(Detalhe de um edifício em Lisboa.......qual?)
Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
31/03/2007
Detalhes.......de luxo !
(Detalhe de um edifício em Lisboa.......qual?)
30/03/2007
Construção em Altura
A capital tem especificidades e características muito próprias, que a distinguem e a valorizam perante outros olhares e que constituem o seu valor acrescentado.
Em teoria, não existe nada específico contra os projectos das Torres de Alcântara, de Santos ou do Parque Mayer, a não ser que não deviam ser construídos nos sítios onde são projectados, nas escalas que foram apresentadas, mas sim redimensionadas.
Todas as cidades europeias, as mais humanizadas a nível mundial, conservam, reabilitam e promovem as zonas centrais, antigas e sensíveis das urbes segundo as suas características pré existentes, aprovando projectos que inovem, mas se enquadrem, não que obriguem a envolvência a habituar-se a eles mesmo. Mesmo em países mais pequenos que Portugal, as construções novas são para as zonas novas, de grandes avenidas, planeadas, onde uma construção moderna se enquadra com outras ou valoriza bairros modernos sem qualidade.
É uma insensatez aprovar , por exemplo, torres para Alcântara, mesmo que sejam peças belíssimas assinadas por Siza Vieira, que poderiam sim, transformar, reabilitar ou consolidar Benfica, Chelas, Alta de Lisboa, Parque das Nações, Olivais ou mesmo os cada vez maiores súburbios da cidade, preservando e protegendo a história.
Porque não vender a Lisboa que mantém a sua alma de cidade milenar, preservando a sua zona antiga e a cidade do Século XXI, com bairros modernos, planeados e arquitectónicamente valiosos que respeitam o pré-existente?
Mais insensato será referendar uma violação ao Plano Director Municipal no que tange às construções em altura. É óbvio que uma cidade não pode crescer com limitações a construções de oito pisos, se essas limitações se aplicarem às zonas novas, como será óbvio que terão de existir limites à construção em altura e a novas construções nas zonas antigas, estas sim, verdadeiramente necessitando de rejuvenescimento e não apodrecimento.
Não se pode colocar o pendor da questão na “legitimação democrática” destas decisões através de um referendo, pois o actual executivo já foi legitimado para tomar decisões, não se podendo permitir que coloque à escolha.
Mais uns anos e Lisboa será igual a tantas outras cidades...Não da Europa, mas de outro sítio qualquer.
Câmara de Lisboa cria comissão para analisar impacto das salas de injecção assistida
«O vereador com o pelouro da Acção Social na Câmara de Lisboa, Sérgio Lipari Pinto (PSD), anunciou ontem a constituição de uma comissão para avaliar o "impacto" social da instalação das salas de injecção assistida.
"O local está praticamente definido e foi criada uma comissão para avaliar o impacto na população", disse Lipari Pinto na reunião pública do executivo municipal.
Em declarações à Lusa, o autarca adiantou que esta comissão, constituída por elementos da Câmara e do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), apresentará um relatório a 20 de Abril. (...)»
Fundação Champalimaud ficará na zona de Belém
Teresa Firmino
«A Fundação Champalimaud deverá ficar em Lisboa, anunciou hoje a sua presidente, Leonor Beleza. “Tudo indica que vai ficar em Pedrouços, na zona perto de Belém, na faixa junto do rio Tejo. É um local magnífico, próximo de tudo o que entre nós celebra os Descobrimentos”, disse Leonor Beleza, numa referência à Torre de Belém ou ao Mosteiro dos Jerónimos.
Junto da sede, a fundação construirá um centro de investigação médica e um hospital de dia, como já tinha sido anunciado. O conjunto ocupará uma área de construção de 30 mil metros quadrados acima do solo, referiu agora Leonor Beleza.
Esses terrenos são públicos, da Administração do Porto de Lisboa, e a ideia é que a fundação os utilize num “regime de concessão a longo prazo”, adiantou Daniel Proença de Carvalho, do conselho de curadores da fundação, um órgão consultivo em questões estratégicas, que se reuniu hoje. Em 2010, Leonor Beleza gostaria que os laboratórios estivessem construídos e prontos a funcionar. O cancro e as neurociências concentrarão os esforços científicos da fundação, à qual António Champalimaud deixou cerca de 500 milhões de euros.
Hoje, o cientista norte-americano James Watson, Nobel da Medicina por ter sido um dos descobridores da estrutura do ADN, foi também apresentado ao conselho de curadores. Ele aceitou presidir ao conselho científico da fundação. O neurocientista António Damásio ou o imunologista António Coutinho são alguns curadores, tal como a partir de agora Fernando Henrique Cardoso (ex-Presidente do Brasil), que acaba de substituir Mary Robinson (ex-Presidente da Irlanda) nesse órgão. À saída da reunião, Watson e Damásio entretinham-se a conversar.»
E pronto. Betão e mais betão, à vontade do freguês ... por muito boas que sejam as intenções - e são - da fundação, a verdade é que mais uma vez a APL faz o que lhe dá na gana. Acesso ao rio, que é isso?
Polícia Judiciária investiga Gebalis
Filipe Morais
«A Polícia Judiciária pediu à presidência da Câmara Municipal de Lisboa uma cópia do relatório de avaliação efectuado por uma comissão da autarquia à Gebalis, a empresa municipal que gere os bairros de habitação social da capital.
Segundo um documento da Direcção Central de Investigação da Corrupção e Criminalidade Económica e Financeira da PJ, a que o DN teve acesso, o pedido em causa foi enviado directamente ao presidente da autarquia, Carmona Rodrigues, em meados de Março, "por ser imprescindível à investigação" que a PJ está a desenvolver. O documento em causa pede ainda "a maior brevidade possível" no envio da "cópia do relatório de avaliação efectuado à empresa municipal". (...)»
29/03/2007
155ª Aniversário do Jardim da Estrela
O igualmente conhecido por “Jardim Guerra Junqueiro”, em homenagem ao poeta, teve como atracções iniciais um leão enjaulado, uma montanha russa e um coreto em forma de barco no meio do lago. Actualmente, o Jardim conta com um coreto, miradouro, parque infantil, parque de merendas, biblioteca, estátuas e diversos lagos.
Rodeado por um gradeamento de concepção romântica, o jardim alberga onze espécies de aves e 34 espécies de árvores, num traçado orgânico de caminhos e canteiros fenomenal.
As críticas ao abandono deste espaço há muito se fazem sentir. Porém, o desinteresse por parte da autarquia é aterrador, do qual a ausência de qualquer menção a esta data é demonstrativa.
Regresso à barbárie
Elucidativo este post de Francisco Almeida Leite, no Corta-Fitas. É sobre o regresso da prostituição a Monsanto.
DEFESA DE PATRIMÓNIO - APELO À POPULAÇÃO DA CHAMUSCA
Não é Lisboa, mas é perto e é de todos, por isso, a Associação Lisboa Verde apela à população da Chamusca para que impeça o abate das 1.800 árvores em idade adulta, que ladeiam a antiga Estrada Nacional Nº 367 (notícia acima, publicada no Jornal de Notícias de 24/03/2007), acto que a realizar-se revestirá a forma de crime ambiental, tanto mais grave quanto as razões invocadas para a sua prática.
Estamos certos que o bom senso da população da Chamusca prevalecerá sobre o défice cultural manifestado pelo seu presidente da Câmara quando considera as árvores como "materiais e outros bens que não são necessários", quando todos conhecemos o papel fundamental das árvores, seres vivos sem os quais a vida não seria possível sobre a Terra.
Pela Lisboa Verde
Pinto Soares
Planeamento e Ordenamento (Falta de)
Não obstante as formas de planeamento que o Estado pode assumir – dirigista, regulador ou supletivo – a prática demonstra que os princípios orientadores são desvirtuados pela aplicação dos mesmos, tendo em conta que, em Portugal, são os planos regionais e metropolitanos que se adaptam à especificidade dos Planos Directores Municipais, muitos deles conflituantes e imbuídos de egoismo bairrista, subvertendo uma lógia racional, autistas de uma visão espacial mais alargada que os limites do concelho. È o que se passa nas áreas metropolitanas, sobretudo em Lisboa, onde o conceito de cidade há muito ultrapassou as suas fronteiras, mas é gerida compartimentadamente.
Com a criação das novas autarquias supra-municipais o procedimento de decisão complica-se, dado que em oposição ao poder autárquico, eleito democraticamente, há poder metropolitano, mais abrangente, mas sem legitimidade para impor a visão racional da gestão alargada do espaço.
Os planos em Portugal são pouco assertivos e imperativos, onde a decisão surge afastada da necessária participação dos cidadãos, muitas vezes confrontados com o facto consumado e o seu direito transformado em mero pro forma ou subvertido numa garantia contencioso, ou seja, apenas poderão atacar decisões, não apenas generalistas ou colectivas, mas também violadoras de directos individuais consagrados constitucionalmente, pela via contenciosa, provocando gastos dispensáveis e acabando, também eles, por colidir com interesse público – vejam-se os custos da paragem de uma obra pública.
Ao invés do que acontece na Europa, em que o planeamento vai sendo cada vez menos imperativo, por existir uma consciência cívica esmagadora, em Portugal, o facilitismo administrativo não é remédio para um enorme deficit de cidadania e rigor, que também atinge a classe dirigente.
Hoje, discute-se o que nos é colocado e não que devia ser discutido, quando a participação dos cidadãos constitui-se como uma forma de colaboração e controlo da administração e como acréscimo de legitimação, sendo em si um limite aos cidadãos, por também não permitir que sejam co-decisores.
A construção em altura é uma questão específica e diferenciada da discussão dos PDMs e Planos, pois induz mais intervenção, possui mais elementos subjectivos, sobretudo o estético e o emocional.
A falta ou excesso de informação nestes casos também faz corer o risco de inquinar a participação, dificultando os consensos, sobretudo com o referendo local, que, nestes casos, se afirma como clara desresponsabilização do processo de tomada de decisão. Ao reduzir a complexidade da questão, entre o sim e o não, elimina as nuances, as perspectivas necessárias e o dever da administração de liderar, conscientemente, a criação do seu conceito de cidade e demonstrar que, como acontece na maioria dos casos, não está refém dos lobbys imobiliários, sacrificando algo que lhe é anterior e superir: a história e a alma de uma cidade.
Rodrigo da Fonseca - Breve reportagem de fim de tarde
Porquê?
1. Porque recentemente a CML retirou os velhos candeeiros e substitui-os por outros. Estas substituições parecem estar a suceder-se a enorme velocidade sem que a cidade ganhe com a operação. Na perpendicular Sampaio e Pina ainda se vêem os candeeiros de ferro elegantes.
candeeiro torto
Mas na Rodrigo da Fonseca já foi tudo substituído por uns nacos de metal de mau aspecto que mais parecem postes de iluminação do terreiro de uma fábrica. A falta de dignidade e de senso é agravada pela colocação às três pancadas dos postes. Há vários que estão tortos (a sério!) como talvez se consiga perceber pela fotografia. E a base de alguns tem um aspecto deplorável com parafusos à vista.
parafusos à vista
2. Porque a imundice da rua é a habitual destes dias em Lisboa para a qual concorre a incompetência da CML e a incivilidade das pessoas.
lixo doméstico em grandes quantidades junto a contentores de reciclagem
3. Porque a sinalização de trânsito é lastimosa, com os sinais impenitentemente tortos – uma imagem de marca da cidade desde há anos.
dois sinais tortos
4. Porque os cepos de árvores também habitam a rua, em vez de árvores.
Cepo e lixo de madeira: uma interessante conjugação
5. Porque os passeios esburacados a cada passo têm um irmão gémeo no piso degradado das faixas de rodagem.
Como sempre, as autoridades municipais:
tramaram-nos!
LISBOA SEM RUMO. Experimente ver a sua rua com outro olhar
Lisboa navega sem capitão, sem rumo e sem porto de destino.
Mas os imediatos e marinheiros poderiam, ao menos, cumprir com os seus deveres para manter o barco a flutuar. Assim se evitaria o desalinho permanente da cidade que os pilaretes da Alameda D. Afonso Henriques testemunham e exemplificam. Ou o lixo fora de horas e os permanentes e omnipresentes montículos de areia e pedras restos de obras que povoam a cidade, mesmo sem a cidade querer ser povoada desta maneira. O exemplo é do Arco Cego, mas pode ser encontrado na sua rua, de certeza.
Tramaram-nos.
Projecto que CML aprovou a Filipe Vieira está no corredor do TGV, diz Bloco
Ana Henriques e José António Cerejo
«Vereador José Sá Fernandes vai apresentar uma queixa no Departamento de Investigação e Acção Penal sobre o processo que beneficiou presidente do Benfica
O empreendimento imobiliário que a Câmara de Lisboa viabilizou em terrenos próximos da rotunda Baptista Russo localiza-se no corredor destinado ao TGV, disse ontem o deputado substituto do Bloco de Esquerda Pedro Soares, na reunião do executivo municipal.
Esta força partidária anunciou já que vai apresentar uma queixa no Departamento de Investigação e Acção Penal e à Inspecção-Geral da Administração do Território acerca da aprovação camarária do pedido de informação prévia relativo à urbanização que o empresário Luís Filipe Viera pretende construir naqueles terrenos, adquiridos à Petrogal em 2005. A aprovação do pedido, que por si só atribui direitos de construção ao promotor, ocorreu em Novembro passado e contou com os votos contra do PS, PCP e BE.
José Sá Fernandes marcou para esta tarde uma conferência de imprensa sobre o caso e adiantou que a anunciada participação ao DIAP e à IGAT se prende com o facto de o trajecto do TGV não ter sido considerado na aprovação da informação prévia, mas também com o facto de terem sido "ultrapassadas regras urbanísticas referentes aos espaços verdes e aos equipamentos colectivos". Além disso, alega o autarca, o PDM foi "mais uma vez" interpretado "em benefício de determinados particulares". De acordo com Pedro Soares, que ontem subsituiu Sá Fernandes na reunião do executivo, "há um défice de mais de 20 mil metros quadrados" de terrenos para espaços verdes e equipamentos que a CML devia ter exigido ao promotor em troca da viabilização do empreendimento.
Foram poucos os esclarecimentos sobre o caso prestados pela vice-presidente da câmara, Marina Ferreira. Disse apenas que datavam já de 2003 as primeiras deliberações do município relativamente aos terrenos em causa. Nessa altura, a classificação daquela área passou de "industrial" para "predominantemente industrial", referiu a vereadora, que adiou explicações mais consistentes. Já Pedro Soares falou de "relações perigosas" entre o director municipal e os operadores imobiliários (ver PÚBLICO de ontem), acusando a maioria PSD de "irresponsabilidade política".
Entretanto, foi ontem aprovado, com os votos favoráveis do PS e do PSD, a abstenção do PP e os votos contra do PCP e do BE o novo regulamento de utilização dos automóveis da CML. Destinado a moralizar o uso de veículos no município, o regulamento retira os carros de serviço aos chefes de divisão, ao mesmo tempo que aumenta de três para quatro o número de automóveis ao dispor de cada gabinete dos vereadores com pelouros. Uma versão anterior deste novo regulamento aumentava esse contingente para cinco, mas o vereador responsável pela frota automóvel resolveu aumentar as restrições à última hora. Há muito que os gabinetes dos vereadores aproveitam as excepções previstas no regime de atribuição de viaturas ainda em vigor para ter ao seu serviço mais do que os três automóveis nele previstos.
Quando a CML tiver dinheiro para isso, há-de fazer uma pista de gelo e um café-concerto no Pavilhão Carlos Lopes. Pelo menos é isso que consta do anteprojecto de remodelação do recinto. Depois de coberta, a pista pode servir para fazer espectáculos desportivos, mas também culturais. Acontece que as obras iam ser feitas com a percentagem de receitas do Casino de Lisboa que cabe por lei à autarquia, mas a administração central tem atrasado a transferência dessas verbas para o município.»
Inspecção ordena fecho da incineradora do Júlio de Matos
«Apresenta emissões de dioxinas e furanos 30 vezes acima do limite
A Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAOT) ordenou o encerramento da incineradora do Hospital Júlio de Matos, em Lisboa, no prazo de três dias, por ter apresentado emissões de dioxinas e furanos 30 vezes acima do limite admissível. Num despacho do inspector-geral, a que a Lusa teve acesso, refere-se que o elevado nível de emissões resulta numa "situação de perigo grave para a saúde e ambiente", pelo que foi determinada a suspensão do funcionamento da incineradora de resíduos hospitalares até que seja garantido o cumprimento dos valores legalmente estabelecidos. (...) Os efeitos da exposição a estes compostos na saúde humana envolvem alterações no sistema imunológico, reprodutor e endócrino, podendo, em maiores concentrações, apresentar características cancerígenas, adianta a IGAOT. »
Matam-nos aos poucos, não damos por nada mas, pior, nem ninguém parece importar-se com isso.
Partido Nacional Renovador lança campanha contra imigrantes
In Sol Online (29/3/2007)
«O Partido Nacional Renovador (PNR) anunciou hoje o início de uma campanha contra os imigrantes em Portugal, afirmando que não se podem apoiar políticas que promovam a Imigração enquanto «houver Portugueses a viver na miséria» (...)»
Um balenário milenar reconstruído em Lisboa
Paula Lobo
«É a primeira vez que se faz uma coisa assim e já há arqueólogos e investigadores da Galiza e das Astúrias a organizarem excursões a Lisboa. Para verem como se reconstituiu no Museu Nacional de Arque- ologia (MNA), com 200 toneladas de granito e usando técnicas da Idade do Ferro, o balneário do castro do Alto das Eiras (V.N.Famalicão) ...»
Empresa deu terreno que não era seu para catedral
Luisa Botinas e Paula Sanchez
«A Gesfimo, empresa que gere o fundo imobiliário Fimes Oriente, recebeu, em Novembro de 2006, da Câmara de Lisboa, a primeira luz verde para a urbanização de 84 mil metros quadrados nos antigos terrenos da Petrogal, em Cabo Ruivo. Mas um ano antes, a empresa do Grupo Espírito Santo, embora só fosse detentora de um contrato-promesa assinado com a Inland, de Filipe Vieira, já se tinha comprometido com a câmara e o Patriarcado de Lisboa a ceder uma parcela de terreno para a construção da catedral da capital. (...)»
Esta, como outras, gostava que Santana Lopes explicasses aos fregueses do Café Nicola, logo à noite. Mas como se prevê que os cabelos oxigenados à pressa transformem uma palestra numa sessão da Igreja Maná, tenho dúvidas. Saravá, Arqº Niemeyer, que o seu nome foi usado em vão!
Alunos da Independente ocupam reitoria e exigem intervenção rápida do ministro
Ângela Marques e Céu Neves
«Os alunos da Universidade Independente (UnI) tomaram ontem de assalto a reitoria e dizem que só saem quando Mariano Gago tomar medidas. Foi a reacção à demissão do Conselho Reitoral (CR), que acabou por não chegar a acordo com a SIDES. Queriam Pomplona da Corte-Real (presidente do CR) para dirigir o curso de Direito e não Álvaro Dias, como pretendia Lúcio Pimentel, presidente da sociedade gestora (...)»
Esta cena já a vimos na Universidade Livre (mãe de todas as guerras), Autónoma e Moderna. Ou não?
28/03/2007
Sem abrigo abrigam-se no edificio abandonado do quarteirão da Portugália
Primeiro apropriaram-se do vão da porta, ali dormindo e fazendo as suas necessidades. Dizem-me até que por vezes copulando. Depois a CML (no tempo em que existia) limpou o local. Mas eles voltaram há longos meses (quando a CML já tinha desaparecido – só resta o presidente) e ocuparam também o passeio. Uma dúzia de cobertores, um cheiro pestilento e marcas de profunda sujidade demarcam o seu espaço privativo.
Nas últimas semanas, autorizados pela inacção municipal, cozinham num fogareiro ao ar livre, deixando a parede com marcas de fumo e empestando a zona. Alcoolizados, por vezes implicam com transeuntes. Mais recentemente decoraram o local (o espaço público) a seu modo, completando o simulacro de casa ou da percepção que possuem do que é uma casa. O lixo em redor é imenso e cresce pelo passeio fora.
Resultado: um estendal nojento de porcaria, um cheiro nauseabundo, uma exposição pública da indignidade a que aquelas PESSOAS e a nossa cidade chegaram. A população local, residentes e trabalhadores, passou a usar o passeio do outro lado para transitar.
Despojados de capacidade crítica e de cidadania, não é aos sem abrigo que se deve assacar a culpa, mas sim aos poderes públicos que permitem a estabilização/consolidação destes comportamentos de usurpação do espaço público e de exibição de miséria.
Não se pretende retirá-los da avenida para os pôr na travessa, maquilhando as mazelas. Pretende-se que haja respeito da CML em primeiro lugar por estes cidadãos tão frágeis que necessitam de ser ajudados, e intervenção atempada da acção social municipal em articulação com os serviços públicos de segurança social. E pretende-se que a CML respeite a cidade e os cidadãos que não devem estar sujeitos à imundice do sítio.
Poderá a CML continuar a ignorar?
Nuno Franco
S. Jorge de Arroios
No entanto, não existe um único parque de estacionamento, nem para residentes nem de apoio ao comércio, levando a que o estacionamento em segunda fila seja prática comum e constante, levando até moradores a fazê-lo durante a noite.
A referida avenida entala peões e automóveis em espaços diminutivos, suportando um fluxo automóvel pesadíssimo, onde se incluem inúmeras linhas de autocarros, redundantes, e em completo desacerto de horários.
Ao contrário de outras zonas comerciais, não existem sequer uma única árvores, zonas de descanso, esplanadas. Ao contrário de outras avenidas comerciais de Lisboa, sem monumentos ou pontos de interesse, como a Avenida Columbano Borbalo Pinheiro, que foi alvo de requalificação, a Rua Morais Soares não passa de uma auto-estrada urbana, de comércio desqualificado, ar poluído e estacionamento caótico, degradando alguns exemplares de arquitectura notável do sec XIX.
O jardim da Praça Paiva Couceiro é o último resistente de antigos jardins de Lisboa que, rapidamente, se tornaram em espaços degradados, perigosos e evitáveis.
Numa das zonas mais centrais de Lisboa, a degradação vai avançado, estendendo-se já a toda a Avenida Almirante Reis.
No entanto, neste caso, a requalificação seria fácil e pouco onerosa, bastando alguma coragem na ordenação do espaço público.
Mas executivo municipal não existe.
PCP propõe medidas para crise na CML
«Para "tirar a Câmara Municipal de Lisboa da crise em que se encontra", o PCP propõe que seja feito um rigoroso diagnóstico às dívidas a curto prazo a fornecedores e a renegociação dos seus prazos de pagamento". Os comunistas da capital sugerem ainda, em comunicado, que seja realizado um levantamento da "situação financeira e patrimonial de todas as empresas municipais e participadas". Considerada "urgente", esta é ainda "uma posição clara e firme do município perante o Governo no que diz respeito ao não cumprimento da nova Lei das Finanças Locais" (...)»
Acordo para requalificar o comércio
«A Agência para a Promoção da Baixa Chiado e a Escola de Comércio de Lisboa assinaram ontem um protocolo de colaboração para qualificar a oferta comercial da zona - que integra 1600 lojas - e atrair mais visitantes. O acordo visa dar resposta à evolução do comércio, através da promoção da formação técnica de recursos humanos adequada para enfrentar os desafios da competitividade (...)»
Vamos lá a ver o que mais este acordo dá na prática. Aguardemos.
Funcionários proibidos de telefonar para fora de Lisboa
Susana Leitão
«Os funcionários da câmara estão a partir de hoje proibidos de fazer ligações telefónicas para fora da Grande Lisboa (indicativo 21). A medida, prevista pelo novo sistema de gestão centralizada de compras, insere-se numa política de redução de custos. Os cortes passam também por uma redução das comunicações via telemóvel. A autarquia prevê poupar mais de um milhão de euros por ano. (...)»
Há 4 anos já tivéramos algo parecido: Santana Lopes anunciou ir cortar os gastos excessivos em telemóveis que rondariam, disse, os 5 milhões de Euros. Passado todo este tempo, as contas da CML não mostram diferença para melhor. Enfim, coisas.
Terreiro do Paço sem 'arrumação' à vista
Luísa Botinas
«Os mais recentes espaços não oficiais do Terreiro do Paço - um restaurante, uma loja de vinhos e o Lisboa Welcome Center - foram criados há perto de sete anos, no final do mandato de João Soares à frente do município da capital. Depois disso, muitas cartas de intenções se escreveram, mas, até ao momento, das esplanadas, cafés, restaurantes, museus e hotéis de charme prometidos nada se viu. (...)»
Anúncio é feito hoje: Nogueira Pinto vai abandonar Câmara de Lisboa
Por Sofia Rainho
«Maria José Nogueira Pinto vai hoje anunciar que deixa o lugar de vereadora na Câmara Municipal de Lisboa (CML). A vereadora do CDS-PP passará o testemunho a Miguel Anacoreta Correia, soube o SOL junto de fontes da vereação da CML (...)»
Fervem de emoção, Lisboa e o resto do país! A questão é de parar os taxistas todos desta cidade: para onde irá MJNP, mais o seu inestimável contributo para a nação? Frente ribeirinha, acautela-te! Haja pachorra!
27/03/2007
Que tristeza, Lisboa!
Como te tratam...
E o Terreiro do Paço, tão decrépito, tão abandonadinho, coitadinho - uma Praça construída para ser símblo de modernidade - aquela que o Marquês queria que envergonhasse o resto da Europa...? Hoje envergonha-nos é a nós. De cada vez que vejo magotes de turistas de mapa na mão a ler coisas que o nosso Turismo lhes mete na mão, tenho pena deles e de nós...
E a Rua do Arsenal? E a Rua do Alecrim, sobretudo a primeira parte da subida para o Camões?
E o jardim de São Pedro de Alcânatara que nem ata nem desata?
... E Lisboa, em geral?
Má sorte chamar-se Lisboa e ser tão mal tratada!
RUA VICTOR HUGO: retomado abate de candeeiros dos anos 40!
Os candeeiros de marmorite na Rua Victor Hugo são os únicos exemplares que sobrevivem deste tipo em toda a Freguesia de S. João de Deus. Trata-se de um modelo de 1948 conhecido pelo nome "Alvalade" pois foi especialmente concebido para toda esta zona planeada nos anos 40 por Faria da Costa, o nosso primeiro urbanista moderno. Notar que os candeeiros e as fachadas dos prédios de rendimento do bairro partilham de uma linguagem comum em termos estéticos (foto 3).
Lamentavelmente este histórico modelo de candeeiro modernista corre o risco de desaparecer por completo da capital graças à falta de sensibilidade da CML.
Não é para todos a moralização do uso de carros na CML
Ana Henriques
Confesso que não percebeo a relutância de alguns em usar os transportes públicos, a começar pelo Vereador António Prôa, que morando juntinho a uma estação de Metro da Linha Verde continua a usar o veículo da CML. Tenho pena que continuemos tão atrasadinhos.
Bastonário da Ordem dos Engenheiros quer estudo de nova localização
«Fernando Santo defendeu a noite passada que seja estudada uma nova localização para o novo aeroporto de Lisboa, na margem sul do rio Tejo
Fernando Santo, que falou durante o programa televisivo Prós e Contras da RTP 1 sobre o novo aeroporto de Lisboa, projectado para a Ota, defendeu o estudo de uma alternativa, depois de José Manuel Viegas, professor do Instituto Superior Técnico (IST), ter apresentado como novas possíveis localizações as zonas do Poceirão e de Faias, na margem sul do Tejo. (...)»
Como este país é um país de interesses, que interesses haverá já no Poceirão e nas Faias?
26/03/2007
Túnel do Marquês abre em Abril amputado e com atraso superior a dois anos
Túnel do Marquês abre em Abril amputado e com atraso superior a dois anos
26.03.2007, Inês Boaventura
A obra termina esta semana, à excepção da saída para a Avenida António Augusto de Aguiar, cuja abertura depende de uma empreitada do Metro ainda sem prazo para arrancar
a A construção de parte significativa do túnel rodoviário do Marquês, que arrancou em Agosto de 2003 com a promessa de que a obra estaria concluída no último trimestre do ano seguinte, deve chegar ao fim esta semana. Segundo o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a inauguração realiza-se em Abril, mas a rampa de saída para a Avenida António Augusto de Aguiar vai permanecer fechada.Em declarações ao PÚBLICO, Carmona Rodrigues adiantou que a empreitada, a cargo do consórcio formado pela Construtora do Tâmega e pela CME, vai estar concluída "até ao final de Março". Depois disso, explicou, segue-se um período de realização de "testes e ensaios", que adiará para Abril a abertura da infra-estrutura à circulação rodoviária. O presidente da Câmara Municipal de Lisboa recusou adiantar uma data mais precisa para a inauguração do túnel do Marquês, mas disse com sentido de humor que a cerimónia não se realizará certamente a 1 de Abril, dia das mentiras. Certo é que o prolongamento do túnel das Amoreiras, que foi uma das promessas eleitorais do seu antecessor Santana Lopes, vai entrar em funcionamento cerca de dois anos e meio depois do previsto, e não na totalidade.A partir de Abril, os automobilistas vão poder percorrer o túnel do Marquês, que segundo a autarquia tem uma extensão de 1250 metros e duas vias em cada sentido, à excepção do troço entre a entrada na Rua Joaquim António de Aguiar e a saída na Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, onde existem três vias no sentido ascendente. O desnivelamento da Rua Joaquim António de Aguiar, que a Câmara Municipal de Lisboa defende que vai permitir "o rápido escoamento" do tráfego "da zona central da cidade em horas de ponta", vai ter por enquanto rampas de entrada e de saída na Avenida Engenheiro Duarte Pacheco, na Rua Joaquim António de Aguiar e na Avenida Fontes Pereira de Melo. Para uma segunda fase, ainda sem data conhecida, fica adiada a abertura da rampa de saída do túnel rodoviário para a Avenida António Augusto de Aguiar, que só poderá ocorrer depois de o Metropolitano de Lisboa levar a cabo obras de reabilitação de um troço da galeria da Linha Amarela, como determinado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil. De acordo com a autarquia, a parcela do túnel do Marquês que permanecerá encerrada tem cerca de 100 metros, sendo expectável que possa ser inaugurada cerca de dois meses depois de o metro terminar a sua obra. Ao concurso público para a empreitada do Metropolitano de Lisboa, lançado em Janeiro de 2007 com um prazo de execução de 150 dias e um valor estimado de 700 mil euros, concorreram três empresas e um consórcio. Segundo informações fornecidas pelo Metro na semana passada, "as propostas estão a ser analisadas", não sendo possível adiantar um prazo para o arranque dos trabalhos porque tal "depende do tempo de que a comissão de análise das propostas necessitar, tendo em conta a complexidade das mesmas".
Agosto de 2003 A construção do túnel arranca, com a promessa de que estará concluída no fim
de 2004
Abril de 2004 Na sequência de uma providência cautelar interposta por Sá Fernandes, um tribunal decreta a suspensão dos trabalhos
Novembro de 2004 O Supremo Tribunal Administrativo autoriza o reatamento das obras
Abril de 2005 O actual ministro do Ambiente emite uma declaração de impacte ambiental favorável, mas condicionada a várias medidas e estudos adicionais
Fundação D. Pedro IV admite vender casas a moradores do Bairro dos Lóios
Isaltina Padrão
«Os moradores do Bairro dos Lóios, em Chelas, (Lisboa), vão finalmente poder adquirir as casas onde moram e pelas quais querem há muito deixar de pagar renda à Fundação D. Pedro IV, proprietária da urbanização desde 2005. Mas tal só acontecerá se - e só se - as propostas apresentadas este mês pelo presidente da fundação, Vasco Canto Moniz, ao secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, João Ferrão, e ao vereador da Acção Social e da Habitação, Lipari Pinto, forem aceites. (...)»
25/03/2007
Tradição associativa e reabilitação urbana
Uma rua, dois casos sérios de reabilitação urbana urgente. Rua das Portas de Santo Antão, Lisboa.
1.
Sede do Ateneu Comercial de Lisboa
Fica também na Rua das Portas de Santo Antão. A situação é tão séria que a direcção ameaça entregar as chaves ao Presidente da Câmara de Lisboa. Pode ler mais no site do Ateneu.
Na foto, do «ARepublicano», uma curiosidade histórica interessante: «Jardim do Ateneu Comercial de Lisboa - Março 1907 / Foto da Conferência de Teófilo Braga, no Jardim do Ateneu Comercial de Lisboa, durante a crise académica [in Ilustração Portuguesa, Março 1907]».
2.
Sede da Casa do Alentejo
Também o Palácio Alverca precisa de obras de urgência. Está em curso um programa tendente a reabilitar a sede da Casa do Alentejo. Pode ler mais aqui.
A segunda foto é do átrio de entrada do palácio, o chamado Pátio Árabe, cuja cobertura corre riscos, tal como algumas das paredes…
Só os logradouros "falharam" no plano de Alvalade, diz arquitecto
Inês Boaventura
«A Ordem dos Arquitectos promoveu ontem uma visita a Alvalade, na qual o arquitecto João Pedro Costa defendeu que "a única coisa não moderna" deste bairro lisboeta "é a cara dos edifícios" e que "o único momento falhado" do plano de urbanização desenhado em 1945 por Faria da Costa foi "a estrutura de logradouros".
Naquela que foi a primeira visita no âmbito da iniciativa mensal Manhãs de Alvalade, João Pedro Costa guiou um grupo de cerca de 30 pessoas pelas ruas do bairro, uma área de cerca de 230 hectares que se estende entre a Avenida do Brasil e a linha de caminho-de-ferro junto à Avenida de Roma, e entre a Avenida Gago Coutinho e o Campo Grande.
O arquitecto defendeu que "a estrutura de logradouros" no interior dos quarteirões de Alvalade, que numa perspectiva "muito inovadora" para a época se pretendia que fossem públicos, foi "o único momento falhado" da "gestão" do plano de Faria da Costa. Esta opinião foi partilhada por Nuno Teotónio Pereira, que explicou que a Câmara Municipal de Lisboa deixou estas áreas "ao abandono", permitindo que os moradores fizessem vedações e se apropriassem destes espaços, onde construíram hortas e barracões.
O arquitecto Teotónio Pereira, que se juntou inesperadamente à visita, explicou também que a zona do Bairro de São Miguel ganhou este nome devido à forma como era tratado Miguel Jacobetty, o arquitecto que projectou esta área e as casas de renda económica a caminho da Avenida do Brasil.
As fachadas de grande parte dos edifícios de Alvalade, que, como colocou João Pedro Costa, são "aparentemente muito Estado Novo", foram referidas durante a visita como "a única coisa não moderna" deste bairro, onde é visível a perspectiva segundo a qual "o fogo gera o edifício, o edifício repete-se e gera a cidade". O arquitecto sublinhou ainda o facto de nesta zona da cidade não ter havido uma "adesão a um modelo único" em termos arquitectónicos, mas sim um aproveitamento de partes de vários "modelos teóricos e experiências concretas" internacionais. »
Ninguém cria raízes num bairro 'armadilhado' de bares e discotecas
Kátia Catulo
«O Bairro Alto, em Lisboa, poderá ter os dias contados. O aviso é da presidente da Junta da Encarnação, Maria Alexandra Figueira, que quer negociar com moradores e empresários um novo conceito de diversão nocturna para aquela zona da cidade: "O diálogo será a melhor forma de acabar com o ruído provocado pelos frequentadores de bares e discotecas, que é um dos grandes problemas do nosso bairro." Tão grande, alerta a autarca, que a freguesia não consegue fixar a população mais jovem: "Os idosos estão a morrer e quem quer ter filhos não escolhe o Bairro Alto para viver."(...)»
23/03/2007
Cassiano Branco.....na Net !
Cassiano Branco é uma das referências fundamentais da arquitectura modernista em Portugal e um dos melhores arquitectos nacionais de sempre.
Procuraremos divulgar em http://cassianobranco.tripod.com as suas obras em Lisboa e protegê-las, naquilo que nos for possível e contando com a SUA ajuda!
Necessitamos saber quais são as obras de Cassiano existentes na nossa cidade, qual a sua localização exacta, e o seu estado presente (habitado, abandonado, devoluto, alterado, em obras, etc). Queremos saber ainda quais são as obras já desaparecidas, e se possível quando isso aconteceu.
A "cronologia" também necessita ser completada com as moradas exactas, ou obras não mencionadas na mesma.
Finalmente necessitamos de (boas) fotografias, recentes/antigas do que existe, e do que já desapareceu.
Aqui fica o desafio a todos os amigos do modernismo de Cassiano Branco!
Juntos poderemos fazer algo para que este riquíssimo espólio arquitectónico seja preservado para gerações futuras.
Queremos ainda esclarecer que a preservação da boa arquitectura modernista de Lisboa, é prioridade, independentemente do autor. O modernismo de Lisboa vai continuar a ser defendido, e os seus talentosos autores vão continuar a ser recordados ... nem que seja por nós.
Agradecemos desde já a sua participação. Qualquer informação, fotografias, etc., favor
enviar para forumcidadanialx@yahoo.com ou forumcidadanialx@gmail.com.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Júlio Amorim e Fernando Jorge
Fórum Cidadania Lisboa
Bairro Azul – o Azul é Património do Bairro
À época da construção, as cores do Bairro eram, na sua maioria, para as fachadas o branco, o beije, os cinzentos-claros; para as portas, os aros da caixilharia, as persianas e os gradeamentos, o azul. Foi essa inesperada mancha azul, que se via ao longe, que individualizava e dava carácter, que deu ao Bairro o nome por que ainda hoje, cerca de 70 anos passados, é conhecido: Bairro Azul.
O azul deu o nome ao Bairro e todo o comércio ostentava orgulhosamente, em letreiros e tabuletas, esse nome que significava modernidade e prestígio na Lisboa dos anos 30/40. Hoje, ele está ainda presente nos estabelecimentos mais antigos: Mercearia A Ideal do Bairro Azul; Café Bairro Azul; Talho Bairro Azul; Farmácia Bairro Azul; Drogaria A Pérola do Bairro Azul; Café Ponto Azul;...
Ao longo dos anos a memória do porquê do nome do Bairro foi-se perdendo lentamente, em parte fruto do desinteresse por parte da CML. Em anos recentes (1997), e apesar dos protestos de alguns moradores, os edifícios mais emblemáticos da abertura do Bairro Azul foram pintados de cor-de-rosa e as caixilharias e persianas de “bordeaux”, numa clara demonstração de ignorância da história do Bairro apesar deste estar já incluído no Inventário Municipal do Património.
Hoje, com o Bairro Azul finalmente com o estatuto de "conjunto em Vias de Classificação”, os prédios continuam a ser pintados de cores inadequadas, sem gosto nem rigor, com total desrespeito pela arquitectura art déco/modernista que se manteve neste Bairro praticamente inalterada: o pouco azul que resta, nas portas e gradeamentos de ferro, continua a ser substituído por um “distinto” verde-garrafa e, nas fachadas, para além do cor-de-rosa surge agora o amarelo que vai desde o limão ácido ao gema de ovo!
Cinco anos passados sobre a apresentação do pedido de classificação do Bairro Azul, os moradores desesperam: se o Bairro está “em Vias de Classificação”, se existe um plano de pormenor para a Praça de Espanha e zona envolvente que integra o Bairro Azul, por que continuam a verificar-se intervenções de reabilitação no edificado do Bairro que apenas contribuem para o descaracterizar?
Conforme vimos solicitando insistentemente, é urgente que a CML elabore um regulamento que defina critérios para a reabilitação, não só ao nível das fachadas mas também dos interiores.
Para já, o nome do Bairro e do seu comércio tem que voltar a fazer sentido: o Azul tem que voltar em força ao Bairro porque ele é, sem dúvida, uma parte essencial do seu património!
Ana Alves de Sousa
"A EPUL é responsabilizada por situações de que não tem culpa" #2
«Pergunta & Resposta
A Empresa Pública de Urbanização de Lisboa foi criada pela câmara em 1971
Para que serve?Um dos principais objectivos é permitir que se fixassem em Lisboa pessoas sem posses para pagar os elevados preços da habitação na capital. Inserida no ramo imobiliário, a EPUL tem-se dedicado à construção e venda de casas, parte das quais é posta no mercado a preços atractivos, e à compra e venda de terrenos.
Quem manda na empresa?
A EPUL é detida na totalidade pela Câmara Municipal de Lisboa, que escolhe os seus administradores. A empresa tem duas subsidiárias, a GF e a Imohífen, e participa no capital de duas outras sociedades de reabilitação urbana e da imobiliária Jardins Expo.
A situação financeira da EPUL é grave?
Não propriamente, graças aos seus activos, nomeadamente terrenos, que cobrem largamente o passivo. Mas o endividamento bancário em 2006 deverá ter rondado os cem milhões de euros, o que significa elevadas despesas com juros.
Em que resultaram as suspeitas levantadas sobre a empresa?
Quatro administradores seus foram acusados de peculato, pelo Ministério Público,
mas ainda não são conhecidos resultados das diferentes investigações
A empresa corre o risco de desaparecer?
O presidente da Câmara de Lisboa já excluiu essa hipótese, mas que é, todavia, defendida por alguns responsáveis do PSD. »
"A EPUL é responsabilizada por situações de que não tem culpa" #1
Ana Henriques
«Futuro da empresa municipal é hoje discutido na Câmara de Lisboa. O PÚBLICO ouviu dois quadros veteranos da empresa sobre o assunto
Poderá funcionar em condições uma empresa que, nas últimas duas décadas de existência, teve dez presidentes? A questão posta por dois quadros veteranos da Empresa Pública de Urbanização de Lisboa (EPUL), Fernando Santo, que também é bastonário da Ordem dos Engenheiros, e Mário Barata, é retórica. Serve para explicar um ponto de vista segundo o qual o funcionamento da empresa tem sido prejudicado pelas sucessivas mudanças de rumo decididas pela Câmara de Lisboa.
"A EPUL é muitas vezes responsabilizada por situações de que não tem culpa nenhuma", observa Mário Barata, responsável pelo património da empresa. E dá como exemplo o que sucedeu no Martim Moniz, cuja mudança de projecto para os prédios da EPUL Jovem exigida pelo então presidente Santana Lopes gerou atrasos no empreendimento. Mas foi a empresa a ser responsabilizada pela demora, e não o autarca. Assessor dos administradores da casa, Fernando Santo compara a missão da EPUL à actuação de um corpo de bombeiros: "Enquanto braço armado da câmara, tem de conseguir responder com eficiência às mudanças de estratégia da câmara".
Ou seja: se hoje a prioridade é construir prédios novos, mas amanhã ela se transforma na reabilitação de casas antigas, a EPUL terá de contar com técnicos especializados que permitam suportar a alteração sem prejuízos para o funcionamento da empresa.
Para Mário Barata, as propostas de reestruturação da EPUL preconizadas pela consultora CapGemini, que são hoje discutidas na edilidade, não apresentam novidades em relação ao actual funcionamento da empresa. O estudo diz que a EPUL deve dedicar-
-se ao arrendamento de casas a jovens e a idosos, e também à reabilitação. Barata lembra as casas já promovidas para realojar os habitantes das barracas e os milhares de fogos vendidos através do programa EPUL Jovem. Quanto à reabilitação, "se for feita a sério, não é rentável".
A empresa atravessa o seu pior momento e ninguém sabe se ainda poderá piorar quando as investigações das autoridades chegarem ao fim. »
Comissões emperram plano da Baixa-Chiado
Luísa Botinas
«A proposta de revitalização da Baixa-Chiado aprovada pela autarquia de Lisboa corre o risco de ficar "de molho" até que as seis comissões nomeadas pelos deputados da assembleia municipal se pronunciem sobre o assunto e este seja finalmente levado a votação no parlamento da cidade.
Enquanto isso, o Governo dá mostras de "estar a cumprir a sua parte no que diz respeito à responsabilidade que tem nos projectos estruturantes da propos- ta. Neste caso, o do Terreiro do Paço", disse ao DN Maria José Nogueira Pinto, vereadora do CDS/ /PP que patrocinou a elaboração do documento apresentado em Setembro de 2006.
O DN tentou ouvir Paula Teixeira da Cruz, mas não foi possível obter uma resposta da presidente da assembleia municipal, em tempo útil. No novo "Terreiro do Paço" proposto pelo comis- sariado integrado por Manuel Salgado, Miguel Anacoreta Correia, Celeste Hagatong, Elísio Summavielle, Augusto Mateus e Ra- quel Henriques da Silva, defende-se a ideia da instalação de um núcleo cultural e de comércio especializado na área do piso das arcadas. "Sem prejudicar a entra- da nobre dos ministérios", sublinha-se. (...)»
As propostas contidas no dossier Baixa-Chiado contêm alguns pormenores de grande importância para a cidade, sobretudo do ponto de vista negativo. Por isso, acho perfeitamente normal que se leve um tempo considerável a desmontar peça a peça. Aguardemos.
Estação do TGV deve ficar em Chelas
Ana Suspiro
«A estação de comboio da linha de alta velocidade Lisboa/Porto deve ficar em Chelas/Olaias e não na Gare do Oriente. A posição foi defendida por Pompeu dos Santos, vice-presidente da associação internacional de estruturas e quadro do LNEC (Laboratório Nacional de Engenharia Civil) esta semana num debate na Sociedade de Geografia sobre um plano integrado para a rede de alta velocidade, novo aeroporto de Lisboa e terceira travessia (...)»
Já os espanhóis têm TGV por toda a Espanha, e se preparam para ter na Galiza, e ainda andamos nós às turras para ver em que capelinhas vai passar a Linha. Espero que Chelas seja a solução definitiva no que diz respeito a Lisboa e deixemos de ser motivo de chacota e irritação para lá de Elvas.
À espera de indemnização para sair do Parque Mayer
Marina Almeida
«Os comerciantes do Parque Mayer querem que a Câmara Municipal de Lisboa (CML) obrigue a Bragaparques a cumprir o que está estipulado na permuta daqueles terrenos, indemnizando os inquilinos dos três restaurantes que ali resistem. A pressão deve passar, na óptica dos empresários, pelo "não licenciamento do estacionamento nos antigos terrenos da Feira Popular" enquanto a sua situação não for resolvida. (...)»
Que fazer com elas?
Maria José Nogueira Pinto
Jurista
«Que fazer com as empresas autárquicas é uma das perguntas cuja resposta se torna urgente em Lisboa.
Recorde-se que o sector empresarial autárquico foi criado segunda a lógica, correcta, aliás, de que certas actividades pela sua natureza deviam ser prosseguidas por entidades com estatuto jurídico adequado à exigência de uma gestão mais célere, racional e flexível, sem que, não obstante, a autarquia perdesse os seus poderes, em nome da unidade de governação.
Como tantas vezes sucede em Portugal, as boas iniciativas sofrem deturpações e perversões que, com o tempo, desfiguram não só o modelo original, como os objectivos que se pretendia atingir. Lisboa, pela sua dimensão, foi disto exemplo claro.
Empresas sem objecto claro ou mesmo esvaziadas de sentido; empresas que apenas duplicaram os serviços, acrescentando confusão e incerteza ao munícipe e dificuldades acrescidas na decisão; empresas totalmente desviadas da sua missão, sem estratégia nem objectivos definidos; empresas para dar emprego a clientelas políticas que rapidamente atingiram custos insustentáveis de funcionamento, enfim, um panorama crítico, levantado aliás durante a campanha eleitoral das autárquicas em Lisboa. (...)»
A resposta é simples: extingui-las a todas. A sua existência é o reconhecimento da inoperância, incompetência e má gestão das câmaras municipais. Mas, já imaginou o que seria dos boys se esse cenário fosse para a frente? ... ;-)
Carmona defende Portela. Carmona diz que não é aceitável encerrar o aeroporto da Portela
«O presidente da Câmara de Lisboa, Carmona Rodrigues, vai apresentar no próximo mês de Junho um estudo alternativo ao projecto do aeroporto da Ota que permita manter a Portela a funcionar, disse à Lusa fonte municipal. Segundo a mesma, nessa altura deverão ser conhecidas as conclusões de um estudo encomendado pelo autarca lisboeta em 2006. (...)»
Rede pública escolar vai ser reorganizada
«Reorganizar a rede pública escolar de Lisboa e libertar temporariamente os estabelecimentos de ensino que necessitam de obras de recuperação ou de reconversão são os principais objectivos de um protocolo ontem assinado entre a Câmara Municipal e o Ministério da Educação (ME). (...)»
Mais outra boa notícia. Mas é preciso mais pois há muitas mais escolas em péssimas condições.
Parque da Bela Vista ganha 22 hectares. Pulmão verde será dotado com sistema de videovigilância
«"Um local magnífico para descansar, com uma vista privilegiada". Foi desta forma que Carmona Rodrigues, presidente da Câmara de Lisboa, se referiu ao Parque da Bela Vista Sul, um novo pulmão verde, inaugurado ontem, no Dia Mundial da Água.
Situado junto ao Bairro do Armador, em Chelas, numa zona antes ocupada por barracas e entulhos, o novo parque tem cerca de 22 hectares, que custaram um milhão de euros. Contudo, a Câmara só fez obra em 10 hectares, já que parte dos terrenos poderão vir a ser ocupados pelo traçado do comboio de alta velocidade.
O parque poderá ainda ter como "vizinha" a nova feira popular, conforme admitiu, ao JN, Carmona Rodrigues. "Estão a ser feitos estudos de incidências ambientais e custos", referiu, adiantando que, a seu ver, este local teria boas acessibilidades, estacionamento e poucos inconvenientes ao nível do ruído.(...)»
A videovigilância é uma boa notícia, que vem no seguimento das regras assumidas pela CML em relação ao Parque. Tal como a abertura da zona sul do mesmo ... só que me parece que aí é a CML a dar com uma mão e a tirar com outra... a Feira Popular??!! Não bastavam o Rock-in-Rio e essa coisa chamada "Creamfields"?
Pavilhão custou 300 mil euros e está guardado há quatro anos
In Jornal de Notícias (23/3/2007)
Ana Fonseca
César Santos
«Estrutura desportiva esteve para ser instalada neste armazém, junto à piscina de Campo de Ourique
Um pavilhão polidesportivo, comprado há cerca de quatro anos pela Câmara de Lisboa, no âmbito do programa URBAN, continua armazenado. O equipamento deveria ter sido instalado junto à Avenida de Ceuta, mas "erros de cálculo" relacionados com a expansão da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Alcântara "empurraram" o pavilhão para um armazém da empresa representante. A sua instalação, recentemente projectada para junto das piscinas de Campo de Ourique, sofreu um novo revés. Agora, o vereador do Desporto, Pedro Feist, quer montá-lo no Restelo. embora ainda não tenha datas nem verbas cabimentadas. (...)»
Da Avenida de Ceuta para o Restelo? Terei lido bem? Deixem Pedro Feist à solta, e depois queixem-se!
CML discute hoje futuro da EPUL
«A Câmara de Lisboa discute hoje o plano de reestruturação da empresa pública de urbanização (EPUL), um documento criticado pela oposição, que reclama uma proposta do presidente da autarquia sobre o futuro daquela entidade ...»
22/03/2007
Mãe-de-Água, Lisboa
Dia Mundial da Árvore
Numa rua percorrida diaridamente por dezenas de invisuais, eis alguns dos cotos de árvores há muito decepadas ladeados por automóveis estacionados em cima dos passeios.
Ana Alves de Sousa
Isabel Pires de Lima confessa ao CM. Ministra preocupada com ignorância
Tiago Sousa Dias
«“Se compararmos a capacidade de leitura do jovem que tem acesso à leitura hoje e do jovem que, em igual situação, tinha acesso à leitura há trinta anos, é claro que o de hoje lê menos”, diz a titular da pasta da Cultura
A ministra da Cultura está preocupada com a falta de conhecimento dos jovens e, por isso, confessou ao CM que vai ver o programa ‘A Bela e o Mestre’. Isabel Pires de Lima defendeu, anteontem, nas nossas páginas, que as mulheres devem tomar posição pública sobre o reality show. A Comissão para a Igualdade e os Direiros das Mulheres (CIDM) não perdeu tempo, preparando-se para avançar com uma queixa na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) contra o programa. (...)»
Mas não foram meninos da Primária quem deitou abaixo a casa de Almeida Garrett, se prepara para demolir o Museu de Arte Popular, em Belém, e despachou Pinamonti do São Carlos, pois não? Ou será que foram?
Cidadãos unem-se para defender recuperação do local do Rock in Rio
José Túlio
«Preocupado com o “estado de abandono” votado ao Parque da Bela Vista, após a realização do festival Rock in Rio, surgiu esta semana o Observatório do Parque da Bela Vista, com a missão de “fazer um levantamento” do estado daquele espaço verde. (...)»
Carmona plantou árvores
«O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carmona Rodrigues, afirmou ontem que a cidade tem muitos espaços verdes, mas admitiu que é necessário criar condições para atrair mais pessoas e em segurança. Numa iniciativa conjunta da CML e da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) para comemorar o Dia Mundial da Árvore, o seleccionador nacional, Luiz Felipe Scolari, acompanhado por Jorge Andrade e João Moutinho e pelos ex-jogadores Brassard e Eusébio, plantaram 12 árvores no Jardim do Campo Grande. (...)»
Temos que pedir aos jogadores e dirigentes do futebol para que venham até às ruas de Lisboa onde se acumulam caldeiras sem vestígios de árvores, restos de árvores decepadas, sem apelo nem agravo, pelos "valorosos" serviços camarários; e àquelas ruas (como por exemplo a Rua Fialho de Almeida, no Bairro Azul) onde têm que ser os próprios moradores a regar e a podar as árvores! Pode ser que assim tenhamos mais verde em Lisboa!!
Câmara acusada de omitir informação
Susana Leitão
«A oposição é unânime. O estudo de reestruturação da EPUL - Empresa Pública de Urbanização de Lisboa, é "meramente indicativo", não sustenta as propostas e está incompleto. Mais. Diz que até hoje aquela empresa não serviu o interesse público e que o documento apresentado é a confirmação dessa situação. (...)»
Chão de ruas lisboetas já cedeu 12 vezes desde Janeiro
Kátia Catulo
«Uma rotura num colector de esgotos está na origem da cratera que se abriu terça-feira à tarde na Rua Fradesso da Silveira, na freguesia de Alcântara. Um buraco com dois metros de diâmetro e um de profundidade engoliu anteontem uma viatura que sofreu vários danos, ficando nomeadamente sem o eixo dianteiro. Não é uma situação inédita, mas é quase impossível quantificar o número de vezes que o solo já cedeu nas ruas da capital. O Regimento Sapadores de Bombeiros de Lisboa (RSBL), na esmagadora maioria das vezes o primeiro meio a acudir a este tipo de situações, registou só desde Janeiro 12 ocorrências. (...)»
21/03/2007
OS TEIMOSOS CEPOS DE LISBOA
Na minha opinião, é um desperdício de dinheiro público gastar milhares de euros nas flores que se põem a enfeitar a Avenida da Liberdade de cada vez que muda a estação (segundo as informações serão 29 mil flores!). Esse mesmo dinheiro era melhor investido em projectos de arborização de ruas. Não deveria ser uma prioridade da CML retirar as centenas (serão milhares?) de cepos espalhados um pouco por toda a cidade? As flores na Avenida são pouco mais que um evento efémero (muitas são até roubadas como sabemos!), um projecto de prazo curto - talvez daí a sua popularidade com os políticos. Mas uma árvore, plantada hoje, não só contribui imediatamente para a melhoria das nossas vidas como vai beneficiar várias gerações depois de nós.
Carro afunda-se ao abrir-se buraco na rua em Lisboa
«Uma viatura que entrava hoje na Rua Fradesso da Silveira, em Lisboa, começou a afundar-se inesperadamente, quando o solo cedeu e se abriu um buraco com um metro de profundidade. (...) O buraco tinha dois metros de comprimento, um de largura e um de profundidade, estimam o condutor e os bombeiros.(...)»
Piscina pode fechar por dívidas do gás. Além da piscina de Alfama, a CDU diz que estão em causa outros equipamentos derportivos da cidade
«A CDU alertou ontem que a piscina municipal de Alfama, em Lisboa, corre o risco de fechar se a autarquia não liquidar, até amanhã, uma dívida de 690 mil euros à Lisboagás, uma situação que a Câmara diz já estar ultrapassada. Os eleitos da CDU nas freguesias de São Vicente, Santo Estêvão e São Miguel adiantam, em comunicado, que "a piscina de Alfama, bem como diversos equipamentos desportivos de Lisboa, podem vir a fechar" se a Câmara não pagar a dívida. (...)»
Transformação da EPUL em empresa municipal obriga a redução de meios
Susana Leitão
«A EPUL - Empresa Pública de Urbanização de Lisboa vai transformar-se numa empresa municipal. De acordo com o estudo de restruturação a que o DN teve acesso, a empresa irá virar-se para o urbanismo mas na vertente da reabilitação (incluindo a gestão do património municipal). Os idosos passam a estar também no seu raio de acção. Se o esvaziamento de competências da EPUL avançar, em cima da mesa estará o despedimento de algumas dezenas de funcionários. (...)»
20/03/2007
Lisboa: Observatório
Olá. Tenho um irmão mais novo. Chama-se «Observatório do Parque da Bela Vista». Pode consultá-lo aqui. Boa viagem até lá. Faça atalho, que vai gostar de lá ir de quando em vez.
Casas de Wenceslau de Moraes e de Rafael Bordalo Pinheiro
1 se tornou óbvia a necessidade de preservar as casas onde moraram grandes vultos da cultura portuguesa;
2 em que está a ser elaborado um Plano de Urbanização da Avenida da Liberdade e Zona Envolvente (PUALZE);
3 em que o Turismo Cultural é considerado estratégico para a cidade de Lisboa,
propõe-se à Câmara Municipal de Lisboa que elabore um projecto de reabilitação, valorização e divulgação das casas onde nasceram Wenceslau de Moraes e Rafael Bordalo Pinheiro.
Propõe-se ainda que essas casas sejam integradas em roteiros Turístico-Culturais que englobem, designadamente, o património mais significativo existente no Largo de S. Domingos, nas ruas das Portas de Santo Antão, S. José e S. Marta, e ainda o Elevador do Lavra e o Jardim do Torel.
A casa onde Wenceslau de Moraes nasceu em 1854, situada na rua Cruz do Torel, nr.4 é, desde há muito, ponto obrigatório de visita da esmagadora maioria dos turistas oriundos do Japão. Apesar do interesse que, à partida, este local desperta, a visita é decepcionante, já que o edifício está muito descaracterizado e, à excepção de uma lápide colocada pelo Rotary Club, nada existe neste local que lembre esse grande vulto da cultura portuguesa que promoveu de forma exemplar a amizade e o conhecimento entre o Oriente e o Ocidente e “cujo pensamento político e económico antevia as alterações que se verificaram muito mais tarde, ao longo do século XX, e a emergência do Japão dentro da comunidade dos grandes países.” A reabilitação/valorização/divulgação desta casa será, sem dúvida, uma mais valia em termos de oferta cultural para a cidade e dará continuidade ao projecto das Comemorações dos 150 anos do nascimento de Wenceslau de Morais, que se realizaram em 2004, por iniciativa do Instituto Camões.
A casa onde nasceu Rafael Bordalo Pinheiro em 1846 situa-se no nr. 47 da Rua da Fé. Uma lápide, de iniciativa camarária, assinala o facto, no entanto, a casa encontra-se profundamente degradada. A reabilitação/valorização/divulgação desta casa seria, sem dúvida, o culminar do extenso programa de acções, levado a cabo em 2005 pela Câmara Municipal de Lisboa, para comemorar o primeiro centenário da morte de “uma mas figuras nacionais mais marcantes da segunda metade do século XIX”.
Ana Alves de Sousa
Parque das Nações pode receber loja da Ikea
«O presidente da Parque Expo (PE), Rolando Borges, admitiu ontem em entrevista ao Jornal de Negócios, a possibilidade do grupo sueco Ikea vir a abrir um loja no Parque das Nações, negociações que decorrem há mais de um ano. A principal dificuldade reside no facto do Plano de Pormenor da zona norte do Parque das Nações não prever a quantidade de área pretendida pela Ikea, acrescentou. O presidente da PE especifica que na zona em causa, no extremo norte, previa-se a construção de um parque de lazer com zonas verdes, com uma área de construção de apenas de 45 mil metros quadrados. “Só que o mercado não reagiu ao projecto e não conseguimos investidores”, disse Rolando Borges. (...)»
A Parque Expo contina à venda. Mas esta notícia promete fazer correr ainda muita tinta ...
Bragaparques quer parque na Feira Popular
«O licenciamento de um parque de estacionamento provisório da Bragaparques nos terrenos da antiga Feira Popular será decidido em reunião do executivo municipal, embora ainda sem data prevista, disse ontem à Lusa fonte do gabinete do Urbanismo da autarquia de Lisboa.
O director-geral da Bragaparques, Hernâni Portovedro, tinha avançado, no início do mês, que a Câmara de Lisboa autorizou as obras de demolição dos edifícios da antiga Feira Popular, que começaram a 15 de Janeiro, com vista à construção de um parque de estacionamento provisório.(...)»
Bairro Azul faz exigências às obras do Metro
«Os moradores do Bairro Azul, junto à Praça de Espanha, em Lisboa, querem que o Metropolitano de Lisboa garanta que não vão passar camiões pela zona durante as obras de extensão da Linha Vermelha e exigem conforto e segurança nos acessos enquanto decorrerem as obras. Estas são algumas das preocupações da Comissão de Moradores, ontem divulgadas e comunicadas à administração da empresa numa sessão de esclarecimento realizada na semana passada. (...)»
Aquilino Ribeiro é o décimo a ascender ao Panteão Nacional
Leonor Figueiredo
«Ainda não há data marcada para o evento, mas o Parlamento já decidiu que os restos mortais do escritor Aquilino Ribeiro serão transladados para o Panteão Nacional, que ele se juntará a outros nove "grandes homens e uma mulher" (ver caixa), e fará companhia aos túmulos vazios (cenotáfios) de Nuno Álvares Pereira, Infante D. Henrique, Afonso de Albuquerque, Vasco da Gama, Pedro Álvares Cabral e Luís de Camões. (...)»
19/03/2007
Em que cidade do Terceiro Mundo foi tirada esta forografia? Lima? Brazaville? Ho-Chi-Min? Maputo? outra?
Infelizmente é em L i s b o a, bem no centro, pela fresca da manhã: Av. Praia da Vitória, junto ao Saldanha. Há anos que é assim: lixo permanente no chão bordejando os contentores, e um pedregulho que vacila entre o lado esquerdo e o lado direito do passeio, mas nunca o abandonando.
A 15Mar2007 era assim. No dia seguinte, os caixotes amarelos encostaram-se ao outro lado e foram substituídos, impavidamente, por sacos de plástico com restos de comida e uma montanha de cartões, alguns identificáveis facilmente por serem do restaurante japonês fronteiriço.
Culpados? Quem suja. E a CML que não educa para a cidadania, não cria condições para uma recolha higiénica dos materiais recicláveis, não reprime nem limpa adequadamente.
O que espera a CML para remover o calhau? E para limpar quotidianamente o local?
Ansiamos por ver a CML voltar a ser uma autarquia.
NC
18/03/2007
Lisboa deprimente e... doente
Se todos estes factores não são suficientes para me deixar aborrecido, apenas me posso contentar com a vista, triste, porca e degradada de todo o eixo desta artéria.
Centro Comercial Mouraria - Martim Moniz
Centro de Rastreio à Tuberculose (desactivado) - Praça do Chile
Fica ainda por mostrar: Antiga Sede do PNR, Largo do Intendente, Antigo Cinema Paté, entre inúmeros edifícios
17/03/2007
Lisboa: reabilitar é preciso
Um exemplo deprimente: Rua do Alecrim, esquina com a Praça do Duque da Terceira / Cais do Sodré
De cada vez que aqui passo, quem se sente deprimido sou eu. Faça este exercício: olhe bem para aqueles recantos esconsos onde já moraram pessoas, em sucessivos esconderijos recônditos, com escadarias e corrimões em contra-mão uns dos outros, e com uma ambiência medieval verdadeiramente angustiante. Imagine-se a residir aqui, numa destas habitações: seja no rés-do-chão, seja - o que seria ainda pior- numa daquelas caves com toda a aparência de local fétido. Um horror.
Isso é válido para os dois lados da Rua do Alecrim: aquilo que foram as janelas está agora emparedado. Imagino o interior imundo destes edifícios...
Se já seria assim quando estava habitado, imaginem o que é agora, há anos à espera de uma oportunidade de reabilitação...
Um verdadeiro pesadelo.
... Para quando a reabilitação de locais destes?