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«Boa tarde,
Sigo com muito interesse o vosso blog e quero dar-vos, em primeiro lugar, os meus parabéns pelo trabalho incansável e atento que têm dedicado a Lisboa.
A razão de ser deste e-mail é esta:
Sou lisboeta, não me imagino a viver noutro sítio que não esta cidade e começo agora a ponderar comprar casa, assim sendo, gostaria de ver exemplos de boas práticas em Lisboa.
Será que há arquitectos e construtores que se dediquem a uma recuperação séria do património arquitectónico lisboeta? é possível pensar comprar/ recuperar um apartamento/prédio, mesmo não tendo ganho o euromilhões?
Ou terei, como a esmagadora maioria da minha geração, de começar a procurar casa nas franjas da cidade?
Se conhecem exemplos a seguir, gostaria muito que partilhassem essa informação no vosso blog.
Obrigada,
Adriana Oliveira»
14/02/2011
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5 comentários:
Se a Adriana disser quanto dispõe para comprar casa, é mais facil de ser ajudada.
Cara Adriana Oliveira:
Posso deixar-lhe o meu depoimento pessoal.
Sou Arquitecto, não ganhei o euro-milhões, comprei um pequeno prédio na Graça construído nos anos 20, tinha apenas três fracções: uma loja e um apartamento devolutos e outro arrendado a um idoso por 60 euros mensais.
O imóvel custou-me 220.000 euros, financiado a 90% por uma instituição bancária num empréstimo a 30 anos, a prestação está pelos 500 euros (já andou nos 800, para lá voltará).
Fiz obras de remodelação total com respeito pelos valores originais, criei novas redes de aguas, esgotos electricidade, comunicações, etc. Reformei o telhado e aproveitei o sótão para aumento da área habitável, a loja tornou-se garagem para dois carros.
Em 300 metros quadrados de área útil gastei 180.000 euros, suportados (em parte) pela venda da minha casa de solteiro. Entretanto o apartamento arrendado libertou-se por falecimento do inquilino e hoje recebo uma renda equivalente da prestação que pago ao banco.
Sei que não são valores acessíveis a qualquer pessoa, mas não andam longe do valor de uma moradia nos subúrbios, ou de um apartamento T3 a estrear no centro de Lisboa.
Respondendo a sua questão, ninguém se dedica de forma séria a recuperar o património habitacional lisboeta, se o quiser fazer bem, terá de o fazer você mesma!
Será demorado, desgastante, caro... mas ainda assim mais barato do que deixar a recuperação para terceiros.
cumps.
f.
Adriana,
Depende muito do que pretende ao nível da habitação, de quanto já tem para investir, e de quanto o banco lhe empresta.
E que há opções para vários gostos. Novo, usado, a precisar de obra, com garagem, sem garagem, em que zona?
Eu, pessoalmente, quando regressei a Portugal, decidi morar em local o mais central possível. Comprei usado (80 anos), recuperei, preferindo prescindir, pelo mesmo valor de compra, de 1 quarto (ou 2 dependendo do subúrbio), com áreas mais pequenas, sem garagem, sem elevador. Mas por outro lado, raramente preciso de carro, ou transportes, vejo o Tejo, tenho oferta cultural variada e próxima, etc, etc.
Há quem não consiga viver sem carro na garagem. Outros sem elevador. Eu não prescindo da centralidade, e não valorizo aos outros dois. São opções pessoais e você terá que saber qual é a sua.
E afianço-lhe, que este tipo de decisão coloca-se em qualquer grande cidade. Quanto mais central, menos área pelo mesmo valor de compra.
Se há arquitectos e construtores que façam recuperação séria? Claro que há!
Boa sorte!
Eu se fosse rico tambem punha tudo numa bandeja.
Adriana, no ultimo mês andei a ver casas para arrendar e comprar em Lisboa.
Vi casas em bom estado desde 300€ em Alfama um T1 em bom estado na Rua do Castelo Picão, vi uma no Largo das Olarias na Mouraria por 400€ já a incluir electricidade e água. Vi na Calçada de Santana um T2 com dois quartos sem janelas e alguma humidade por 400€, vi casas abarracadas nas Galinheiras por 240€ dentro de patios, vi um T1 na Madragoa por 300€ na Rua das Madres,etc... A pessoa para quem fiz a pesquisa acabou por ficar com uma casa espetacular por 450€ em S. Vicente.
Todas estas casas estavam em estado de serem habitadas.
Para comprar já vi casas a partir de 60 mil euros em estado de serem habitadas. Em Alcântara, Ajuda, Campolide, Campo de Ourique, Picheleira, Lapa, Beato, Graça, Penha de França, Anjos, Benfica, Carnide, Chelas, Ameixoeira, Olivais, etc. Pus este tecto da pesquisa nos cem mil euros.
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