Arq. Manuel Salgado
Cc. PCML, AML, DGPC, JF Campolide e media
No seguimento do noticiado hoje no Jornal Público, sob o título “Das ruínas da Vila Raul vai surgir um projecto para "uniformizar" Campolide” (https://www.publico.pt/2017/05/16/local/noticia/a-velha-vila-raul-1772244), dando conta que se encontra em apreciação nos serviços que V. Exa. tutela, um projecto de urbanização nova para todo o quarteirão entre a Rua Prof. Sousa Câmara, Rua Aviador Plácido de Abreu e Avenida Conselheiro Fernando de Sousa, que implicará com a demolição de todo o conjunto da Vila Raul, incluindo os 2 prédios da Rua Prof. Sousa Câmara;
Somos a protestar pelo facto de, conforme está expresso no artigo, a CML ter “definido índices e parâmetros urbanísticos para aquela área”, de modo a que a Vila Raul fosse entendível, quiçá por ignorantes, como valendo “zero” arquitectonicamente; e promovendo indirectamente a uniformização de cérceas (acabando com as “escalas díspares”) na linha do que foi feito nos quarteirões defronte ao Centro Comercial das Amoreiras, que nos abstemos de comentar e que críamos ser um paradigma já ultrapassado pela CML, por manifesta colisão com as boas práticas urbanísticas internacionais, cada vez mais na ordem do dia e porque, naturalmente, grande parte da riqueza da cidade de Lisboa reside nessa disparidade de escalas.
Mais solicitamos a V.Exa. que nos esclareça:
1.Se o Pedido de Informação Prévia aprovado pela CML em Dezembro de 2015, que concedeu direitos ao promotor Valor Ideal (propriedade do futebolista Rui Costa), foi aprovado em Reunião de CML?
2.Se a indicação dada pela CML ao promotor em termos de índices de construção foi feita ao abrigo do PDM se de outro instrumento de gestão urbanística em vigor para a zona?
3.Se existe algum relatório estrutural que permita afirmar, como o autor do projecto o faz, que a vila e os edifícios que lhe servem de pórtico são “irrecuperáveis”?
4.Se a CML já permite que sejam demolidas fachadas de azulejos?
5.Se, dada a magnitude do empreendimento em causa, a CML promoveu alguma forma de participação/discussão pública acerca do mesmo?
Melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Ricardo Mendes Ferreira, António Araújo, Beatriz Empis, Maria do Rosário Reiche, Maria de Morais, Júlio Amorim, Irene Santos, Gonçalo Cornélio da Silva, Miguel de Sepúlveda Velloso, Fernando Silva Grade, Jorge Pinto, Pedro Henrique Aparício, Inês Beleza Barreiros, Fátima Castanheira e Fernando Jorge
20 comentários:
Apoio os termos da carta enviada à CML.
Apoio incondicional.
Concordo plenamente! Como é possível irem destruir aqueles 2 prédios lindíssimos com azulejos característicos de uma época para colocarem um cubo de Legos que nada tem a ver com a arquitectura desta rua! Estou mto triste desde q li a notícia! Deveriam de ser integrados no projecto. Não demolidos! Obrigada por darem voz ao meu desagrado.
Inacreditável. Mais património a ir à vida! Este pojeto seguramente não cumpre o RMUEL, no que aos corpos balançados diz respeito. Actualmente no urbanismo da CML, as regras urbanísticas servem para quê? Cumpre quem quer!
É tão pouco harmonioso o resultado. Que desenquadramento. Tanta horizontalidade para quê?
Abominável!
Continua o bota a baixo! Soma e segue.
E eu que pensava que era proibido remover azulejos das fachadas em Lisboa. Pelo menos é o que está no RMUEL!
Plenamente de acordo. Mais um claro serviço à especulação imobiliária. Não há limites!
Mais um mau exemplo de como se pode intervir no tecido e na história da cidade! O pior possível.
Este projeto nada tem a ver com o local, nem com Lisboa, nem com preexistência. É mau demais para ser real. Inacreditável! Sendo este o resultado, nem parece que temos PDM. O bicho da especulação anda à solta! A quem compete defender a cidade, a CML, não está claramente a cumprir o seu papel. Nota negativa para o Urbanismo e com desagrado.
É exactamente isso: tanta horizontalidade para quê se todo o quarteirão tem linhas verticais? Má integração e enquanto arquitecto incomoda-me esta lei do menor esforço...
O resultado não é agradável, há uma evidente falta de harmonia e de integração. Não reconheço qualquer nivelamento na linguagem arquitectónica é um verdadeiro descalabro. Chega a ser desconcertante.
Mas não são corpos balançados, parece-me ser antes um corpo central recuado.
Vergonhoso. Petição pública?
Só ?
Só estas preocupações ?
Aquele quarteirão vai levar mais umas TORRES.
Taveira renascido ?
Chamem a POLÍCIA, não a nossa.
Informem-se nas próximas assembleias municipais.
Uma coisa é nao gostar do projecto, mas daí a dizer que são torres vai lá vai. Não é preciso exagerar.
Uma petição pública tem algum poder neste caso?
deitar tudo abaixo e contruir novo. Aquilo mete nojo!
Avé martelo pneumático e betão armado
Já ouvi dizer q iam repensar o projecto por forma a integrar as fachadas dos 2 prédios. Alguém tem mais informações?
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