06/02/2020

Monges e Meretrizes....


Por Maria Ramalho, in Revista «PUNKTO»:

"Até há pouco tempo, a zona do Intendente, onde se ergue um imponente edifício em ruínas conhecido ainda como Hospital do Desterro, estava associada ao que se considerava mais desprezível numa cidade: prostituição, droga, roubo, sujidade, decadência… Mas eis que, num processo semelhante a tantos outros que se vivem actualmente em Lisboa, este território de «má fama» está a entrar no lucrativo negócio do imobiliário. O programa de «requalificação» do bairro, com o sugestivo nome de «Ai Mouraria», delineado pela Câmara Municipal em 2011 (era então António Costa presidente), rezava assim: «A operação de Requalificação do Espaço Público da Mouraria […] é a operação de maior visibilidade e a iniciativa mais indutora de novos comportamentos, não só em termos de convivialidade pública como também de reabilitação do edificado e de introdução de novas actividades». E o resultado foi tal que, nem passados seis anos, já os jornais anunciavam: «A requalificação feita nos últimos anos na zona do Intendente, em Lisboa, tornou este num local atrativo para investidores imobiliários, que veem ali uma “oportunidade de negócio” para reabilitar edifícios e vendê-los ou colocá-los no alojamento local.» [1] [...]"

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