Junta de Benfica volta atrás e decide afinal fazer jardim em vez de acesso automóvel
Depois da contestação, e já com as obras em curso, nova mudança de planos. A Junta de Freguesia de Benfica decidiu alterar, mais uma vez, o projecto de requalificação de um terreno situado entre a Rua General Morais Sarmento e a Praceta Maestro Ivo Cruz. Afinal, será ali construído um espaço verde e não uma via com circulação e estacionamento automóvel, como faziam prever os trabalhos no local – realizados pela Câmara Municipal de Lisboa a pedido da junta – e como estava previsto na mais recente versão do plano de requalificação da vizinha Rua Nina Marques Pereira. Trata-se do regresso ao plano inicial, que entretanto havia sido abandonado, para surpresa de alguns moradores, tal como O Corvo havia dado conta a 20 de abril. A decisão foi assumida pela presidente da junta, Inês Drummond (PS), num comunicado distribuído à população nesta quarta-feira (3 de maio).
No documento assinado pela autarca socialista, e no qual se recordam as razões que justificavam a ideia de abrir uma rua com circulação viária no baldio em causa, dá-se conta da alteração como uma consequência da contestação por parte de vários residentes. O que, aliás, motivou a realização de uma reunião no local, junto ao muro que delimita as antigas instalações do Laboratório Nacional de Investigação Veterinária (LNIV), na véspera (terça-feira, 2 de maio), com “vários moradores” e com o vereador da Mobilidade, Carlos Castro. “Considerando a pertinência dos argumentos bem como as preocupações expressas pelos moradores, ficou decidido na reunião não abrir o referido arruamento à circulação automóvel, criar ali um espaço verde e uma zona de circulação pedonal que poderá apenas ser utilizada apenas em caso de emergência pelas entidades competentes”, informa a presidente da Junta de Benfica.
No mesmo texto, Inês Drummond explica que, na referida reunião com residentes e o vereador, “ficou ainda decidido acautelar, aquando da construção do futuro empreendimento que irá nascer no antigo laboratório de Veterinária, a construção de um arruamento com circulação automóvel que permita descongestionar o trânsito do entroncamento da Rua Nina Marques Pereira com a Avenida Gomes Pereira”. Esse era, de resto, um dos argumentos apresentados pela autarquia, há algumas semanas, para fundamentar a desistência na construção do espaço verde há muito prometido e a opção por um arruamento com circulação automóvel e estacionamento. Com a reviravolta agora comunicada, tal ligação terá, todavia, de aguardar pela futura urbanização a surgir nos terrenos do LNIV.
“Estou em crer que a solução encontrada ontem trará mais-valias para esta zona quer em termos de segurança quer em termos de qualidade de vida”, diz a presidente da junta, depois de assinalar a importância da participação cívica e da “voz activa” dos moradores de Benfica na vida da freguesia. O Corvo sabe, no entanto, que alguns moradores daquela zona se queixam de não ter tido conhecimento da mencionada reunião, tal como garantem não ter sido auscultados aquando da primeira alteração de planos, que ditara a opção – entretanto abandonada – de construção da via automóvel e do estacionamento. Uma escolha que serviu para justificar o corte das árvores que ali existiam até há pouco tempo.
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2 comentários:
Pois é, não fomos ouvidos nesta reunião noturna no local. Não sabemos quem terá tido o privilégio de ter sido convidado para a reunião. Eu não fui nem a minha outra amiga, os quais há mais de cinco anos nos temos batido pela construção de espaço ajardinado. Desconhecemos os critérios que a Sra Presidente elege para convocar reuniões de fregueses de Benfica. Isto não abona nada a dita democracia participativa!Por outro lado, só demonstra as pressas e o calendário eleitoralista, em detrimento da prévia audição das pessoas antes da tomada das decisões.
O Código do Procedimento Administrativo já tem mais de 26 anos, mas continua a ser esquecido por alguns representantes dos poderes políticos/públicos.
E será que a Sra Presidente da JFB e/ ou a CML vão replantar as oliveiras e loureiro que de lá foram retirados, a pretexto da rua e estacionamento automóvel?
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