29/02/2016

Edifício-sede DN (Avenida Liberdade) vai ser hotel/ Espólio DN/ Apelo ao MC (DGPC/DGA/ANTT)


Exmo. Senhor Ministro da Cultura
Dr. João Soares


No seguimento das notícias recentes que dão conta da venda do edifício-sede do Diário de Notícias, na Avenida da Liberdade, a um grupo hoteleiro cujo interesse será o de transformar aquele edifício em unidade hoteleira (vide http://observador.pt/2016/02/25/edificios-do-diario-noticias-da-radio-renascenca-vao-hoteis-charme);

Considerando que a eventual transformação daquele edifício num hotel irá implicar a realização de obras profundas no mesmo, acarretando, eventualmente, a destruição dos elementos interiores estruturantes de origem ainda existentes, bem como a remoção dos dispositivos publicitários exteriores alusivos ao Diário de Notícias; Considerando que estamos perante um edifício que é da autoria de Porfírio Pardal Monteiro, é Prémio Valmor (1940), é Imóvel de Interesse Público (1986) e é considerado obra fundadora do Movimento Modernista em Portugal;

Considerando que o edifício em apreço foi concebido de raiz para acolher todas as funções de um jornal, desde a fase de produção até ao momento da sua distribuição; facto que fez dele também um prodígio de engenharia, desde logo as suas fundações em forma de esfera, de modo a suportar a carga adicional das áreas técnicas que, na origem e durante largos anos, acolheram maquinaria de impressão, e a contenção do ruído associado à actividade gráfica enquanto ela ali se desenvolveu;

Considerando que o actual edifício-sede alberga nas suas instalações, designadamente nas salas da Administração e da Direcção, e no seu cofre-forte, um vastíssimo e valiosíssimo espólio, no qual se incluem variadíssimo mobiliário (algum dele desenhado por Daciano Costa) e obras de arte (quadros e esculturas de autores de nomeada), uma grande colecção de fotografias (muitas delas ainda em placa, e um arquivo fotográfico que vai da Monarquia até aos nossos tempos), escritos originais de escritores, dezenas de desenhos de Stuart (muitos inéditos), uma caneta de diamantes da Administração, colecções completas de jornais e revistas ( documentando 150 anos da História de Portugal);

Considerando que já da última passagem de testemunho entre administrações desapareceram fotografias e faqueiros, entre outros artigos do espólio do Diário de Notícias;

Considerando que, previsivelmente, o novo edifício-local-destino do Diário de Notícias não terá capacidade para albergar todo este espólio;

Apelamos a Vossa Excelência, Senhor Ministro da Cultura, também enquanto titular da pasta da Comunicação Social, que previna com urgência este possível desfecho, e que a Direcção-Geral do Património Cultural, a Direcção-Geral das Artes e o Arquivo da Torre do Tombo garantam a salvaguarda do edifício, a inventariação atempada, arquivo e musealização do valioso espólio do Diário de Notícias.

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, José Filipe Soares, Ana Alves de Sousa, Virgílio Marques, Júlio Amorim, Luís Marques da Silva, Maria do Rosário Reiche, Jorge Santos Silva, Alexandre Marques da Cruz, Pedro de Souza, Beatriz Empis, Miguel de Sepúlveda Velloso, Irene Santos, Pedro Henrique Aparício, Maria Ramalho, Fernando Jorge e Jorge Pinto

Cc. Media

Um museu "vitoriano" em plena Lisboa: parabéns! « Museu Geológico de Lisboa, um segredo à espera de ser descoberto»



In Observador (28.2.2016)
Por Rita Cipriano

«Escondido no segundo andar do antigo Convento de Jesus, na Rua da Academia das Ciências, o Museu Geológico é um segredo bem guardado. Tão bem guardado que nem os moradores da zona sabem que existe.

A geologia nasceu no Príncipe Real
Museu Geológico, uma coleção única no mundo
“A geologia não pode limitar-se às salas de aula”

Sentado numa mesa comprida, Miguel Ramalho recortava fotocópias coloridas sobre os primeiros homens. “Estou a preparar uma nova vitrina”, disse sorridente enquanto afastava os papéis. Ao fundo do escritório, um velho rádio preto dava a quarta sinfonia de Felix Mendelssohn. Nas estantes altas, amontoavam-se dossiers com etiquetas como “para ver” ou “para localizar”, entre dinossauros feitos de plástico e velhos glossários de geologia. Eram cinco da tarde, e o museu estava vazio.

Situado na Rua da Academia das Ciências, junto ao Café Flor da Selva, o Museu Geológico é um dos segredos mais bem guardados de Lisboa. No bairro do Príncipe Real, onde foi fundado na década de 1870, há até quem não saiba da sua existência. “Não há muitos portugueses que conheça o museu”, admitiu Miguel, diretor pro bono há oito anos. “Aliás, às vezes encontro aqui pessoas do bairro que me dizem: ‘Imagine! Moro aqui há 20 anos e não sabia!”

O museu está aberto de segunda a sábado, das dez da manhã às seis da tarde. Entre uma e outra hora, pouco muda no seu interior. “Costumam ter cá muita gente?” A segurança, uma das poucas funcionárias, encolheu os ombros. “É mais turistas.” Mas as contas da direção são outras. O Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), que gere o museu, garante que cerca de 70% dos visitantes são portugueses, que costumam aparecer já perto do final da tarde e aos fins de semana. Isto se conseguirem estacionar. “Estamos em pleno coração da Lisboa antiga, em que os arruamentos são estreitos e o estacionamento é muito difícil. Essas coisas pesam muito”, garantiu Miguel Ramalho. “Mas não pretendemos ter aqui multidões — pretendíamos era que o museu fosse mais conhecido.”

E razões não faltam. Nos corredores estreitos, em armários e vitrinas, estão armazenados milhares de fósseis, rochas e minerais, colhidos ao longo de várias décadas por geólogos portugueses e estrangeiros. Ao todo, são mais de quatro mil. E não faltam pequenos e grandes tesouros, como o crocodilo gigante de Chelas, o hipopótamo de Condeixa-a-Velha ou os fósseis quase microscópicos das cobras mais antigas do mundo. Para as dezenas de especialistas que o visitam todos os anos, a importância do Museu Geológico é inquestionável. Mas a maioria dos portugueses parece desconhecer o que escondem as paredes do antigo Convento de Jesus. [...]»

Cimento em vez de calçada em Lisboa? "Está muito melhor"


In Diário de Notícias (27.2.2016)
Por Inês Banha

«Solução agrada a quem caminha na Rua de Alcântara, mas perspetiva de se alargar ao resto da cidade é contestada por movimento cívico. No centro histórico, calçada é para manter

Calçada à portuguesa ou blocos de cimento branco a revestir os passeios de Lisboa? O debate reacendeu-se depois de, há cerca de uma semana, o presidente da câmara municipal (CML), Fernando Medina, ter visitado a renovada Rua de Alcântara, onde foi maioritariamente adotada a última solução, instalada a par de uma estreita faixa tradicional junto aos prédios.

Quem ali reside e trabalha está satisfeito e sente-se mais seguro ao caminhar na rua, mas, para Luís Marques da Silva, arquiteto e membro do movimento cívico Fórum Cidadania Lx, o novo material não traz qualquer vantagem, "a não ser na linha de partida", incluindo para pessoas que se desloquem em cadeira-de-rodas. A autarquia contrapõe, por sua vez, que nas "freguesias identificadas como centro histórico", o "princípio geral é o da manutenção ou reconstrução da calçada em vidraço", devendo "haver cuidados particulares na escolha da pedra, na execução e na certificação dos calceteiros executantes". Já nas restantes, a orientação é para que seja instalada "sempre uma faixa de pavimento confortável, contínuo e antiderrapante, (...) adaptável à largura efetiva do passeio". O objetivo é haver passeios "seguros e confortáveis" para todos.

"Está muito melhor. Já não escorrega", congratula-se Adelaide Marques, 75 anos e há 47 residente perto da Rua de Alcântara. Não é a única a pensar assim. Funcionário há mais de dez anos na Pastelaria Lorena, Ângelo Leal estava já habituado a ver, "de volta e meia", a ver pessoas, sobretudo idosos, a cair no passeio em calçada. Agora, já não acredita que tal vá acontecer. "Só é pena que não tenham ido até mais longe", acrescenta a idosa.

Luís Marques da Silva tem, porém, uma perspetiva diferente. "Quando [este pavimento] é aplicado, é muito confortável ao andar. É novo. Com o passar do tempo, com a degradação a que está sujeito e a manutenção que temos, não se torna igualmente resistente como a calçada", defende o arquiteto, que antevê que, dentro de "três ou quatro anos", passeios como o da Rua de Alcântara se encontrem num "estado deplorável".

O membro do Fórum Cidadania Lx defende, de resto, que a calçada à portuguesa é tão inclusiva como as soluções que a autarquia quer adotar. "É permeável e, quando é devidamente executada, é extraordinariamente lisa. Logo à partida não é, mas torna-se e mantém-se ao longo do tempo", compara, adiantando que as intervenções de maior dimensão poderiam ser aproveitadas pela autarquia para recuperar a calçada em vez de a substituir por outro material. E ironiza com o facto de, no centro histórico, onde o declive é acentuado, aquela ser para continuar: "Aí não têm direito a passeios inclusivos."

Ao DN, a autarquia confirma, numa resposta por e-mail, que nas freguesias de Santa Maria Maior, São Vicente, Santo António, Misericórdia, Estrela e Belém, "o princípio geral é o da manutenção ou reconstrução da calçada em vidraço branco", mas ressalva que, "nas áreas de maior declive e em todas em que seja maior o risco de escorregamento", deverão ser postas em prática "medidas específicas".

Assim, precisa, "nas ruas com inclinação igual ou superior a 5%, dever-se-á utilizar pedra de calcário e granito", enquanto nas restantes, "a uma distância correspondente a um passo, deverão ser intercaladas, no sentido da largura do passeio, travessas em pedra natural ou artificial, de cor clara, antiderrapante, para travar as pedras e reduzir o risco de escorregamento". As opções parecem ir ao encontro do preconizado por Luís Marques da Silva, para quem intercalar pedras de diferentes tipos permite manter a calçada, sem perder segurança.

Certo é que, garante a CML, "a calçada artística, elemento da identidade de Lisboa, deverá ser, em regra, conservada e restaurada", estando atualmente "a ser efetuado um inventário exaustivo" daquela que "será para manter".

Lioz na Baixa em mau estado


A discussão em torno do futuro da calçada ganhou destaque com a recuperação, em 2014, da Rua da Vitória, na Baixa Pombalina, desde então pavimentada com pedra de lioz e que se encontra já partida em alguns locais. Os danos, frisa a autarquia ao DN, estão a ser avaliados, "para se executar as reparações necessárias logo que possível".

Em melhor estado está a Calçada da Ajuda, onde a pedra escura e um pavimento antiderrapante imperam. A artéria tem vindo a ser alvo de uma intervenção profunda, tendo a solução adotada sido considerada "muito feliz" por Fernando Medina, no seu primeiro dia enquanto presidente da CML, a 7 de abril do ano passado. Quem nela circula a pé gosta dos passeios mais largos, mas, para Henriques, ali comerciante há 50 anos, estes poderiam ser mais estreitos: "Tiraram o estacionamento e, ao final da tarde, o trânsito é uma confusão."»

26/02/2016

Edifício-sede DN (Avenida Liberdade) vai ser hotel/ Apelo à Ordem dos Arquitectos


​​Exmo. Senhor Presidente
Arq. João Santa Rita


​​ No seguimento das notícias recentes que dão conta da venda do edifício-sede do Diário de Notícias, na Avenida da Liberdade, a um grupo hoteleiro cujo interesse será o de transformar aquele edifício em unidade hoteleira (vide http://observador.pt/2016/02/25/edificios-do-diario-noticias-da-radio-renascenca-vao-hoteis-charme );

Considerando que a eventual transformação daquele edifício num hotel irá implicar a realização de obras profundas no mesmo, acarretando, eventualmente, a destruição dos elementos interiores estruturantes ​de origem ​ainda existentes, bem como a remoção dos dispositivos publicitários exteriores alusivos ao Diário de Notícias;

E considerando que estamos perante um edifício que é da autoria de Porfírio Pardal Monteiro, é Prémio Valmor (1940), é Imóvel de Interesse Público (1986) e é considerado pela generalidade dos historiadores e arquitectos como fundamental para o Movimento Modernista em Portugal;

Apelamos à Ordem dos Arquitectos para que não deixe de tomar uma posição forte junto do promotor, da Câmara Municipal de Lisboa e da Direcção-Geral do Património Cultural, no sentido de todos zelarem pela integridade ainda possível deste enorme Monumento arquitectónico da cidade e do país.​

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho,​ Miguel Atanásio Carvalho, Júlio Amorim, Rui Martins, Miguel de Sepúlveda Velloso, Luís Marques da Silva, Virgílio Marques, Jorge Santos Silva, Jorge D. Lopes, Inês Beleza Barreiros, Paulo Lopes, Maria João Pinto, Nuno Caiado e Rita Filipe Silva

c.c Media

Texto corrigido.

Assim também se podia fazer em Lisboa....mas com o medíocre ficamos sempre contentes.


arquitecto Helge Zimdal



Pois não é que este senhorio na Kungsportsavenyn em Göteborg poderia ter poupado uns bons dinheiros substituindo as janelas de origem (década de 60) por banalidades de plástico ou metal ? Mas não....as novas janelas são todas de madeira (carvalho) e respeitam as intenções de origem do conceituado arquitecto....tanto na forma como no material. Porque será que em Lisboa não se faz assim ?

25/02/2016

E uma boa-nova trouxe outra consigo, o Liceu Maria Amália passa tb ele a estar Em Vias de Classificação


Em ano dos 150 Anos de Ventura Terra! Obrigado, DGPC e a quem propôs a sua classificação: https://dre.pt/application/file/73706677 (foto: PBase)

GRANDÍSSIMA NOTÍCIA: A SOLMAR, essa magnífica obra-total, passa a estar Em Vias de Classificação!


Aplauso à inexcedível DGPC e ao autor do pedido de classificação, de seu nome Carlos Moura: https://dre.pt/application/file/73706676 (foto: Panoramio)

Pastelaria Sul América fechou ao fim de 56 anos de existência em Alvalade


In O Corvo (25.2.2016)
Texto: Fernanda Ribeiro

«Nem mesmo o facto de manter a esplanada quase sempre cheia, sobretudo em dias de sol, e de continuar a ser, 56 anos depois de ter aberto na Avenida de Roma, uma extensão da Escola Secundária Rainha D. Leonor, impediram que a pastelaria Sul América fechasse.

Domingo, 21 de Fevereiro, foi o último dia de actividade deste velho café pelo qual passaram várias gerações de estudantes e de moradores do bairro. E, na passada segunda-feira, a pastelaria já não serviu bolos. Nos vidros da porta, revestidos a papel branco, lia-se apenas: “Estabelecimento encerrado”. Foi mais um velho café de Alvalade a fechar as portas – que não se sabe ainda quando reabrirão ou com que funções.

Alfredo Lopes, detentor do quiosque de jornais situado mesmo em frente da pastelaria, partilha a tristeza de ver a Sul America de portas fechadas. Mais do que tristeza, até, a preocupação de perder a clientela que a antiga pastelaria lhe trazia. “Muitos eram também meus clientes”, salienta. “Estou aqui na Avenida de Roma há 44 anos e a Sul América já existia quando vim para cá. Agora, resta-me esperar que abra outra pastelaria que venha substitui-la…porque isto só dá para ser um estabelecimento deste tipo. Mas sabe-se lá quando é que isso irá acontecer”, questiona-se. “Ao que me disseram, os donos tiveram um contratempo com o senhorio, que lhes aplicou um aumento de renda muito grande e eles viram-se obrigados a fechar”, diz ao Corvo Alfredo Lopes. Esta explicação para o encerramento não está, porém, confirmada pelos proprietários da Sul-América, que O Corvo tentou ontem contactar mas sem êxito.

No interior da pastelaria, na passada terça-feira estavam ainda dois empregados, envolvidos em limpezas do estabelecimento, mas ambos remeteram qualquer esclarecimento para os proprietários. No bairro de Alvalade – onde, a cada dia, surgem novos estabelecimentos mais modernos, embora alguns deles com vida demasiado breve -, fechara igualmente, há cerca de um ano, a pastelaria Nova Lisboa, que já tinha 65 anos de existência. Mas, meses depois, em Julho de 2015, a Nova Lisboa reabriu com uma nova gerência e num formato diferente, em que os bolos deixaram de ser a grande atracção. Manteve, porém, o balcão da cervejaria e o restaurante que lhe estava associado, que foram ambos alvo de obras, e, pouco tempo depois, muitos dos velhos clientes, quase todos com a mesma idade da antiga pastelaria, regressaram.

No caso da Sul-América, porém, não se sabe que tipo de estabelecimento poderá surgir. “A pastelaria fechou de vez”, assegura o dono do quiosque, que, privado da clientela habitual, também já não sabe por quanto tempo se irá ali aguentar

...

Muito sinceramente, a qualidade da Sul América, tal como a de muitos outras pastelarias/cafés/restaurantes do eixo da Av. Roma, não deixa saudades. As sucessivas obras só a desvirtuaram e mesmo que tivesse clientes, sobretudo vizinhos, que dela faziam sua, aquilo não deixa saudades absolutamente nenhumas, tenho algumas de há mais de 40 anos, de lá para cá, nenhumas, apesar de ter bons bolos e folhados e bom pão. E um néon. Mas não chega. Next...

PETIÇÃO: Vamos Salvar o Ateneu - para entregar na Assembleia da República


«O Ateneu Comercial de Lisboa foi fundado por um grupo de empregados do comércio, em 10 de Junho de 1880, que lhe imprimiram um carácter eminentemente cultural, com a fim de ali organizar uma biblioteca, a fundação de aulas diurnas de instrução primária para os filhos dos sócios e crianças pobres, aulas noturnas de gramáticas portuguesa, francesa e inglesa e de escrituração comercial para os sócios, realização de conferências científicas. A estes somaram-se atividades desportivas com aulas de ginástica, natação, dança, basquetebol, yoga e outras juntando o conceito de mente são em corpo são.

Para além da importância óbvia dos fins que estiveram na génese desta Instituição, cujos primeiros beneficiados eram os seus próprios associados, entenderam estes alargar os seus nobres desígnios à sociedade em que se inseriam.

Pela própria natureza da sua fundação, uma associação de carácter profissional, o pendor dos seus associados era claramente republicano, o que não impediu que o trabalho desenvolvido pelo Ateneu fosse reconhecido pela família real, reconhecimento que se manteve após a implantação da República em 1910, sendo Bernardino Machado, um dos três primeiros Presidentes da República Portuguesa, sócio de mérito do Ateneu.

Muitos mais nomes incontornáveis da nossa história enquanto Portugueses se vieram a juntar a esta nobre causa e a ela inúmeros anónimos que se revelaram de uma importância fulcral para a consolidação do Ateneu e do papel que assumiu junto de uma comunidade residente maioritariamente precária na satisfação das necessidades que não encontra ainda hoje par. Na memória ainda residem os atletas que o Ateneu criou, filhos da comunidade local, subtraídos a um destino de desgraça, agraciados com trofeus olímpicos e medalhas de mérito desportivo.

O Ateneu é uma Instituição de Utilidade Pública, por Decreto de 23 de Junho de 1926, mas sobretudo por direito próprio!

As adversidades conduziram o Ateneu à situação de insolvente e as suas instalações são brilhos nos olhos da especulação imobiliária e outros interesses incompatíveis com os propósitos com que foi imaginado e mantido.

O Ateneu deverá persistir fiel aos seus objetivos: proporcionar à comunidade onde se insere a prática de atividades de natureza cultural, recreativa, desportiva e de educação física.

Hoje, é o Ateneu que precisa da comunidade e da cidade que tem vindo a servir em mais de 130 anos de história! A cidade somos cada um de nós e cada um dos nomes abaixo é uma voz que se levanta para subtrair a um destino fútil aquele que retirou tantos homens e mulheres do fado trágico a que a vida os tinha votado!

Não queremos mais um armazém de roupas de luxo ou um novo hotel. Queremos um Ateneu vivo, capaz de se auto financiar, aberto à sua comunidade e à satisfação das necessidades desta. Quiseram os seus fundadores destinar os fins do Ateneu à comunidade que o acolhe e é a essa comunidade que queremos dar o direito de dizer o que quer dele fazer!

Eu, abaixo assinado quero que o Ateneu mantenha e recupere todas as atividades culturais, recreativas e desportivas que dedicou à comunidade onde se insere e aos mais desfavorecidos recuperando os fins a que foi destinado pelos seus fundadores,»

ASSINAR Petição

Não se perde grande coisa enquanto prédio, perde-se História...nesta cidade de hotéis: «Prédio da Rádio Renascença vai ser hotel de charme»


In Diário de Notícias (25.2.2016)
Por Inês Banha

«Nova unidade na Rua Ivens, em Lisboa, vai ter 94 quartos e as obras começam em Junho. Rádio muda-se para quinta entre Benfica e a Buraca.

Ao fim de 80 anos no Chiado, a Rádio Renascença vai deixar o histórico número 14 da Rua Ivens para dar lugar a um hotel de charme. O início das obras já está marcado: no segundo semestre deste ano, o edifício que é ocupado pela Emissora Católica Portuguesa desde 1937, começará a ser transformado numa unidade com 94 quartos. Será mais uma a juntar aos cerca de 20 espaços hoteleiros - entre hotéis, hostels e apartamentos de arrendamento a turistas - que existem no Chiado, no coração de Lisboa.

O número 14 da Rua Ivens é propriedade da Fidelidade, Companhia de Seguros, S. A. e a previsão é de que a mudança de instalações do grupo R/com - Renascença Comunicação Multimédia se mude para a Quinta do Pastor, entre Benfica e a Buraca, até ao final de junho. "Até ao final do primeiro semestre, contamos fazer a mudança para as novas instalações", adiantou ao Dinheiro Vivo, há cerca de duas semanas, José Luís Ramos Pinheiro, administrador do grupo que detém ainda a RFM, instalada também no Chiado. O dirigente do R/Com frisou ainda que o novo espaço, com uma área de quatro mil metros quadrados, oferece "melhores condições para toda a empresa, permitindo ter estúdios totalmente digitais, com capacidades de transmissão web acrescidas, com os estúdios a funcionar como uma unidade integrada".

É no semestre seguinte que, avança ao DN fonte oficial da Fidelidade, terão início as obras para converter o edifício datado do século XIX, integrado na área classificada da Lisboa Pombalina, num hotel de charme com 94 quartos. A seguradora não revela, porém, o valor do investimento nem o tempo previsto para a duração dos trabalhos que culminarão na abertura de mais uma unidade hoteleira na capital. E esta está longe de ser a única a abrir portas nos próximos tempos.

Até 2018, está prevista a abertura em Lisboa, segundo informação disponível no site do Observatório da Associação de Turismo de Lisboa, de 16 hotéis, oito dos quais já este ano. Já no próximo, serão sete e, no seguinte, mais um. A maioria concentra-se no centro histórico, mas há também um previsto, por exemplo, para o aeroporto. Outros oito projetos estão já referenciados, mas não têm ainda data de inauguração anunciada.

No final de 2014, havia na capital 163 unidades hoteleiras - mais 34% do que quatro anos antes, quando eram apenas 122. A estimativa é da consultora imobiliária Worx, que, em setembro, salientou que não se trata de uma tendência única da capital portuguesa. "O aumento significativo da oferta hoteleira na cidade de Lisboa foi acompanhada por outras cidades europeias, ainda assim nenhuma outra conseguiu superar este incremento próximo dos 34%", lê-se no estudo elaborado por aquela entidade, citado então pelo jornal Expresso.

No mesmo período, o crescimento em Oslo (Noruega) foi de 18,6%, em Praga (República Checa) de 18,6% e em Budapeste (Hungria) de 18,4%. Já em 2015, abriram, só entre os meses de janeiro e setembro, 12 hotéis.

Esta é, ainda assim, apenas uma pequena parte da oferta hoteleira da capital, que inclui ainda hostels e apartamentos alugados a turistas. No Chiado, por exemplo, dos 18 espaços contabilizados pelo DN através do site Trivago, um motor de busca hoteleira, apenas seis são hotéis - tantos como os alojamentos de Bed&Breakfast, um alojamento que oferece apenas dormida e pequeno-almoço (ver infografia).

Há ainda situações de particulares que optam por alugar as suas casas a visitantes ocasionais, aproveitando o boom turístico dos últimos anos e incentivados pelo barulho noturno nas principais zonas de diversão da cidade.

Sobre o hotel de charme que nascerá no número 14 da Rua Ivens não se conhecem ainda detalhes, apesar de o DN os ter solicitado à Fidelidade. Certo é que, em causa, está um edifício que, ao longo de mais de um século, teve diversos ocupantes. Datado do século XIX, foi casa, entre 1914 e 1950, da Companhia dos Grandes Armazéns Alcobia, entidade responsável por grande parte da sua decoração interior, de acordo com o Sistema de Informação para o Património Arquitetónico, gerido pela Direção-Geral do Património Cultural. O edifício, originalmente um palacete, tem ainda acesso pela Rua Capelo, tendo, desse lado, funcionado a Pensão Nova Capelo e a Casa do Algarve. Depois do final de junho, conhece uma nova vida.»

24/02/2016

Passeios acabados de estrear na Rua de Alcântara





A Rua de Alcântara esteve em obras no âmbito do programa "Pavimentar Lisboa". Os passeios alargaram mas a mentalidade do português continua sempre a mesma e passados poucos dias da inauguração é este o novo estado da rua. Não teria sido inteligente colocar pilaretes para evitar o estacionamento abusivo, já que a Polícia Municipal nada faz para evitar este flagelo?

Fotografia: Laura Alves

Nos 150 Anos do nascimento do Arq. Ventura Terra (1866-1919), eis o hall de entrada da Casa Ventura Terra...


Nos 150 Anos do nascimento do Arq. Ventura Terra (1866-1919), eis o hall de entrada da Casa Ventura Terra, na R. Alexandre Herculano, IIP e Prémio Valmor, pertença da Fac. Belas-Artes, a quem o arquitecto a doou. Estado lastimável por fora e por dentro, à frente e atrás, por cima e em baixo. Até quando?

23/02/2016

Publi-Cidade: Rua de S. Lázaro 136 a 140

O reclamo cobre as vergas de pedra nas molduras das 3 portas do estabelecimento - isto não é permitido pelo regulamento..
A crua e elementar estrutura de metal  e plástico do reclamo foi pregado com furações directas nas cantarias - isto não é permitido pelo regulamento...
Continuam a proliferar os dispositivos publicitários desqualificados, que não se adaptam aos edifícios, antes pelo contrário, entram em conflito com a sua Arquitectura (pelos materiais, cores, a própria forma e local onde se instalam nas fachadas).

«os dispositivos publicitários não podem ocultar elementos decorativos dos edifícios, conforme disposto no Artigo 13º da Deliberação n.º  146/AM/95.»

Será este mais um lamentável caso fruto do "Licenciamento Zero»? Porque de acordo com a Lei este reclamo não poderia ser aprovado. As fachadas dos edifícios têm sítios lógicos para publicidade. Porque razão estamos a perder essa capacidade - sabedoria - para criar dispositivos de publicidade interessantes, bem desenhados e executados, e instalados de forma cuidada sem agredir o património da nossa cidade? Em Lisboa estamos a regredir nesta matéria.

22/02/2016

O PROBLEMA DOS LOGRADOUROS NA CIDADE DE LISBOA


Mais um logradouro que vai desaparecer. Rua Presidente Arriaga. Freguesia da Estrela. Lisboa.

Os logradouros são espaços verdes muito importantes para a qualidade de vida dos moradores das cidades, promovendo a riqueza da biodiversidade, suavidade da paisagem, permeabilização dos solos e qualidade do ar. Constituindo no seu conjunto uma riqueza excepcional, eles representam hoje um problema para a cidade de Lisboa.

A Câmara Municipal de Lisboa tem disso consciência e frequentemente apela à defesa da biodiversidade e à necessidade urgente da melhoria da qualidade do ar que respiramos, mas não faz o suficiente para a salvaguarda dos logradouros, como o prova o Plano Diretor Municipal em vigor desde 2012 e cujo regulamento foi por ela e pela Assembleia Municipal aprovado.

De facto, o artigo 44.º do PDM que regula a ocupação dos logradouros na cidade de Lisboa, sendo de interpretação confusa, não defende convenientemente aquelas estruturas, permitindo a sua ocupação. Também, a introdução de fórmulas matemáticas denominadas “superfície vegetal ponderada” tornam difícil a sua aplicação prática.

Quanto a nós houve um retrocesso no que se refere à defesa dos logradouros e o artigo 44.º deveria ser reformulado. Compreendemos que a ocupação total dos logradouros por construção valoriza a propriedade de quem vai construir, mas empobrece a cidade de Lisboa, comprometendo o seu futuro que temos obrigação de legar valorizado às gerações vindouras.


João Pinto Soares

Adeus, calçada nossa


Por Miguel Esteves Cardoso In Público (21.2.2016)

«Por não existir em mais nenhum outro lugar do mundo, a calçada portuguesa tinha de morrer. Até para passar a ser única.

Foi a primeira profissão que quis ter: calceteiro. Passava horas a vê-los deixar cair os martelos para conseguirem as clivagens certas para o espaço que tinham de ocupar.

Eu era tão pequeno que mal sabia falar português. Mesmo assim, eles aturavam-me horas a fio e respondiam a todas as minhas perguntas. Eu chamava-lhes os toom-toom men, por causa do barulho dos martelos sobre as pedras e, segundo a minha mãe, anunciei-lhe, com 5 anos de idade que, depois de ter pensado no assunto, tinha decidido que, dentre todas as profissões que admirava (bombeiros, detectives, pintores) queria ser, exclusivamente, um toom-toom man.

Fui um dos leitores do PÚBLICO online que contribuíram para tornar a reportagem de Inês Boaventura, com fotografia de Daniel Rocha, intitulada “É assim que vão ficar os passeios de Lisboa”, na peça mais popular do dia 19 de Fevereiro.

Vai ser preservada nas zonas ditas históricas. A alternativa, perdida de feia, é um cimento cobarde e barato com um pozinho exculpatório, lisboeta e homeopático de pedra de lioz que foi estreada na Rua de Alcântara. Sim, Alcântara. É, como toda a gente sabe, uma zona distante e moderna freguesia - a do PÚBLICO, por acaso - que nada tem a ver com a Lisboa histórica.

Que fique aqui registado que somos muitos os que choramos a morte da calçada portuguesa que, por não existir em mais nenhum outro lugar do mundo, excepto no Rio de Janeiro, tinha de morrer. Até para passar a ser única.»

21/02/2016

BAIXA, a tourist trap: quiosque dos Restauradores


O emblemático Quiosque na Praça dos Restauradores já não vende jornais, revistas, e a venda de bilhetes para espectáculos asumidamente secundarizada. Os sintomas bem visíveis nas imagens provam que sofreu da metamorfose do costume - já está formatada ao serviço dessa indústria milagrosa chamada Turismo. A cidade como prostituta de uma ideia de turista? Mas que turista é este que Lisboa tão cegamente persegue?

20/02/2016

Câmara de Lisboa prepara pacote de apoios para as Lojas com História


In Público (19.2.2016)
Por Inês Boaventura

«O município já definiu quais serão os critérios para atribuir esta distinção, que numa fase inicial deverá abranger 35 lojas.

A Câmara de Lisboa já definiu os critérios que os estabelecimentos comerciais da cidade terão que cumprir para serem distinguidos como Lojas com História. Para aqueles que receberem a menção, o município está a preparar “um pacote financeiro e um conjunto de medidas de apoio”, com os quais pretende contribuir para “a preservação e salvaguarda da sua actividade”.

Isso mesmo foi transmitido ao PÚBLICO pelo vice-presidente da autarquia, a quem está entregue o pelouro da Economia. Segundo Duarte Cordeiro, o “leque de medidas” de que poderão vir a beneficiar as Lojas com História será apresentado “nos próximos meses”, e poderá por exemplo incluir a atribuição de apoios para a promoção de actividades culturais ou para a reabilitação e restauro dos estabelecimentos.

Com vários meses de atraso face àquilo que estava previsto, a câmara discute na próxima quarta-feira uma proposta que visa “aprovar a definição dos critérios para atribuição da distinção ‘Lojas com História’”. Em paralelo, o executivo municipal propõe a aprovação das “normas de concretização” deste programa, que foi lançado em Fevereiro de 2015 e cujos resultados tardam em aparecer.

Em relação aos critérios, que poderão ser aplicados tanto a lojas de retalho como a estabelecimentos de restauração e bebidas, eles serão divididos em três “núcleos”: “actividade”, “património material” e “património cultural e histórico”. Para ser distinguido, um estabelecimento terá que “cumprir mais de 50% dos critérios”.

Dentro do primeiro núcleo serão valorizados a “longevidade” das lojas (que terá que ser superior a 25 anos), o seu “significado para a história comercial da cidade”, a “existência de oficinais e/ou produção própria”, a “produção nacional” (que tem a ver com o uso de produtos portugueses) e o facto de os estabelecimentos terem um “produto identitário e/ou existência de marca própria”.

Quanto ao “património material”, serão tidos em conta o “património artístico e/ou projectado”, o “espólio/acervo” e a “salvaguarda e divulgação”. Finalmente, no âmbito do “património cultural e histórico” haverá também um critério relativo à “salvaguarda e divulgação”, além de um outro ligado ao facto de as lojas em causa serem “referências na memória colectiva dos cidadãos”.

Como se lê num dos anexos da proposta, assinada pelos vereadores Duarte Cordeiro, Manuel Salgado (Urbanismo) e Catarina Vaz Pinto (Cultura), aquilo que a câmara pretende com esta iniciativa é “incentivar a manutenção e reabilitação” das Lojas com História, “que se destacam pelas suas características únicas e reconhecido valor para a identidade da cidade de Lisboa”.

Este programa municipal contempla a criação de um grupo de trabalho, na dependência do vice-presidente da câmara, ao qual caberá fazer a “apreciação de todos os processos de atribuição da distinção ‘Lojas com História’” e a “abertura de processos de distinção”, seja por iniciativa própria, dos vereadores ou do conselho consultivo deste programa. Será também competência do grupo fazer a “apresentação de propostas de novas medidas de apoio e incentivo às lojas distinguidas” e de “novas medidas de divulgação e promoção” das mesmas.

Além disso, o grupo será chamado a emitir um “parecer prévio não vinculativo” quando estiverem previstas “operações urbanísticas que tenham impacto directo sobre as lojas distinguidas”, sendo ainda sua incumbência “propor à Direcção Municipal de Cultura a abertura de procedimentos de classificação do imóvel, mobiliário, outros elementos do espólio e/ou de bens imateriais como de Interesse Municipal”.

No site da câmara diz-se, numa publicação a propósito deste programa, que numa fase inicial serão escolhidas 35 Lojas com História. Sem avançar quais são essas lojas, Duarte Cordeiro explica que estão em causa “casos evidentes, que respondem com bastante margem aos critérios” agora estabelecidos. Depois desse primeiro lote de distinções, diz, os lojistas poderão apresentar candidaturas ao município.»

Câmara de Lisboa paga 30 milhões e cede terreno ao Colombo....



Leia o resto aqui no DN

Esta CML está sempre a pagar indemnizações. Portanto não tem gente competente 
para escrever e manter um acordo entre duas partes? Quantos casos assim é que somam 
numa década....e o contribuinte sempre contente a pagar?

19/02/2016

Ah, mas temos "instrumentos de gestão" à maneira: PDM, Plano de Pormenor e "Salvaguarda" da Baixa, Baixa Conjunto de Interesse Público e, cereja no bolo, PISAL! Ora bem! Bah!


«Uma recuperação de um edifício na Praça do Município ...que bom pensei...Tapumes altíssimos desconfiei logo; mas depois li o cartaz "Obra a obra Lisboa melhora"...Eis quando vi caídos para o lado de fora do tapume....azulejos pombalinos escavacados ...tudo feito na maior discrição. Gato escondido com o rabo de fora.» por Miguel Jorge, in Facebook.

Compareça, participe, divulgue!


«LOCAL: Fábrica de Alternativas, Rua Margarida Palla 19A, Algés.

A Associação Vamos Salvar o Jamor promove no próximo sábado, 20 de fevereiro, uma sessão de debate sobre o projeto Porto Cruz.

Convidamo-lo(a) a comparecer, a partilhar experiências e a dar as suas sugestões e ideias, a partir das 18:30 na Fábrica das Alternativas, Rua Margarida Palla 19A, Algés.

Junte-se a nós e participe no debate ao qual se segue um jantar vegetariano e uma sessão de danças tradicionais europeias cujos donativos angariados revertem a favor da Associação Vamos Salvar o Jamor.

PROGRAMA:

18:30 Debate
20:00 Jantar Vegetariano (4 €, bebidas não incluídas)
21:30 Danças Europeias (donativos 2 € sócios da AVSJ; 4 € não sócios da AVSJ).
Agradece-se a inscrição no jantar até 19 de fevereiro através do email: salvarjamor.mob@gmail.com»

12/02/2016

Largo do Carmo: colónia abusiva de esplanadas



Se no passado recente tinhamos que protestar, e lutar, pelo uso abusivo dos largos e praças da cidade como parques de estacionamento, agora o "novo carro" da cidade parecem ser as esplanadas! No futuro, e para nos sentarmos num largo - espaço público - vai ser obrigatório pagar um café ou bebida? É o que parece neste Largo do Carmo assim como no vizinho Largo Rafael Bordalo Pinheiro que se livrou de todo o estacionamento apenas para ser imediatamente invadido de esplanadas numa forma questionável de apropriação do espaço público por privados (cafés, restaurantes). Em Barcelona já há movimentos de moradores a protestar por esta "venda" do espaço das suas ruas aos estabelecimentos da restauração, tudo em nome desse negócio-devorador das cidades de hoje: TURISMO.

Nada a opor, excepto as mansardas no persistente malfadado zinco pós-moderno.


In Diário de Notícias (12.2.2016)
Por Inês Banha

«Casa do ascensor da Bica vai ter apartamentos turísticos

Edifício de cinco pisos foi arrendado a um privado, que investiu mais de um milhão de euros na sua reabilitação. Iniciativa tem gerado expectativa junto dos comerciantes [...]»

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Foto antes das obras

Estava a estranhar não haver mais nada, há: ampliação do edifício e, qq dia, a coisa pega ao do lado, para o inevitável alinhamento de cérceas. É edifício classificado? É bairro classificado? É? Parece que não.

No resto, os futuros hóspedes que tapem os ouvidos com algodão bem denso.