21/04/2021

Início das Obras Metro "Estação Estrela" - abate de árvore e remoção de portão e gradeamento - Pedido de Comissão de Acompanhamento

Exmos. Senhores

Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Dr. Pedro Nuno Santos
Presidente da CML, Dr. Fernando Medina
Presidente da AML, Dr. José Maximiano Leitão
Presidente da JF da Estrela, Dr. Luís Newton
Presidente do Metropolitano de Lisboa, Eng. Vítor Domingues dos Santos
Presidente da Zagope, Construção e Engenharia, S.A., Eng. Ricardo Sá


No seguimento da cerimónia de arranque das obras da futura linha circular do Metropolitano de Lisboa, designadamente da colocação da primeira pedra naquela que virá a ser a futura estação da Estrela, realizada há poucos dias, constatamos que foi abatida uma árvore de porte considerável no limite do perímetro em redor do portão do antigo Hospital Militar, sem que se tivesse vislumbrado razão aparente para tal.

As boas práticas mandariam preservá-la e protegê-la das dificuldades que, compreensivelmente, os trabalhos que se seguirão lhe poderiam infligir. Em última análise, transplantá-la.

Por outro lado, e aqui compreensivelmente, foram removidos os portões, colunas e o respectivo gradeamento da entrada do antigo hospital, sem que, contudo, se tenha avançado qual o destino dos mesmos, uma vez as obras terminadas. Ou seja, se os mesmos foram recolhidos de modo a serem devidamente preservados para, no fim da obra, serem re-inseridos no local como parte da memória do local, valorizando-o.

Estas acções em nada abonam quanto ao futuro previsível dos exemplares e conjuntos arbóreos que existem ao longo do percurso Estrela-Santos, desde logo os maciços notáveis de tílias junto ao Jardim das Francesinhas e de jacarandás na Avenida D. Carlos I.

Igualmente, vemos com idêntica e extrema preocupação o que poderá acontecer ao conjunto edificado notável do quartel de bombeiros da Av. D. Carlos I, designadamente ao muro e à vedação do extremo sul, bem como ao edifício de elevado valor histórico-patrimonial concebido pelo arq. José Luís Monteiro para o antigo Convento da Esperança, localizado junto a esse muro.

Solicitamos a V. Exas. que nos esclareçam quanto a estas nossas preocupações, designadamente se o abate referido foi apenas um erro de percurso, que não se repetirá, e que o gradeamento será reposto depois das obras terminarem, bem como quanto à absoluta salvaguarda das tílias e dos jacarandás já referidos, e do edifício do Corpo de Bombeiros Municipais, da autoria de José Luís Monteiro, em 1892.

Finalmente, cremos ser do interesse da cidade de Lisboa, que o Governo, CML, Assembleia Municipal de Lisboa, Junta de Freguesia da Estrela, Metropolitano de Lisboa e Zagope, S.A., constituam, quanto antes, uma Comissão de Acompanhamento dos trabalhos da construção da Linha Circular.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Nuno Caiado, Bernardo Ferreira de Carvalho, Bruno Rocha Ferreira, Luís Serpa, Miguel de Sepúlveda Velloso, Virgílio Marques, Eurico de Barros, Inês Beleza Barreiros, Marta Saraiva, Jorge Pinto, João Oliveira Leonardo, Carlos Boavida, Beatriz Empis, Helena Espvall, Pedro de Souza, Júlio Amorim, Fátima Castanheira, Pedro Ribeiro, Sofia de Vasconcelos Casimiro, António Araújo, Ana Alves de Sousa, Bruno Palma, Maria Maia, Gustavo da Cunha, Pedro Cassiano Neves, João Pinto Soares, Fernando Jorge, Michael Hagedorn, Miguel Jorge, Jorge D. Marques

Fotos de Tiago Guilherme
CC. Media

4 comentários:

Julio Amorim disse...

Aquela coluna já retirada é muito mau sinal....

Anónimo disse...

Se ainda fosse para uma linha não circular, permitindo que, após as obras, tudo fosse recolocado, estaria muito bem.
Mas isto é para construir uma linha que pouco ou nada de bom vem acrescentar ao metro de Lisboa.
Já a ampliação da linha vermelha a Campo de Ourique e aos Prazeres, e a ampliação da linha amarela até Alcântara, é vê-las por um canudo.

Anónimo disse...

o comentador das 829 quer explicar melhor a teoria da linha circular? é que não faz sentido nenhum

Anónimo disse...

Muito bom post. Estas obras são incompreensíveis, uma dor de cabeça para os moradores e pior, poderão apagar marcos históricos e arquitectónicos únicos da nossa cidade.