31/12/2010

BOM ANO NOVO LISBOA V

Segundo o levantamento do «parque devoluto edificado da cidade de Lisboa» realizado pela CML existem mais de 4000 imóveis/fracções devolutos e aparentemente devolutos. A CML é proprietária de centenas de prédios e muitos deles estão em péssimo estado de conservação. A maior parte deles espera obras há mais de uma década. Quantos prédios municipais recuperou a CML em 2010? Quantos irá recuperar em 2011?

Foto: Prédio municipal na Rua do Recolhimento, no Bairro do Castelo. Este imóvel faz parte da Carta do Património anexa ao PDM. Só no pequeno Bairro do Castelo a CML é proprietária de 3 prédios em avançado estado de degradação e ruína como este na imagem.

BOM ANO NOVO LISBOA IV

Quantos prédios dos séculos XIX e inícios do XX foram demolidos em Lisboa em 2010? Quantas demolições aprovadas pela CML colocaram em risco a vida e o património de munícipes? Quantos mais pedidos de demolição para mais construção nova irá a CML deferir em 2011? Demasiados. Sempre demasiados quando comparamos com o exemplo de outras cidades da Europa. A Arquitectura Romântica de Lisboa está em vias de se tornar num dos recursos patrimoniais (que é o mesmo que dizer recurso económico) mais escasso da capital. Este grave problema da destruição da Arquitectura dos prédios de rendimento do periodo Romântico será uma das grandes batalhas do Fórum Cidadania Lx em 2011.

Foto: Rua Azedo Gneco em Campo de Ourique um dos bairros que mais tem sofrido com demolições de prédios Românticos.

BOM ANO NOVO LISBOA III

26 feridos por mês nas passadeiras de Lisboa em 2009

316 feridos nas passadeiras de Lisboa em 2009

Quantos morreram atropelados nas ruas de Lisboa em 2009?

E quantas vítimas em 2010?


Foto: Largo dos Loios, em plena zona de acesso controlado "gerida" pela EMEL

BOM ANO NOVO LISBOA II

Milhares de proprietários com prédios devolutos, abandonados (a Santa Casa da Misericórida é um dos maus exemplos). São milhares de fogos que poderiam estar habitados. Tudo a ruir em cima dos lisboetas. Lisboa já com menos de 500 mil habitantes. Como vai ser o ano de 2011?

BOM ANO NOVO LISBOA I

Obras municipais paradas há mais de uma década. Milhares de fogos devolutos. Prédios a ruir. Lisboa já com menos de 500 mil habitantes. Como vai ser o ano de 2011?

Crise dos "pequenos" ao lado dos novos luxos

In Jornal de Notícias (31/12/2010)
Por Cristiano Pereira


«A escassos metros do glamour da avenida, lojas tradicionais agonizam

Nas ruas paralelas à Avenida da Liberdade, em Lisboa, o comércio local já viveu dias melhores. Os pequenos comerciantes queixam-se das quebras no negócio. A culpa é da crise e da desertificação de uma zona que há décadas atrás "era um autêntico mercado".

Algumas das lojas mais luxuosas de Lisboa como a Prada, a Louis Vuitton, a Prada, ou a Dolce and Gabbana, entre outras, estão ali na Avenida da Liberdade, a escassos metros. Mas nas ruas de Santa Marta e de São José, os comerciantes vivem em sobressalto com a quebra no negócio que se acentua.

Todos os comerciantes ouvidos pelo JN recordam, com saudade, os tempos em que as vendas se faziam a um outro ritmo. "Isto foi muito jeitoso mas simplesmente saiu daqui muita gente", explica Alfredo Gonçalves, de 69 anos, dono da loja de têxteis Anisa. Na sua óptica, o volume de negócios começou a diminuir quando uma série de empresas optaram por sair daquela zona, levando os trabalhadores "que eram bons clientes". "Agora", lamenta, "só se vê gente jovem que já vem viciada nas grandes áreas comerciais como a Zara ou a Mango".

Escassos metros ao lado, Carlos Santos, de 52 anos, da mercearia Bijou De Santa Marta, recorda que quando ali chegou, há 38 anos, "o ambiente era muito diferente e havia muito mais gente". Depois, surgiram as cadeias de supermercados que começaram a prejudicar-lhe o negócio. "Os clientes chegam e compram-me duas cebolas ou meio quilo de batatas só porque se esqueceram de comprar num supermercado", relatou. "Os jovens não têm o hábito de vir à mercearia", garante.

Viver a balões de soro

"Estamos a viver a balões de soro", destaca, por seu turno, Maria de Lurdes, de 65 anos, dona da "Provelho", uma loja de antiguidades que tem sofrido com "a falta de poder de compra da população".

"Esta casa tem mais de 120 anos e eu trabalho aqui há 53", conta, com orgulho, o merceeiro José Manuel Oliveira. "Agora o negócio está mesmo mau", desabafa, referindo que só ali continua porque não consegue ficar parado em casa e porque "agora, com a crise, ninguém pega nestas casas a não ser os chineses que por aí andam".

Uns metros mais abaixo, a antiga loja de instrumentos Machado (que abriu em 1912) continua em funcionamento, ainda que com o nome do proprietário que a detém desde a década de 60. Vítor Silva lembra-se dos tempos em que a loja "era o prédio inteiro". Depois "começaram a fechar lojas". Agora, "as pessoas cada vez passam menos". "Até os Sheiks vinham cá comprar guitarras", recorda, com insdisfarçável nostalgia.»

Transtejo vai suprimir cinco carreiras nas ligações fluviais entre Lisboa e Seixal

In Público (31/12/2010)
Por Carlos Filipe

«A retirada de um navio do serviço de ligação fluvial entre Lisboa e o Seixal, com a consequente redução da oferta de cinco movimentos entre as duas margens do Tejo, implicará o aumento do tempo de espera de 15 para 20 a 25 minutos entre ligações, anunciou ontem a Transtejo, em comunicado. A autarquia do Seixal já tinha condenado essa intenção, que descrevia como uma "incoerência", sustentando que o Plano Regional de Ordenamento do Território para a Área Metropolitana de Lisboa até prevê um reforço daquelas ligações.

Na nota da Transtejo pode ler-se que "face aos últimos dados de procura registados, impõe-se a reorganização da oferta [entre as 6h10 e as 9h, nos dias úteis], com a consequente retirada de um navio. Esta medida enquadra-se nas medidas de gestão determinadas pelo Conselho de Administração, estando já prevista na definição da oferta considerada para efeitos de elaboração do orçamento para 2011." Segundo determinação governamental, as empresas estatais terão que reduzir em 15 por cento, em 2011, os seus custos operacionais.

A supressão das carreiras - três no sentido Seixal/Lisboa e duas no inverso - terá efeito a partir de amanhã. A operadora diz que já articulou os novos horários com a concessionária dos autocarros no Seixal.»

Igespar retira protecção a 120 imóveis e mantém seis centenas em vias de classificação

In Público (31/12/2010)
Por Ana Henriques

«Cinema Odeon, edifício do Grémio Literário e salão nobre do Conservatório Nacional estão entre o património preterido. Movimento cívico protesta

LOCAL LISBOA

O Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico (Igespar) acabou de retirar protecção a 120 imóveis que se encontravam em vias de classificação em todo o país.

O cinema Odeon, o edifício do Grémio Literário, na Rua Ivens, e o salão nobre do Conservatório Nacional, todos em Lisboa, são exemplos de património que a lei deixou de proteger. O movimento cívico Forum Cidadania enviou ontem uma carta à ministra da Cultura e ao director do instituto protestando contra "a enorme injustiça" da decisão, que "abre a possibilidade de perda deste património".

A associação realça que o Odeon é um exemplar "único e intacto de uma sala de espectáculos art deco", citando especialistas como o arquitecto José Manuel Fernandes para comprovar a importância do imóvel. "A estabilidade estrutural do edifício foi assegurada por João Appleton", referência nacional na matéria, acrescenta o Forum Cidadania. Encontrando-se ao lado da Av. da Liberdade, o cinema continua a beneficiar, ainda assim, do estatuto de protecção dos imóveis desta artéria.

Também em Lisboa, perdem protecção o Colégio Militar, bem como o antigo edifício da Escola António Arroio, junto ao liceu Camões. A casa do governador da torre de Belém, onde em 2006 foram encontrados vestígios arqueológicos pouco comuns, foi igualmente retirada da lista do património em vias de classificação, o mesmo sucedendo com a fábrica de massas Napolitana, em Santo Amaro, e com a torre do relógio no Largo do Palácio de Queluz. A torre fica dentro da zona de protecção do palácio, pelo que continuará salvaguardada, mas o mesmo não acontece com os imóveis em seu redor, até aqui abrangidos pela zona de protecção da torre.

Os moinhos do Casalinho e do Caramão da Ajuda tiveram igual destino. A perda de protecção significa que quaisquer alterações ou mesmo a demolição dos imóveis ficam facilitadas, passando a depender apenas de autorização camarária. O Igespar deixa de poder impedi-las. No entanto, nada impede as autarquias de classificarem o património agora retirado da lista como imóveis de interesse municipal, o que lhes confere um grau de protecção, apesar de tudo, inferior ao seu anterior estatuto.

Ao mesmo tempo, o Igespar mantém seis centenas de imóveis em vias de classificação, cuja lista consta de um despacho ontem publicado em Diário da República. O objectivo do instituto era ter os processos destes edifícios todos decididos até ao final deste ano, mas não o conseguiu por falta de meios humanos. Dos mais de mil processos de classificação que tinha em mãos, não conseguiu despachar senão escassas dezenas em 2010. Daí a saída deste despacho, que prorroga por mais um ano o processo. A Foz Velha, a Alfândega Nova e a Ponte da Arrábida, bem como a casa de chá da Boa Nova, em Matosinhos, de Siza Vieira, são alguns dos cerca de 600 imóveis que se mantém em vias de classificação, à espera de uma decisão. Já processos como o da Avenida dos Aliados, igualmente no Porto, não constam do despacho por a sua classificação já ter sido homologada. Os despachos que asseguram a sua protecção estão a aguardar publicação.»

Lisboa, Lisboa....

..um melhor 2011

30/12/2010

QUEM ESTÀ A GANHAR COM ISTO?

Avenida Padre Manuel da Nóbrega - ANTES & DEPOIS

Avenida São João de Deus - ANTES & DEPOIS
Estes terríveis exemplos, do Bairro do Areeiro/Alvalade, são representativos do que se está a passar um pouco por toda a cidade.

Candeeiros de "zona industrial", de fábrica, mais próprios de uma auto-estrada ou IP do que de uma cidade europeia, estão a colonizar os bairros históricos.

Demasiadas vezes as remodelações efectuadas pela Divisão de Iluminação Pública (DIP) são prejudiciais à cidade porque os projectos são esteticamente medíocres ou mesmo maus. Uma intervenção da DIP pode respeitar todas as normas europeias de iluminação e segurança mas se o projecto omitir os critérios estéticos e de integração urbana resultará sempre numa obra falhada. A questão central é a qualidade do design dos projectos de remodelação da iluminação pública.

A obsoleta lógica da uniformização do mobiliário urbano, uma posição teimosamente defendida até agora pela CML-DIP, tem tido como consequência uma descaracterização da diversidade de ambientes urbanos de Lisboa, porque não considera as especificidades únicas dos bairros com coerência arquitectónica e urbana, de que é exemplo o Areeiro-Alvalade - os materiais, as cores, as texturas, a geometria, as regras de composição são factores que precisam de ser considerados. Mas a DIP insiste no absurdo conceito do "tamanho único" e do "barato".

A inexistência de um regulamento para o espaço público tem permitido o proliferar de soluções não só esteticamente pobres e dissonantes como também descoordenadas entre si. Exemplo da falta de uma visão global para o Bairro do Areeiro-Alvalade está patente no mobiliário urbano dos espaços verdes: ao analisar oito jardins, que sofreram nos últimos anos remodelações da iluminação pública, verificamos que cada um deles apresenta um modelo diferente de colunas de iluminação (uma contradição da própria lógica da uniformização defendida pela DIP?).

Face à mediocridade estética dos novos candeeiros instalados, vários munícipes e movimentos de cidadania, têm apelado à CML para a urgência da elaboração de um regulamento para as remodelações do espaço público em geral e para a iluminação pública em particular. Da nossa parte, sempre nos mostramos disponíveis para colaborar com a CML. Lamentavelmente, a CML-DIP não têm revelado grande interesse na participação efectiva dos munícipes como se pode verificar pela persistente atitude autista em abater candeeiros de época da nossa cidade. Como é óbvio que não é o interesse da cidade que está a guiar estas "remodelações", quem está a ganhar com isto?

Prorrogação do prazo p/conclusão procedimentos de classificação/Protesto

Exma. Senhora Ministra da Cultura,
Dra. Gabriela Canavilhas
Exmo. Senhor Director do IGESPAR,
Dr. Gonçalo Couceiro
Exmo. Senhor Director Regional de Cultura,
Dr. João Soalheiro


Tomámos conhecimento da prorrogação do prazo para conclusão dos procedimentos relativos à classificação de bens imóveis em curso (Despacho n.º 19338/2010. D.R. n.º 252, Série II de 2010-12-30), facto que nos parece correctissímo, pelo que fazemos votos para que sejam finalizados muitos dos respectivos processos.

No entanto, apresentamos o nosso protesto pela enorme injustiça e a possibilidade que abre de perda desse património para Lisboa, a não inclusão no referido Despacho de imóveis como:

- Cinema Odéon (exemplo único e intacto de uma sala de espectáculos Art Déco, cuja importância releva de várias opiniões, vide a do Prof. Arq. José Manuel Fernandes; e cuja estabilidade estrutural foi assegurada pelo Prof. Eng. João Appleton, referência nacional enquanto especialista em estruturas);
- Edifícios de rendimento de Cândido Sottomayor (Avenida Duque de Loulé);
- Edifício do Grémio Literário (Rua Ivens);
- Salão Nobre do Conservatório Nacional.

Voltamos, pois, a solicitar a melhor atenção de Vossa Excelências para a necessidade de reabrirem e finalizarem so respectivos processos de classificação.

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho e Fernando Jorge

CRIL: Alteração na obra não atenua queixas sobre impactos causados

In Expresso Online (29/12/2010)

«A notícia de que a ligação do último troço da CRIL/IC17 não seria concluída foi bem recebida pelos moradores do bairro de Santa Cruz de Benfica, mas estes dizem que medida não apaga os impactos causados pela obra.

Os moradores de Santa Cruz de Benfica (Lisboa) dizem que a decisão "positiva" de não construir uma ligação da CRIL ao bairro não apaga os impactos ambientais "aberrantes" da obra e exigem "coragem" para tentar corrigir os erros.

O anúncio de que a Estradas de Portugal desistiu de criar aquela ligação do último troço da Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL/IC17), na sequência de um pedido da câmara, foi recebido com satisfação no bairro residencial.

Jorge Alves, da comissão de moradores, explica que o recuo evita a existência de maior tráfego numa área sustentada num lençol freático (e por isso sem estrutura para suportar uma grande carga de trânsito) e onde muitas pessoas andam a pé.

Além disso, a saída/entrada da via ficaria mesmo junto a uma escola.

Desistência da obra foi pequena vitória


O representante diz, contudo, que esta é uma pequena vitória numa luta que os habitantes esperam tornar um "exemplo" no setor das obras públicas e que está a ser travada em tribunal, para pedir a nulidade da declaração de impacto ambiental que permitiu avançar com o troço Buraca-Pontinha, ainda a ser construído pelo Governo.

Na Rua Comandante Augusto Cardoso, paralela a uma parte da via em túnel que se mantém sem cobertura, são visíveis alguns dos motivos das preocupações: um longo muro de betão como vista, quintais que foram reduzidos e estão colados a essa "barreira" e, sobretudo, muitas fissuras nas casas, inclusive com mais de um centímetro.

Os serviços camarários detetaram que as escavações têm motivado "assentamentos em moradias", presumivelmente devido ao rebaixamento do nível freático que os trabalhos terão provocado.

Moradores prejudicados


João Fernandes, proprietário do número 42, teve de pedir um empréstimo bancário para fazer obras, depois de as paredes ganharem grandes rachas e de uma vistoria dos bombeiros detetar um assentamento no chão da sala.

"Não podia estar à espera de que a Estradas de Portugal e a construtora Bento Pedroso assumissem as obras. Pelo menos não podia estar à espera pela conclusão da CRIL", conta à Lusa, adiantando que recebeu recentemente uma carta a dizer que as empresas iriam assumir danos, mas "só no final da obra e em relação a danos visíveis".

João Fernandes pede intervenção da autarquia, da qual os moradores esperam também apoio a propósito dos mais de 300 metros de túnel que vão ficar a céu aberto, provocando "uma concentração de gases e de ruído que vai ultrapassar os níveis legais permitidos", como admitem pareceres técnicos de entidades públicas.

Se nada for feito para resolver estes problemas até à abertura do troço, a comissão vai promover medições e avançar com uma providência cautelar.

"A Estradas de Portugal tem de perceber que o que está aqui à vista já não é possível de esconder com imagens ou fotomontagens. Há que ter a coragem de tentar corrigir o que está mal feito e, se possível, responsabilizar alguém", afirma Jorge Alves.»

Carrilho acusa Governo de 'total desinteresse pela UNESCO'

In Sol Online (30/12/2010)

"Manuel Maria Carrilho, que em Janeiro deixa o posto de embaixador de Portugal junto da UNESCO, acusou o Governo de «total desinteresse» pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

«Há um lado decepcionante que tem a ver com a falta de empenho e o total desinteresse do Governo português pela UNESCO», afirmou Manuel Maria Carrilho em Paris à Agência Lusa, numa entrevista de balanço da sua passagem pela organização.

«Tirando o caso da eleição do famoso incendiário (o homem que queria queimar as bibliotecas onde houvesse obras da cultura judaica) para a direcção-geral da UNESCO, nunca senti o mais pequeno empenho do Governo pelo trabalho na UNESCO», acusou o ex-ministro da Cultura.

Manuel Maria Carrilho aludia à polémica com o Ministério dos Negócios Estrangeiros em torno do voto português para a eleição do novo director-geral da UNESCO, em Setembro de 2009. Lisboa pretendia votar no polémico candidato do Egipto, Farouk Hosni, ministro da Cultura egípcio, indicação recusada pelo embaixador português.

«Foi uma diferença insuperável entre mim e o Governo português. O ministro (dos Negócios Estrangeiros) Luís Amado nunca me falou de qualquer outro assunto, tendo nós tantos», resumiu Carrilho.

Ao fazer o balanço de dois anos na UNESCO, o ex-ministro da Cultura assinala como «mais negativo» o fracasso do processo para a transferência para Lisboa do secretariado executivo da Conferência Intergovernamental dos Oceanos (COI).

«Tivemos uma oportunidade única de levar a COI para Lisboa. Só não a levámos por absoluto desinteresse do Governo português», acusou Manuel Maria Carrilho na entrevista à Lusa.

«Era preciso tratar de duas ou três coisas com o Governo francês na cimeira (franco-portuguesa) de Maio (de 2010), mas o primeiro-ministro José Sócrates desinteressou-se, o ministro Luís Amado não se interessou grandemente e perdeu-se uma oportunidade histórica», argumenta o embaixador junto da UNESCO.

«Tínhamos uma verba garantida do ministério das Finanças, tínhamos a casa para residência do secretário executivo da COI, instalações num dos edifícios emblemáticos de Lisboa, mas tudo foi por água abaixo», acrescentou Manuel Maria Carrilho, para quem a transferência da COI seria «um passo importantíssimo para a afirmação de Lisboa e de Portugal no domínio do mar».

O empenho da Câmara Municipal de Lisboa e do seu presidente, António Costa, no processo da COI contrasta com as «falhas sistemáticas» na candidatura do fado a património imaterial da UNESCO, disse.

«A CML atrasou-se em todos os prazos e a candidatura foi aceite duas semanas fora de prazo apenas devido à abertura da directora do Património da UNESCO, Cécile Duvelle, e depois de os próprios formulários serem refeitos à última hora aqui em Paris», afirmou Manuel Maria Carrilho.

Apesar disso, «o fado correu bem. Há um grande entusiasmo em torno da candidatura e a classificação como património da UNESCO é uma questão apenas formal, de calendário», que deverá concretizar-se em Setembro de 2011, adiantou.

Manuel Maria Carrilho considerou como o «mais forte» da sua passagem pela UNESCO «a afirmação de Portugal em várias convenções de que estávamos ausentes» e «a defesa dos valores da cultura e dos direitos humanos, que são a base da organização».

O MNE nomeou como novo embaixador junto da UNESCO o diplomata e poeta Luís Filipe de Castro Mendes.

Lusa / SOL"

Basta!

In Púlico (30/12/2010)
Por António Sérgio Rosa de Carvalho

«Enquanto a destruição sistemática e organizada do que resta das Avenidas continua em perfeita sintonia com uma classe de arquitectos, indiferente ao seu Património insubstituível, e determinada a assumir o estatuto de arquitectos do regime, Manuel Salgado, mais transformado em "porteiro" dos interesses estabelecidos, em lugar de defensor e garantia de salvaguarda dos interesses da cidade, assina um acordo inaceitável a priori com um promotor, tornando-se assim cúmplice de chantagem vergonhosa sobre os eleitos.

O resultado ultrapassou todas as marcas do eticamente escandaloso e do ilegal, tornando este caso de licenciamento definitivo do Projecto do Largo do Rato num símbolo manipulativo de abuso de poder.

Resta agora à sociedade civil transformá-lo num símbolo definitivo de resistência "musculada" e tenaz, que fique para a História como um sinal de maturidade da democracia participativa contra a tirania das manobras maquiavélicas e manipulativas de uma certa forma de exercer a democracia representativa.

Que se aproveite também para meditar sobre o papel afirmativo (em ruptura irreversível) e destruidor de muitos arquitectos com relação ao património, atitude bem ilustrada nas Avenidas e simbolizada no projecto da sua Ordem, nos antigos Banhos de S. Paulo.

Desta história, no Largo do Rato, ninguém sai incólume. Como é possível ouvir alguns representantes da vontade popular afirmar que esta decisão "foi a forma mais simples de fazer com que a cidade possa funcionar", e que o papel dos eleitos "não é achar [o projecto] bom ou mau, é verificar se está em conformidade com a lei" (vereadora Livia Tirone ), mas afirmando também que o projecto "é completamente dissonante" e lamentando que ele tenha sido aprovado "sem debate público"?

Este paradoxo ilustrativo do absurdo, ou de algo bem pior, não pode ser comparado ao protesto indignado de Ruben de Carvalho ou Helena Roseta sobre as pressões inaceitáveis de um processo jurídico desenvolvido com a cumplicidade do vereador do Urbanismo, no momento em que este assina um compromisso de acordo que antecede e influencia a decisão.

De resto, todos os vereadores do Urbanismo anteriores são responsáveis e tomaram decisões que permitiram ou determinaram este processo de destruição sistemática da Lisboa Romântica. Um dos argumentos continuamente esgrimidos, e agora reutilizado, numa manobra surpreendente de aproveitamento da "terra de ninguém" criada por várias "ausências" forçadas ou voluntárias, foi o da sua anterior aprovação em 2005.

Toda esta situação leva-nos à pergunta fundamental: Qual é a formação técnica e académica deste eleitos? Qual é a garantia oferecida pelas suas pessoas para decidir sobre o futuro da cidade de Lisboa?

Resta agora aos cidadãos uma luta definitiva e decisiva, capaz de contribuir para o seu processo de autoconsciência e afirmação da sua maturidade democrática e de fazer sentir aos políticos o que sentimos perante este caso vergonhoso. Basta!


Historiador de arquitectura»

Ordem dos Arquitectos manifesta apoio à aprovação do projecto para o Largo do Rato

In Público (30/12/2010)
Por Cláudia Sobral

«Conselho Directivo Regional do Sul da Ordem considera que "os pareceres emitidos por equipas de técnicos especializados devem ser respeitados"


Uma semana depois de aprovado pela Câmara de Lisboa, o controverso projecto para o Largo do Rato continua a fazer correr tinta: ontem o Conselho Directivo Regional Sul da Ordem dos Arquitectos anunciou estar de acordo com a aprovação do licenciamento do projecto de Manuel Aires Mateus e Frederico Valsassina.

"Parece-nos relevante estimular a regeneração do Largo do Rato, que é um espaço descaracterizado pelo nó viário complicado e agressivo que lhe serve de núcleo, numa perspectiva clara de pensar território", justifica a OASRS num comunicado ontem divulgado, em que defende que revitalizar e repovoar o centro da cidade são "premissas para a evolução urbana e sustentável de Lisboa".

"As cidades devem servir e acolher os seus habitantes: evoluindo, desenvolvendo-se e adaptando-se às suas necessidades, quer por reacção - solucionando problemas existentes -, quer por antecipação - reflectindo sobre a sua dinâmica e novas realidades urbano-sociais", lê-se no comunicado. Porque, sustenta a Ordem, a arquitectura "visa mais do que a simples construção de edifícios".

O texto considera que "os pareceres emitidos por equipas de técnicos especializados devem ser respeitados" e diz ter em consideração "o trabalho desenvolvido por todos aqueles que avaliam a arquitectura e tomam decisões sobre a alteração das cidades". E lembra que a Ordem acompanha o processo "há muito".

Apontado pelos adversários como uma construção "monolítica" e criticado por não ter articulação possível com o tecido envolvente, o projecto do edifício que vai ser construído no gaveto formado pelas ruas do Salitre eAlexandre Herculano acabou por ser licenciado na sua versão inicial - sem necessidade de recurso à alternativa negociada entre o vereador Manuel Salgado e os promotores -, numa votação em que não participaram três vereadores que sempre se opuseram ao projecto: Helena Roseta, Ruben de Carvalho e Sá Fernandes. O presidente da câmara, António Costa, disse que já que o projecto estava aprovado desde 2005, o executivo decidiu limitar-se a apreciar os projectos de especialidades e a emitir a licença.

Há pouco mais de dois anos a Ordem organizou um debate sobre o projecto, em que Aires Mateus e Valsassina o explicaram "em detalhe". "No final do debate ficou claro, mesmo para os mais críticos", sublinha o comunicado, "que as imagens divulgadas pela imprensa não correspondem inteiramente à explicação dada sobre o projecto."»

...

A esta Ordem (ou será só a secção cá do burgo?) já a tinha por pouco credível, agora deixei sequer de a considerar.

29/12/2010

Estacionamento selvagem, Av. da Liberdade.





Durante a semana foi assim na Av. da Liberdade, constante ocupação  do espaço reservado a motos por automóveis. Hoje até esta placa arrancaram.

A sustentabilidade financeira de Lisboa


Em Lisboa, a Câmara e a Assembleia Municipal preparam-se para apreciar a proposta de orçamento para 2011.

Lisboa viveu os últimos anos envolta em dificuldades financeiras. Com o pretexto dos problemas financeiros caiu o executivo em 2007 e António Costa ganhou as eleições intercalares e depois as eleições de 2009. A principal bandeira das campanhas do actual presidente da Câmara foi “arrumar a casa” e “pôr as contas em ordem”.

Passados quase quatro anos qual a situação da Câmara? Como estão as contas?

Lisboa tinha em 2007 um passivo de 1,4 mil milhões de euros. Em 2009 o passivo tinha aumentado para 2 mil milhões de euros e em 2010 caminhamos para um passivo ainda superior.

Entre 2001 e 2007 a câmara contratou empréstimos bancários no valor de 65 milhões de euros. Entre 2007 e 2009 a CML contratou 105 milhões de euros de empréstimos.
A CML apresenta um desequilíbrio sistemático das suas contas. Recorrentemente apresenta uma despesa superior à receita de que dispõe.

A solução para a gestão financeira da CML tem passado pelo recurso a receitas extraordinárias como a alienação de património, o recurso a empréstimos bancários ou o endividamento junto dos fornecedores.

Tal situação de desequilíbrio é insustentável.

Para reequilibrar a situação do município importa pagar a dívida que todos os anos consome recursos para pagar os respectivos juros. Para tal, a realização de receita extraordinária é admissível.

Mas proceder apenas ao pagamento da dívida mantendo o desequilíbrio estrutural existente, apenas significará colocar a zeros uma tendência de défice crónico mas não resolver o problema.

Importa tornar a gestão mais eficaz e tomar medidas estruturais de contenção da despesa para níveis compatíveis com a receita ordinária. Apenas assim se garantirá a sustentabilidade financeira do município.


texto publicado na edição de Dezembro do Jornal de Lisboa

Igreja do Sacramento recebe Prémio Vilalva 2010

In Público (29/12/2010)

«A obra de recuperação e valorização da Igreja do Sacramento, na Baixa de Lisboa, foi distinguida com o Prémio Vilalva 2010, atribuído anualmente pela Fundação Calouste Gulbenkian. O prémio, no valor de 50 mil euros, será entregue à Irmandade do Santíssimo Sacramento numa cerimónia a 10 de Janeiro na igreja.

O objectivo do prémio é destacar, entre vários projectos a concurso, o que mais se distinga pelo seu contributo para a defesa do património histórico nacional. No caso da Igreja do Sacramento, o júri - constituído pela historiadora de arte Dalila Rodrigues, o engenheiro António Lamas, o arquitecto José Pedro Martins Barata, o olisipógrafo José Sarmento de Matos e o director do Serviço de Belas-Artes da Fundação, Manuel da Costa Cabral - sublinha "a qualidade do trabalho realizado num edifício de grande relevância artística, valorizado pela inclusão na Baixa de Lisboa".

A intervenção envolveu o restauro dos tectos da nave e do presbitério, dos vãos dos janelões das paredes laterais da nave e das nove telas do presbitério e do baptistério - que são, assim como os tectos da nave, da autoria do pintor setecentista Pedro Alexandrino. O júri diz esperar que o prémio constitua um incentivo para a conclusão do restauro da igreja, nomeadamente do exterior. A.P.C.»

Balneário e pavilhão de segurança do Miguel Bombarda classificados


In Público (29/12/2010)
Por Inês Boaventura

«A falta de garantias do Governo quanto à continuidade do museu e à preservação do seu espólio continua a preocupar os seus defensores


Antigo convento nas Mercês e estação da EPAL protegidos

O balneário D. Maria II e o pavilhão de segurança do Hospital Miguel Bombarda, em Lisboa, foram classificados como conjunto de interesse público na semana passada, mas os subscritores do apelo em defesa do museu aí existente continuam preocupados com o futuro desse espaço e do seu acervo. Já o Ministério da Saúde permanece em silêncio, não respondendo às perguntas do PÚBLICO sobre o assunto.

A portaria que procede à classificação do balneário e do pavilhão de segurança foi publicada no dia 24 de Dezembro, e nela se lembra que o Hospital Miguel Bombarda, "fundado em 1848, foi o primeiro Hospital Psiquiátrico do País". Dimensionado para 300 doentes, foi para aí que "foram transferidos os "loucos" amontoados em condições sub-humanas no Hospital Real de S. José", lembra a portaria do Ministério da Cultura.

O edifício do balneário, inaugurado pela rainha D. Maria II em 1853 e construído para prestar assistência hospitalar psiquiátrica, "é uma pequena construção térrea com planta em forma de "U", e arcada de elegante risco". Além disso, diz-se num anexo da portaria, "apresenta uma curiosa conjugação de correntes estéticas de finais do século XIX: revivalismo renascentista e gótico, decorativismo português com utilização de azulejaria de fachada".

Já o pavilhão de segurança, também designado por 8.ª enfermaria, foi erguido em 1896 para internar os "alienados criminosos" e, segundo o Ministério da Cultura, é o "único imóvel do género em Portugal e um dos raros ainda existentes na Europa, seguindo parcialmente a arquitectura prisional do sistema panóptico". Actualmente este edifício, dominado por um corpo circular com células que se voltam para um pátio ajardinado, alberga um museu dedicado à assistência hospitalar, onde, além de um vasto arquivo médico, está exposta a maior e mais antiga colecção de pintura de doentes do país.

Na passada semana um grupo de vultos da cultura e da ciência fez chegar às ministras da Educação e da Cultura um apelo "pela continuidade e desenvolvimento do Museu de Pintura de Doentes e das Neurociências", tendo em conta o encerramento do hospital, anunciado para o final deste ano. Aos nomes já divulgados pelo PÚBLICO - que incluíam a pintora Paula Rego, o investigador de neurociências António Damásio, a artista plástica Joana Vasconcelos e os sociólogos António Barreto e Maria Filomena Mónica - juntou-se agora o cineasta Manoel de Oliveira.

Em nome dos subscritores, Raquel Henriques da Silva deu ontem conta do seu regozijo com a classificação do conjunto "e respectiva Zona Especial de Protecção abrangendo a totalidade da área de implantação do hospital centenário". Ainda assim, a professora de História de Arte manifestou-se preocupada com o futuro do espólio do museu, que inclui "valiosos relatórios clínicos datados de finais do século XIX-XX", advertindo que poderá estar "iminente" a transferência de alguma documentação para o Hospital Júlio de Matos ou o seu "desaparecimento".

O PÚBLICO perguntou há uma semana ao gabinete da ministra da Saúde se com o encerramento do estabelecimento está ou não garantida a continuidade do museu e a preservação do seu espólio, mas não obteve qualquer resposta, apesar de várias tentativas nesse sentido.»

28/12/2010

Enquanto por cá se planeia retirar protecções...


The London crosswalk pictured on the cover of the Abbey Road album by the Beatles has been designated as a site of national importance by the British government.
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Thousands of tourists visit the zebra crossing outside Abbey Road Studios every year to have their picture taken in the spot Paul McCartney, John Lennon, George Harrison and Ringo Starr made famous.
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A live webcam at the site means it can be seen from around the world.
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The heritage designation, approved Wednesday, means the crossing can only be altered with the approval of the local authorities, who must consider the historic significance of the site before approving any changes.
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"This London zebra crossing is no castle or cathedral but, thanks to the Beatles and a 10-minute photo shoot one August morning in 1969, it has just as strong a claim as any to be seen as part of our heritage," said Tourism and Heritage Minister John Penrose in a statement Wednesday.
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More than half a million buildings, monuments and structures in Britain have a similar Category II heritage designation.
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Abbey Road Studios were listed as a heritage site in February.
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in CBS News, 2010-12-10

Comunicado da comissão organizadora do Museu de Pintura de Doentes e das Neurociências no Hospital Miguel Bombarda:

Caro(a) Amigo(a)


No seguimento do abaixo-assinado lançado “Pela continuidade e desenvolvimento do Museu de Pintura de Doentes e das Neurociências no Hospital Miguel Bombarda”, um movimento inédito no país, reunindo grandes Personalidades da Cultura e da Ciência, e regozijando-nos pela classificação do Balneário Dona Maria II e do Pavilhão de Segurança do Hospital Miguel Bombarda como Conjunto de Interesse Público, e respectiva Zona Especial de Protecção abrangendo a totalidade da área de implantação daquele hospital centenário (planta em anexo, DR 24/12/2010, II Série), somos a dar conta de novos desenvolvimentos acerca deste assunto. Assim:

1. Sobre o espólio do Hospital Miguel Bombarda no que se refere a valiosos relatórios clínicos datados de finais do século XIX-XX, bem como outra documentação, nomeadamente relativa a processos individuais dos funcionários, incluindo grandes figuras da psiquiatria, somos a alertar à iminente transferência para o Hospital Júlio de Matos ou até a destino incerto ou desaparecimento, facto que, a confirmar-se, poderá pôr em perigo o desenvolvimento de um Museu, com arquivo completo e inter-relacionado, dedicado às Neurociências!

2. Relativamente ao abaixo-assinado já mencionado, que integra Margarida Cordeiro co-realizadora com António Reis de Jaime, Trás-os-Montes, etc, acaba de se lhe juntar o cineasta Manoel de Oliveira, também personagem incontornável da Cultura nacional. Saliente-se que o Pavilhão de Segurança está ligado à história do cinema português, tendo nesse espaço sido rodados, entre outros, os filmes Jaime, de António Reis e Margarida Cordeiro, Recordações da Casa Amarela e Bodas de Deus, de João César Monteiro. Também o assunto está a ter repercussão nos meios artísticos internacionais.

Junto enviamos, de novo, o Texto-Apelo, Lista de Personalidades e Depoimentos (de António Damásio e Paula Rego). Saliente-se que contempla a proposta concreta para o desenvolvimento do Museu, que inclui a criação de um Atelier de Pintura para os doentes se expressarem com liberdade e prazer.

Pela comissão organizadora, com os melhores cumprimentos


Prof. Raquel Henriques da Silva

Regozijo pela classificação de IIP do Balneário e Pav.Segurança do Hosp. ig. Bombarda/ALERTA qto a documentação em perigo


Exma. Senhora Ministra da Cultura,
Dra. Gabriela Canavilhas
Exmo. Senhor Secretário de Estado da Cultura,
Dr. Elísio Summavielle


C.C. Exma. Senhora Ministra da Saúde


Serve o presente para nos congratularmos pela classificação do Balneário D. Maria II e pavilhão de segurança (8ª enfermaria) do Hospital Miguel Bombarda como conjunto de interesse público (CIP), com respectiva Zona Especial de Protecção (planta em anexo), publicada em Portaria n.º 1176/2010. D.R. n.º 248, Série II de 24 de Dezembro. (http://dre.pt/pdf2sdip/2010/12/248000000/6237962382.pdf).


Trata-se, efectivamente, de uma excelente notícia para o património de Lisboa e do país, e de uma efectiva e séria protecção ao complexo do Hospital Miguel Bombarda!

Contudo, e no seguimento do recentíssimo abaixo-assinado “Pela continuidade e desenvolvimento do Museu de Pintura de Doentes e das Neurociências no Hospital Miguel Bombarda”, somos a APELAR ao bom senso uma vez que é dada como certa até final desta semana, a transferência de 54 sacos selados contendo diversa e valiosa documentação relativa a relatórios clínicos e outra documentação, datada das primeiras décadas daquele hospital, não se sabe nem para onde nem porquê.

No caso desta documentação desaparecer, será um rude golpe na prossecução de um dos objectivos inerentes àquele abaixo-assinado: a constituição de um museu afecto às neurociências!

Pedimos, por isso, o maior dos bons sensos para que tal documentação permaneça no Hospital Miguel Bombarda!

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos



Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Jorge e Júlio Amorim

Festas da passagem de ano condicionam trânsito no centro de Lisboa

In Sol Online (27/12/2010)

«A Câmara de Lisboa informou hoje que as festas da passagem de ano vão motivar vários condicionamentos de trânsito no centro da cidade entre as 21h30 de sexta-feira e as 4h30 de sábado.
Segundo um comunicado da autarquia, haverá cortes de trânsito na Avenida Infante Dom Henrique (com desvio para a Avenida Mouzinho de Albuquerque) e na Avenida 24 de Julho, com indicação de inversão de sentido no Cais do Sodré e com desvio para a Rua do Alecrim.

Os transportes públicos que circularem em direcção ao centro no sentido nascente-poente terão de inverter marcha em Santa Apolónia e os que descerem a Avenida da Liberdade chegarão apenas ao Rossio.

Já os veículos particulares terão de inverter o sentido nos Restauradores.

No caso dos condutores que queiram descer a Avenida Almirante Reis, a inversão terá de ser feita no Martim Moniz.

A passagem de ano vai ser assinalada em Lisboa com um espectáculo de fogo de artifício partilhado com o concelho de Almada, localizado na margem sul do Tejo, e com actuações musicais dos Fúria do Açúcar e Xutos e Pontapés.

A autarquia já anunciou também que, devido às festas, não haverá recolha de qualquer tipo de lixo na sexta-feira e no sábado.



Sol/Lusa»

Câmara de Lisboa reduz viagens em 52 por cento

In Público (28/12/2010)
Por José António Cerejo


«Município da capital gastou em 2009 cerca de 482 mil euros em "deslocações e estadas". Câmara do Porto ficou-se pelos 40.800 euros

Destinos preferidos


Os autarcas, funcionários e convidados da Câmara de Lisboa vão viajar em 2011 muito menos do que este ano. Ou pelo menos vão ter de arranjar bilhetes muito mais baratos. O orçamento já aprovado pelo executivo municipal, e ainda à espera de aprovação da assembleia, prevê uma despesa total de 197.580 euros em "deslocações e estadas", contra os 414.898 que constavam do orçamento de 2010 e os 497.842 aprovados para 2009. Relativamente ao que foi orçamentado para 2010, embora a proposta nunca tenha sido aprovada pela assembleia municipal, a redução de gastos em viagens e alojamento, quase sempre no estrangeiro, ultrapassa assim os 52 por cento.

A explicação para este desinvestimento, de acordo com as respostas escritas da assessora de imprensa do presidente da câmara, reside na "necessidade (...) de conter a despesa". A mesma fonte adianta que "o contexto da actual crise económico-financeira determina menores níveis de execução de receita de natureza estrutural, circunstância que exige medidas de contenção, com o mínimo impacto possível na população, nas quais se insere a referida redução".

Comparando os gastos em viagens dos dois principais municípios do país, verifica-se que o Porto se ficou em 40.867 euros em 2009, segundo a respectiva Direcção Municipal de Finanças e Património, enquanto Lisboa despendeu 482.240 (dos 497.842 orçamentados), conforme consta do relatório de demonstrações financeiras da autarquia.

O fosso existente entre estes valores prende-se, pelo menos em parte, com a escala de cada um dos municípios e com as suas estratégias de desenvolvimento. O orçamento da capital atingiu os 643 milhões de euros em 2009, tendo o município perto de 11.800 funcionários. Isto enquanto no Porto o orçamento andou pelos 229 milhões, empregando a autarquia cerca de 2800 pessoas.

Estas diferenças, contudo, estão longe de explicar que Lisboa gaste quase 12 vezes mais do que o Porto em viagens. O papel de Lisboa como capital do país, aliado à política de afirmação internacional prosseguida pelos seus últimos executivos municipais, pode contribuir para relativizar a comparação. Em todo o caso, os valores orçamentados em Lisboa para a realização de viagens subiram de 336.477 euros em 2008 para 497.842 em 2009 (mais 48 por cento) e desceram para 414.898 em 2010 (menos 17 por cento), caindo abruptamente para 197.590 em 2011.

A análise da base de dados dos ajustes directos das entidades públicas (http://www.base.gov.pt) permite concluir que em 2009 foram publicitados 136 contratos referentes a viagens para o estrangeiro, pagas pelo município de Lisboa, no valor de cerca de 351.000 euros. Dado que o relatório de execução orçamental desse ano aponta para um dispêndio total nessa rubrica de 482.842 euros, terá de se depreender que um número indeterminado de contratos com um valor próximo dos 132 mil euros (mais de um quarto do total) não foi tornado público. Para justificar esse facto, a porta-voz de António Costa, o presidente da autarquia, diz que a rubrica de deslocações e estadas "não inclui apenas viagens de avião", acrescentando que "o município cumpre o Código dos Contratos Públicos no que respeita às publicações às quais está legalmente obrigado".

Já a Câmara do Porto, que não publicitou na base dos ajustes directos um único contrato de aquisição de viagens em 2009, respondeu ao PÚBLICO que isso se deve ao facto de a lei não obrigar à publicação de ajustes directos de valor inferior a 5000 euros quando os contratos são efectuados ao abrigo de contratos públicos de aprovisionamento. De acordo com o director municipal de Finanças do Porto, todos os contratos de viagens em causa estavam nesse caso, pelo que nenhum foi publicitado.

No que se refere a Lisboa, os serviços camarários parece não terem o mesmo entendimento, já que dos 136 contratos divulgados, só uma dezena e meia é que ultrapassam os 5000 euros, o que, tal como as explicações do gabinete de António Costa, não ajuda a perceber o motivo da não publicitação das referidas aquisições no valor de cerca de 132 mil euros.

Por outro lado, a consulta da base de dados dos ajustes directos não permite saber quantas viagens foram efectuadas a expensas do município, uma vez que as fichas dos contratos apenas referem o valor pago e o percurso realizado - quando o fazem -, não especificando o número de bilhetes emitidos de cada vez. Pelos montantes envolvidos, percebe-se que, em muitos casos, se trata de uma pessoa ou de pequenos grupos. Noutros depreende-se que estão em causa viagens colectivas de mais de uma dezena de pessoas.

Bairro de Santa Cruz de Benfica será poupado nas ligações de acesso e saída para a CRIL

In Público (28/12/2010)
Por Carlos Filipe

«A Estradas de Portugal recuou no projecto para a zona da Damaia face às críticas da comissão de moradores e às objecções da Câmara de Lisboa

Moradores criticam resposta do provedor

O Bairro de Santa Cruz, Benfica, já não será atravessado com carros no acesso ou saída da Circular Regional Interna de Lisboa (CRIL), como pretendia a Estradas de Portugal (EP), que optou por integrar a área num projecto paisagístico a realizar pelas câmaras de Lisboa e Amadora.

Além das queixas da Comissão de Moradores do Bairro de Santa Cruz, também a Câmara de Lisboa se pronunciou desfavoravelmente à solução anteriormente preconizada pelo projecto da EP, lembrando que ela promoveria uma situação de tráfego de atravessamento numa área residencial. Aquela ligação, disse ao PÚBLICO Jorge Alves, porta-voz da comissão de moradores, far-se-ia pela Rua do Comandante Augusto Cardoso, "mesmo colada a uma escola primária existente na Rua de Cunha Seixas".

A agência Lusa cita uma carta da EP enviada à Provedoria de Justiça a propósito de uma queixa apresentada em Novembro do ano passado por aquela comissão de moradores (ver outro texto), na qual a empresa diz ter decidido reformular a área "para a integrar em termos paisagísticos", acatando uma proposta formal da Câmara de Lisboa, segundo a qual se deve potenciar a qualidade de vida naquele bairro, minimizando os impactes urbanísticos, ambientais e sociais que a construção daquela infra-estrutura causou.

Esta é a segunda ligação a ser posta de parte pela EP, após idêntico abandono do projecto de uma ligação à Estrada dos Salgados, "por imposição das câmaras de Lisboa e da Amadora", refere a carta citada pela Lusa.

No início do mês, em reunião camarária realizada em Benfica, os vereadores da autarquia de Lisboa, ainda que tenham defendido a necessidade da CRIL para a mobilidade na área metropolitana, criticaram duramente o projecto de construção. Manuel Salgado, vice-presidente, disse mesmo que a câmara foi "ludibriada" em todo o processo.

Naquela assembleia, a comissão de moradores anunciou que pediu uma reunião urgente com a câmara para discussão de medidas que têm a ver com o impacte da obra, não só pelo facto de ter provocado assentamentos de terra e danos daí decorrentes nas habitações mais próximas - factos corroborados por técnicos camarários -, mas também por temer que o escoamento de gases poluentes do túnel do nó da Damaia venha a ultra- passar os limites legais. Segundo a comissão, a câmara tem conhecimento desse facto, ponderando os moradores avançar com nova providência cautelar.»

27/12/2010

Diga «LISBOA»: Rua da Saudade

Há cada vez mais fogos abandonados em toda a zona central e mais nobre da nossa capital. Os nossos políticos não conseguem estancar o problema. A nossa sociedade civil não sabe reagir. Lisboa já tem menos de 500 mil habitantes.

Polícia Judiciária investiga fogos em prédios devolutos


In Diário de Notícias (27/12/2010)
por SÓNIA SIMÕES

«Em menos de 24 horas deflagraram dois incêndios em edifícios em risco de Lisboa. A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais diz que o frio faz disparar os fogos urbanos.

A Polícia Judiciária vai investigar os fogos, ocorridos em menos de 24 horas, que deflagraram em dois prédios devolutos de Lisboa colocando em risco os ocupantes dos edifícios vizinhos. Para a Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, os proprietários dos prédios sem condições e desabitados deviam ser devidamente identificados e obrigados a pagar a taxa de protecção civil - que as autarquias vão passar a cobrar.

O edifício onde ontem, pelas 11.00, deflagrou um incêndio foi desocupado há um ano. Era ali que funcionava a esquadra da PSP do Rego, mas a falta de condições do edifício conduziu ao seu encerramento. Segundo fonte dos Sapadores Bombeiros, as chamas consumiram a cobertura do edifício na Rua da Beneficência. Por segurança, os prédios mais próximos e habitados foram evacuados e o trânsito cortado.

No dia anterior, os bombeiros tinham sido chamados a um edifício localizado na Travessa dos Pescadores, junto à Avenida D. Carlos I. Em nenhum dos episódios houve feridos a registar.

De acordo com Fernando Curto, presidente da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, o número de incêndios urbanos aumenta no Inverno. E o risco é maior em prédios com poucas condições ou devolutos. "O grande problema que existe nas cidades são os prédios antigos e a sua habitabilidade", denuncia Fernando Curto ao DN.

Segundo o responsável, "nas zonas históricas" há prédios sem condições ocupados por idosos "que usam aquecedores com resistência, altamente incendiáveis", diz. Outros, completamente devolutos, "albergam sem- -abrigo e toxicodependentes que fazem fogueiras para se aquecerem", diz. Consequência: podem originar focos de incêndio que, não sendo detectados a tempo, "podem atingir graves proporções". Poderá ter sido este o caso nos últimos dois fogos ocorridos na capital e que agora deverão ser investigados.

Há uma semana, as maiores câmaras do País, Lisboa e Porto, anunciaram que vão começar a cobrar uma taxa para a protecção civil. Para Fernando Curto, esta taxa não deve ser apenas exigida aos moradores, mas a todos "os proprietários dos prédios devolutos, que devem ser responsabilizados pelo perigo e por isso até devem pagar mais", explica. A proposta já passou para papel, entregue às autarquias em forma de parecer e vai seguir agora para o Ministério da Administração Interna.

No caso de não serem localizados os respectivos proprietários, "deve a câmara emparedar as janelas e as portas do edifício para evitar que seja ocupado", defende Fernando Curto.

De acordo com um estudo feito em 2008 pela Associação Nacional de Bombeiros Profissionais, a maior parte dos cerca de 4600 prédios devolutos de Lisboa pertence ao Estado e à Santa Casa da Misericórdia. "Esta é uma situação ainda mais anormal, porque o Estado devia preservar o seu património", critica Fernando Curto.

O responsável refere que devia apostar-se mais em campanhas de sensibilização mal o tempo arrefeça. "Nós actuamos no combate e não há investimento na prevenção", refere. E lança conselhos: usar aquecedores a óleo e não com resistência. Não recorrer a cobertores eléctricos.»

Lisboa só estará a salvo de cheias em 2021

In Público (27/12/2010)
Por Carlos Filipe

«Município admite não ter capacidade para executar o Plano Geral de Drenagem da cidade. Solução passa pela EPAL

Rede principal tem 1400 quilómetros

As zonas baixas de Lisboa continuarão à mercê de cheias e inundações, como as que ocorreram no final de Outubro último e em Fevereiro de 2008, em casos de extrema e rápida precipitação, enquanto não estiver executado o Plano de Drenagem da cidade. A autarquia prevê a conclusão em 2021, mas diz não estar em condições de suportar os estimados 160 milhões de euros. A solução passa pela transferência para a Empresa Portuguesa das Águas Livres (EPAL) do serviço e receitas da rede de saneamento, que executará as obras.

O plano de drenagem foi adjudicado ao consórcio Chiron Engidro/Hidra, em Fevereiro de 2006, no mandato de Carmona Rodrigues, mas foi concluído e aprovado em Março de 2008, já com o socialista António Costa à frente da autarquia. Desde então nenhum outro passo foi dado para o melhoramento do arcaico e degradado sistema de colectores municipais de drenagem de águas pluviais.

O grupo municipal do PSD recorda isso mesmo e questiona o actual executivo pelo que tem feito para evitar novas inundações em Lisboa, defendendo que deve ser dada sequência urgente ao Plano de Drenagem. "[No subsolo] não são obras com visibilidade, mas nem por isso deveriam deixar de ser", lê-se na página da Internet deste grupo municipal. Também o PCP diz desconhecer os contornos do negócio com a EPAL, que passa pela venda das infra-estruturas municipais de saneamento à empresa do universo da Águas de Portugal por 100 milhões de euros.

Fernando Nunes da Silva, vereador das Obras Municipais, admitiu ao PÚBLICO que a câmara "não tem actualmente capacidade financeira para desenvolver o Plano de Drenagem". As verbas inscritas nas Grandes Opções do Plano (2011-2014) para a execução daquela empreitada - 6,9 milhões em 2012 e 11,4 e 19,7 milhões, respectivamente, para os dois anos seguintes - "tinham sido decididas antes do princípio de negócio com a EPAL".

"É um trabalho para dez anos, mas, na sequência deste acordo, no princípio do ano, a transferência de toda a rede de colectores domésticos permitirá à EPAL fechar o ciclo da água na rede, garantindo a sua total reciclagem e reaproveitamento. Em contrapartida, aquela empresa receberá as taxas de saneamento", explicou o vereador. A cobrança das referidas taxas, segundo a previsão da receita camarária, ascenderá a 26,265 milhões de euros em 2011.

Apenas paliativos

Poucos dias depois da mais recente inundação, que afectou parte de Lisboa, em particular a Baixa, foram realizados trabalhos no interceptor de esgotos no Terreiro do Paço, que ainda aguarda a ligação à Estação de Tratamento de Águas Residuais de Alcântara. Também a Rua de S. José, das mais afectadas pela inundação de Outubro, tem sido alvo de intervenção camarária, mas para reposição do pavimento danificado. "Assim que deixar de chover vamos reparar o colector que passa sob a rua. Não vai ser preciso voltar a levantá-la, pois a reparação pode ser feita pelo interior do mesmo, que será forrado onde está danificado", precisou Nunes da Silva.

Mas, enquanto a intervenção de fundo não for feita, Lisboa continuará sujeita aos caprichos meteorológicos e a ter que reparar os danos provocados pelo excesso de água. O vereador recorda que devido a roturas do velho sistema de condutas, pisos de ruas houve que abateram, como foram os casos da Angelina Vidal e da Avenida de Berna.

"Só em 2021, seguindo o plano, faseado, em dez anos, é que o sistema estará operacional e libertará Lisboa desse problema. Com os últimos e recentes trabalhos no Terreiro do Paço, com a colocação de válvulas no interceptor, que deixam escoar a água das condutas, mas que não permitem a entrada da água do rio, a situação já foi um pouco melhorada", explicou o autarca. E acrescentou: "Todavia, não estamos a salvo de uma nova situação de precipitação intensa coincidente com maré cheia, que voltaria a afectar as zonas de cota baixa da cidade." "Enquanto não forem construídos os reservatórios e separadas as redes de esgoto doméstico e de águas pluviais, estaremos sujeitos a este problema", deixou claro Nunes da Silva.»

26/12/2010

Rua de Belém




Totalmente reconstruída há pouco mais de um ano e já está assim? Ou vai ser preciso pedir explicações ao construtor ou este não é o pavimento adequado. Repavimentar cada rua uma vez por ano é que não é sustentável.

Movimento não desiste de parar 'mono' do Rato


In Diário de Notícias (24/12/2010)


«O Movimento Fórum Cidadania LX já "estava à espera" de que o edifício previsto para o Largo do Rato fosse licenciado, mas promete "não desistir" de impedir a sua construção. Por isso, anunciou, no seu blogue, que está à procura de um advogado que elabore com o grupo de cidadãos "uma participação ao Ministério Público, por eventual violação do Plano Director Municipal (PDM)".

"Desde o dia que divulgaram a decisão de anular a não aprovação que estávamos à espera de que isto acontecesse", disse ontem, ao DN, Paulo Ferrero, membro do movimento de cidadãos, que, em 2008, já lançara uma petição para impedir a construção do imóvel situado no gaveto formado pela Rua do Salitre, a Rua de Alexandre Herculano e o Largo do Rato.

Apesar disso, o Fórum Cidadania LX não desiste de tentar travar o processo, estando, para isso, à procura de um advogado de renome. "Nós já fizemos duas participações à Procuradoria-Geral da República e não responderam. Se for uma participação de alguém de renome, talvez nos respondam", explicou Paulo Ferrero.

Na base da contestação está uma alegada violação do PDM e a defesa de que deveria haver um plano de pormenor para a zona do Rato ou de que esta deveria estar incluída no plano de urbanização da Avenida da Liberdade e zona envolvente. Além disso, argumenta o cidadão, o imóvel "viola o perímetro de protecção, quer do Palácio Palmela quer do Chafariz do Rato", quebrando ainda "o equilíbrio do largo do século XIX".

Mas, para Paulo Ferrero, o problema é mesmo ter-se aberto "um precedente" ao licenciar-se o projecto. Em causa está o acordo feito com o promotor, que se comprometeu a retirar a acção judicial que interpusera contra os vereadores que tinham chumbado o licenciamento, em 2008, caso a câmara desse, agora, luz verde.

O Movimento Fórum Cidadania LX promete não desistir.»

Símbolo do Cinema Europa foi ontem removido da fachada

In Diário de Notícias (24/12/2010)

«O símbolo do Cinema Europa foi ontem retirado da fachada da antiga sala de espectáculos, actualmente em processo de demolição. Rui Remígio, do Movimento SOS Cinema Europa, contou ao DN que tudo aconteceu ontem de manhã, por volta das 11.00. "O símbolo teve de ser fracturado, porque é muito pesado e estava injectado na fachada", sublinhando que foi a forma encontrada de o "preservar". O membro do movimento acrescentou que o presidente da Junta de Freguesia do Santo Condestável lhe assegurou, durante a remoção, que a peça será "reposta" no imóvel que irá nascer no lugar do antigo Cinema Europa, em Campo de Ourique. Destino semelhante terá o painel de azulejos existente no "foyer do cinema", que será removido e recolocado no condomínio habitacional que será construído naquele local. No piso térreo do novo edifício deverá também ser instalada uma mediateca com cerca de mil metros quadrados. Para que tal aconteça, a Câmara Municipal de Lisboa terá de adquirir o espaço, um processo que Rui Remígio disse ao DN estar "a decorrer conforme previsto". »

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Verdade seja dita que o interessa preservar daquele edifício (ao seu tempo um mono) é este relevo, até que o próximo mono, ainda mais mono, o substitua.

Quando o Natal não se resume à tradição

In Público (24/12/2010)
Por Vítor Bruno Pereira

«Quem não quiser ficar em casa depois da consoada, tem uma boa alternativa: sair. Do Cais do Sodré à Praça da Alegria, há música para dançar e propostas para uma noite diferente

Musicbox aquece a partir da 1h

Após a consoada, com ou sem o bacalhau, os mais devotos terão lugar marcado na Missa do Galo. Os que escolherem outros caminhos podem quebrar, cada um à sua maneira, com a tradição natalícia. A oferta é variada e o mais difícil será escolher o destino fora de portas para passar mais um Natal de forma alternativa.

No número 1 da Rua da Moeda, perto do Cais do Sodré, Mighty Caesar vai tomar conta do som no Lounge, espaço que conhece e onde põe música regularmente. Nesta casa, as festas nesta altura de Dezembro já são uma tradição por si só: a quadra natalícia no bar começou no dia 16, com mais uma sessão das XXXMas-Músicas de Natal Avariadas, com um set de Mário Valente e Mr. Mitsuhirato.

Mais acima, no Bairro Alto, a animação no Café Suave está a cargo do DJ Fernando M, que pede apenas que ninguém espere por clássicos de Natal. O espectáculo, chamado Expect No Xmas Classics, começa à meia-noite e acaba às três da manhã.

"Em família é para meninos"

No cabaret Maxime, o prato não é bacalhau, mas sim atum. A partir da uma da manhã, a banda Corações de Atum serve de desculpa para o cabaret não só abrir, mas "escancarar as suas portas para receber todos os aventureiros que rejeitam a peúga e o bacalhau de sempre": "Que isso da consoada em família é para meninos", sublinha o convite. A banda, fundada por Manuel João Vieira, proprietário do espaço, já tinha mostrado a sua pop recheada com ironia na Praça da Alegria na véspera de Natal do ano passado.

Para quem preferir estar mais perto do mar, o Kremlin, na Avenida 24 de Julho, é sempre uma opção. Ainda assim, a lista de espaços que fecham ou não vão ter um programa especial na consoada é comprida. Espaços como o Casino Lisboa ou o recente Muv Bar, por exemplo, vão estar encerrados esta noite.

Porque para uns se divertirem, outros têm que estar a trabalhar. É o caso de Leonardo Oliveira, gerente de bar do Musicbox, no Cais do Sodré. A família pode ficar em casa, mas os clientes e colegas de trabalho compensam, à sua maneira. "Na noite da consoada tenta-se ao máximo criar um ambiente familiar com aqueles que são, na realidade, uma segunda família, já que não é possível estar cada um em sua casa", diz Leonardo Oliveira.

A noite da consoada, segundo o gerente do Musicbox, costuma ser agitada - "tendo em conta a noite que é, podemos considerar que a casa fica bastante composta e com bom ambiente" - e nem o espírito natalício fica à porta.

Leonardo Oliveira reconhece que, mesmo para quem olha para a quadra de uma forma pouco ou nada convencional, o "espírito natalício está espalhado por todo o lado".»

Opositores do projecto para o Largo do Rato estudam formas de impedir o início da obra

In Público (24/12/2010)
Por Inês Boaventura

«O Fórum Cidadania Lisboa e a ex-vereadora Margarida Saavedra não se conformam com o licenciamento. Já Ruben de Carvalho reafirma que o projecto é ilegal

Promotor satisfeito

A Câmara de Lisboa aprovou o licenciamento da obra, mas alguns dos críticos do projecto de Manuel Aires Mateus e Frederico Valsassina para o Largo do Rato prometem não baixar os braços e preparam novas formas de luta. O Fórum Cidadania Lisboa, por exemplo, colocou um anúncio no seu blogue para encontrar um advogado "de renome" disposto a colaborar na elaboração de uma "participação ao Ministério Público, por eventual violação do Plano Director Municipal".

"Este Natal saiu um rato no sapatinho dos lisboetas", disse um dos membros daquele grupo de cidadãos, referindo-se ao facto de a autarquia ter votado favoravelmente o deferimento da licença de construção do edifício para o gaveto formado pela Rua do Salitre, Rua Alexandre Herculano e Largo do Rato. Paulo Ferrero acredita que agora este processo "só pode ser parado pela Procuradoria-Geral da República".

Paulo Ferrero afirma que a acção judicial interposta pelo promotor da obra, pedindo uma indemnização de cerca de 18 milhões de euros, "pesou evidentemente" na decisão tomada anteontem pela Câmara de Lisboa. E além disso a forma como este processo decorreu, defende, "abre um precedente gravíssimo", podendo levar a que outros particulares procurem resolver chumbos da autarquia com processos nos tribunais.

Já Margarida Saavedra, ex-vereadora que no primeiro mandato de António Costa foi uma das maiores opositoras deste projecto, mantém a convicção de que "a câmara decidiu passar por cima de uma série de normas legais". "Os lisboetas têm todo o direito de recorrer a todos os instrumentos legais para impedir que isto vá para a frente", disse a arquitecta, acrescentando que ela própria vai estudar essa possibilidade.

O vereador Ruben de Carvalho (PCP) reafirma que o projecto "é ilegal porque carece de um plano de pormenor" e considera "completamente inqualificável" que o vereador Manuel Salgado tenha estabelecido com o promotor da obra um compromisso em que se dizia que este último desistia do processo judicial se a câmara desse "luz verde" ao projecto. "É uma forma de pressão", acusa.»

23/12/2010

Prédio em risco motiva corte parcial de trânsito na Av. Elias Garcia


In Jornal de Notícias (22/12/2010)


«Um prédio devoluto localizado na Avenida Elias Garcia, na zona do Campo Pequeno, Lisboa, obrigou ao corte parcial de trânsito.

O prédio de cinco andares, que cobre as fracções entre o número 69 e 75, de acordo com fonte dos bombeiros, apresenta a cobertura em "mau estado" e depois de uma vistoria de técnicos da Câmara Municipal de Lisboa (CL) apurou-se que o último piso encontra-se "em risco de queda iminente".

Nesse sentido, o trânsito no sentido poente-nascente encontra-se cortado e o rés-do-chão do prédio está interdito.

Fonte da autarquia lisboeta confirmou à Lusa que "problemas estruturais" no prédio obrigaram à intervenção dos técnicos da CML.»

...

Este é um dos já poucos prédios valiosos das Avenidas Novas, e é mais um dos péssimos exemplos que a CML tem seguido ao longo dos últimos anos: permitir o abandono de valioso património de finais de séc. XIX, princípios do XX. Uma VERGONHA, a que ninguém na CML faz frente, talvez à espera de mais projectos de "ruptura".


P.S. Vem já aí o outro prédio do lado, o fabuloso prédio de Norte Júnior, coroado com esferas-armilares. Uma VERGONHA!

Outsider Art/ Um Museu a não perder/ Abaixo-assinado

Exma. Senhora Ministra da Saúde,
Exma. Senhora Ministra da Cultura,


Vimos pelo presente reforçar o abaixo-assinado entregue hoje em mão a Vossas Excelências, "Pela continuidade e desenvolvimento do Museu de Pintura de Doentes e das Neurociências no Hospital Miguel Bombarda", subscrito na sua esmagadora maioria por personalidades indiscutíveis, numa demanda que consideramos urgente: a salvaguarda de um património tão valioso e conhecido internacionalmente, quanto desprezado e desconhecido no nosso país.

Estamos certo da boa recepção deste nosso APELO.

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Jorge e Júlio Amorim


Anexos: Abaixo-assinado (Texto_final), infos e fotos.

Um Museu a não perder (6)

A/C. Sras. Ministras da Cultura e da Saúde:






Grandes nomes da cultura e ciência cerram fileiras pelo Hospital Miguel Bombarda


In Público (23/12/2010)
Por Ana Henriques

«Arquivo médico e acervo de obras artísticas feitas pelos doentes mentais pode estar em risco, temem os signatários de um apelo que será entregue hoje às ministras da Saúde e da Cultura

Depoimentos

Um apelo em defesa do património edificado e do arquivo do Hospital Miguel Bombarda em Lisboa é hoje entregue às ministras da Saúde e da Cultura. A pintora Paula Rego e o investigador de neurociências António Damásio são algumas das figuras que dão a cara por esta causa.

O hospital encerra no final do ano. O destino dos seus edifícios mais notáveis, considerados únicos, e também das obras de arte produzidas pelos seus doentes no último século, expostas num museu criado no local, está a preocupar grandes figuras da cultura portuguesa, como António Lobo Antunes, Júlio Pomar ou Joana Vasconcelos, entre outros.

Além de um vasto arquivo médico - que inclui um espólio fotográfico -, o museu dispõe da maior e mais antiga colecção de pintura de doentes do país. Desenvolvida por autodidactas, a chamada outsider art, ou arte crua, é um género reconhecido internacionalmente. "O encerramento do hospital coloca em perigo imediato a existência deste notável museu, dado que a senhora ministra da Saúde não garantiu até agora a sua continuidade", refere o apelo, assinado também pelos sociólogos António Barreto e Maria Filomena Mónica. "A gravidade da situação é acrescida neste momento, com a decisão de destruir a parte antiga dos arquivos, incluindo processos clínicos e documentos desde o séc. XIX - o que configura uma perda irreparável."

"Nebuloso", diz Simonetta

A unidade museológica está instalada no panóptico, um edifício circular único em Portugal e em vias de classificação patrimonial - o Pavilhão de Segurança, um imóvel de 1896 com um pátio descoberto, para beneficiar o estado mental dos pacientes e evitar a transmissão de doenças. "Penso que na Europa só haverá mais três edifícios deste tipo", explica a primeira signatária do documento, a presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Simonetta Luz Afonso.

Outro edifício de relevo, e igualmente em vias de classificação como imóvel de interesse público, é o balneário de D. Maria II. O hospital pertence neste momento à Estamo, empresa pública que tem como função vender património do Estado, e que é também proprietária dos hospitais do Desterro, de Santa Marta, de S. José e dos Capuchos. A Estamo entregou já na Câmara de Lisboa um estudo prévio do atelier de arquitectura Belém Lima que prevê a transformação do edifício principal, um antigo convento, em apartamentos, escritórios e lojas. O estudo prevê a "reconversão" dos dois edifícios em vias de classificação.

Para os subscritores do apelo, o encerramento do Miguel Bombarda, nas imediações do Campo de Santana, pode constituir uma oportunidade única para expandir o museu - ideia que garantem não ser incompatível com a prevista urbanização da maioria dos quatro hectares de terreno.

"Portugal, a cidade de Lisboa, a arte e a ciência têm muito a ganhar com a existência de um museu identitário e de prestígio, dedicado à outsider art e às neurociências", argumentam. Custaria apenas uma ínfima parcela dos 25 milhões de euros pelos quais os terrenos foram vendidos, calculam. E as obras ainda poderiam ser comparticipadas pela União Europeia.

Na opinião de Simonetta Luz Afonso, tal como para a especialista em história de arte Raquel Henriques da Silva, o mais inquietante é a falta de esclarecimentos por parte da tutela. "Há uma nebulosidade à volta deste assunto que queremos clarificar", diz a primeira.

E também não foi ainda desta vez que o Ministério da Saúde esclareceu a questão. Apesar de as preocupações levantadas no apelo não serem uma novidade - já haviam sido transmitidas antes à tutela e também à direcção do hospital por outras pessoas empenhadas na preservação do museu e dos imóveis -, uma porta-voz do Ministério da Saúde alegou ontem ao PÚBLICO que, à hora a que foi questionada, às 18h, "não foi possível responder".»

Lisboa está de parabéns....

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..a democracia deu mais um passo em frente.

22/12/2010

Câmara passa licença a projecto do Largo do Rato ... VERGONHOSO ... Os "eleitos" perderam a capacidade de representar os interesses da cidade ...


Câmara passa licença a projecto do Largo do Rato
por Agência Lusa , Publicado em 22 de Dezembro de 2010 in I online
Câmara de Lisboa decidiu hoje emitir licenciamento para o projeto inicial do polémico edifício do Largo do Rato, numa reunião em que não participou nenhum dos vereadores visados no processo que o promotor tem em tribunal.

Depois de anos de polémica, chumbos de licenças e anulações de decisões camarárias, o executivo municipal acabou por decidir que, uma vez que o projeto de arquitetura estava aprovado desde 2005, a câmara não deveria fazer mais do que emitir as respetivas licenças.

"Ainda há surpresas. Apesar das alterações apresentadas ao projeto de arquitetura, o executivo decidiu que não deveria pronunciar-se sobre o que já estava decidido, optando por avançar com a emissão de licenças", afirmou o presidente da autarquia, António Costa.

Dois dos três vereadores visados no processo com pedido de indemnização e que ainda se mantêm no executivo municipal – Ruben de Carvalho e Helena Roseta – abandonaram a reunião alegado impedimento legal para participarem na votação. O terceiro, Sá Fernandes, faltou à reunião, não se fazendo representar.

Os restantes vereadores que chumbaram igualmente a proposta em 2008, decisão que deu origem à ação em tribunal a pedir uma indemnização total que ronda os 18 milhões de euros, já não pertencem ao executivo municipal.

Na reunião de hoje, retomado o projeto inicial, sem contemplar as alterações propostas pelos autores, a proposta para o Largo do Rato acabou por contar apenas com a abstenção de PSD e CDS-PP.

"Não tendo participado em nenhuma das outras decisões entendi que o que deveria fazer era abster-me. O projeto de arquitetura já estava aprovado e isso dava direitos aos promotores", afirmou, por seu lado, o vereador António Carlos Monteiro, do CDS-PP.

A vereadora do PSD Livia Tirone considerou que esta foi "a forma mais simples de fazer com que a cidade continuasse a funcionar, resolvendo questões que estavam paradas há muito tempo".

No comunicado de impedimento, o vereador Ruben de Carvalho (PCP) recorda que a proposta sujeita a votação resulta de um compromisso não datado, que lhe é "totalmente alheio" e do qual diz só ter tomado conhecimento "no processo que acompanha a proposta, celebrado entre a câmara de Lisboa e a ALDINIZ – Sociedade de Gestão Imobiliária SA (promotor da obra) e que visa acordar sobre a ação que este mantém em tribunal".

Ruben de Carvalho alega impedimento legal para participar na votação, precisamente por ser parte (réu) no processo.

A mesma argumentação foi usada por Helena Roseta, que acrescentou, depois de sair da reunião, "impedimentos de natureza política".

"Um vereador não pode decidir uma matéria sob a ameaça de um processo", afirmou, acrescentando: "Não é admissível colocar a faca em cima da cabeça de um vereador."

Questionado sobre se esta negociação com o promotor envolvendo o processo judicial não teria funcionado como uma forma de pressão sobre os vereadores, António Costa respondeu: "Faz parte das regras do jogo."

O vereador Manuel Salgado, responsável pelo pelouro do Urbanismo, manifestou-se satisfeito por ter resolvido "um problema que se arrastava há muito tempo".

Com este desfecho, tal como acordado com o promotor, será retirada a ação em tribunal.
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A chantagem sobre os "eleitos" venceu portanto ....
Enquanto a destruição da Lisboa Romântica continua … Duque de Loulé 35 … Avenida da República 25 … António Augusto de Aguiar, 140 … Avenida João Crisóstomo … etc., … e continuará … até não ficar pedra sobre pedra … confirma/se definitivamente a incapacidade dos eleitos de representar os interesses da cidade .
Afinal … TODOS os Vereadores do Urbanismo até à data são responsáveis por este processo de destruição progressiva, sistemática e que tudo indica … irreversivel.
E no entanto, isto não é uma fatalidade imponderável … não … é consequência de vontades organizadas e determinadas …
Para quando …. Uma reacção mais “musculada” da Sociedade Civil ?
Para quando uma radicalização de um verdadeiro Movimento Conservacionista
... Pró-DEFESA DO PATRIMÓNIO e de Vigilância Constante ?
Para quando as Brigadas do Património ?
Basta olharmos para Inglaterra com o SAVE BRITISH HERITAGE, o GEORGIAN GROUP ou a VICTORIAN SOCIETY, para nos apercebermos que o inconformismo, nestes Países com uma longa tradição de Democracia Participativa e de exercicio Cívico dos Direitos Democráticos, não é apanágio de ‘anarquismo de barricadas’ mas é exercido pelas elites culturais, artisticas, académicas, jornalísticas e por todos os cidadãos responsáveis …
António Sérgio Rosa de Carvalho