In Público (4/9/2010)
Por Carlos Filipe
«Três áreas para a actividade de restauração, uma galeria de exposições/livraria e uma denominada Montra Portugal constam do estudo prévio apresentado pela Sociedade Frente Tejo para a alteração de usos da ala nascente do Terreiro do Paço, em Lisboa. O projecto será apreciado, na quarta-feira, pela vereação camarária, com proposta de parecer favorável do vice-presidente, Manuel Salgado.
A operação urbanística a efectuar nos pisos térreos das áreas nascente (área actualmente ocupada pelo Ministério das Finanças) e poente daquela praça (afecto ao Ministério da Defesa), compreendendo os dois torreões, e ainda uma outra área afecta ao Ministério da Administração Interna, insere-se no plano de requalificação e reabilitação urbana da frente ribeirinha de Lisboa e foi aprovada por deliberação do Conselho de Ministros em 15 de Maio de 2008. Em Abril deste ano, novo despacho confere à Frente Tejo a aprovação das condições de utilização daqueles espaços, para instalação de actividades culturais, comerciais e de serviços.
Para a operação urbanística, que por se tratar de conjunto classificado como monumento nacional requer parecer do Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico, é proposta alteração de usos da ala nascente, passando a maioria do piso térreo a ser ocupada com restauração e áreas expositivas, incluindo-se ainda o Centro de Interpretação do Terreiro do Paço e instalações sanitárias públicas de apoio à praça.
Na ala poente da praça, segundo a proposta camarária, a intervenção remete apenas para o torreão, de molde a "repensar e reordenar os acessos, com demolição de todos os elementos a mais (paredes divisórias, instalações sanitárias e mobiliário fixo), reconstrução da cobertura e adaptação do espaço às novas funcionalidades", não estando estas especificadas na proposta. A Frente Tejo não quis especificar ao PÚBLICO que tipo de utilização pretende dar ao torreão.»
...
Parece-me, essencialmente, um projecto pouco ambicioso face à Praça em apreço. Talvez seja a solução mais barata e rápida, mas não será a mais consentânea com a história e importância do local. Uma boa notícia, a do Centro Interpretativo, nossa proposta desde há muito. Aguardemos.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
10 comentários:
Já agora, não dá para entender porque é que não se transforma aquela ala num comboio de restaurantes...
Olha se era no tempo de outra gestão qualquer, o que diria desta proposta o Zé que lá fazia falta.
Portanto, vamos ter o Terreiro do Paço ocupado por esplanadas, barraquinhas e outras "montras".
Agora se percebe porque é que não queriam árvores na placa .....
vão estar às moscas. não há onde deixar o carro. aliás, nem como lá chegar com o "esquema" de trânsito actual.
Vocês ainda acreditam no Pai Natal?
O projecto e todas as intervenções, TODAS, são vergonhosas, patéticas e revelam um mau gosto atroz do senhor vereador Manuel Salgado e do senhor arquitecto Bruno Soares, é triste ouvir António Costa dizer que não está contente, é claro que não o pode dizer à frente das TV e Radios, mas de facto já confessou que está desiludido. Pois mas agora é tarde e muito dinheiro dos contribuintes tem sido gasto.
Já chega de subirem na "vida" à custa de dinheiros públicos! Não?
O senhor Filipe Melo Sousa anda mesmo de olhos fechados pela cidade. Não há onde deixar o carro ao pé da Praça do Comércio? Ja viu o parque de estacionamento na Praça do Município? Nas Praça da Figueira? Nos Restauradores? No Camões? Ou quer estacionar o carro de graça mesmo em cima da esplanada? No centro comercial também estaciona mesmo em frente à Zara?
Além disso, não sei se já reparou mas a Praça do Comércio é frequentada sobretudo por turistas que não usam carro. E há metro até lá, assim como há eléctricos e autocarros.
Neste momento, tal como a praça está, chega-se lá, tira-se uma foto em frente ao arco, é-se abordado para comprar óculos de sol e droga, e vai-se logo embora, pois não há nada que prenda alguém ali.
Praça do Município – cheio com os boys do Costa
Praça da Figueira – 3€ à hora, longe
Nos Restauradores – 3€ à hora, muito longe
No Camões – não vou responder, é demasiado ridículo
Para isso vou almoçar ao Colombo, onde consigo estacionar, e já agora não cheira a esgoto
Pois, estacionar no Camões ou no estacionamento ao pé do Largo do Carmo para ir até à Baixa e Terreiro do Paço soa a ridículo para o típico tuga suburbano e saloio que não sabe desfrutar das cidades.
E sim, percorrer os corredores do Colombo e aquele parque de estacionamento cheio de gente a puxar os seus carrinhos de compras é bem melhor! Apesar de também não ser grátis. E pode não cheirar a esgoto mas a gente que o frequenta às vezes cheira igual. Já para não falar no trânsito para lá chegar.
Mas lá está, são opções, e há gente que quer optar por uma Baixa e Terreiro do Paço sem carros e com esplanadas. Têm o direito a lutar por isso. Com um pouco mais de cultura, a maioria dos lisboetas assim o farão.
Esta discução de onde deixar o carro é simplesmente patética e so poderia acontecer neste pais de parolos armados em finos. QUE TAL IR DE METRO? é que saem quase dentro das esplanadas!!!!
Qual Metro, qual carapuça!
Tudo a andar de bicicleta!
Para desfrutar da "cultura" há que saber lá chegar. se acha que a boca de metro vai encher a praça espera para ver. até o desafio a mais: concorra para as concessões de restauração.
Enviar um comentário