Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
30/09/2010
Acto digno de ópera-bufa
Da opera-buffa em que vivemos, foi o de ontem, pelas 17h, era hasteada esta bandeira portuguesa (foto VB), do cimo do arco da Rua Augusta, com a presença de sec. estado e fanfarra da GNR. Hoje, os cabos rebentaram e a bandeira foi-se. Quantos € deitados à rua?
Mil processos de classificação à beira de prescrever - Portugal - DN
Mil processos de classificação à beira de prescrever - Portugal - DN
(...) Para o arqueólogo Manuel Calado, que já instituiu processos de classificação, "não tem sentido decretar a caducidade" das candidaturas, mesmo das que já se arrastam há vários anos, uma vez que isso significa "retirar protecção" aos monumentos. "Há processos em curso que devem ser concluídos. O problema é que o acto de classificar mais património implica uma responsabilidade acrescida para o Igespar e o País tem de se questionar sobre a existência de capacidade financeira para garantir uma real protecção aos sítios classificados."
Trata-se de equacionar até que ponto há "capacidade para garantir que uma figura legal se torne efectiva". Ou, dito de outro modo, se o facto de se acrescentar património à lista de sítios classificados corresponde à salvaguarda desses mesmos monumentos perante a pressão imobiliária ou em relação a actos de vandalismo. "Garantir a preservação de edifícios e locais é complicado, pois exige meios financeiros e humanos que em muitos casos não existem nem nunca existiram, mesmo no património que já se encontra classificado", alerta Manuel Calado.(...)
----- ... Abdicar ... ou Relativização definitiva da Responsabilidade Ético-Cultural do Estado, directamente proporcional ao objectivo estatístico-globalizante de 'acabar com os chumbos' na Educação ... Ou seja ... Portugal à deriva ... António Sérgio Rosa de Carvalho
(...) Para o arqueólogo Manuel Calado, que já instituiu processos de classificação, "não tem sentido decretar a caducidade" das candidaturas, mesmo das que já se arrastam há vários anos, uma vez que isso significa "retirar protecção" aos monumentos. "Há processos em curso que devem ser concluídos. O problema é que o acto de classificar mais património implica uma responsabilidade acrescida para o Igespar e o País tem de se questionar sobre a existência de capacidade financeira para garantir uma real protecção aos sítios classificados."
Trata-se de equacionar até que ponto há "capacidade para garantir que uma figura legal se torne efectiva". Ou, dito de outro modo, se o facto de se acrescentar património à lista de sítios classificados corresponde à salvaguarda desses mesmos monumentos perante a pressão imobiliária ou em relação a actos de vandalismo. "Garantir a preservação de edifícios e locais é complicado, pois exige meios financeiros e humanos que em muitos casos não existem nem nunca existiram, mesmo no património que já se encontra classificado", alerta Manuel Calado.(...)
----- ... Abdicar ... ou Relativização definitiva da Responsabilidade Ético-Cultural do Estado, directamente proporcional ao objectivo estatístico-globalizante de 'acabar com os chumbos' na Educação ... Ou seja ... Portugal à deriva ... António Sérgio Rosa de Carvalho
Colocação da primeira pedra da ponte pedonal e ciclável entre Olaias e Bela Vista
Mais informação já aqui ao lado, no blogue do Observatório do Parque da Bela Vista (que faz o que pode, bem entendido e a mais não é obrigado ...).
P.S. E não é que voltou a ideia da Feira Popular no Parque da Bela Vista?
P.S. E não é que voltou a ideia da Feira Popular no Parque da Bela Vista?
Auditoria arrasa anterior executivo da Junta de Campolide
In Jornal de Notícias (30/9/2010)
«Uma auditoria à anterior gestão da Junta de Freguesia de Campolide, Lisboa, encontrou irregularidades na emissão de cheques e aprovação de subsídios, bem como desvios orçamentais relacionados com custos com o pessoal, combustíveis e material Informático.
A auditoria foi encomendada pelo actual executivo da Junta de Campolide, presidida por André Couto (PS) em relação ao anterior mandato, entre 2005 e 2009, presidido por Fausto Santos (PSD).
O relatório dos auditores, a que a Lusa teve acesso, refere que existiram no período em causa “várias irregularidades na emissão de cheques, nomeadamente na adulteração do valor dos mesmos e a da pessoa a quem se destinava”.
Verificou ainda “fortes indícios de existir favorecimento de forma directa ou indirecta entre pessoas que trabalhavam na Junta e noutras empresas exteriores”, com a atribuição de subsídios onde “por vezes estavam subjacentes proveitos em prol da Junta de Freguesia de Campolide (...) que nunca foram recebidos, ou adjudicação de serviços por deliberação simples do Sr. Presidente da JFC sem que fosse aberto concurso, ou deliberado em sede de Executivo”.
Nas conclusões, a auditoria refere-se à “atribuição de verbas a empresas onde o próprio presidente da JFC pertencia, por vezes, até aos órgãos sociais, por simples deliberação do mesmo”.
Entre os desvios identificados, de que “resultaram várias alterações orçamentais”, estão despesas de representação, combustíveis, vigilância e segurança entregue a três empresas em simultâneo, material informático e, principalmente, os custos com o pessoal.
À agência Lusa, Fausto Jorge Santos (PSD), o anterior presidente e principal visado, disse que teve conhecimento da auditoria pela revista da Junta “Notícias de Campolide”, publicada esta semana.
“Na maneira como ela [a auditoria] está descrita na revista, há uma quantidade de falsidades, que obviamente vão ser respondidas através de uma queixa-crime contra o presidente [da Junta] presente, por difamação e calúnia, por coisas gravíssimas que ele diz”, refere o ex-autarca.
O anterior autarca admitiu algumas irregularidades, “como a falsificação dos cheques”. “Mas foi um caso que foi enviado à Judiciária há dois anos, já sabem quem é que foi, são duas pessoas, uma está com um mandato de captura, outra fugida em Angola. Portanto, isso é uma coisa que está publicada como se o executivo anterior falsificasse os cheques e roubasse o dinheiro”, explicou.
Jorge Gonçalves negou ainda que os seus assessores ganhassem “dois mil e três mil euros”, porque “não havia lá ninguém a ganhar mais de 1200”, e que a Junta devesse, durante o seu mandato, dinheiro às Finanças.
“Tenho dois extractos, das Finanças e da Segurança Social, de 31 de Outubro de 2009 e não havia uma única dívida nem às Finanças nem à Segurança Social, portanto há uma quantidade de erros, penso eu que de propósito”, disse.
Garante ainda que "não houve uma única despesa feita [durante o seu mandato] sem apresentação de recibos".»
...
Por isto é que "convém" dar mais competências às Juntas, está claro.
«Uma auditoria à anterior gestão da Junta de Freguesia de Campolide, Lisboa, encontrou irregularidades na emissão de cheques e aprovação de subsídios, bem como desvios orçamentais relacionados com custos com o pessoal, combustíveis e material Informático.
A auditoria foi encomendada pelo actual executivo da Junta de Campolide, presidida por André Couto (PS) em relação ao anterior mandato, entre 2005 e 2009, presidido por Fausto Santos (PSD).
O relatório dos auditores, a que a Lusa teve acesso, refere que existiram no período em causa “várias irregularidades na emissão de cheques, nomeadamente na adulteração do valor dos mesmos e a da pessoa a quem se destinava”.
Verificou ainda “fortes indícios de existir favorecimento de forma directa ou indirecta entre pessoas que trabalhavam na Junta e noutras empresas exteriores”, com a atribuição de subsídios onde “por vezes estavam subjacentes proveitos em prol da Junta de Freguesia de Campolide (...) que nunca foram recebidos, ou adjudicação de serviços por deliberação simples do Sr. Presidente da JFC sem que fosse aberto concurso, ou deliberado em sede de Executivo”.
Nas conclusões, a auditoria refere-se à “atribuição de verbas a empresas onde o próprio presidente da JFC pertencia, por vezes, até aos órgãos sociais, por simples deliberação do mesmo”.
Entre os desvios identificados, de que “resultaram várias alterações orçamentais”, estão despesas de representação, combustíveis, vigilância e segurança entregue a três empresas em simultâneo, material informático e, principalmente, os custos com o pessoal.
À agência Lusa, Fausto Jorge Santos (PSD), o anterior presidente e principal visado, disse que teve conhecimento da auditoria pela revista da Junta “Notícias de Campolide”, publicada esta semana.
“Na maneira como ela [a auditoria] está descrita na revista, há uma quantidade de falsidades, que obviamente vão ser respondidas através de uma queixa-crime contra o presidente [da Junta] presente, por difamação e calúnia, por coisas gravíssimas que ele diz”, refere o ex-autarca.
O anterior autarca admitiu algumas irregularidades, “como a falsificação dos cheques”. “Mas foi um caso que foi enviado à Judiciária há dois anos, já sabem quem é que foi, são duas pessoas, uma está com um mandato de captura, outra fugida em Angola. Portanto, isso é uma coisa que está publicada como se o executivo anterior falsificasse os cheques e roubasse o dinheiro”, explicou.
Jorge Gonçalves negou ainda que os seus assessores ganhassem “dois mil e três mil euros”, porque “não havia lá ninguém a ganhar mais de 1200”, e que a Junta devesse, durante o seu mandato, dinheiro às Finanças.
“Tenho dois extractos, das Finanças e da Segurança Social, de 31 de Outubro de 2009 e não havia uma única dívida nem às Finanças nem à Segurança Social, portanto há uma quantidade de erros, penso eu que de propósito”, disse.
Garante ainda que "não houve uma única despesa feita [durante o seu mandato] sem apresentação de recibos".»
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Por isto é que "convém" dar mais competências às Juntas, está claro.
29/09/2010
Duque de Ávila espera por cara limpa há mais de um ano
In Diário de Notícias (29/9/2010)
por ISALTINA PADRÃO
«Conclusão da Linha Vermelha foi em Agosto de 2009. Só agora se reabilita a superfície.
Totalmente esventrada. É assim que está a Avenida Duque de Ávida, em Lisboa, mais de um ano após a conclusão das obras da Linha Vermelha do metro que liga a Alameda a S. Sebastião, passando pelo Saldanha e unindo todas as linhas da rede subterrânea. Após este trabalho no subsolo, que ficou concluído cinco anos depois do previsto, a requalificação daquela artéria à superfície só começou a ser feita há pouco mais de um mês. Algo que os comerciantes locais não entendem. E reclamam.
"Esta empreitada tem tido uma sucessão de atrasos que só têm vindo a prejudicar o comércio. O último foi este. Como é que é possível que os trabalhos de recuperação à superfície, que são extremamente simples, só se tenham iniciado um ano e tal após a conclusão das obras no subsolo [a 29 de Agosto de 2009]?" A questão é colocada por Luís Cunha, director técnico da Farmácia Cardeira, no n.º 32 da Duque de Ávila.
O DN remeteu a pergunta para o Metropolitano de Lisboa (ML) que diz ter sido "necessário proceder a alguns ajustamentos ao projecto inicial. Só foi possível avançar com as obras após a necessária articulação com a Câmara Municipal de Lisboa". O ML adianta que "prevê-se que a obra [à superfície] seja concluída seis meses após o início da mesma".
Com marcas mais profundas do que já sofreram desde 2004, aquando do início da escavação para a execução da Linha Vermelha, há quem já não acredite nos prazos que são indicados pelas entidades responsáveis. "São promessas vãs", dizem, revoltados.
É o caso de Maria de Fátima Pires, proprietária do café S. Reno, situado no n.º 30. Quando o DN entrou no seu restaurante, esta mulher estava a almoçar, mas rapidamente largou o prato para denunciar o quanto tem sido penalizada por esta empreitada que teve início em finais de 2004. "A clientela ausentou-se e a pouca que ainda ficou foi em consideração à casa. Há quem até tenha pena de mim", lamenta.
Segundo Maria de Fátima, as obras iniciaram-se a 11 de Agosto, mas as máquinas começaram a rasgar em força o quarteirão entre a Avenida da República e a Defensores de Chaves a 17 deste mês, dia em que o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, tinha agendada uma visita à empreitada, mas essa visita não se realizou.
No entanto, o DN esteve no local e viu escavadoras e homens a trabalhar incessantemente. Viu peões caminhar até gradeamentos que os obrigam a voltar para trás devido à sinalética "colocada recentemente ser pouco esclarecedora". "Com estas placas a apontarem sei lá para onde é difícil a gente ler e não seguir em frente", queixa-se uma mulher que, de saltos altos, fez um percurso em terra batida totalmente em vão.
A juntar a estes problemas, há um barulho ensurdecedor constante e pó que se infiltra na garganta de quem passa e não dá descanso aos comerciantes. "Nem vale a pena fazer montras, já para não falar dos estragos causados em certos materiais como as peles", frisa a empregada de uma sapataria, que não acredita que "daqui a seis meses o cenário esteja melhor". A ver vamos...»
por ISALTINA PADRÃO
«Conclusão da Linha Vermelha foi em Agosto de 2009. Só agora se reabilita a superfície.
Totalmente esventrada. É assim que está a Avenida Duque de Ávida, em Lisboa, mais de um ano após a conclusão das obras da Linha Vermelha do metro que liga a Alameda a S. Sebastião, passando pelo Saldanha e unindo todas as linhas da rede subterrânea. Após este trabalho no subsolo, que ficou concluído cinco anos depois do previsto, a requalificação daquela artéria à superfície só começou a ser feita há pouco mais de um mês. Algo que os comerciantes locais não entendem. E reclamam.
"Esta empreitada tem tido uma sucessão de atrasos que só têm vindo a prejudicar o comércio. O último foi este. Como é que é possível que os trabalhos de recuperação à superfície, que são extremamente simples, só se tenham iniciado um ano e tal após a conclusão das obras no subsolo [a 29 de Agosto de 2009]?" A questão é colocada por Luís Cunha, director técnico da Farmácia Cardeira, no n.º 32 da Duque de Ávila.
O DN remeteu a pergunta para o Metropolitano de Lisboa (ML) que diz ter sido "necessário proceder a alguns ajustamentos ao projecto inicial. Só foi possível avançar com as obras após a necessária articulação com a Câmara Municipal de Lisboa". O ML adianta que "prevê-se que a obra [à superfície] seja concluída seis meses após o início da mesma".
Com marcas mais profundas do que já sofreram desde 2004, aquando do início da escavação para a execução da Linha Vermelha, há quem já não acredite nos prazos que são indicados pelas entidades responsáveis. "São promessas vãs", dizem, revoltados.
É o caso de Maria de Fátima Pires, proprietária do café S. Reno, situado no n.º 30. Quando o DN entrou no seu restaurante, esta mulher estava a almoçar, mas rapidamente largou o prato para denunciar o quanto tem sido penalizada por esta empreitada que teve início em finais de 2004. "A clientela ausentou-se e a pouca que ainda ficou foi em consideração à casa. Há quem até tenha pena de mim", lamenta.
Segundo Maria de Fátima, as obras iniciaram-se a 11 de Agosto, mas as máquinas começaram a rasgar em força o quarteirão entre a Avenida da República e a Defensores de Chaves a 17 deste mês, dia em que o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, tinha agendada uma visita à empreitada, mas essa visita não se realizou.
No entanto, o DN esteve no local e viu escavadoras e homens a trabalhar incessantemente. Viu peões caminhar até gradeamentos que os obrigam a voltar para trás devido à sinalética "colocada recentemente ser pouco esclarecedora". "Com estas placas a apontarem sei lá para onde é difícil a gente ler e não seguir em frente", queixa-se uma mulher que, de saltos altos, fez um percurso em terra batida totalmente em vão.
A juntar a estes problemas, há um barulho ensurdecedor constante e pó que se infiltra na garganta de quem passa e não dá descanso aos comerciantes. "Nem vale a pena fazer montras, já para não falar dos estragos causados em certos materiais como as peles", frisa a empregada de uma sapataria, que não acredita que "daqui a seis meses o cenário esteja melhor". A ver vamos...»
Moradores do Bairro Alto exigem sossego
In Jornal de Notícias (29/9/2010)
«Cansados do ruído e do lixo que, aos fins-de-semana, invadem o Bairro Alto, em Lisboa, um grupo de moradores vai hoje, quarta-feira, exigir medidas ao executivo camarário. Há quem use tampões nos ouvidos e comprimidos para dormir, mas nem assim escapam ao barulho.
“Queremos dizer ao senhor presidente que é preciso dizer basta. Ele que deixe de se preocupar tanto com os gatafunhos nas paredes e limpe as ruas”, diz “Maria”, uma das moradoras, que prefere não revelar a verdadeira identidade por temer represálias.
Esta moradora, que fará parte do grupo que hoje se desloca à reunião pública de câmara, refere que, além do ruído, há ainda a questão da limpeza, que está a ser feita cada vez mais tarde. “Por vezes, às 10, 11 horas ainda as ruas estão cheias de garrafas”, queixa-se, acrescentando que, recentemente, uma criança sofreu um corte num pé por causa de um vidro.
Nem por magia seria possível conquistar uns minutos de silêncio no Bairro Alto. Os bares e lojas de conveniência são tantos que quem insiste em morar por aquelas bandas já esgotou todos os truques para fugir ao ruído. “São directas, atrás de directas. Dentro das casas, o som dos bares faz estremecer camas, candeeiros e sofás. “Vivemos num autêntico Inferno”, acrescentam.
Quem pode, dorme de dia e faz a lida da casa à noite. Outros tomam comprimidos para dormir ou usam tampões nos ouvidos. Outros ainda, limitam-se a aturar as tropelias e insultos, rezando para que amanheça depressa. “Eles tentam arrombar-nos as portas para se drogarem ou fazerem sexo. Sentam-se nas soleiras das portas, encostam-se e andam ali aos encontrões”, queixa-se, por sua vez, “Isabel”. Um dos moradores até arranjou uma artimanha para impedir que a soleira servisse de banco, mas desistiu de ali morar e foi para casa de familiares na margem Sul do Tejo.
E como se não bastasse o ruído e as pilhas de garrafas nas ruas, o cheiro a haxixe que entra pelas casas adentro, os insultos e os arrombamentos, há ainda os roubos insólitos. A Gracinda, roubaram-lhe as cuecas do estendal, no primeiro andar da varanda. O roubo terá pesado na consciência do ladrão, que lhe deixou cinco euros.
Gracinda diz que já nem ousa chamar a atenção de ninguém. “Se pedimos silêncio, somos insultados e ameaçados. Ficamos com medo. O problema é que há bares a mais. Cada rés-do-chão que fica vago é um bar que abre”.
“Rosa”, outra moradora, nem queria acreditar quando, há poucas semanas, foi ofendida apenas por estar a tossir na cama. “Ó velha, vê lá se te calas”, gritavam os jovens que estavam sentados junto à sua porta. E Rosa, lá foi para a cozinha, o local mais afastado da entrada da casa, onde ficou alguns minutos a acalmar a tosse.
Manuel Madureira fala sem reservas e garante que, um dia destes, “passa-se dos carretos”. No mínimo, diz, alguém vai levar com um balde de água na cabeça. Conta que um grupo andou pelas ruas a tocar trombone até às quatro da madrugada. Sem pudores, diz que sente saudades dos tempos em que o único problema era a prostituição. “Ao menos respeitavam os moradores”.
E só não há mais queixas, dizem em surdina, porque há bares que “gratificam” os moradores para que estes não reclamem.»
«Cansados do ruído e do lixo que, aos fins-de-semana, invadem o Bairro Alto, em Lisboa, um grupo de moradores vai hoje, quarta-feira, exigir medidas ao executivo camarário. Há quem use tampões nos ouvidos e comprimidos para dormir, mas nem assim escapam ao barulho.
“Queremos dizer ao senhor presidente que é preciso dizer basta. Ele que deixe de se preocupar tanto com os gatafunhos nas paredes e limpe as ruas”, diz “Maria”, uma das moradoras, que prefere não revelar a verdadeira identidade por temer represálias.
Esta moradora, que fará parte do grupo que hoje se desloca à reunião pública de câmara, refere que, além do ruído, há ainda a questão da limpeza, que está a ser feita cada vez mais tarde. “Por vezes, às 10, 11 horas ainda as ruas estão cheias de garrafas”, queixa-se, acrescentando que, recentemente, uma criança sofreu um corte num pé por causa de um vidro.
Nem por magia seria possível conquistar uns minutos de silêncio no Bairro Alto. Os bares e lojas de conveniência são tantos que quem insiste em morar por aquelas bandas já esgotou todos os truques para fugir ao ruído. “São directas, atrás de directas. Dentro das casas, o som dos bares faz estremecer camas, candeeiros e sofás. “Vivemos num autêntico Inferno”, acrescentam.
Quem pode, dorme de dia e faz a lida da casa à noite. Outros tomam comprimidos para dormir ou usam tampões nos ouvidos. Outros ainda, limitam-se a aturar as tropelias e insultos, rezando para que amanheça depressa. “Eles tentam arrombar-nos as portas para se drogarem ou fazerem sexo. Sentam-se nas soleiras das portas, encostam-se e andam ali aos encontrões”, queixa-se, por sua vez, “Isabel”. Um dos moradores até arranjou uma artimanha para impedir que a soleira servisse de banco, mas desistiu de ali morar e foi para casa de familiares na margem Sul do Tejo.
E como se não bastasse o ruído e as pilhas de garrafas nas ruas, o cheiro a haxixe que entra pelas casas adentro, os insultos e os arrombamentos, há ainda os roubos insólitos. A Gracinda, roubaram-lhe as cuecas do estendal, no primeiro andar da varanda. O roubo terá pesado na consciência do ladrão, que lhe deixou cinco euros.
Gracinda diz que já nem ousa chamar a atenção de ninguém. “Se pedimos silêncio, somos insultados e ameaçados. Ficamos com medo. O problema é que há bares a mais. Cada rés-do-chão que fica vago é um bar que abre”.
“Rosa”, outra moradora, nem queria acreditar quando, há poucas semanas, foi ofendida apenas por estar a tossir na cama. “Ó velha, vê lá se te calas”, gritavam os jovens que estavam sentados junto à sua porta. E Rosa, lá foi para a cozinha, o local mais afastado da entrada da casa, onde ficou alguns minutos a acalmar a tosse.
Manuel Madureira fala sem reservas e garante que, um dia destes, “passa-se dos carretos”. No mínimo, diz, alguém vai levar com um balde de água na cabeça. Conta que um grupo andou pelas ruas a tocar trombone até às quatro da madrugada. Sem pudores, diz que sente saudades dos tempos em que o único problema era a prostituição. “Ao menos respeitavam os moradores”.
E só não há mais queixas, dizem em surdina, porque há bares que “gratificam” os moradores para que estes não reclamem.»
PSD suspeita de competências novas da EMEL
In Público (29/9/2010)
«Os deputados municipais do PSD suspeitam das novas competências que a Câmara de Lisboa quer entregar à Empresa Municipal de Estacionamento (EMEL), por via da alteração dos seus estatutos.
"Trata-se do esvaziamento de competências do pelouro da mobilidade a favor de uma empresa", observa o líder da bancada "laranja", António Proa. Se a assembleia municipal aprovar a proposta que existe nesse sentido, "encargos como o da criação de uma rede de bicicletas na cidade, da ordem dos 50 milhões de euros, deixarão de ser submetidos ao escrutínio da câmara e da assembleia municipal, órgãos democraticamente eleitos", explica o deputado municipal. "E isto é impensável", prossegue, acrescentando esperar que a Câmara de Lisboa esteja disponível para rever a proposta.
Embora o PSD não detenha maioria absoluta na assembleia municipal, ainda é o partido com mais deputados. A votação da alteração de estatutos da EMEL, para que a empresa municipal passe a gerir também a mobilidade na capital, foi ontem adiada neste órgão, por faltar o parecer da Comissão de Educação da Assembleia Municipal.
A alteração das tarifas de estacionamento, com aumento dos preços na primeira hora, é outra intenção da Câmara de Lisboa que os sociais-democratas vêem com maus olhos e contra a qual ameaçam votar numa das próximas sessões. ?Ana Henriques»
...
Suspeita o PSD e suspeitam muitos mais, como é óbvio.
«Os deputados municipais do PSD suspeitam das novas competências que a Câmara de Lisboa quer entregar à Empresa Municipal de Estacionamento (EMEL), por via da alteração dos seus estatutos.
"Trata-se do esvaziamento de competências do pelouro da mobilidade a favor de uma empresa", observa o líder da bancada "laranja", António Proa. Se a assembleia municipal aprovar a proposta que existe nesse sentido, "encargos como o da criação de uma rede de bicicletas na cidade, da ordem dos 50 milhões de euros, deixarão de ser submetidos ao escrutínio da câmara e da assembleia municipal, órgãos democraticamente eleitos", explica o deputado municipal. "E isto é impensável", prossegue, acrescentando esperar que a Câmara de Lisboa esteja disponível para rever a proposta.
Embora o PSD não detenha maioria absoluta na assembleia municipal, ainda é o partido com mais deputados. A votação da alteração de estatutos da EMEL, para que a empresa municipal passe a gerir também a mobilidade na capital, foi ontem adiada neste órgão, por faltar o parecer da Comissão de Educação da Assembleia Municipal.
A alteração das tarifas de estacionamento, com aumento dos preços na primeira hora, é outra intenção da Câmara de Lisboa que os sociais-democratas vêem com maus olhos e contra a qual ameaçam votar numa das próximas sessões. ?Ana Henriques»
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Suspeita o PSD e suspeitam muitos mais, como é óbvio.
Câmara cede edifício do Caleidoscópio
In Público (29/9/2010)
«A Câmara de Lisboa analisa hoje uma proposta que prevê a assinatura de um protocolo com a Universidade de Lisboa para a recuperação do edifício do Caleidoscópio, que a autarquia cederá por 50 anos. A câmara compromete-se a ter o jardim do Campo Grande e o respectivo lago recuperado até final de 2012. O protocolo prevê também a cedência, por 50 anos, dos campos de ténis, ringue de patinagem e ainda o edifício dos antigos balneários.»
...
Continuo na minha: a solução de ovo de Colombo para o Campo Grande passa pela instalação de uma vedação "à la" Séc. XIX. Depois, podem vir protocolos, mecenatos, cedências por tempo infinito, etc., etc.
«A Câmara de Lisboa analisa hoje uma proposta que prevê a assinatura de um protocolo com a Universidade de Lisboa para a recuperação do edifício do Caleidoscópio, que a autarquia cederá por 50 anos. A câmara compromete-se a ter o jardim do Campo Grande e o respectivo lago recuperado até final de 2012. O protocolo prevê também a cedência, por 50 anos, dos campos de ténis, ringue de patinagem e ainda o edifício dos antigos balneários.»
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Continuo na minha: a solução de ovo de Colombo para o Campo Grande passa pela instalação de uma vedação "à la" Séc. XIX. Depois, podem vir protocolos, mecenatos, cedências por tempo infinito, etc., etc.
28/09/2010
Miradouro Stª Luzia, uma vergonha Municipal!
Mau cheiro, degradação, desmazelo... Tudo isto,há anos,num dos mais emblemáticos e visitados miradouros de Lisboa.Até quando?
"Visita ao aquário não impede visita ao oceanário e vice-versa"
In Diário de Notícias (28/9/2010)
por ISALTINA PADRÃO
«O Oceanário de Lisboa completa 12 anos, menos cem que o Aquário Vasco da Gama. Este interregno temporal faz, também, que sejam espaços totalmente distintos?
São de facto instituições distintas, mas complementares. Uma visita ao aquário não impede uma visita ao oceanário. E vice-versa. Há lugar para as duas instituições.
Mas existe ou não rivalidade?
De todo. Temos um relacionamento muito bom. Não encaramos o oceanário como concorrente mas como parceiro. Existe muita troca de informação, e até de espécies, entre nós. Regularmente visitamo--nos para trocar experiências e participar em eventos, como palestras ou exposições. Digamos que aprendemos um com o outro.
Foi feito algum protocolo entre as duas entidades?
Não. Mas existe uma colaboração muito estreita e profícua. Até pertencemos a associações em comum, nomeadamente à Associação Portuguesa de Zoos e Aquários e à EASA, que é uma entidade europeia equivalente à referida associação nacional.
A abertura do oceanário retirou visitantes ao aquário?
É verdade que hoje temos menos visitantes do que há dez anos. Mas isso não se pode relacionar com o aparecimento do oceanário de Lisboa. Agora existem mais opções. As pessoas têm ao seu alcance mais parques zoológicos e biológicos distribuídos pelo País, como sejam um aquário no Porto e outro em Gaia, um fluviário em Mora ou o Zoomarine no Algarve. Hoje as pessoas dividem-se pelos vários espaços, por isso é natural que tenhamos menos visitas.
Quantos visitantes recebem por ano?
Recebemos 65 mil, dos quais cerca de 35% são escolares, o que reforça o papel pedagógico do aquário.
Quer dizer que o aquário tem um papel mais didáctico e o oceanário mais lúdico?
Não. O objectivo principal de ambos é sensibilizar as pessoas para a preservação da natureza, sobretudo do meio aquático.
Afinal que mais-valias apresenta o aquário em relação ao oceanário?
O aquário tem algumas vantagens. Tem uma componente de água doce, dá mais destaque à forma marinha da costa portuguesa e tem um museu com um espólio da colecção oceanográfica do rei D. Carlos. O museu é um complemento às cerca de 300 espécies vivas que aqui existem.
O Oceanário Lisboa é o maior da Europa e está muito bem cotado a nível mundial. O Aquário Vasco da Gama é considerado como uma relíquia?
Foi dos primeiros a ser inaugurados a nível mundial, e, em Portugal, julgo que faz parte do imaginário de qualquer pessoa.»
por ISALTINA PADRÃO
«O Oceanário de Lisboa completa 12 anos, menos cem que o Aquário Vasco da Gama. Este interregno temporal faz, também, que sejam espaços totalmente distintos?
São de facto instituições distintas, mas complementares. Uma visita ao aquário não impede uma visita ao oceanário. E vice-versa. Há lugar para as duas instituições.
Mas existe ou não rivalidade?
De todo. Temos um relacionamento muito bom. Não encaramos o oceanário como concorrente mas como parceiro. Existe muita troca de informação, e até de espécies, entre nós. Regularmente visitamo--nos para trocar experiências e participar em eventos, como palestras ou exposições. Digamos que aprendemos um com o outro.
Foi feito algum protocolo entre as duas entidades?
Não. Mas existe uma colaboração muito estreita e profícua. Até pertencemos a associações em comum, nomeadamente à Associação Portuguesa de Zoos e Aquários e à EASA, que é uma entidade europeia equivalente à referida associação nacional.
A abertura do oceanário retirou visitantes ao aquário?
É verdade que hoje temos menos visitantes do que há dez anos. Mas isso não se pode relacionar com o aparecimento do oceanário de Lisboa. Agora existem mais opções. As pessoas têm ao seu alcance mais parques zoológicos e biológicos distribuídos pelo País, como sejam um aquário no Porto e outro em Gaia, um fluviário em Mora ou o Zoomarine no Algarve. Hoje as pessoas dividem-se pelos vários espaços, por isso é natural que tenhamos menos visitas.
Quantos visitantes recebem por ano?
Recebemos 65 mil, dos quais cerca de 35% são escolares, o que reforça o papel pedagógico do aquário.
Quer dizer que o aquário tem um papel mais didáctico e o oceanário mais lúdico?
Não. O objectivo principal de ambos é sensibilizar as pessoas para a preservação da natureza, sobretudo do meio aquático.
Afinal que mais-valias apresenta o aquário em relação ao oceanário?
O aquário tem algumas vantagens. Tem uma componente de água doce, dá mais destaque à forma marinha da costa portuguesa e tem um museu com um espólio da colecção oceanográfica do rei D. Carlos. O museu é um complemento às cerca de 300 espécies vivas que aqui existem.
O Oceanário Lisboa é o maior da Europa e está muito bem cotado a nível mundial. O Aquário Vasco da Gama é considerado como uma relíquia?
Foi dos primeiros a ser inaugurados a nível mundial, e, em Portugal, julgo que faz parte do imaginário de qualquer pessoa.»
Cidadãos criticam falta de qualidade das esplanadas
In Diário de Notícias (28/9/2010)
por Lusa
«O movimento de cidadãos 'Fórum Cidadania Lisboa' criticou hoje a desqualificação que diz caracterizar as esplanadas de café e restaurantes da capital, sobretudo as dos bairros históricos.
Numa carta enviada ao presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, quando se assinala o Dia Mundial do Turismo, o movimento realça a "grande proliferação de esplanadas com mobiliário oferecido por marcas de bebidas, principalmente marcas de cerveja".
"O diagnóstico da situação actual das esplanadas da capital é preocupante e em muitos casos inaceitável. Com esplanadas de mobiliário caótico, carregadas de publicidade, com design e materiais desqualificados, dificilmente subimos os padrões de qualidade do Turismo de Lisboa", considera.
O 'Fórum Cidadania Lisboa' defende um melhor regulamento e maior fiscalização nestes casos, em que considera haver um "aproveitamento abusivo da publicidade e marketing".
"Desde o Castelo de São Jorge ao Mosteiro de São Vicente de Fora, passando pela Baixa, Chiado e Belém, vários monumentos emblemáticos da nossa cidade sofrem de poluição visual resultante de esplanadas cujo pretexto principal é publicitar uma marca de cerveja, de refrigerantes ou de gelados", recorda o Fórum.
Para este movimento de cidadãos, Lisboa deve oferecer a quem a visita esplanadas com padrões de qualidade elevados, a par com outras cidades europeias, dando como exemplo as cidades de Atenas e Nafplion, na Grécia, e Munique, na Alemanha, onde é proibido mobiliário com publicidade no centro histórico.»
por Lusa
«O movimento de cidadãos 'Fórum Cidadania Lisboa' criticou hoje a desqualificação que diz caracterizar as esplanadas de café e restaurantes da capital, sobretudo as dos bairros históricos.
Numa carta enviada ao presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, quando se assinala o Dia Mundial do Turismo, o movimento realça a "grande proliferação de esplanadas com mobiliário oferecido por marcas de bebidas, principalmente marcas de cerveja".
"O diagnóstico da situação actual das esplanadas da capital é preocupante e em muitos casos inaceitável. Com esplanadas de mobiliário caótico, carregadas de publicidade, com design e materiais desqualificados, dificilmente subimos os padrões de qualidade do Turismo de Lisboa", considera.
O 'Fórum Cidadania Lisboa' defende um melhor regulamento e maior fiscalização nestes casos, em que considera haver um "aproveitamento abusivo da publicidade e marketing".
"Desde o Castelo de São Jorge ao Mosteiro de São Vicente de Fora, passando pela Baixa, Chiado e Belém, vários monumentos emblemáticos da nossa cidade sofrem de poluição visual resultante de esplanadas cujo pretexto principal é publicitar uma marca de cerveja, de refrigerantes ou de gelados", recorda o Fórum.
Para este movimento de cidadãos, Lisboa deve oferecer a quem a visita esplanadas com padrões de qualidade elevados, a par com outras cidades europeias, dando como exemplo as cidades de Atenas e Nafplion, na Grécia, e Munique, na Alemanha, onde é proibido mobiliário com publicidade no centro histórico.»
Ryanair acredita ir instalar uma base na capital até ao Verão de 2011
In Público (28/9/2010)
Por Carlos Filipe
«A companhia aérea irlandesa de baixo custo, que já tem outras duas bases no país, diz que tudo depende das negociações com a gestora do aeroporto
Companhia transporta 3,3 milhões por ano com Porto e Faro
Recordes na Portela
A Ryanair, companhia área irlandesa low cost (de baixo custo), e a primeira deste segmento a instalar bases de operações em Portugal, primeiro no Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, e mais recentemente em Faro, continua fortemente empenhada em aumentar o número de voos de e para o território nacional. O próximo ponto no seu roteiro será Lisboa, tendo a empresa ontem anunciado que a decisão está nas mãos da ANA, Aeroportos de Portugal, que gere, entre outros, o Aeroporto da Portela.
Com 3,3 milhões transportados anualmente a partir das bases do Porto e Faro, a Ryanair garante que está em condições de começar a operar a partir de Lisboa já no próximo Verão. Ontem, no Porto, em conferência de imprensa, Daniel de Carvalho, director de comunicação daquela empresa, manifestou-se confiante no bom curso das negociações com a ANA, apesar de sublinhar que ainda subsistem alguns constrangimentos de ordem operacional na Portela de Sacavém, como o tempo médio (25 minutos) de permanência no solos entre voos dos aparelhos da Ryanair. A companhia diz que não consegue cumprir este tempo e também considera demasiado elevadas as taxas aeroportuárias reclamadas na capital. "Lisboa continua a ser mais cara do que gostaríamos", lamentou Daniel de Carvalho.
Citado pela Lusa, o mesmo responsável disse que foi feita uma proposta à ANA para a utilização do terminal 2 da Portela (utilizado para os voos domésticos), insistindo que uma base num terceiro aeroporto seria "um benefício ainda mais visível para o turismo português". Porém, também admitiu que "ainda não há acordo quanto ao valor da instalação" dessa base. O benefício que daí adviria também já foi admitido pela Associação de Turismo de Lisboa, que tem igualmente reclamado a necessidade de Lisboa ser sede de uma companhia de baixo custo.
Todavia, a concorrência de outra empresa do mesmo segmento, a Easyjet, sedeada no aeroporto londrino de Luton - e sem qualquer base em Portugal -, poderá pesar na decisão da ANA. A Ryanair, por seu lado, fixou este mês de Setembro como data limite para a oficialização de um novo acordo, que tanto poderá ser Lisboa, como Amesterdão, para onde também ainda não voa. Outro obstáculo para o operação da Ryanair como base seria a iminente saturação de movimentos na Portela, que em Agosto atingiu números recorde (ver caixa) de passageiros e de carga. O PÚBLICO pediu esclarecimentos à ANA, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição.»
Por Carlos Filipe
«A companhia aérea irlandesa de baixo custo, que já tem outras duas bases no país, diz que tudo depende das negociações com a gestora do aeroporto
Companhia transporta 3,3 milhões por ano com Porto e Faro
Recordes na Portela
A Ryanair, companhia área irlandesa low cost (de baixo custo), e a primeira deste segmento a instalar bases de operações em Portugal, primeiro no Aeroporto Sá Carneiro, no Porto, e mais recentemente em Faro, continua fortemente empenhada em aumentar o número de voos de e para o território nacional. O próximo ponto no seu roteiro será Lisboa, tendo a empresa ontem anunciado que a decisão está nas mãos da ANA, Aeroportos de Portugal, que gere, entre outros, o Aeroporto da Portela.
Com 3,3 milhões transportados anualmente a partir das bases do Porto e Faro, a Ryanair garante que está em condições de começar a operar a partir de Lisboa já no próximo Verão. Ontem, no Porto, em conferência de imprensa, Daniel de Carvalho, director de comunicação daquela empresa, manifestou-se confiante no bom curso das negociações com a ANA, apesar de sublinhar que ainda subsistem alguns constrangimentos de ordem operacional na Portela de Sacavém, como o tempo médio (25 minutos) de permanência no solos entre voos dos aparelhos da Ryanair. A companhia diz que não consegue cumprir este tempo e também considera demasiado elevadas as taxas aeroportuárias reclamadas na capital. "Lisboa continua a ser mais cara do que gostaríamos", lamentou Daniel de Carvalho.
Citado pela Lusa, o mesmo responsável disse que foi feita uma proposta à ANA para a utilização do terminal 2 da Portela (utilizado para os voos domésticos), insistindo que uma base num terceiro aeroporto seria "um benefício ainda mais visível para o turismo português". Porém, também admitiu que "ainda não há acordo quanto ao valor da instalação" dessa base. O benefício que daí adviria também já foi admitido pela Associação de Turismo de Lisboa, que tem igualmente reclamado a necessidade de Lisboa ser sede de uma companhia de baixo custo.
Todavia, a concorrência de outra empresa do mesmo segmento, a Easyjet, sedeada no aeroporto londrino de Luton - e sem qualquer base em Portugal -, poderá pesar na decisão da ANA. A Ryanair, por seu lado, fixou este mês de Setembro como data limite para a oficialização de um novo acordo, que tanto poderá ser Lisboa, como Amesterdão, para onde também ainda não voa. Outro obstáculo para o operação da Ryanair como base seria a iminente saturação de movimentos na Portela, que em Agosto atingiu números recorde (ver caixa) de passageiros e de carga. O PÚBLICO pediu esclarecimentos à ANA, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição.»
Lisboa alarga sistema de recolha selectiva porta a porta
In Público (28/9/2010)
Por Marisa Soares
«São já 35 as freguesias de Lisboa abrangidas, embora não na totalidade, pelo método de recolha selectiva de lixo porta a porta. O sistema abarca cerca de 25 por cento das habitações da capital, às quais se juntaram ontem as de São Sebastião da Pedreira. O objectivo da autarquia é alargar este método de recolha a toda a cidade até 2014.
Com o novo sistema, são atribuídos a cada edifício e a cada loja um contentor de tampa azul (para o papel) e outro de tampa amarela (para embalagens). A excepção vai para os edifícios sem espaço para acolher contentores, nos quais é permitida a deposição do lixo em sacos, pagos pelos munícipes. Os contentores têm de ser postos na rua entre as 19h e as 23h, respeitando os dias definidos para cada fracção.
A recolha tem início às 23h e é repartida: três dias para o lixo indiferenciado (terça-feira, quinta e sábado), dois dias para as embalagens (segunda e sexta) e um dia para o papel (quarta). Os recipientes têm de ser postos no interior dos edifícios até às 10h do dia seguinte. Na rua ficam apenas os vidrões (vidro) e pilhões (pilhas).
Em comunicado, a Câmara de Lisboa revela que o sistema abrange 4800 habitações e 955 lojas em São Sebastião da Pedreira. Com a aposta no alargamento do sistema, Lisboa diferencia-se do município vizinho, Oeiras, onde a câmara decidiu abandonar, em Maio de 2009, a solução que tinha em vigor há 14 anos. Apesar de ter sido pioneira a nível nacional na recolha selectiva porta a porta, a autarquia de Oeiras decidiu recuar e enterrar os contentores na via pública, alegando problemas de gestão e viabilidade económica do anterior sistema. Na altura, esta decisão mereceu críticas por parte de alguns moradores e também da Quercus.
Agora, esta associação ambientalista congratula-se pelo início da recolha selectiva porta a porta em São Sebastião da Pedreira. "A Câmara Municipal de Lisboa tem sido um exemplo para todo o país", ao reconhecer "as inquestionáveis vantagens" deste método, sustenta a Quercus, num comunicado de ontem. Desde o início de Setembro que a autarquia tem realizado acções de sensibilização e informação junto da comunidade local.»
Por Marisa Soares
«São já 35 as freguesias de Lisboa abrangidas, embora não na totalidade, pelo método de recolha selectiva de lixo porta a porta. O sistema abarca cerca de 25 por cento das habitações da capital, às quais se juntaram ontem as de São Sebastião da Pedreira. O objectivo da autarquia é alargar este método de recolha a toda a cidade até 2014.
Com o novo sistema, são atribuídos a cada edifício e a cada loja um contentor de tampa azul (para o papel) e outro de tampa amarela (para embalagens). A excepção vai para os edifícios sem espaço para acolher contentores, nos quais é permitida a deposição do lixo em sacos, pagos pelos munícipes. Os contentores têm de ser postos na rua entre as 19h e as 23h, respeitando os dias definidos para cada fracção.
A recolha tem início às 23h e é repartida: três dias para o lixo indiferenciado (terça-feira, quinta e sábado), dois dias para as embalagens (segunda e sexta) e um dia para o papel (quarta). Os recipientes têm de ser postos no interior dos edifícios até às 10h do dia seguinte. Na rua ficam apenas os vidrões (vidro) e pilhões (pilhas).
Em comunicado, a Câmara de Lisboa revela que o sistema abrange 4800 habitações e 955 lojas em São Sebastião da Pedreira. Com a aposta no alargamento do sistema, Lisboa diferencia-se do município vizinho, Oeiras, onde a câmara decidiu abandonar, em Maio de 2009, a solução que tinha em vigor há 14 anos. Apesar de ter sido pioneira a nível nacional na recolha selectiva porta a porta, a autarquia de Oeiras decidiu recuar e enterrar os contentores na via pública, alegando problemas de gestão e viabilidade económica do anterior sistema. Na altura, esta decisão mereceu críticas por parte de alguns moradores e também da Quercus.
Agora, esta associação ambientalista congratula-se pelo início da recolha selectiva porta a porta em São Sebastião da Pedreira. "A Câmara Municipal de Lisboa tem sido um exemplo para todo o país", ao reconhecer "as inquestionáveis vantagens" deste método, sustenta a Quercus, num comunicado de ontem. Desde o início de Setembro que a autarquia tem realizado acções de sensibilização e informação junto da comunidade local.»
27/09/2010
Dia Mundial do Turismo: Lisboa III
Pátio de entrada do Mosteiro de São Vicente de Fora. Esta marca de cerveja é das que tem reveleado menos sentido de responsabilidade social. Faz dos monumentos e dos bairros históricos do país seu campo de manobra para todo o tipo de campanhas de marketing e publicidade. E que dizer do Patriarcado de Lisboa, afinal proprietário deste Monumento Nacional? Venha o Diabo e escolha!
Dia Mundial do Turismo: Atenas
Se os gregos conseguem ter esplanadas desta qualidade no centro de Atenas porque razão em Lisboa as esplanadas são em plástico de cores berrantes e carregadas de publicidade?
LISBOA EM FRA(n)CA RECUPERAÇÃO...
Ora cá temos mais uma acção de limpeza urbana; daquelas que servem para nos livrar dos edifícios bafientos, desenquadrados e de má qualidade arquitectónica, com que os nossos antepassados, arquitectos incluídos, nos prendaram e que, urge eliminar...
E o que se segue, está-se mesmo a ver, não é?
Para ficar tudo "Omo-génio"...
Como se diz na net:
Loooolllaaaaadaaaaa total !!!!
Protesto no Dia Munidal do Turismo/Esplanadas de Lisboa
Exmo. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Dr. António Costa
No Dia Mundial do Turismo vimos chamar atenção para a desqualificação que ainda caracteriza grande parte das esplanadas de cafés e restaurantes de Lisboa, nomeadamente nos bairros históricos.
As esplanadas são equipamentos de grande importância para o Turismo de qualquer cidade. Podemos avaliar a qualidade da sua oferta turística através do cuidado que os munícipes, e a sua Câmara, põem na implantação e mobiliário das esplanadas.
Infelizmente, e apesar dos regulamentos existentes, são ainda demasiado frequentes as esplanadas sem qualidade e muitas as irregularidades.
Registamos também uma preocupante proliferação de esplanadas com mobiliário oferecido por marcas de bebidas, principalmente marcas de cerveja. Nenhuma zona histórica ou monumento classificado da capital parecem estar a salvo do aproveitamento abusivo da publicidade e do marketing.
Desde o Castelo de São Jorge ao Mosteiro de São Vicente de Fora, passando pela Baixa, Chiado e Belém, vários monumentos emblemáticos da nossa cidade sofrem de poluição visual resultante de esplanadas cujo pretexto principal é publicitar uma marca de cerveja, de refrigerantes ou de gelados.
Enviamos em anexo uma amostra recolhida em diferentes zonas históricas de Lisboa. O que observamos não é cenário digno de nenhuma cidade civilizada.
O diagnóstico da situação actual das esplanadas da capital é preocupante e em muitos casos inaceitável. Com esplanadas de mobiliário caótico, carregadas de publicidade, com design e materiais desqualificados, dificilmente subimos os padrões de qualidade do Turismo de Lisboa.
Assim, solicitamos que, e em colaboração com a Associação Turismo de Lisboa, se estudem soluções para resolver este problema que afecta cada vez mais a nossa cidade.
Ao executivo da CML compete encontrar um melhor regulamento, assim como uma eficaz fiscalização de modo a garantir que Lisboa ofereça aos portugueses, e a quem nos visita, esplanadas com padrões de qualidade elevados, a par com os que observamos noutras cidades da Europa.
Com os melhores cumprimentos,
Paulo Ferrero, Júlio Amorim, Luís Marques da Silva e Fernando Jorge
CC: Vereador José Sá Fernandes; AML; Vereadores da Oposição; Associação Turismo Lisboa; Media
ANEXO: Levantamento fotográfico de esplanadas em Bairros Históricos de Lisboa (Alfama, Baixa e Chiado) e bons exemplos de esplanadas na Grécia (Atenas e Nafplion), Munique e Nova Iorque.
Dr. António Costa
No Dia Mundial do Turismo vimos chamar atenção para a desqualificação que ainda caracteriza grande parte das esplanadas de cafés e restaurantes de Lisboa, nomeadamente nos bairros históricos.
As esplanadas são equipamentos de grande importância para o Turismo de qualquer cidade. Podemos avaliar a qualidade da sua oferta turística através do cuidado que os munícipes, e a sua Câmara, põem na implantação e mobiliário das esplanadas.
Infelizmente, e apesar dos regulamentos existentes, são ainda demasiado frequentes as esplanadas sem qualidade e muitas as irregularidades.
Registamos também uma preocupante proliferação de esplanadas com mobiliário oferecido por marcas de bebidas, principalmente marcas de cerveja. Nenhuma zona histórica ou monumento classificado da capital parecem estar a salvo do aproveitamento abusivo da publicidade e do marketing.
Desde o Castelo de São Jorge ao Mosteiro de São Vicente de Fora, passando pela Baixa, Chiado e Belém, vários monumentos emblemáticos da nossa cidade sofrem de poluição visual resultante de esplanadas cujo pretexto principal é publicitar uma marca de cerveja, de refrigerantes ou de gelados.
Enviamos em anexo uma amostra recolhida em diferentes zonas históricas de Lisboa. O que observamos não é cenário digno de nenhuma cidade civilizada.
O diagnóstico da situação actual das esplanadas da capital é preocupante e em muitos casos inaceitável. Com esplanadas de mobiliário caótico, carregadas de publicidade, com design e materiais desqualificados, dificilmente subimos os padrões de qualidade do Turismo de Lisboa.
Assim, solicitamos que, e em colaboração com a Associação Turismo de Lisboa, se estudem soluções para resolver este problema que afecta cada vez mais a nossa cidade.
Ao executivo da CML compete encontrar um melhor regulamento, assim como uma eficaz fiscalização de modo a garantir que Lisboa ofereça aos portugueses, e a quem nos visita, esplanadas com padrões de qualidade elevados, a par com os que observamos noutras cidades da Europa.
Com os melhores cumprimentos,
Paulo Ferrero, Júlio Amorim, Luís Marques da Silva e Fernando Jorge
CC: Vereador José Sá Fernandes; AML; Vereadores da Oposição; Associação Turismo Lisboa; Media
ANEXO: Levantamento fotográfico de esplanadas em Bairros Históricos de Lisboa (Alfama, Baixa e Chiado) e bons exemplos de esplanadas na Grécia (Atenas e Nafplion), Munique e Nova Iorque.
O Shopping que mudou os hábitos dos lisboetas
In Jornal de Notícias (27/9/2010)
Telma Roque
«Champanhe e tapas oferecidos, hoje, nos 25 anos do Amoreiras
Houve excursões. Veio gente de todo o país e muitos lisboetas saltaram da cama já a pensar em ver de perto essa obra controversa, demasiado arrojada para a época e que estava a ser vendida como "uma cidade dentro da cidade", inaugurada faz hoje 25 anos.
“Ainda me lembro da polémica. Tudo aquilo parecia demasiado grande e exuberante. Ou se criava uma grande empatia com aquela arquitectura modernista, ou odiava-se”, diz Aurora Piedade, residente na zona das Amoreiras.
Aurora confessa que, a dada altura, se sentiu “chocada” à medida que as paredes cresciam, mas não nega que isso lhe aguçou a curiosidade. Como seria lá dentro? E assim foi uma entre as milhares de pessoas que circularam pelos corredores na abertura ao público, um dia após a cerimónia oficial, presidida pelo general Ramalho Eanes, que ocupava então o cargo de presidente da República. Hoje, se Aurora entrar no Shopping das Amoreiras, a obra mais emblemática do arquitecto Tomás Taveira, será recebida com champanhe e tapas, numa acção de charme da administração.
Inovador, a começar logo pela arquitectura, o Amoreiras foi o primeiro grande espaço de comércio e serviços, acabando por mudar hábitos. “As idas ao cinema vulgarizaram-se. Foi neste shopping que soube o que era um hamburguer, uma pizza e comida chinesa. Já podia comprar roupas parecidas com aquelas que via nos filmes e nas novelas”, revela Andreia Nunes, uma cliente.
Durante mais de uma década reinou sem concorrência. O Centro Colombo, ainda maior, retirou-lhe alguns clientes. Veio anos mais tarde, o Vasco da Gama e o El Corte Inglés, qualquer um deles com o metro à porta a “descarregar” milhares de clientes. O Amoreiras ajustou-se à nova realidade. Transformou o que seria uma desvantagem numa vantagem. “É este sossego, este ambiente quase familiar que me fideliza”, diz a cliente Susana Marques.
E engane-se quem pense que foram os outros centros entretanto inaugurados (entre os quais o Dolce Vita Tejo, na Amadora) que mais abalaram o shopping. A construção do túnel das
Amoreiras foi altamente prejudicial. “Evitem as Amoreiras” devido às obras foi um slogan mortífero.
No ano passado, a administração anunciou obras de remodelação, mas pouco mais fez do que substituir parte da cobertura. Nelson Leite, director-geral do Amoreiras optou por não dar explicações. Tomás Taveira, que, em 2009, fez saber que as travaria em tribunal, por terem sido entregues a outro arquitecto, também se remeteu ao silêncio.»
Telma Roque
«Champanhe e tapas oferecidos, hoje, nos 25 anos do Amoreiras
Houve excursões. Veio gente de todo o país e muitos lisboetas saltaram da cama já a pensar em ver de perto essa obra controversa, demasiado arrojada para a época e que estava a ser vendida como "uma cidade dentro da cidade", inaugurada faz hoje 25 anos.
“Ainda me lembro da polémica. Tudo aquilo parecia demasiado grande e exuberante. Ou se criava uma grande empatia com aquela arquitectura modernista, ou odiava-se”, diz Aurora Piedade, residente na zona das Amoreiras.
Aurora confessa que, a dada altura, se sentiu “chocada” à medida que as paredes cresciam, mas não nega que isso lhe aguçou a curiosidade. Como seria lá dentro? E assim foi uma entre as milhares de pessoas que circularam pelos corredores na abertura ao público, um dia após a cerimónia oficial, presidida pelo general Ramalho Eanes, que ocupava então o cargo de presidente da República. Hoje, se Aurora entrar no Shopping das Amoreiras, a obra mais emblemática do arquitecto Tomás Taveira, será recebida com champanhe e tapas, numa acção de charme da administração.
Inovador, a começar logo pela arquitectura, o Amoreiras foi o primeiro grande espaço de comércio e serviços, acabando por mudar hábitos. “As idas ao cinema vulgarizaram-se. Foi neste shopping que soube o que era um hamburguer, uma pizza e comida chinesa. Já podia comprar roupas parecidas com aquelas que via nos filmes e nas novelas”, revela Andreia Nunes, uma cliente.
Durante mais de uma década reinou sem concorrência. O Centro Colombo, ainda maior, retirou-lhe alguns clientes. Veio anos mais tarde, o Vasco da Gama e o El Corte Inglés, qualquer um deles com o metro à porta a “descarregar” milhares de clientes. O Amoreiras ajustou-se à nova realidade. Transformou o que seria uma desvantagem numa vantagem. “É este sossego, este ambiente quase familiar que me fideliza”, diz a cliente Susana Marques.
E engane-se quem pense que foram os outros centros entretanto inaugurados (entre os quais o Dolce Vita Tejo, na Amadora) que mais abalaram o shopping. A construção do túnel das
Amoreiras foi altamente prejudicial. “Evitem as Amoreiras” devido às obras foi um slogan mortífero.
No ano passado, a administração anunciou obras de remodelação, mas pouco mais fez do que substituir parte da cobertura. Nelson Leite, director-geral do Amoreiras optou por não dar explicações. Tomás Taveira, que, em 2009, fez saber que as travaria em tribunal, por terem sido entregues a outro arquitecto, também se remeteu ao silêncio.»
Feira da Luz teme fim da tradição
In Jornal de Notícias (27/9/2010)
Cristiano Pereira
«Comerciantes estão apreensivos com futuro de certame com mais de 500 anos
A Feira da Luz, em Carnide, Lisboa, realiza-se há mais de 500 anos e é uma das mais antigas do país. Ontem, domingo, a procissão em honra da Nossa Senhora da Luz encerrou a edição de 2010 mas comerciantes e visitantes temem que a tradição se perca e não mais se realize.
É assim todos os anos, durante o mês de Setembro: o Largo da Luz, em Carnide, recebe comerciantes de todo o país que montam barraca e vendem olarias, roupas, cestas, louças, móveis ou artesanato diverso ao lado das omnipresentes farturas, pão com chouriço, ou tendas de restaurantes com churrascos ("temos Sport TV", anunciava uma).
Ontem, domingo, pouco antes da procissão em honra da Nossa Senhora da Luz, alguns comerciantes manifestaram o seu receio perante os rumores que apontam para o fim definitivo do certame.
“Fala-se muito que tem tendência a acabar. Este ano já há menos feirantes”, confessou, ao JN, a padeira Maria Helena que ali faz e vende pão com chouriço da região saloia de Loures.
Poucos metros ao lado, Jorge Melo, meio século de vida a vender cestos, partilha os receios e lembra: “Vivemos só disto e não temos outros rendimentos”. “Se isto vai acabar, depois acabam as outras e a gente não tem condições para abrir um estabelecimento”, observou, antes de confessar a sua inquietação: “Com a idade que tenho vou fazer o quê? Ninguém me dá emprego”.
“Parece que querem acabar com isto porque dá trabalho de limpeza à noite”, acusa Jorge Duarte, fartureiro de 46 anos, temendo futuro difícil para “mais de 200 pessoas que trabalham aqui e que não sabem o que fazer à vida”. “Com certeza que vamos ter que ir arrumar carros ou roubar”, comentou.
“Desde que tiraram os ciganos aqui do jardim que a feira perdeu graça”, opina, por seu turno, Maria João Silva, visitante assídua e com saudades dos tempo em que “era um amontoado de coisas para a gente mexer e virar”.Este ano ficou desagradada com os stands pré-fabricados onde colocaram os artesãos. “As pessoas vêm aqui pela tradição”, alerta.
Já o minhoto Adelino Barbosa, de 55 anos, e frequentador habitual de feiras aponta o dedo “aos presidentes das Câmaras e das juntas de freguesias” por serem, na sua óptica, “responsáveis pelo descalabro do fim das feiras em Portugal”.»
Cristiano Pereira
«Comerciantes estão apreensivos com futuro de certame com mais de 500 anos
A Feira da Luz, em Carnide, Lisboa, realiza-se há mais de 500 anos e é uma das mais antigas do país. Ontem, domingo, a procissão em honra da Nossa Senhora da Luz encerrou a edição de 2010 mas comerciantes e visitantes temem que a tradição se perca e não mais se realize.
É assim todos os anos, durante o mês de Setembro: o Largo da Luz, em Carnide, recebe comerciantes de todo o país que montam barraca e vendem olarias, roupas, cestas, louças, móveis ou artesanato diverso ao lado das omnipresentes farturas, pão com chouriço, ou tendas de restaurantes com churrascos ("temos Sport TV", anunciava uma).
Ontem, domingo, pouco antes da procissão em honra da Nossa Senhora da Luz, alguns comerciantes manifestaram o seu receio perante os rumores que apontam para o fim definitivo do certame.
“Fala-se muito que tem tendência a acabar. Este ano já há menos feirantes”, confessou, ao JN, a padeira Maria Helena que ali faz e vende pão com chouriço da região saloia de Loures.
Poucos metros ao lado, Jorge Melo, meio século de vida a vender cestos, partilha os receios e lembra: “Vivemos só disto e não temos outros rendimentos”. “Se isto vai acabar, depois acabam as outras e a gente não tem condições para abrir um estabelecimento”, observou, antes de confessar a sua inquietação: “Com a idade que tenho vou fazer o quê? Ninguém me dá emprego”.
“Parece que querem acabar com isto porque dá trabalho de limpeza à noite”, acusa Jorge Duarte, fartureiro de 46 anos, temendo futuro difícil para “mais de 200 pessoas que trabalham aqui e que não sabem o que fazer à vida”. “Com certeza que vamos ter que ir arrumar carros ou roubar”, comentou.
“Desde que tiraram os ciganos aqui do jardim que a feira perdeu graça”, opina, por seu turno, Maria João Silva, visitante assídua e com saudades dos tempo em que “era um amontoado de coisas para a gente mexer e virar”.Este ano ficou desagradada com os stands pré-fabricados onde colocaram os artesãos. “As pessoas vêm aqui pela tradição”, alerta.
Já o minhoto Adelino Barbosa, de 55 anos, e frequentador habitual de feiras aponta o dedo “aos presidentes das Câmaras e das juntas de freguesias” por serem, na sua óptica, “responsáveis pelo descalabro do fim das feiras em Portugal”.»
Ateliês municipais originam críticas. Câmara nega acusações de irreguralidades
In Jornal de Notícias (26/9/2010)
Cristiano Pereira
«A Câmara de Lisboa atribuiu ontem 14 ateliês municipais a artistas escolhidos através de um concurso público para o qual concorreram 163 candidatos. Alguns dos que ficaram de fora falam em “injustiça” e violação dos regulamentos. A autarquia rejeita as acusações.
No centro da polémica estão as suspeitas levantadas pelo jovem artista plástico Hugo Rodrigues de Queirós que fala em ?graves irregularidades? ocorridas no 1º Concurso de Atribuição de Ateliês Municipais.
Hugo Rodrigues lembra que o regulamento do concurso destinava-se a "jovens artistas em início de carreira" e que esse facto é várias vezes referido no texto que estabelece as regras. Só que "inacreditavelmente, foram atribuídos ateliês municipais por 45 euros a Ana Perez Quiroga (50 anos), e por 100 euros a Ângela Ferreira (52 anos), artistas conceituadas com décadas de carreira, entre outros", acusa. "Será que é justa a atribuição de ateliês municipais a artistas de 50 anos e 25 anos de carreira? Ou mesmo a artistas com 40 anos e 15 de carreira, dado que naturalmente não são "jovens artistas em início de carreira"??.
Ontem, minutos antes da cerimónia da entrega das chaves, o presidente do júri e director municipal de Cultura da CML, Francisco Motta Veiga, refutou, ao JN, tais acusações, considerando que “não têm fundamento” e que são originadas por “uma leitura precipitada do regulamento”.
“O regulamento não limita e não diz que isto são ateliês só para jovens, diz que são ateliês para as artes e é o projecto em concreto que é consagrado”, disse, lembrando que o concurso até teve a preocupação de não adoptar “um critério em que o currículo bastasse”. “O foco deste concurso é posto no projecto”, sublinhou, explicando que “queremos cá jovens, vamos tê-los, mas este não é um concurso para menores de 30”.
O concurso público de atribuição de ateliês municipais possibilita a cedência de contratos de arrendamento com rendas a preços bastante abaixo do real valor do mercado. A entrega das chaves decorreu ao início da noite de ontem no Palácio dos Coruchéus, em Lisboa.
...
Julgo que foi a primeira vez que houve concurso para atribuição de ateliers. E é assim que deve ser. O resto ...
Cristiano Pereira
«A Câmara de Lisboa atribuiu ontem 14 ateliês municipais a artistas escolhidos através de um concurso público para o qual concorreram 163 candidatos. Alguns dos que ficaram de fora falam em “injustiça” e violação dos regulamentos. A autarquia rejeita as acusações.
No centro da polémica estão as suspeitas levantadas pelo jovem artista plástico Hugo Rodrigues de Queirós que fala em ?graves irregularidades? ocorridas no 1º Concurso de Atribuição de Ateliês Municipais.
Hugo Rodrigues lembra que o regulamento do concurso destinava-se a "jovens artistas em início de carreira" e que esse facto é várias vezes referido no texto que estabelece as regras. Só que "inacreditavelmente, foram atribuídos ateliês municipais por 45 euros a Ana Perez Quiroga (50 anos), e por 100 euros a Ângela Ferreira (52 anos), artistas conceituadas com décadas de carreira, entre outros", acusa. "Será que é justa a atribuição de ateliês municipais a artistas de 50 anos e 25 anos de carreira? Ou mesmo a artistas com 40 anos e 15 de carreira, dado que naturalmente não são "jovens artistas em início de carreira"??.
Ontem, minutos antes da cerimónia da entrega das chaves, o presidente do júri e director municipal de Cultura da CML, Francisco Motta Veiga, refutou, ao JN, tais acusações, considerando que “não têm fundamento” e que são originadas por “uma leitura precipitada do regulamento”.
“O regulamento não limita e não diz que isto são ateliês só para jovens, diz que são ateliês para as artes e é o projecto em concreto que é consagrado”, disse, lembrando que o concurso até teve a preocupação de não adoptar “um critério em que o currículo bastasse”. “O foco deste concurso é posto no projecto”, sublinhou, explicando que “queremos cá jovens, vamos tê-los, mas este não é um concurso para menores de 30”.
O concurso público de atribuição de ateliês municipais possibilita a cedência de contratos de arrendamento com rendas a preços bastante abaixo do real valor do mercado. A entrega das chaves decorreu ao início da noite de ontem no Palácio dos Coruchéus, em Lisboa.
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Julgo que foi a primeira vez que houve concurso para atribuição de ateliers. E é assim que deve ser. O resto ...
26/09/2010
A CONSERVEIRA REVISITADA, como "reflexão" à volta do "caso" OLIVEIRENSE
A Conserveira de Lisboa é um caso emblemático de uma loja de comércio tradicional de Lisboa, mantida intacta nos seus interiores de forma assumida e consciente pelos seus proprietários, em pleno funcionamento na sua função original, e progressivamente reconhecida ( usufrui de uma classificação patrimonial municipal ) por nacionais e estrangeiros. O Turismo está a tornar esta loja num motivo de visita obrigatória no roteiro cultural de Lisboa. Recentemente um artigo preocupado e bem intencionado, chamava a este tipo de Comércio Tradicional, Lojas-Museu ... ora estas lojas, não são , precisamente um 'Museu', pois a sua dinâmica comercial, fluxo de visitas e função original mantêm-se intactas ...e é precisamente nessa actividade inalterada que um valor extra reside ... eu chamar-lhes-ia 'Estabelecimentos de Comércio Tradicional com Valor Patrimonial e Cultural de Excelência' ... Claro que o papel desempenhado pelos herdeiros (Drª Regina Cabral Ferreira, os netos e sócio Luis Vieira)nesta casa com 80 anos é determinante para o seu sucesso e reconhecimento. Assim como o dos seus funcionários ( Na primeira imagem Srª D. Maria Manuela Neves, 35 anos de casa e Srª D. Manuela Maria Borges ).
Mas passemos agora a outras reflexões associativas. Recentemente fomos de forma chocante surpreendidos pela notícia de que um outro estabelecimento, a Drogaria Oliveirense na Rua da Lapa, a qual, devido ao seu grande valor Patrimonial de interiores 'Arte Nova' estava num processo de Classificação Municipal, foi alvo de obras 'relâmpago' que, provávelmente, a demoliram totalmente ...Embora a obra tenha sido imediatamente embargada pela C.M.L. gostaríamos de ouvir uma declaração de compromisso sobre a gravidade deste caso pelo Sr. Presidente da C.M.L. ou o Sr. Vereador do Urbanismo, também responsável pelo Urbanismo Comercial, que representasse uma promessa futura de empenhamento e rigor ...
Eu passo a citar as declarações do Sr. Presidente da C.M.L., precisamente,na cerimónia de celebração dos 80 anos da Conserveira ... (ver as duas últimas imagens)
António Costa: "o que distingue as cidades é o que elas têm que não existe nas outras"... e ainda ..."Que se conserve, pois, a Conserveira" ... e confirmou da sua parte ..."parceria insubstituível com os comerciantes que promovem o comércio tradicional de qualidade". Ora, isto soa a um 'commitment' , um compromisso assumido ...mas gostaríamos de ver mais criatividade e iniciativa de 'facto', mais genuína paixão por Lisboa, em lugar de justificações permanentes desde o início, com orçamentos .. .
Termino citando Jaime Lerner, o famoso ex-prefeito de Curitiba, hoje em entrevista no Público: "É. Muito dinheiro atrapalha. Se quer criatividade, corte um zero do orçamento, se quer sustentabilidade corte dois zeros e se quer solidariedade, assuma a sua identidade, respeitando a diversidade dos outros."
Saudações de António Sérgio Rosa de Carvalho
25/09/2010
Casa de banho.Parque da pedra, parque Florestal de Monsanto.
Esta casa de banho,"oferecida" por uma empresa que, com o apoio da CML, insiste em estragar do outro lado do parque, encontra-se no local há meses(mais de um ano?) e nunca abriu. Das duas uma: ou não era necessária e foi feita para apresentar obra, ou então , era necessária e por incompetência não abre, o mesmo acontecendo com outra na alameda Keil do Amaral.
Nas imediações situa-se o Parque da pedra, uma zona de piqueniques e vários equipamentos. Hoje, aquela zona estava cheia de actividades e a casa de banho lá estava, fechada e já vandalizada.
Mas claro que tudo isto é normal.
«carros no passeio, peões na estrada»: Travessa das Mónicas
Será que a CML vai propor também que os automobilistas paguem 1 euro para estacionarem em cima dos passeios dos bairros históricos? Ou será que vão ser os peões, turistas e portugueses, que terão de pagar uma taxa por circularem nas faixas de rodagem? O espaço público da Travessa das Mónicas está completamente privatizado pelo estacionamento de viaturas particulares. Que faz a CML? Repete a obsoleta teoria do «déficit de lugares de estacionamento». Que dizem as outras cidades da Europa perante este cenário caótico? Que «há excesso de viaturas de transporte particular», «que a mobilidade de demasiados munícipes depende ainda de viaturas de transporte individual», que a «zona não está servida de uma boa rede de transportes colectivos». De facto, toda a zona urbana Sé/Colina do Castelo/Mouraria/Alfama até ao Largo da Graça é atravessada apenas por 3 serviços de transporte público: o Eléctrico 28 (termina cerca das 23h), o Eléctrico 15 (termina às 20:45h) e o autocarro 37 (termina às 21h). Não é pois de admirar que tantos moradores nesta zona histórica central recorram a uma viatura privada para garantirem uma mobilidade aceitável na sua cidade. A consequência disso é bem evidente nestas imagens: quem não tem carro é forçado a circular nas faixas de rodagem. A Travessa das Mónicas é um caso paradigmático. Isto já não é um arruamento mas um parque de estacionamento ilegal.