita al jama neste local podendo, eventualmente, este edifício fazer parte das dependências da mesquita.
Ao longo dos tempos a ocupação do espaço foi condicionada pela topografia da colina desenvolvendo-se a implantação dos edifícios em duas plataformas com áreas de caráter público e privado destas duas cidades.
As leituras diacrónicas fazem remontar as ocupações à Idade do Ferro no século VII/VI a.C. estendendo-se até à construção do claustro nos finais do século XIII/inícios do século XIV e permitem registar como se sobrepuseram as diferentes cidades, como se reutilizaram ou abandonaram estruturas e infraestruturas.
A construção do Claustro veio alterar toda a topografia do espaço. A necessidade de construir uma plataforma levou, segundo a interpretação das arqueólogas responsáveis, já referidas em publicações de caráter científico e de divulgação, à construção da muralha a sul e ao aterro de toda a área, sobre o edifício público e o bairro de habitação, parcialmente destruídos, para a implantação do Claustro da Catedral. Um documento da época descritivo da obra, em que se refere quantos homens e mulheres aí trabalharam, os diferentes artífices assim como a proveniência e transporte dos materiais de construção, aproxima-nos da vivência da obra.
Foi a importância destas ruínas arqueológicas, a sua boa preservação e consequente boa leitura que levou a que se tenha sempre considerado essencial a sua musealização contribuindo para a história da cidade de Lisboa. Nas cidades atuais, nomeadamente nos centros históricos, nem tudo pode ficar acessível e musealizado. Privilegiam-se assim áreas com grandes dimensões e em que as estruturas arqueológicas estejam bem preservadas e que permitam mostrar os diferentes equipamentos públicos ou privados das cidades subjacentes. As ruínas arqueológicas postas a descoberto no Claustro da Sé são um caso exemplar.
Esclarecimentos
a) Exposição do acervo museológico resultado das intervenções arqueológicas. A complexidade do conjunto das ruínas arqueológicas com longas diacronias só será compreensível estabelecendo um programa museológico entre as ruínas e o espólio. Tentou encontrar-se uma outra solução na área do Claustro mas isso implicaria uma alteração das construções existentes sendo mais impactante do que a solução encontrada de construção de um edifício enterrado por vós referido como “bunker de betão armado”. A área escolhida corresponde ao grande aterro realizado para a construção do Claustro que levou à destruição de várias estruturas. Esta área será alvo de intervenção arqueológica estando prevista no projeto a possibilidade de integração de estruturas arqueológicas que venham a surgir.
b) O único acesso existente entre o claustro superior e inferior faz-se através de uma escada onde só circula uma pessoa de cada vez. Esta escada foi construída nas obras de restauro do Augusto Fuschini no princípio do século XX. A nova cripta implica a introdução de uma nova caixa de escadas por vós designada como “torre espelhada” localizada na mesma zona com uma dimensão que permitirá a circulação em segurança. Esta é assumida como um elemento contemporâneo no monumento sendo proposto o seu revestimento com azulejos artesanais curvos espelhados.
c) Por motivos de segurança, houve necessidade de introdução de uma porta de emergência. A opção da sua localização deriva do facto de, embora saibamos que a muralha está relacionada com a construção do claustro, esta foi, ao longo dos séculos afetada, pelo menos pelo grande terramoto do século XVIII, não se sabendo qual o real impacto, embora as gravuras representem a sua total destruição. Nos restauros do século XX também se regista a sua desmontagem parcial, a sua remontagem, a abertura e fecho de janelas respondendo às tendências de cada época. A intervenção arqueológica talvez venha a trazer novos dados sobre estas alterações. Foi acordado que a porta seria dissimulada com a recolocação da leitura do aparelho da muralha utilizando as pedras da própria estrutura. Acresce que a existência desta porta permitirá o acesso a pessoas com mobilidade reduzida que poderão, através do elevador aceder ao claustro e a toda a igreja. De referir ainda, que toda a área arqueológica será dos poucos projetos de musealização com acessibilidade total a pessoas de mobilidade reduzida.
d) O projeto foi analisado nas suas diferentes fases, nomeadamente o de execução tendo sido alvo de pareceres técnicos das diferentes especialidades obtendo um despacho favorável condicionado exarado pelo Sr. Subdiretor-Geral a algumas questões, nomeadamente relacionadas com o claustro superior não intervencionado nesta fase, a conservação e restauro das capelas e ao nível dos projetos de especialidades. Do ponto de vista da arqueologia está condicionado às escavações arqueológicas.
e) Mais se informa que o processo é público podendo ser pedida a sua consulta pelo mail: s.dspaa@dgpc.pt
Por último, refira-se que a concretização da musealização deste conjunto tem sido demorada e por diversas vezes adiada. Neste momento encontram-se reunidas todas as condições para a sua execução - uma convergência das instituições, um projeto que permite a preservação das ruínas e as verbas necessárias a este empreendimento.
Este projeto irá permitir a recuperação do claustro, repondo a sua leitura na íntegra com a área de pátio e os seus dois andares, com um conjunto arqueológico em cripta, permitindo o usufruto de todo este património.
Melhores cumprimentos
Carlos Bessa»
...
Exma. Senhora Directora-Geral
Arq. Paula Silva
C.c. Patriarcado, Sec. Bens Culturais da Igreja, Vigararia da Sé de Lisboa, CML, ICOMOS
Considerando a importância da Sé-Catedral de Lisboa no conjunto das igrejas sedes de diocese portuguesas, e dado o seu inegável valor histórico, simbólico e patrimonial;
Conscientes do facto de esta ser uma das mais emblemáticas igrejas de Lisboa, verdadeiro repositório da história nacional, e de, por isso mesmo, a sua integridade enquanto Monumento Nacional não poder estar em risco por quaisquer operações urbanísticas as quais, sob o pretexto de se constituírem como mais-valias, mais não são do que um atentado ao património;
Solicitamos a V. Exa. o envio de toda a documentação relativa ao projecto de musealização dos achados arqueológicos nos claustros da Sé de Lisboa, o qual, ao que parece, contempla:
- a destruição de parte da muralha do Monumento para abertura de uma porta na Rua das Cruzes da Sé (http://www.agencia.ecclesia.pt/noticias/nacional/lisboa-estado-portugues-e-igreja-recuperam-na-se-memoria-viva-util-para-a-sociedade), onde já terão sido abatidas laranjeiras para esse efeito;
- a construção de uma torre "espelhada" com azulejos dourados e brancos;
- a construção de um "bunker" em betão armado.
Gostaríamos, ainda de ter acesso às actas das reuniões e das termos do concurso público do qual saiu vencedor o atelier do Arquitecto Adalberto Reis, bem como o texto do protocolo celebrado entre a DGPC e o Patriarcado de Lisboa.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Miguel de Sepúlveda Velloso, Bernardo Ferreira de Carvalho, Maria do Rosário Reiche, Bruno Rocha Ferreira, Júlio Amorim, Luís Mascarenhas Gaivão, Pedro Malheiros Fonseca, Fernando Silva Grade, Rosa Casimiro, Luís Rêgo, Maria de Morais, Luís Serpa, Gonçalo Cornélio da Silva, Rui Martins, Maria João Pinto, Irene Santos, Jorge Pinto, Alexandra Maia Mendonça, Maria Carvalho, Pedro Henrique Aparício, João Pinto Soares, José Filipe Toga Soares, Fátima Castanheira, João Mineiro
19/02/2018
À 12ª Comissão da Assembleia da República
Exmos. Senhores
Seguem junto fotos de ontem, que mostram não só a clareira (buraco) agora existente defronte ao Palacete Mendonça, que já significou na prática o abate de todas as árvores naquela área, como a própria escadaria desfeita...
Perguntamos se é para isto que serve uma Classificação de Interesse Público (palacete e parque).
Melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho e Júlio Amorim
15/02/2018
Pedido de esclarecimento à Comissão Técnica de Apreciação DGPC/CML
Foto do Palácio da Anunciada
Bom dia,
Considerando o poder que é detido por essa comissão em matéria de autorizações de operações urbanísticas na cidade de Lisboa com um impacto profundo no tecido histórico da cidade,
Considerando que a esmagadora maioria dos casos abaixo mencionados, são suspeita de um facilitismo altamente lesivo dos valores patrimoniais em causa e profundamente prejudicial para a cidade de Lisboa,
Considerando que nessa comissão têm assento dois técnicos superiores da DGPC, Arquitectos Teresa Gamboa e Flávio Lopes, cuja primeira missão é exercerem funções coerentes com o mandato atribuído à DGPC, "preservar, salvaguardar, valorizar e divulgar" o património,
Sabendo que a esmagadora maioria dos grupos ligados ao património da cidade e crescentes sectores da opinião pública, repudiam o modo aligeirado como são destruídos, esventrados, arrasados, palácios, palacetes, prédios Arte-Nova, prédios pombalinos, casas seiscentistas, casas e moradias fim-de-século, conventos extintos, instalações fabris da arquitetura do ferro, interiores com azulejos, talhas, mármores, vitrais, entradas de menor ou maior aparato, cinemas, teatros, numa palavra, tudo e tudo com o selo dessa Comissão,
Reconhecendo que noutras cidades igualmente dinâmicas e com forte presença turística, os promotores, operadores e todos os que querem intervir no casco antigo, são obrigados a respeitar escrupulosamente cadernos de encargos que definem o que pode ser feito e não nos antípodas do que acontece em Lisboa,
cumpre perguntar:
a) que interpretação faz essa Comissão da Lei de Bases do Património, dos vários artigos do PDM que defendem a manutenção e salvaguarda de extensas áreas da cidade
b) o que entende essa Comissão por "alterações em obra"? E como procede à sua autorização?
c) por que razão, numa era em que tudo é revisto para ser actualizado, o protocolo que manieta a CML e a DGPC aos pareceres discutíveis dessa Comissão, não o foi até à data?
d) quais as funções dos dois arquitectos mencionados e da arquitecta Sara Campino da CML?
e) em que levantamento fotográfico se basearam para dar parecer positivo às operações urbanísticas aqui mencionadas?
f) no dever de transparência que norteia e é a própria razão de ser de todos os organismos públicos ou instâncias deles criadas, solicitamos o envio das actas das reuniões em que foi dado parecer positivo às operações urbanísticas abaixo elencadas, bem como toda a documentação pertinente, projectos e pedidos de alterações em obra com respectivas justificações técnicas:
1 - Palácio da Anunciada, destruídos os jardins as mansardas, a cozinha, escadas todas as dependências,
2 - Palácio São Miguel, na Praça da Alegria, completamente destruído
3 - Palácio Santa Helena,
4 - Casa apalaçada no Campo dos Mártires da Pátria
5 - Moradia pombalina na Rua da Lapa, projecto Aires Mateus, demolida
6 - Palacete na Rua das Trinas, tornejando para a Rua da Lapa, esventrado e demolido
7 - Casa da Rua de São Bernardo, projecto Aires Mateus
8 - Quarteirão da Guérin na Avenida da Liberdade com destruição integral dos palacetes que dão para o Pátio do Tronco, aumentos de cérceas, destruição de todos os interiores
9 - Palácio Coculim na rua do Cais de Santarém
10 - Ampliação do Bairro Alto Hotel com destruição integral dos interiores e de elementos da fachada de dois prédios, um na Rua do Alecrim, outro no Largo Barão de Quintela, projecto Souto Moura
11 - Palacete no Largo António de Sousa de Macedo, com destruição de todos os elementos decorativos ainda existentes, projecto Aires Mateus,
12 - Casa da Praça das Flores, projecto Souto Moura
13 - Prédio pombalino na Rua António Maria Cardoso, destruído na íntegra.
14 - Prédio na Rua de São João da Mata com uma das primeiras fachadas em azulejos da cidade de Lisboa e que se encontra actualmente em obra
15 - Palácio Alvito
16 - Construção do Museu Judaico
17 - Auditório da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, projecto Souto Moura
São muitas e infelizes as interpretações contestáveis à legislação em vigor, recorrendo-se a estratagemas vários para dar luz verde ao que em boa consciência nunca deveria ter passado de um mero projecto. Sabe-o essa Comissão e sabemo-lo nós.
Com os melhores cumprimentos,
Miguel de Sepúlveda Velloso
Membro do Fórum Cidadania Lx
Petição pela salvaguarda e classificação de edifício e jardim da R. Pau de Bandeira, 1 - ASSINE E DIVULGUE, S.F.F. OBRIGADO!
AQUI: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT88360
À atençãoDo Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Dos Senhores Deputados à Assembleia Municipal de Lisboa
Da Senhora Directora-Geral do Património Cultural
O edifício à esquerda na fotografia, construído na segunda metade do século XIX e antigamente utilizado como cocheira, e este lindo jardim, não se encontram em Sintra, mas sim no meio da nossa Lisboa (rua Pau de Bandeira, nº 1).
Quando ainda a preservação do património histórico tinha mais valor do que a especulação imobiliária, por duas vezes (processo n. 14696/77 e processo n. 20986/78) a Câmara de Lisboa estabeleceu que o edifício devia ser preservado, chegando a propor a intimação ao proprietário “a proceder a obras de reconstrução no prazo de 18 meses, sob pena de expropriação”, o que nunca se verificou.
Em vez disso, neste preciso momento, a mesma Câmara Municipal de Lisboa avalia um projecto que prevê a demolição integral deste edifício, para construir, no seu lugar, um prédio de 4 pisos com garagem.
Em nosso entender, este conjunto harmonioso palacete-jardim-cocheira deve ser preservado na sua íntegra e, como tal apelamos ao Senhor Presidente da Câmara e aos Senhores Deputados Municipais para que impeçam a demolição da antiga cocheira da rua Pau de Bandeira, impedindo assim a destruição deste exemplar de arquitectura romântica.
Em nosso entender, este conjunto deve ser classificado pela Direcção-Geral do Património Cultural, pelo que aqui também se solicita a abertura do respectivo processo de classificação.
Os abaixo assinados...
AQUI: http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT88360
A JF Areeiro anda a gozar com o Regulamento do Arvoredo, não anda?
(fotos via Rosa Casimiro)
14/02/2018
Edifício CTT - Praça D. Luís - queixa à Provedoria de Justiça
Imagens da actualidade
Imagens virtuais antes do projecto construído
Profª Doutora Maria Lúcia Amaral
Decorrido praticamente um ano sobre o nosso pedido de esclarecimentos infra (http://cidadanialx.blogspot.pt/2017/02/edificio-ctt-da-praca-d-luis-8-building.html), e uma vez que se mantém a situação que nos levou a contactar a CML e a DGPC - a pala ilegal mantém-se no cimo do edifício e a esfera-armilar continua por recolocar - e não obtivemos nenhuma resposta de nenhum dos organismos referidos, serve o presente para apresentar queixa à Provedoria de Justiça, solicitando a V. Exa. que ajude a repor a legalidade em todo este processo.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Inês Beleza Barreiros, Gonçalo Cornélio da Silva, Miguel Atanázio Carvalho, Jorge Pinto, Maria do Rosário Reiche, Fátima Castanheira, Nuno Caiado, José Amador
09/02/2018
Palácio Ludovice - Hotel - Pedido de esclarecimentos à DGPC
Arq. Paula Silva
Cc. PCML, AML e media
No seguimento de notícias vindas a público dando conta da aprovação de um projecto (http://pg-arq.com/portfolio/hotel-palacio-ludovice/) de transformação do Palácio Ludovice (Rua de São Pedro de Alcântara, 39-49; Rua do Diário de Notícias, 144-154; Travessa da Boa-Hora ao Bairro Alto, 2-12; Travessa da Cara, 1-3A) em unidade hoteleira;
E considerando que o mesmo é classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público (DL de 22 março 1938) e está incluído na Zona de Proteção do Ascensor da Glória (MN);
Solicitamos a V. Exa. que nos informe qual o parecer da Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) relativamente aos interiores do Palácio Ludovice e à necessidade de assegurar a preservação da sua integridade (capela incluída) e autenticidade, tendo em conta o que a própria DGPC definiu acerca do património integrado (azulejos e pintura), e se existe algum levantamento fotográfico actualizado sobre os referidos interiores.
Igualmente, solicitamos que nos informe se está prevista a fiscalização durante os trabalhos de adaptação do imóvel.
Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Ana Celeste Glória, Luís Serpa, Luís Mascarenhas Gaivão, Rui Martins, Maria João Pinto, Beatriz Empis, Fernando Jorge, Gonçalo Cornélio da Silva, António Araújo, Maria de Morais, Fernando Silva Grade, Jorge Pinto, Pedro Henrique Aparício, Maria Ramalho, Virgílio Marques, José Amador, Fátima Castanheira e Miguel de Sepúlveda Velloso
Afinal em que ficamos?
Boas notícias desde os logradouros do Bairro das Estacas:
08/02/2018
Imagens fresquinhas da "recuperação do parque" do Palacete Mendonça
Azulejos no Quarteirão da Suíça - Pedido de esclarecimentos à DGPC
Arq. Paula Silva
C.C. PCML, AML e media
No seguimento do revestimento a azulejo já executado no "quarteirão da Suíça", em Lisboa, e que terá sido autorizado pelos serviços dessa Direcção-Geral (http://observador.pt/2018/01/26/praca-da-figueira-com-fachada-coberta-de-azulejos/);
Considerando que os azulejos já colocados não são os azulejos que constavam da proposta original de Daciano Costa, de 2001;
E independentemente de considerarmos este revestimento violador das normas em vigor relativas ao Plano de Pormenor de Salvaguarda da Baixa Pombalina (anexo 3, referente ao tratamento das fachadas);
Serve o presente para solicitar a V. Exa. que nos esclareça se a autorização agora concedida pela DGPC se refere ao projecto de 2001 ou a este projecto agora executado (imagem em anexo).
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho e Júlio Amorim
02/02/2018
120 Anos de Jorge Segurado - Visita ao "Bloco do Vá-Vá" - Domingo - 4 Fev. - 11h
Guia: Prof. Arq. Jorge Nunes
Entrada livre. Duração: 1 hora
Agradecimento: Companhia de Seguros España.
Apoio na divulgação: Junta de Freguesia de Alvalade.
01/02/2018
Ainda sobre a (des)ilusão geral em volta do Palacete Mendonça
«O jardim do Palacete Mendonça
Avós e Netos de Mãos Dadas
Agradecimento
Ao Eng.º Rui Romão por tudo o que nos ensinou, pelo extraordinário exemplo de perseverança, amor e respeito pela natureza, por todo o trabalho que realizou neste jardim centenário durante mais de 25 anos.
Quando eu era pequena a minha Mãe falava-me das visitas que em tempos fizera com o seu Avô paterno a um palacete rodeado por um grande parque que ficava relativamente perto da casa onde ambos viviam, na Avenida António Augusto de Aguiar. Recordava sobretudo o jardim e a quinta, o moinho de vento, a água que escorria de cascatas forradas de fetos e de avencas, os túneis de buxo e, a meio da tarde, os chás e as bolachinhas servidos ao ar livre na sombra cheirosa de um caramanchão coberto de rosas de Santa Teresinha.
O palacete pertencia a Carolina e a Henrique de Mendonça, proprietários de roças em São Tomé. Sem ter certezas, penso que essas visitas dever-se-iam ao facto de Henrique de Mendonça ter sido, entre 1913 e 1925, Vice-Governador do Banco Nacional Ultramarino e de o meu Bisavô ter inaugurado a agência de Quelimane desse mesmo banco em 1902 e, anos mais tarde, ter sido responsável pela agência de Lourenço Marques. Assim sendo, existiria uma relação profissional que justificava esses encontros, bem como uma eventual amizade resultante do facto de terem ambos uma paixão imensa por África e de aí terem trabalhado e passado largos anos das suas vidas. Fosse por que razão fosse, o meu Bisavó era visita da casa. A minha Mãe acompanhava-o sempre que possível e essas tardes de passeio de mão dada com o seu Avô ficaram gravadas na sua memória.
Quando, em meados dos anos 60, viemos morar para o Bairro Azul, eu costumava passar rente ao muro do Palacete Mendonça, a caminho do Liceu Maria Amália. Espreitava através do gradeamento de ferro forjado e imaginava como teriam sido os tempos em que a minha Mãe brincava naquele enorme parque murado que parecia agora meio abandonado e selvagem, quase como se de uma floresta tropical se tratasse.
Durante muitos anos o jardim permaneceu inacessível até que finalmente, nos anos 90, a Universidade Nova, então proprietária do palacete, celebrou um acordo com a Câmara Municipal de Lisboa: os serviços camarários responsabilizar-se-iam pelo arranjo e limpeza do parque e, como contrapartida, este passava a ser público mediante a apresentação de uma identificação. Anos mais tarde, a Fundação Calouste Gulbenkian emprestou à Universidade 13 esculturas que foram estrategicamente colocadas em diferentes pontos do parque, convidando à sua descoberta.
Pouco a pouco, o parque recuperou a sua beleza e dignidade e a minha Mãe voltou a passear pelo jardim da sua infância, agora de mão dada com os seus Netos.
O parque do Palacete Mendonça é pois, para a minha família - tal como, certamente, para muitas outras pessoas - um espaço mágico e foi com enorme alegria que soubemos da sua venda à Fundação Aga Khan na convicção de que esta irá proceder não só ao restauro do edifício mas também do parque e mantê-lo aberto à população, tal como esperado e noticiado. Deste modo, permitirá que aqui se renove essa maravilhosa cadeia de mãos dadas de tantas gerações e o Parque do Palacete Mendonça continuará a fazer parte da memória passada e futura de todos nós.
Ana Maria de Mendonça T.S. Alves de Sousa»