31/08/2008
ESPECIALIDADES do TERREIRO DO PAÇO: « churros e porras »
Iniciamos hoje uma série dominical de divulgação, intitulada «AS ESPECIALIDADES DO TEREIRO DO PAÇO», no âmbito do primeiro aniversário do projecto municipal «AOS DOMINGOS O TERREIRO DO PAÇO É DAS PESSOAS».
Especialidade Nº1: BARRACA DE "CHURROS E PORRAS"
Também disponível: «churros com chocolate quente, farturas, porras c/ recheio, waffles, pipocas e neve doce»
O projecto “Aos Domingos Terreiro do Paço é das Pessoas” é uma iniciativa da Câmara Municipal de Lisboa que teve o seu início há um ano, a 26 de Agosto de 2007.
O Fórum Cidadania LX convida os lisboetas a recolherem imagens do Terreiro do Paço que não queremos! Por favor, enviar fotos/mensagens com o título "Especialidades do Terreiro do Paço".
30/08/2008
“Viver num condomínio privado muda os comportamentos políticos?”
“Viver num condomínio privado muda os comportamentos políticos?”
in Público, 24.08.2008
Natália Faria
“Porque a segregação promove a intolerância, sociólogo do Instituto de Ciências Sociais diz que autarcas têm que começar a pensar nas consequências políticas dos condomínios fechados
Um indivíduo que mora num condomínio privado tem práticas de participação política diferentes de alguém que vive num aglomerado social? E os autarcas podem, através da organização do espaço urbano, influenciar o comportamento político dos cidadãos? O sociólogo Filipe Carreira da Silva, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, acredita que sim. E por isso lidera uma equipa de investigadores que está a estudar a influência da metrópole na participação política, num projecto intitulado Cidade e Cidadania em Portugal.
Arrendamento pode evitar novas "Quintas da Fonte"
É à luz da tendência segregacionista que se traduz na adesão cada vez maior aos condomínios privados que o sociólogo Filipe Carreira Dias analisa as reacções que se seguiram aos desacatos ocorridos em meados de Julho na Quinta da Fonte (Loures).
Na imagem, empreendimento do antigo Colégio dos Inglesinhos, ao Bairro Alto
«MY BEAUTIFUL, LATE-NIGHT LISBON»
My beautiful, late-night Lisbon
By York Membery
29/08/2008
Lisboa supera expectativas dos turistas estrangeiros
Certo é que a percentagem de regressos tem aumentado, atingindo já quase 75% dos estrangeiros na capital, de acordo com as principais conclusões do inquérito ao grau de satisfação, realizado em Junho pelo Observatório do Turismo de Lisboa.
Cerca de três quartos dos turistas em Lisboa já estiveram anteriormente de visita. Cerca de 20% já visitou a capital uma vez, mais de 25% deles visitou duas vezes, três e oito por cento dos inquiridos já fizeram turismo em Lisboa quatro ou mais vezes.
Os monumentos ligados à época dos Descobrimentos, bem como o Castelo de São Jorge são os locais mais visitados.
99% recomenda a visita a terceiros
Além disso, os estrangeiros qualificam Lisboa como sendo uma cidade «bonita», «histórica», «amigável», «calma» e «cultural».
Na avaliação positiva que fazem, a diversidade das atracções, os transportes públicos, o clima e a «qualidade/preço» são os aspectos mais valorizados.
Estas são características que levam 92% dos turistas estrangeiros a tencionar regressar a Lisboa e 99% a recomendar a terceiros uma visita à capital portuguesa.
Estadia média na capital aumenta uma noite
O tempo médio de estadia em Lisboa situa-se em 6,3 noites, um acréscimo de uma noite em relação aos resultados do inquérito de Abril, sendo que as unidades hoteleiras constituem o alojamento escolhido para 90% dos turistas inquiridos.
Para conhecer a cidade, os estrangeiros preferem deslocar-se a pé (acima dos 80%), de transportes públicos (65,6%) e de transportes turísticos (60%).
Cascais, Sintra e Estoril acima das expectativas
A Região de Lisboa também conquista os turistas estrangeiros, com 99% a referir que correspondeu às suas expectativas ou que foram mesmo superadas.
Cascais (47%), Sintra e Estoril (40%) são os locais predilectos dos estrangeiros, destacando-se o Palácio da Pena (30%), em Sintra, e a vila histórica de Óbidos (27%) entre os monumentos e atracções turísticas mais visitados.
In agência financeira
Metro de Lisboa rejeita derrapagem de 44 milhões
Esta posição é uma resposta à notícia do «Correio da Manhã» que avançou que «o Metro actualizou o preço para estender a Linha Vermelha», referindo que «o custo final para a ligação ao Saldanha e S. Sebastião é agora estimado em 240 milhões de euros contra os 196 milhões de euros previstos».
Em declarações à agência «Lusa», fonte oficial do Metro de Lisboa disse que «os 196 milhões de euros, um valor que está disponível no site da empresa, é um valor que diz respeito apenas às escavações, não incluindo as obras, a construção das novas estações [Saldanha II e S. Sebastião II] e os acabamentos».
«Não existe derrapagem. O valor apresentado refere-se apenas às escavações», acrescentou a mesma fonte.
A inauguração das novas estações Saldanha II e S. Sebastião II, que deverá servir mais de 36 milhões de passageiros, está prevista para Julho do próximo ano.
A rede do Metropolitano de Lisboa tem 50 estações, espalhadas por quatro linhas: Azul (Amadora/Santa Apolónia), Amarela (Odivelas/Rato), Verde (Telheiras/Cais do Sodré) e Vermelha (Alameda/Oriente).
In agência financeira
Mais loteamentos
Aviso n.º 22725/2008, D.R. n.º 167, Série II
Câmara Municipal de Lisboa
Abertura do período de discussão pública para operação de loteamento de iniciativa municipal para os terrenos situados no quarteirão da zona ocidental do Bom Sucesso
Aviso n.º 22726/2008, D.R. n.º 167, Série II
Câmara Municipal de Lisboa
Abertura do período de discussão pública da operação de loteamento da urbanização sul - SLB
Lisboa: Novos submarinos forçam obras de milhões na Base Naval
«Vários concursos públicos para obras na Base Naval de Lisboa, mais conhecida por Base do Alfeite, no valor de milhões de euros foram nas últimas semanas anunciados na imprensa portuguesa.
Estas obras estão relacionadas com a aquisição dos novos submarinos «Tridente e Arpão» pelo Estado português.
O Ministério da Defesa Nacional abriu diversos concursos, pelo menos seis só durante o mês de Agosto, para novas infra-estruturas e fornecimentos em obras e serviços, relacionados com os novos submarinos, de origem alemã, da Marinha portuguesa classe U-209/PN. (...)»
Ainda bem que não se lembraram ainda de comprar porta-aviões, porque ...
28/08/2008
Quinta do mineiro
Em causa está o pagamento do Imposto Municipal de Transmissões de Imóveis (IMT), a antiga sisa, de que a imobiliária em causa, a Moldura - que pertence ao grupo Temple, do empresário Vasco Pereira Coutinho - ficou isenta quando adquiriu os terrenos em causa.
"Crime" e "monstruosidade urbanística" foram alguns dos termos usados pelos autarcas de PS, PCP e Bloco de Esquerda para descrever em 2006 o projecto imobiliário, do gabinete de arquitectura Broadway Malyan, ligado a outros projectos em Lisboa, como a recuperação da Estação do Rossio e o centro comercial Alvaláxia - apesar de a sua aprovação inicial ter sido da responsabilidade de uma governação camarária socialista coligada com comunistas, em 2002. O PSD permitiu mais tarde o aumento da densidade de construção. "
Será...
Videovigilância travada
Pareceres da CNPD já mereceram várias críticas do secretário de Estado que tutela a pasta. Os anunciados planos de videovigilância podem vir a esbarrar na interpretação restritiva da Comissão Nacional para a Protecção dos Dados (CNPD).
Anúncio de Concurso n.º 876/2008. D.R. n.º 166 Série II de 2008-08-28
CHIADO: NOSTALGIA E FUTURO
Maria José Nogueira Pinto
jurista
«Nos vinte anos do incêndio do Chiado, neste abrir de memórias, comecei por ir buscar o retrato. É que, na minha cabeça, o Chiado, a Baixa e o retrato tornaram-se uma e a mesma coisa. O fotógrafo a la minute fixou-nos para sempre num rectângulo de papel: a minha Mãe, muito elegante, de tailleur preto, cintura fina, luva de pelica e um chapelinho janota na cabeça levava-me pela mão numa daquelas inesquecíveis incursões à Baixa. Teria cinco anos, não mais, e para a ocasião vestiram-me a rigor, de saia plissada, camisa de vaiela e sapatinho de presilha. Chegar ao Chiado era chegar a um sítio cheio de montras, ver (sem tocar) os brinquedos da Quermesse de Paris, subir no elevador do Ramiro Leão, entrar no Sousa, onde a minha Mãe desarrumava tudo desenrolando metros de seda e veludo, cheirar os perfumes e aviar pó-de-arroz lilás nos Armazéns do Chiado e receber decalcomanias da mão do empregado do Rei das Meias.
Todas as gerações que conheceram este Chiado e guardam o seu retrato a la minute, não podem senão ser assaltadas por uma onda de nostalgia.
Considerada a maior catástrofe ocorrida em Lisboa depois do terramoto, o incêndio destruiu, irremediavelmente, os sinais, os símbolos e os rituais de um espaço que ao longo de gerações significou "ir à cidade", o cosmopolitismo possível, a novidade das ideias como da moda. Há vinte anos, sobrou apenas o futuro. Difícil? Muito. Eu estava no Algarve e vi as imagens na televisão. Pensei, recordo-me, como Lisboa era afinal tão vulnerável e como era possível estar a ver, em directo, a paragem do seu coração.
A reconstrução arrancou num forte clima emocional, o que acarreta sempre consequências negativas. Pensou-se que a mera reconstrução constituiria uma resposta suficiente à enorme afronta daquela destruição... Julgo - é uma mera opinião - que não houve tempo para pensar aquele espaço à luz de uma nova vocação, do seu futuro, da sua sustentabilidade, no que ele poderia e deveria ser, no que queríamos nós que ele fosse. As obras demoraram muito tempo, e esse tempo destruiu os hábitos e rotinas do quotidiano e toda aquela área iniciou um inevitável processo de declínio que alastrou até à Baixa, Rossio, Restauradores e apanhou parte da Avenida da Liberdade. A fazer fé no último censo e nos dados disponíveis, o repovoamento não foi conseguido. A reconstrução atingiu custos elevadíssimos e os espaços destinados a habitação atingiram preços incomportáveis para os cidadãos normais.
Depois do terramoto, a opção de Pombal não foi fazer renascer dos escombros uma réplica do que lá estava, mas antes algo cheio de modernidade e funcionalidade, uma maravilha iluminista a que se chama "Baixa Pombalina" com candidatura a Património da Humanidade. Presumo que tenha sido tudo muito mais racional do que emocional. Obviamente que havia de refazer-se a matriz do Chiado, mas era inevitável pensar na sua nova vocação. Porque não basta reconstruir quarteirões numa zona fortemente atingida no seu âmago sem estabelecer a respectiva ligação às áreas adjacentes (vejam-se a estagnação desordenada da Baixa, o estado lamentável do Bairro Alto, os riscos emergentes do Martim Moniz...). A menos que nos contentemos com um cenário e uma animação efémera. Mas podemos ser muito mais ambiciosos, pois tudo aquilo que faz a diferença está lá, ainda está lá!
Por isso, quando me perguntaram que Chiado desejaria eu ver daqui a vinte anos fui dizendo: um Chiado (e uma Baixa...) consolidado após um programa de revitalização, cumprindo o desafio de devolver este espaço aos portugueses com a sua "marca de água" intocada, mas apropriando-se dos sinais dos novos tempos. Respirando, vivo, a todas as horas de todos os dias do ano. Um Chiado repovoado: moradores, famílias, comerciantes, trabalhadores, espectadores de teatro e de ópera, gourmets, turistas, pessoas que vão às compras. Gente que nidifique e recrie os rituais do quotidiano, o único antídoto contra o declínio»
Totalmente de acordo com MJNP, à excepção da referência à Quermesse de Paris - que ficava debaixo do Hotel Palace, aos Restauradores: os brinquedos eram para tocar e levar, sim. Abençoada casa que tantas alegrias ainda me deu (e dá).
A noite a Oriente
"Durou pouco o amor dos lisboetas pela noite da Expo.
Para se ter uma ideia do ostracismo a que a Expo foi votada basta referir que uma das grandes referências da noite no Parque das Nações, desde a inauguração, já fechou as suas portas. Muitos irão lembrar-se: chamava-se Bugix e ficou conhecido por se poder dançar em cima das mesas (que era uma maneira inteligente de sobrelotar ainda mais este bar).
Neste momento, continua a existir uma correnteza de bares e restaurantes na denominada Rua da Pimenta. Os espaços, para além de recentes, até são espaçosos, bem decorados e beneficiam de uma localização privilegiada em frente ao rio, suficientemente afastados das zonas residenciais e com estacionamento fácil. Ou seja, reúne óptimas condições para ser um local de eleição dos alfacinhas. E no entanto... não é nada disso. Não atrai a beautiful people lisboeta, não atrai qualquer people lisboeta. Aliás, não atrai sequer os residentes da Expo.
A grande distinção entre os bares é a presença (ou não) de um porteiro bem dimensionado na porta. Nos bares onde tal acontece é sempre exigido consumo mínimo e todas as pessoas são obrigadas a passar pelo detector de metais quando não mesmo revistadas a duas mãos. Uma coisa... pouco agradável.
Quem se passeia pelo exterior (e até há famílias com carrinho de bebé ou avozinhos com os netos a fazê-lo), tem direito a assistir a uma competição, levada muito a sério, para ver quem tem a música mais alta (numa espécie de o meu bailarico é melhor do que o teu). Com filas de entrada em muitos dos bares (alguns inclusive com bar aberto até determinada hora), faz lembrar a feira popular, em que cada um passeia até encontrar a diversão que mais lhe apraz.
Mas como é que se chegou a esta situação? Filomena Salvação, do bar Cais da Tartaruga, aponta o dedo à segurança: “Desde que deixou de haver o policiamento de outros tempos, esta zona ficou muito menos segura”. Ou seja: de que serve o metro ou o táxi se corremos o risco de ser assaltados?
De facto, o ambiente parece tudo menos seguro. Mas para conseguir conquistar novamente os lisboetas que a deixaram, a Expo (e os seus bares) vai precisar de muito mais do que polícias. Necessita, acima de tudo, de definir que público deseja e o que deve oferecer para o atrair (e não é preciso inventar ‘novos’ conceitos). Mais uma vez, Filomena Salvação é pragmática: “Enquanto cada casa tiver uma estratégia individualista nada mudará. A solução passa por uma união entre as gerências de todos os espaços.” Caso contrário, será mais do mesmo."
27/08/2008
Baixa sem trânsito não entusiasma
O encerramento do trânsito no Terreiro do Paço aos domingos começou há um ano mas ainda não conseguiu apoio de moradores, comerciantes e autarcas, que reclamam melhor animação cultural.
A autarquia estreou a iniciativa Aos domingos o Terreiro do Paço é das pessoas, com o encerramento ao tráfego nas laterais da Praça do Comércio e o troço da Ribeira das Naus entre o Largo do Corpo Santo e o Campo das Cebolas. No entanto, o entusiasmo inicial tem vindo a diminuir. António Rosado, da Associação de Moradores da Baixa Pombalina, revelou que vários habitantes se têm mostrado insatisfeitos com a concentração de trânsito nas restantes ruas, provocando uma intensificação da "confusão" aos domingos em zonas tradicionalmente calmas. Opinião partilhada pelo presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, José Quadros, para quem as iniciativas são "muito aleatórias" e não são o motivo de visita ao Terreiro do Paço.
"A actividade cultural que ali se desenrola não é a desejável, nem cria dinâmica na zona. A escala e a dimensão do Terreiro do Paço não são compatíveis com este tipo de iniciativa", disse o presidente da junta de S. José, João Mesquita (PSD). A câmara devia pensar em estruturas amovíveis para minimizar "a chuva e o vento de Inverno" e "o sol que bate de chapa no Verão". Esta foi uma das dez medidas prioritárias do presidente da câmara, António Costa, para o início do mandato.
Demolição acabadinha de pedir (7)
Anúncio de Concurso n.º 843/2008. D.R. n.º 165 Série II de 2008-08-27
PARQUE EXPO 98, SA
ver imagem em formato PDF
Demolição acabadinha de pedir (6)
Depois de alguns pedidos de demolição e construção nova indeferidos (vá lá!), volta à carga mais um, desta vez de construção nova (Proc. 1025/EDI/2008) para este edifício apalaçado do início da outrora selecta e intocável Avenida António Augusto de Aguiar (Nº 2-6). O promotor é a Sogal, Soc. Gestão e Exploração de Hotéis. Coisa 'linda' em perspectiva, pois. É caso para dizer: o painel publicitário diz tudo.
E mais Planos
Câmara Municipal de Lisboa
Elaboração do Plano de Urbanização da Área Envolvente à Estação do Oriente
Aviso n.º 22241/2008, D.R. n.º 161, Série II
Câmara Municipal de Lisboa
Elaboração do Plano de Pormenor da Avenida de José Malhoa
Aviso n.º 22242/2008, D.R. n.º 161, Série II
Câmara Municipal de Lisboa
Elaboração do Plano de Pormenor do Campus de Campolide
Muita coisa em consulta pública (prévia): http://ulisses.cm-lisboa.pt/data/002/004/
Elaboração do Plano de Pormenor das Amoreiras
Câmara Municipal de Lisboa
Elaboração do Plano de Pormenor das Amoreiras
26/08/2008
LISBON: «a stark difference between image and reality»
Num artigo do Financial Times publicado no passado dia 18 de Agosto é divulgada a classificação do "branding" das 72 maiores cidades da Europa. O estudo, elaborado pela Saffron Brand Consultants, alerta para o facto de várias cidades se terem promovido internacionalmente como marcas fortes apesar de não terem "assets" e "attractions" de qualidade correspondente.
Reunião Pública Descentralizada - Carnide e São Domingos de Benfica
A Reunião realizar-se-á nas instalações da Escola Secundária Virgílio Ferreira, na Rua do Seminário, e destina-se, preferencialmente, aos munícipes das Freguesias de Carnide e São Domingos de Benfica, que se poderão inscrever, para intervirem, no seguinte local, dia e horário:
Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica – dia 27/08 das 10h00 às 12h00
Junta de Freguesia de Carnide – dia 27/08 das 15h00 às 17h00
As inscrições poderão igualmente ser efectuadas pelo e-mail dacm@cm-lisboa.pt ou pelo fax 21 322 70 12, até ao dia 27 de Agosto às 17h00. Sendo este o meio de inscrição utilizado, deve o munícipe informar acerca do assunto a tratar e do contacto telefónico.
As intervenções do público, num número máximo de 20, serão ordenados de forma a priorizar os que incidam sobre os assuntos de interesse da zona, colectivo ou público.
Demolição acabadinha de pedir (4)
Moradores do Bairro da Liberdade intimados a deixar as suas casas
Luís Filipe Sebastião
«Câmara ordena desocupação em encosta instável e alega que não pode substituir-se aos senhorios no realojamento dos inquilinos
Maria Emília Fortunato assoma por cima do muro e dispara: "Agora as casas são clandestinas. Mas para pagar às Finanças e o cano do esgoto nunca foram clandestinas." A moradora no Bairro da Liberdade está entre a meia centena pessoas notificadas pela Câmara de Lisboa para que procedam à demolição das casas encavalitadas na encosta de Campolide.
A ordem chegou no final de Julho. O ofício da Direcção Municipal de Conservação e Reabilitação Urbana só muda o nome e os números da porta. O Laboratório Nacional de Engenharia Civil detectou "fenómenos de instabilidade que tendem a agravar-se" com chuvas prolongadas, "susceptíveis de colocar em perigo a integridade das construções e a segurança da população". Por isso, recomendou a desocupação de uma faixa de 20 metros a contar da crista do talude, bem como de uma "zona de segurança" de dez metros na base da encosta junto à estação de Campolide. A fiscalização confirmou "danos e fendilhações" em edifícios e pavimentos. Veredicto? As construções "estão a contribuir para o agravamento da instabilidade da escarpa".
Nos casos em que não se encontraram registos "da legalidade da construção", a câmara intimou para que sejam "despejadas" em 60 dias úteis. Segundo o despacho do vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, "é intenção" da autarquia intimar os proprietários para demolir as edificações no prazo máximo de 90 dias.
"Aonde é que se arranja uma casa com as reformas que a gente tem?", questiona Emília Fortunato, 67 anos, atestados pelos cabelos brancos. A moradora nasceu na Rua Inácio Pardelhas Sanchez, em frente ao portão que dá acesso às "duas divisões e uma cozinha" onde agora mora. Os dois filhos há muito que deixaram os modestos anexos na antiga Rua A. "Não saio daqui", vinca a sexagenária. Joaquim Fortunato, 72 anos, dá força à resistência da mulher e lamenta que sejam realojadas no bairro pessoas de outras zonas e se esqueçam de quem ali mora há mais de meio século.
"Isto parece uma multa aos inquilinos", indigna-se Isabel Santana, 69 anos. Mora nos Olivais, mas cresceu no Bairro da Liberdade. A irmã ainda habita os três anexos alugados pelos pais "há mais de 70 anos". A ordem para demolir não se aplica à casa que dá para a rua. O camartelo só paira sobre os acrescentos no logradouro, incluindo as precárias "instalações sanitárias" no lado oposto do caminho, retrete em cimento e alguidar de plástico para banhos na parede.
O presidente da Junta de Freguesia de Campolide, Jorge Teixeira dos Santos (PSD), estima em 26 os fogos ameaçados, afectando cinco dezenas de moradores. O autarca concede que a encosta está instável, mas não em "risco iminente". Como prova aponta o licenciamento recente de um prédio com quatro pisos no topo da escarpa. Na maioria dos casos, após décadas ali a residir, defende, "a câmara tem obrigação de assegurar o realojamento dos moradores ao abrigo do PER de emergência".
O assessor de imprensa da autarquia afirma que compete aos senhorios "o realojamento dos moradores que tenham contratos de arrendamento em vigor". O realojamento, diz, seria "um precedente perigoso", porque não é vocação do município "realojar permanentemente inquilinos de senhorios particulares".»
25/08/2008
20 anos depois do Incêndio do Chiado: Elevador de Santa Justa - Largo do Carmo
Exactamente 20 depois do INCÊNDIO DO CHIADO é assim que está a ligação pedonal entre o Largo do Carmo e o terraço panorâmico do Elevador de Santa Justa. Um verdadeiro cenário de desleixo, desmazelo, lixo e degradação. Tudo rematado com o já habitual estacionamento selvagem. Seria impossível, se não fosse Lisboa.
Mas no entretanto, teremos de aguentar, no mínimo, mais 1 ano e meio deste cenário. Se dúvidas houvessem sobre a importância que a cidade dá à circulação pedonal e ao centro histórico, este seria um bom local para voltar a cair na realidade.
Demolição acabadinha de pedir (2)
Chegado por email:
RMEU Lisboa:
Aviso n.º 21183/2008. D.R. n.º 149, Série II de 2008-08-04
Câmara Municipal de Lisboa - Projecto do Reg.Municipal de Edifi. e Urbanização
Estudo de Impacte Ambiental do ...
Enquanto se demolia um café na Avenida ...
Leia n' O Carmo e a Trindade, Estreia em Setembro o PUALZE Parte II. O café é apenas um fait divers.
Foto: CML
Metro: derrapagens
Desta forma, a extensão de 2,2 quilómetros, com duas estações, vai representar um custo de 109 milhões de euros por quilómetro.
A derrapagem no preço da linha vermelha resulta de imprevistos existentes no subsolo e no prolongamento do túnel até à rua Marquês da Fronteira, Segundo o Correio da Manhã.
O crescimento da linha vermelha é uma das grandes apostas do metro, estando neste momento a decorrer as obras para chegar ao aeroporto.
Mesmo a rede de medro está directamente ligada às redes de metro ligeiro e à rede de metro dos subúrbios (metro sur), numa verdadeira rede metropolitana de transportes.
Lisboa constrói uma rede de metro ligeiro na margem sul desconectada do metro da cidade, com interfaces deficientes com a linha ferroviária do eixo-norte sul e vai acabando com linhas de eléctrico (mesmo as existentes não estão ligadas com o metro).
É impensável que numa área metropolitana de 3 milhões de habitantes, um habitante tenha de trocar de transportes diversas vezes para fazer o mesmo percurso recto de um carro.
Haverá limitações, mas como no caso da margem sul, enquanto não existir um percurso fácil e acessível nos transportes públicos, com o mínimo de transbordos, nunca haverá substituição credível e sustentável da utilização do carro.
Começa hoje a remoção da passadeira de Alcântara
In Público (23/8/2008)
«O presidente da Junta de Freguesia de Alcântara, José Godinho, expressou ontem satisfação pelos trabalhos de remoção, que hoje terão início, da passagem pedonal superior junto à linha-férrea, que responde a uma aspiração antiga da população residente naquela freguesia lisboeta.
Foram "1,2 milhões de euros para o lixo", afirmou José Godinho, que, desde a inauguração daquela passagem pedonal superior, tem demonstrado a sua "total discordância" quanto à obra feita, não só pelos custos elevados da sua construção e manutenção, mas também pelo "impacto visual agressivo" que representa a estrutura. »
Ora aí está uma belíssima notícia. Só falta esclarecer se os responsáveis pela colocação daquela coisa ali vão ser obrigados a indemnizar o erário público por isso ... ou não.
Foto: CMR
Cais das colunas: (início do) regresso à Baixa
A colocação das duas colunas e do pequeno cais de pedra em que assentam foi feita nos últimos dias, mas o aterro que foi ali construído para permitir a obra do túnel subterrâneo junto ao rio - que leva o metro até Santa Apolónia - ainda vai permanecer durante mais alguns meses, bem como o estaleiro ali montado. De acordo com a informação que o metro de Lisboa disponibiliza no local, estes trabalhos deverão ficar concluídos em Novembro e estão orçados em cerca de 937 mil euros.
O regresso do Cais das Colunas ao local de origem, onde foi colocado em finais do século XVIII, era há muito aguardado pelos lisboetas. Em meados deste ano, chegou a motivar uma petição na Internet, actualmente com 1365 assinaturas, apelando ao Governo para que o repusesse de imediato. A garantia do ministro Mário Lino é que a zona ficará igual ao que era antes das obras.
Vinte anos depois do incêndio. Chiado atirou decadência pela colina abaixo
Ana Henriques
«Quem desce a Rua do Carmo, em Lisboa, repleta de lojas para a classe média, não pode deixar de bater com os olhos nos reclamos fluorescentes à entrada do Rossio. Na esquina de uma das praças mais nobres da cidade há cuecas de homem a dois euros e soutiãs a menos de quatro, num local até há pouco tempo ocupado por uma tabacaria. Tal como lá em cima, no Largo do Chiado, as etiquetas dos preços são o que mais prende a atenção dos transeuntes. E no entanto dificilmente podia ser mais flagrante o contraste das vitrinas da casa Hermès, primorosamente forradas a flores, com as montras do supermercado de lingerie do Rossio.
Cá em cima o vestido pérola de costas em V, rematado por uma barra azul, suscita exclamações de espanto. Não é pelo corte, nem pelo tecido. É que custa quase três mil euros. Na Cartier, uns metros abaixo, há colares a 39 mil. Cá em cima, no Chiado, faz hoje 20 anos que um comércio em parte decadente serviu de pasto às chamas, e é também por isso que os preços subiram em flecha. Como os escombros que atulharam as ruas depois do incêndio, também a maioria dos sinais de decadência do Chiado foram atirados colina abaixo.
Hoje, perante a crescente dinâmica do Chiado, há quem lamente que as labaredas não tenham resgatado também a Baixa ao seu torpor. O homem que fez renascer o Chiado das cinzas, Siza Vieira, lamenta que a revitalização do centro da cidade continue por acontecer, apesar de todas as promessas: "A recuperação que fiz foi apenas de 22 edifícios, e não do centro histórico. Foi muito pouco. A Baixa devia estar cheia de vida, mas à noite morre".
O arquitecto sabe como o seu renascimento faz falta ao Chiado, e acredita que um dia ele sucederá, como já aconteceu em Barcelona e noutras cidades europeias. Sabe também que nem tudo correu bem lá em cima, por muito que o luxo encha o olho a quem passa. "Os preços do Chiado são um entrave tremendo", admite. "As rendas são caríssimas. Não se encontrou um meio jurídico de as controlar". Resultado? "Algumas casas são habitadas permanentemente. Outras pertencem a pessoas de fora de Lisboa", que as deixam vazias grande parte do tempo. O administrador de um banco pagou um milhão de euros por um apartamento num último andar na Rua Garrett. É dos poucos habitantes que não se queixam da falta de estacionamento, porque o edifício tem parque. Mas se quiser um produto de primeira necessidade, terá que descer à Baixa ou subir a Santa Catarina.
Neste Chiado renovado não há espaço para mercearias nem para supermercados. Almoça-se nos restaurantes. Jantar nem tanto, que a vida nocturna ainda não passou por aqui. Os horários do comércio são outro problema, aponta Siza: "As lojas fecham quando as pessoas chegam ao Chiado", depois de saírem dos empregos. Já foi pior: hoje é possível encontrar estabelecimentos abertos até às 20h00. A partir dessa hora começam a chegar os sem-abrigo e o local torna-se corredor de passagem, porque todos os caminhos vão dar ao Bairro Alto. Ou melhor, quase todos: um dos bares mais exclusivos de Lisboa, o Silk, nasceu há pouco tempo na fronteira entre o Chiado e o Bairro Alto, no último andar do centro comercial Espaço Chiado.
Com menos glamour, o centro comercial Armazéns do Chiado foi, juntamente com a estação de metro, um dos grandes contributos para a revitalização depois do incêndio. Siza Vieira já se conformou, apesar de não terem sido estes os seus planos: "O edifício dos antigos armazéns era para ser todo ele um hotel. Espantou-me na altura não haver uma empresa portuguesa que pegasse na ideia".
FNAC é pólo de atracção
No centro comercial, pegado ao qual foi construída uma pequena unidade hoteleira, é sobretudo a FNAC que atrai a clientela. "É um dos factores de animação do Chiado", reconhece o arquitecto, secundado pelo professor universitário João Seixas. O investigador fala dos "conteúdos cosmopolitas" que esta multinacional da cultura trouxe para a zona e da operação de reabilitação encabeçada por Siza, "coordenada pelos poderes públicos", para chegar à conclusão de que o renascimento do Chiado é um caso de sucesso.
A identidade do local contribuiu para isso: "Apesar da gravidade do incêndio, o Chiado teve músculo para se manter vivo".
Mas é este o Chiado que queremos? João Seixas admite riscos: "Um dos maiores é o da turistificação e da banalização". Os centros históricos demasiado virados para agradar ao turista acabam por parecer-se todos muito uns com os outros. É preciso que os governantes da cidade apoiem o comércio tradicional e de proximidade, aquele que pode fazer a diferença. "A prioridade do Chiado deve ser o usufruto dos lisboetas", frisa.
Os turistas virão por acréscimo. Há quem veja neste novo Chiado um claro caso de gentrificação, com os seus velhos habitantes a serem substituídos por uma nova camada abastada de residentes e lojistas. "Num espaço com estas características é inevitável", observa João Seixas. "Não vejo mal nenhum nisso".
Vinte anos depois das chamas, Siza vai agora completar a reconstrução, ligando um pátio das traseiras da Rua do Carmo ao Convento do Carmo. O elevador do metropolitano para a Rua Ivens também será uma realidade, assegura o arquitecto. "A renovação de toda a zona em seu redor vai conferir ao Chiado o seu papel de zona central, nuclear da cidade".
João Seixas também acredita no futuro: "A Baixa é uma Bela Adormecida à espera de que um beijo a desperte".»
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Descontando algumas lojas então desconhecidas do Portugal cinzentão, a verdade é que a famosa recuperação do Chiado é um meio-sucesso. Arquitectonicamente, a maior parte das lojas viraram imensos espaços esterilizados, de tão minimalistas, descaracterizadas por aquelas montras altas (totalmente aberrantes para aquela zona), e os pátios interiores 'à la' Siza (nem sequer acabados) nunca funcionaram nem funcionarão, dada a apetência lusitana em torná-los urinóis públicos. A reabertura do eléctrico 24 é uma miragem, e continua a dar-se primazia ao pópó (vem aí mais 'fúria parquista' - PREPAREM-SE!), contra tudo o que é exemplo em centro histórico na Europa civilizada com que nos gostamos de comparar (onde, por exemplo, cafés e restaurantes forrados a ladrilho de w.c. e fotos de menús - onde pára a Pastelaria Ferrari? - ou a continuada não pedonalização do Largo Bordalo Pinheiro são impossíveis de encontrar).
Contas finais, quem ficou a ganhar foi quem ganhou a indemnização ao fim de um processo legal totalmente patético. Nunca se chegou a saber como surgiu o fogo. Os bombeiros foram severamente bloqueados no acesso ao fogo via Rua do Carmo, muito por culpa da aparvalhada esplanada que Abecassis ali permitiu que se fizesse, com canteiros feitos de cimento, etc. Quanto à habitação vs. escritórios tudo como dantes. Em relação aos sótãos repletos de porcarias, tão falados então, e bem, como sendo o rastilho para incêndios graves, a verdade é que tudo deve estar como então... apesar de todos os conselhos dos bombeiros, basta olhar para os últimos andares de uma série de prédios na Baixa.
Alguns metros abaixo, continuamos a ter uma Rua Augusta e um Rossio que são duas tristezas pegadas, só assim não acha quem não os frequenta.
Quanto à 'recuperação' dos Armazéns do Chiado, valha-nos 'Santa FNAC'.
24/08/2008
Esplanadas na Avenida da Liberdade
A decisão judicial saiu agora, dando razão à CML. Isto ficou a dever-se à intervenção e acção de António Proa e não à do vereador Sá Fernandes, que nada fez. Limitou--se a tirar proveito do trabalho de outro, fazendo passar a imagem de que ele é que foi o promotor da acção. Mais, deu ordem de demolição do espaço e fez disso uma festa (...). Tomou uma decisão, justiça lhe seja feita. Decidiu não fazer cidade!
Sá Fernandes não percebe que fazer cidade não é apenas demolir ou terminar com os elementos ou usos com os quais não concordamos. Fazer cidade é percebê-la e estudar a médio e longo prazo o que queremos para ela. Caso contrário, estamos a construir lugares sem expressão nem significado, estamos a descaracterizar espaços (...).
Quando eleito para a Junta de Freguesia de S. José, uma das primeiras questões que coloquei ao então vereador António Proa foi: "Que futuro queremos para as esplanadas da avenida?". Com um estudo já elaborado, propus a reutilização da estrutura do Café Avenida. Do levantamento feito à época concluímos que bastaria uma limpeza no interior, novo equipamento, decoração e uma pintura exterior. Falámos com os comerciantes, com os hoteleiros e com a população residente e que trabalha no local (...). Trabalhou--se na proposta e encontrou-se um modelo: uma sala de chá com serviço de refeições ligeiras, adequado a um estilo de vida urbano, com uma zona para serviço de almoços e jantar gourmet. Este espaço iria permitir um protocolo com escolas de hotelaria e turismo (...). Tínhamos ainda equacionada a possibilidade de parte dos proveitos serem aplicados em acções e actividades de cariz social, envolvendo as juntas de freguesia e instituições de solidariedade social da avenida.
Sá Fernandes deitou o Café Lisboa abaixo, deixou o entulho nos passeios da Avenida da Liberdade e fez uma festa. Mas já alguém ouviu falar de um projecto para o local? "
João Miguel Mesquita, presidente da Junta de Freguesia de São José
Inquérito aponta para descoordenação na CML no caso de atropelamento mortal
Investigação interna não poupa críticas ao desempenho dos serviços municipais e da Sociedade Gestora da Alta de Lisboa na sequência de um acidente em frente a uma escola
Houve falta de coordenação e de comunicação entre serviços da Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a sociedade privada gestora da Alta de Lisboa na intervenção ao nível da segurança rodoviária junto a uma escola onde se verificou o atropelamento mortal de uma aluna, no passado mês de Junho. Esta é a principal conclusão de um inquérito interno da CML, ao qual o PÚBLICO teve acesso, e que foi aberto para apurar eventuais falhas do município no acidente junto à Escola EB 2-3 D. José I, no Alto do Lumiar.
O relatório conclui que "não existem indícios de infracção disciplinar na actuação dos serviços e funcionários", mas não poupa críticas ao desempenho dos serviços da CML e da Sociedade Gestora da Alta de Lisboa (SGAL), promotora imobiliária privada que é a entidade responsável pelo empreendimento e infra-estruturas daquela zona da capital, à luz de um contrato celebrado com a autarquia.
Num extenso dossier de mais de 100 páginas, o instrutor conclui que houve "faltas de coordenação e de comunicação entre os serviços municipais e entre os serviços e a SGAL".
Segundo o mesmo relatório, os departamentos em causa funcionaram como se fossem ilhas: "Cada serviço agia, apenas, de acordo com a sua óptica do problema, considerando que os aspectos que diziam respeito ao serviço do lado lhes era alheio", lê-se no documento que indica também algum desconhecimento da realidade.
O Departamento de Segurança Rodoviária e Tráfego da CML, por exemplo, "não conhecia o projecto pormenorizado das vias para a área envolvente da Escola D. José I". E a Unidade de Projecto do Alto do Lumiar (UPAL) - serviço da CML com objectivo de assegurar a gestão e a reconversão urbanística da zona - "não conhecia a calendarização da abertura do lado sul da avenida" onde se situa a escola (em obras antes do acidente) e que alterou as condições de circulação no local.
Foi também apurado que "a generalidade das infra-estruturas do Alto do Lumiar não estão a ser recebidas pela câmara municipal, apesar de estarem em funcionamento", o que leva a uma "indefinição jurídica" sobre quem é responsável pela sua manutenção.
Os resultados do inquérito denotam também "falta de funcionários em quantidade ou qualificação suficientes para assegurarem algumas funções importantes." No Departamento de Segurança Rodoviária e Tráfego, por exemplo, o técnico responsável pelo Lumiar e outras zonas próximas declarou ser um aprendiz e "nunca ter exercido" as funções.
A comunicação por parte dos serviços também é criticada: "Na generalidade, é pouco clara e, frequentemente, não indicativa do que se pretende".
Por último, o relatório conclui que a intervenção da UPAL é "essencialmente gestionária". O director desta unidade reconhece no inquérito que o acompanhamento à urbanização do Alto do Lumiar é feito numa "perspectiva de gestão e não de fiscalização, que seria impossível".
Perante este relatório, o presidente da CML, António Costa, determinou que fossem executadas as obras propostas pelo autor do inquérito para melhorar a segurança rodoviária na zona envolvente da escola. Em despacho, de 22 de Julho, Costa determina que as intervenções devem estar concluídas até ao início deste ano lectivo, e avisa que "não devem ser adiadas por dúvidas quanto ao âmbito da responsabilidade entre município, SGAL e Estado". As obras recomendadas estão em andamento, segundo a assessoria de imprensa da CML. A SGAL, contactada pelo PÚBLICO, não se quis pronunciar sobre o relatório
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Escola pediu "encarecidamente" uma passadeira
Em meados de Abril, cerca de dois meses antes do acidente mortal de uma aluna de 15 anos, o director da escola EB 2-3 D. José I enviou uma carta aos serviços da Câmara Municipal de Lisboa a "pedir encarecidamente" a colocação de uma passadeira em frente ao estabelecimento.
O alerta consta do relatório do inquérito interno da CML que apurou ter havido outras chamadas de atenção para os riscos que os peões corriam no troço junto à escola, nos seis meses que antecederam o atropelamento. Aliás, segundo o relatório, o troço da avenida Carlos Paredes, onde se situa a escola, "é perigosíssima".
Na carta dirigida ao director municipal de Segurança Rodoviária e Tráfego, o responsável da escola indigna-se com a falta de acessos para os alunos e queixa-se do problema se arrastar "há quatro anos sem resolução".
Foram trocados dezenas de ofícios entre os vários serviços da CML sobre a melhoria da sinalização e das condições de acesso dos alunos à escola, mas nenhuma das diligências resultou em acções concretas no terreno. Até chegou a ser marcada uma reunião entre a UPAL e o Departamento de Segurança Rodoviária da CML para tentar resolver este problema, mas o encontro já se veio a realizar após o acidente.
Existe uma passadeira a 25-30 metros da escola, mas é pouco utilizada pelos alunos, que preferem atravessar em linha recta. Uma das hipóteses mais discutidas entre os serviços foi a colocação de outra passadeira mesmo em frente à escola, mas concluiu-se que era inviável, por ser impossível instalar um gradeamento, já que o portão do estabelecimento de ensino é utilizado por peões e por automóveis. Agora, é parte da solução que vai ser adoptada por ordem do presidente da CML, António Costa.
O presidente determinou ainda que seja estudada a colocação de uma passadeira onde haja melhor visibilidade e protegida por semáforos, tal como recomendava o relatório. "
CML: Licenciamento do edifício do antigo Hospital de Arroios
23/08/2008
Que cidade é esta?
… recusou o espólio de Alfredo Keil, deixando-o "fugir" para Torres Novas e negando à família a vontade expressa de que ele aqui permanecesse;
… destruiu, com a mesma deselegância e impunidade, a última casa de Almeida Garrett, mesmo sabendo que ela representara, não mais uma, mas a casa da sua vida;
… desfigurou de forma irreversível a última casa-atelier de José Malhoa, na Travessa do Rosário;
… prepara-se muito provavelmente para fazer o mesmo à casa de sempre do olisipógrafo Augusto Vieira da Silva;
… já este mês, espécimes raros na obra gráfica de Rafael Bordalo Pinheiro, constantes de uma colecção privada, ficaram nas Caldas da Rainha – não há notícia de que Lisboa tenha esboçado um gesto de interesse pela sua aquisição.
Caldas, segunda terra de Rafael Bordalo, fará certamente um belíssimo trabalho com o espólio que acolheu, tal como Torres Novas o fará, no âmbito do projecto "Cidade Criativa", com o legado de Alfredo Keil. Relativamente a este último, resta apenas saber o que fará Lisboa à sua casa da Avenida da Liberdade, agora que os "ventos do progresso" estão a poucos metros dela: a totalidade do quarteirão vizinho tem, desde Julho, um pedido de ampliação nos serviços "competentes". Pudessem as casas mover-se e elas seriam honradas noutros lugares, que não nesta cidade que não quer, nem sabe, fazê-lo.
Nas imagens, fotografia de época do prédio da Avenida da Liberdade, tornejando para a Praça da Alegria, onde Alfredo Keil viveu; o mesmo imóvel na actualidade
22/08/2008
Câmara de Lisboa vai reduzir frota automóvel
in TSF
Ouvido pela TSF, o vereador Marcos Perestrello confirmou que começam, esta sexta-feira, a ser abatidos os 170 veículos previstos, o que vai beneficiar não só o ambiente, mas também o orçamento camarário.
«O que é essencial é assinalar uma redução de 40 por cento na frota municipal e uma redução de 360 toneladas por ano de emissões de carbono para a atmosfera», explicou o autarca, que diz que os veículos a vender não vão ser substituídos.
O autarca, que confirmou que alguns dos veículos a abater estão afectos à administração da câmara, explicou que esta redução vai implicar que os funcionários se comecem a deslocar através de metro e autocarro e excepcionalmente de táxi.
«Os serviços da câmara não ficam afectados porque são introduzidos mecanismos alternativos que garantem a circulação de pessoas designadamente o incentivo ao recurso de transportes públicos dentro da cidade», explicou.
Marcos Perestrello adiantou ainda que os funcionários da autarquia poderão vir a utilizar o táxi nas suas deslocações caso haja urgência nos serviços que têm a fazer.»