30/04/2018

E não é que às vezes acertam? Um exemplo a seguir.


Bom exemplo de reabilitação junto ao Largo do Mitelo.

Este prédio tinha parcialmente ruído. O todo em muito mau estado.

Aqui uniram-se vontades e o resultado positivo está à vista de todos.

Podemos discordar da tipologia das chaminés, da cor escolhida, dos PVCs, mas o trabalho de recuperação da imagem original do prédio, janelas de cantaria, ferragens, mansardas, telhas, é notável.

Parabéns.

O fulano que fez isto, esteve mal. Deveria ter deitado tudo abaixo e não se falava mais na coisa.


E já agora, por que carga de água se manteve a porta, a casa, as cantarias e os azulejos?

Suponho que lá dentro esteja tudo ultra esterilizado à la Aires Mateus, branquinho , reluzente, tectos rebaixados com lâmpadas focais, tábuas de madeira corrida para dar aquele ar de que até gostam do "autêntico", botões para comandar tudo sem levantar o rabo do sofá. Só é pena que não haja nenhum botão para impedir que se trucidem casas de Lisboa desta maneira.


Como é que querem que se habite a cidade antiga se não se fizerem garagens? Dirão vários dos senhores que seguem este blogue.

Não tenho uma resposta, mas ela deve existir. Se até em Amesterdão as casas mantêm na íntegra as suas fachadas, em Bruxelas em grande medida, também, é porque se deve poder fazer melhor.

Por cá é mais: eu e o meu carrinho, o meu carrinho e eu.

29/04/2018

De "monos" já Lisboa tem que chegue. Este, por exemplo, é inesquecível e pelas piores razões.

Quem foi o arquitecto deste extraordinário embuste?





Não há ângulo melhor do que outro, são todos péssimos.

Instituto Câmara Pestana no Torel. Alguém foi o responsável por este pedaço de mau urbanismo. Quem autorizou a construção? Qual é a factura energética deste experiência negra e de gosto mais do que duvidoso? Que isto esteja numa das colinas de Lisboa, que se veja de todo o lado, que se encontre numa zona repleta de palacetes românticos, palácios setecentistas, casas populares, jardins, não incomoda nada nem ninguém.

Mas um dia, alguém tem de dizer - basta de experiências que penhoram o futuro da cidade.

Nostalgia de uma cidade perdida? Dizia o senhor Delfim Sardo. Talvez, mas esta que as fotografias mostram não será decerto uma bela cidade.


Uma beleza. Alguém lá para os lados da CML pode explicar o que se tem abatido sobre Lisboa nos últimos anos?




Sugiro que esta seja enviada para os Travel Awards. O palácio é só um pormenor no meio do caos do Rato.

A propósito da nova torre da Avenida Fontes Pereira de Melo, um tal sr. Sardo, muito conhecido das trienais de arquitectura, dizia que "há sempre quem chore e tenha nostalgia de uma cidade perdida", referindo-se à destruição de uns três ou quatro palacetes Fim-de-Século que estavam em muito mau estado para, no mesmo local, se erguer a bisarma planeada.

O Sr. Sardo acha que, tal como dezenas de outros arquitectos e amigos, que as cidades têm de se reinventar, sim, mas sobretudo se o forem na proporção dos seus desmandos e risco grosseiro.

O que pensará o sr. Sardo e os seus amigos desta beleza de harmonia urbanística que é o Largo do Rato, onde foram, há pouco tempo, mais umas casas ao charco para criar o vazio urbano que algumas das fotografias mostram?

Senhores Sardos e afins que enroupados numa falsa modernidade, defendem a destruição paulatina de vastas áreas da cidade deverão ser denunciados e desmascarados.

Outras cidades há, onde associações de moradores estão atentas ao que acontece ao património dos seus bairros e não deixam que pseudo-modernos e bacocos, destruam para sempre o que é de todos.

Por cá a sereníssima e impávida ordem dos arquitectos torna-se cúmplice, pelo seu silêncio,  do pior urbanismo.


28/04/2018

Proposta de permuta para os promotores (agora Licor Beirão+Grupo Melià+Lúcios) do "mono do Rato" #2


Por que não negoceia a CML o Palácio Marim-Olhão (quase todo devoluto e a cair aos bocados e recentemente colocado à venda pela CML) com os promotores do mono, fazendo do palácio um hotel, mantendo a leiloeira à mesma, já que, mais tarde ou mais cedo irá aparecer ali um hotel... e permitindo assim à CML fazer um jardim no Rato?

(foto: Misérias de Lx)

27/04/2018

Proposta de permuta para os promotores (agora Licor Beirão+Grupo Melià+Lúcios) do "mono do Rato" #1


Por que não negoceia a CML a adaptação do ex-hospital do Desterro (onde há pouco para estropiar, onde nada acontece e já se percebeu ir acontecer nada tão cêdo, e a Mainside já era, e numa zona que precisa de equipamentos âncora) com os promotores do mono, fazendo dali um hotel de categoria, e permitindo à CML fazer um jardim no Rato?

(foto do Público)

S.O.S. moradia modernista da Rua Castilho, 217


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


CC PCML, AML, JF Avenidas Novas e media

No seguimento da mudança de proprietário na moradia do nº 217 da Rua Castilho, e da previsível submissão de um pedido de informação prévia aos serviços que V. Exa. tutela, uma vez formalizado o natural processo de apreciação genérica quanto às condições para futura operação de urbanização;

Somos a solicitar a melhor atenção de V. Exa. para este caso, e para a necessidade de garantir a manutenção desta moradia de 1935, considerando o seguinte:

1. Trata-se da última moradia do Alto do Parque (bairro do Liceu Maria Amália).
2. Trata-se de um dos últimos logradouros existentes no bairro.
3. Trata-se de uma moradia da autoria do conhecido engenheiro Jacinto Robalo.
4. Trata-se de uma das últimas moradias modernistas da cidade de Lisboa.
5. Trata-se de um edifício classificado na Carta do Património, item 50.55, “conjunto arquitectónico/limites: Rua Marquês de Fronteira, Rua Castilho, Rua da Artilharia Um, Rua Joaquim António de Aguiar”, pelo que a sua demolição só pode ser aprovada em caso de ruína evidente, o que não é manifestamente o caso.

Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Jorge, Júlio Amorim, Miguel de Sepúlveda Velloso, Beatriz Empis, Alexandre Marques da Cruz, Paulo Lopes, Rui Martins, Virgílio Marques, Miguel Lopes Oliveira, Maria Maia, Fátima Castanheira, Fernando Silva Grade, Jorge Lima e Luiza Cadaval de Sousa

​Fotos de Luiza Cadaval de Sousa​

24/04/2018

Vistas do Miradouro das Portas do Sol, hoje:



Enquanto isso, Alfama, 23 de Abril 2018, vista do Miradouro das Portas do Sol (fotos de Fernando Jorge)

23/04/2018

Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade: o regresso do E-24

Por Paulo Ferrero, in Público online (23.4.2018)

"Temos, pois, uma Lisboa mais europeia. Paradoxalmente, Lisboa volta, neste campo, ao que tinha há 100 anos: uma linha de eléctricos impressionante.

Parece que é já no próximo dia 24, em vésperas da alvorada, que o bom do eléctrico n.º 24 vai voltar a circular oficialmente entre a Praça Luís de Camões e Campolide, tal e qual como desde 1905 até 1995, altura em que foi suspenso por causa da construção do estacionamento subterrâneo naquele largo, primeiro, e por causa das obras do Metropolitano no Rato, depois.

Agora, a partir de 25 de Abril (dia em que será gratuito para todos) voltará a ser serviço público, contrariando assim os doutos senhores que até há poucos anos juravam a pés juntos, do alto dos seus “galões”, que o mesmo só poderia voltar para fins turísticos, por isto ou por aquilo.

O certo é que ele está de volta. Ainda que parcialmente (falta reabrir a circulação no troço Camões-Sodré, com extensão ao Carmo), está de volta. Isso é motivo para todos comemorarem. Todos os que pugnam por uma cidade moderna, amiga do ambiente, em que possam conviver passado e presente, sem poluições ou cortinas de fumo.

É por isso tempo para, salvaguardadas as devidas distâncias, parafrasear Neil Armstrong aquando da sua chegada à lua: trata-se de um pequeno passo para um homem, e um salto gigantesco para a humanidade.

Há ainda algumas arestas, afiadas, por limar: o risco de engarrafamentos por causa do estacionamento automóvel indecoroso, que importa reprimir; a espera durante 20’ pela chegada do eléctrico, a falta de composições (pretende-se colocar ao serviço todos os eléctricos remodelados e também reduzir o número de eléctricos imobilizados em Santo Amaro durante os horários de serviço, encurtando os ciclos), e, claro está, falta reactivar o troço indispensável de todo aquele eixo central-histórico-turístico do Cais do Sodré-Rua do Alecrim-Carmo-Largo Trindade Coelho-São Pedro de Alcântara-Príncipe Real-Rato-Amoreiras, pecha que estará resolvida a muito breve trecho.

Temos, pois, uma Lisboa mais europeia. Paradoxalmente, Lisboa volta, neste campo, ao que tinha há 100 anos: uma linha de eléctricos impressionante.

Pelo meio ficam 23 (vinte e três) anos de promessas vãs, um protocolo para inglês ver (assinado em 1997 entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Carris); justificativas injustificadas, composições vendidas ao desbarato e que agora fazem falta, o lobby do gasóleo, as manipulações estatísticas à vontade do freguês, estudos pró e contra, duas petições públicas (uma delas com mais 3300 assinaturas, da “Plataforma pela reactivação do eléctrico 24, em Lisboa”), e uma evidência: o E-24 é de facto necessário para muita coisa, desde logo “descongestionar” a concentração de turistas que rumam a São Paulo, ao Bairro, ao Príncipe Real, às Amoreiras, e promover um percurso assistido em termos de mobilidade naquela encosta, Sétima Colina acima, que apenas funciona de formar intermitentemente por via dos elevadores de Santa Justa e da Glória junto ao metropolitano, e de uma carreira de autocarro.

Finalmente, fez-luz.

O boom turístico terá ajudado. As taxas também. Mas sem vontade política de quem de direito é que não seria possível o regresso do E-24, facto a que não será estranha a passagem de tutela da Carris para a Câmara Municipal de Lisboa (CML).

Chegados aqui há que elogiar o actual presidente da CML, e faço-o sem rodeios ou hesitações. Tal como à nova vereação da mobilidade. E à presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, apoiante desta verdadeira causa desde a primeira hora, ao contrário de outros agora oportunistas.
Elogio também e muito à já citada plataforma online, que nunca desistiu e que funcionou (e funciona) como ponto de encontro entre conhecidos e desconhecidos, verdadeiro hub dos mais variados entusiasmos e valências, de todas as idades e de todo o país, e que começou por levar três pessoas a bordo e já leva três mil.

 Estão todos de parabéns!

Esta vitória da urbanidade (do urbanismo, leia-se) possibilita agora outros voos e novas paragens, quiçá, poderá justificar o repensar dos antigos ramais do E-24, que dantes chegava ao Alto de São João e ao Tejo, vindo da Morais Soares e da Av. Duque d’Ávila. Poder-se-ia ligar de novo a cidade à Av. Infante D. Henrique e ir daqui à zona da Expo, talvez daqui por uma década.

Já agora, é favor não esquecer o imenso potencial que advirá para a cidade se se aproveitar a requalificação urbanística da chamada “Colina de Santana” e se reintroduzir o eléctrico entre o Martim Moniz e o Campo Mártires da Pátria. Tal permitirá algo semelhante ao que se conseguiu com o E-24 do outro lado da Avenida, mas também outras coisas, como, por exemplo, permitirá ao vereador Manuel Salgado deixar de recusar a instalação do Arquivo Municipal de Lisboa (e a sua dignificação é uma chaga cultural que importa resolver) no complexo do antigo Hospital Miguel Bombarda pelo facto de haver “más acessibilidades”.

Hip, hip, hurra ao Eléctrico n.º 24.

Fundador do Fórum Cidadania Lx"

20/04/2018

A Natureza na Cidade


Belém não são só os pastéis de nata e os monumentos de pedra procurados por quem visita o sítio. Belém, são também os monumentos naturais, muitos deles com mais de cem anos. Referimo-nos às oliveiras, com as quais nos cruzamos sem lhes prestarmos a devida atenção. E no entanto, já ali se encontravam antes de todos nós que hoje vivermos termos nascido e continuarão ali, depois de todos nós havermos partido. Elas são para os nosso filhos e assim quando com eles passarmos à sua beira, devemos parar um pouco e ensinar-lhes uma lição de vida.

Pinto Soares

16/04/2018

Projecto de musealização do claustro da Sé - Pedido de reunião com cabido


Exmo. Senhor Padre Tito


Considerando os dados vindos a público relativamente ao projecto de musealização dos achados arqueológicos do claustro da Sé de Lisboa, designadamente quanto às implicações de ordem estética e patrimonial no conjunto uno da Sé Patriarcal de Lisboa;

Serve o presente para solicitarmos uma reunião a V. Exa., Senhor Padre Tito, a fim de apresentarmos as nossas preocupações relativamente ao assunto exposto, bem como a outros assuntos referentes a nossa Se Patriarcal.

Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos


Miguel de Sepúlveda Velloso, Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Luís Serpa, Jorge Pinto, Gonçalo Cornélio da Silva, Eurico de Barros, Pedro Formozinho Sanchez


Chegado por e-mail:

«Boa noite,

Antes de mais, muito obrigado pela sua pronta mensagem!

Apesar de a distância física entre os Estúdios da Tóbis e os Estúdios do Lumiar ser relativamente pequena, distinguir ambos os espaços deveria ser claro. Uma vez que esta incerteza é extremamente comum, aproveito para esclarecer que os Estúdios da Tóbis se situam muito próximo de uma das mais notáveis áreas verdes da nossa cidade: a Quinta das Conchas e dos Liláses. Há cerca de meia década, o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) ocupou pelo menos uma parte dos Estúdios da Tóbis. Aliás, o átrio norte da estação da Quinta das Conchas garante um acesso quase directo à porta principal do ICA.

Por seu turno, os Estúdios do Lumiar localizam-se algumas centenas de metros mais para sul. O recinto outrora ocupado pela RTP confronta com vários bairros habitacionais (amplamente conhecidos e frequentemente confundidos), tais como o Parque Europa, a Quinta do Lambert e a Quinta das Pedreiras. Na fotografia que lhe remeto em anexo, captada no final de 2010, os Estúdios do Lumiar apenas se mostram timidamente no canto superior direito, tal é o elevado número de edifícios de habitação e de escritórios que os rodeiam.

Não tendo coragem para “visitar” o espaço que sempre admirei, não possuo quaisquer fotografias que permitam atestar o seu avançado estado de deterioração. No entanto, o “antes e o depois” pode ser dolorosamente comparado, com um intervalo de uma década, em https://www.youtube.com/watch?v=hpn1vRQfY0U e em https://www.rtp.pt/play/p3436/e285446/quando-a-tropa-mandou-na-rtp. Sugiro que faça algumas capturas de ecrã de ambos os vídeos. O abandono dos locais que ajudaram a escrever a história do nosso país deveria, no mínimo, fazer-nos corar de vergonha…

Apesar desta longa mensagem, espero ter esclarecido as suas dúvidas! Um abraço,

Pedro Pinto»

Adeus a este pombalino da Lapa


E pronto, vai mesmo abaixo este pombalino da Rua do Meio à Lapa, fica a fachadita para fazer de conta :-)

11/04/2018

Eléctrico 24

Finalmente:
Fotos desta manhã

Estão já em curso os testes para avançar com a reposição da linha 24. Adivinham-se problemas com o saturado trânsito particular nesta via quando a carreira começar a funcionar regularmente.