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22/02/2017

CML, muito OBRIGADO pelo regresso do Pavilhão mas lá dentro ficou armazém/hangar:


Não podiam ter mantido e recuperado os varandins, as bancadas, o palco, os bastidores? Porquê?

Fotos ("inauguração"): R da Gama

Foto (antes da obra): GG Photography

Foto (do antigamente): Arquivo Municipal de Lisboa

08/02/2017

Finalmentes


Não fora o abate despropositado de pinheiros mansos e aquela escada-rolante caricata nas traseiras, do lado da Sidónio Pais, e aquele bunker pseudo-PT, mais acima na mesma avenida, e seria perfeito, pelo menos por fora. Assim não é. Por que nunca há nada perfeito? Não sei.

Foto de Tiago Teixeira Cruz, in Facebook

23/11/2015

Pavilhão Carlos Lopes, Lisboa: O pavilhão que atravessou o Atlântico


In Público Online
Por ALEXANDRA PRADO COELHO (texto) e JOÃO CATARINO (ilustração)

«As notícias mais recentes sobre os projectos de reabilitação que, segundo técnicos da Câmara Municipal de Lisboa, poderão pôr em causa a identidade do Pavilhão Carlos Lopes levaram-me a subir o Parque Eduardo VII para olhar novamente para o velho Pavilhão dos Desportos. Parecia, à primeira vista, uma viagem pequena, mas acabou por me levar muito mais longe do que o previsto.

O pavilhão lá estava, naquele silêncio magoado dos edifícios que foram sendo esquecidos pelas suas cidades. Dois homens olhavam para ele com curiosidade, mas de resto não havia mais do que carros — o local em redor é hoje um parque de estacionamento — e alguns sem-abrigo. A decadência é grande: as estátuas estão sujas e perderam partes, faltam azulejos em quatro painéis de Jorge Colaço representando um Portugal épico (Cruzeiro do Sul, A Ala dos Namorados, Batalha de Ourique e Sagres), as portas estão fechadas, os vidros partidos.

Mas, seja qual for o futuro que lhe estiver reservado, vale a pena conhecer o passado deste edifício que já viveu grandes aventuras. Projectado pelos arquitectos Guilherme e Carlos Rebello de Andrade e Alfredo Assunção Santos, foi criado inicialmente para ser o pavilhão português na Exposição Universal do Rio de Janeiro, que se realizou entre Maio de 1922 e Março de 1923. Fabricado em Portugal, foi mandado para o Brasil onde desempenhou com dignidade o seu papel como Pavilhão Português das Indústrias.

A exposição brasileira foi grandiosa. Era a primeira grande festa depois do fim da I Guerra Mundial e, além disso, o Brasil, que comemorava 100 anos de independência, queria mostrar ao mundo o seu desenvolvimento. Os países participantes ergueram pavilhões faustosos e no Rio de Janeiro surgiu uma gigantesca cidade nova, que foi visitada por três milhões de pessoas.

Quando tudo terminou, aquele que viria a ser o Pavilhão dos Desportos de Lisboa não voltou imediatamente a casa e, em 1925, ainda recebeu a Primeira Exposição de Automobilismo do Rio de Janeiro. Quatro anos mais tarde, é finalmente desmontado e, em peças, inicia a travessia do Atlântico até Lisboa e, mais exactamente, ao Parque Eduardo VII, onde volta a ser montado a tempo de inaugurar a Grande Exposição Industrial Portuguesa, em Outubro de 1932.

Curiosamente, quando se procura na Internet alguma referência a esta Grande Exposição Industrial, o que se encontra não são imagens da inauguração do pavilhão, mas sim do que se passou em frente dele. O pequeno filme, realizado por Raul Reis e Salazar Diniz e disponibilizado pela Cinemateca Portuguesa, intitula-se África em Lisboa – Os Indígenas da Guiné na Grande Exposição Industrial Portuguesa.

As imagens iniciais são do mar e de um mapa. Logo passamos para outro plano em que julgamos reconhecer as árvores do Parque Eduardo VII, mas rapidamente a câmara leva-nos até à Aldeia Nova de Sam Corlá (o nome está escrito em português e em árabe). A legenda (o filme está sem som) é esclarecedora: “…onde nada lhes falta”. Estamos em África mas não saímos do parque no centro de Lisboa e o pavilhão está mesmo ali ao lado.

Vemos galinhas, cabras, palhotas, homens e mulheres de trajes tradicionais, a tratar os animais e a varrer o chão de terra com um feixe de pequenos ramos de árvore. Outra legenda: “Descascando o arroz, o seu principal alimento”. As mulheres trabalham, como se estivessem em África, lançando de vez em quando um olhar para a câmara. Os homens dedicam-se a artes e ofícios tradicionais. Percebe-se que são muçulmanos.

As legendas, desconcertantes, informam-nos que entre eles há um príncipe e uma princesa, sua irmã: “A fina flor da Guiné, cujos olhos mentem por não terem fé”. É o espectáculo do outro naquilo que pode ter de mais humilhante — e que chega ao ponto de, num capítulo intitulado “Indiscrições da objectiva”, acompanhar algumas das guineenses enquanto elas, nuas da cintura para cima, se lavam.

A minha intenção era contar o resto da história do Pavilhão dos Desportos (nome que passou a ter a partir de 1946), os grandes campeonatos desportivos, sobretudo de hóquei, as festas, os espectáculos, os comícios políticos, a nova mudança de nome, em 84, para Pavilhão Carlos Lopes, e, nos últimos anos, o encerramento por falta de condições e a decadência.

Mas a verdade é que o espaço desta crónica acabou e, como me acontece muitas vezes, a viagem levou-me para outros lados e acabei por me deter na tristemente anacrónica aldeia africana em pleno Parque Eduardo VII, aos pés de um pavilhão vindo do Rio de Janeiro para uma Lisboa que ainda não tinha aprendido a olhar o mundo. »

11/11/2015

Incredulidade e protesto pelas demolições pré-anunciadas para o Pavihão Carlos Lopes


Exmo. Senhor Presidente
Dr. Fernando Medina


C.C. AML, DGPC, Vereador Urbanismo, ATL

Serve o presente para manifestarmos a nossa estupefacção pelo facto de o pedido de licenciamento de obras de reabilitação do Pavilhão Carlos Lopes e respectiva área envolvente (Proc. nº 1243/EDI/2015) ter por base obras de demolição que não foram mencionadas aquando do anúncio público sobre a constituição de direito de superfície da CML para a Associação de Turismo de Lisboa (ATL), em Junho passado, cujos responsáveis foram então peremptórios em afirmar que as futuras demolições no pavilhão apenas passariam pela “substituição do telhado em amianto” e pelo “recinto de jogos a fim de criar um espaço amplo para eventos e afins“.

Desde modo, apresentamos o nosso protesto pela CML estar prestes a aprovar, contrariando os pareceres técnicos dos próprios serviços (vide Informação Nº 41859/INF/ECR-CMP/GESTURBE/2015, de 15 de Setembro de 2015):

· A demolição do interior da ala norte (salão com galeria, colunas, painéis de azulejos – demolições a nosso ver inúteis e não “vitais para o projecto”, como os projectistas reclamam);
· A demolição do interior dos torreões do lado nascente (escadaria, elementos em ferro, estuques, etc. - demolições a nosso ver inúteis e não “vitais para o projecto”, como os projectistas reclamam);
· A abertura de vãos nos alçados norte e sul (demolições a nosso ver inúteis e não “vitais para o projecto”, como os projectistas reclamam, e que irão desfear irremediavelmente os respectivos alçados);
· O envidraçamento das galerias em colunata da fachada principal (será a forma mais fácil de prevenir novos roubos de azulejos mas é básica e desfeia o local);
· A abertura de terraços na cobertura para colocação de equipamentos técnicos (ar-condicionado), que irão desvirtuar as coberturas do pavilhão e resultar num impacto visual negativo visto este ser visível a partir de toda a envolvente de 360º (há outras formas menos intrusivas de resolver estas instalações técnicas nomeadamente enterrando-as ou integrando-as na geometria original das coberturas);
· O abate de várias árvores na envolvente do pavilhão, o que não deixa de ser caricato, dada a área desafogada em que o pavilhão se encontra e que possibilita toda e qualquer movimentação de máquinas e pessoas.

Resumindo, cremos que a nova função/uso a dar ao Pavilhão Carlos Lopes deve fazer um esforço para se adaptar ao edifício existente e nunca o contrário como se verifica em demasiados aspectos deste projecto.

Solicitamos a melhor atenção a este protesto, Senhor Presidente.

Com os melhores cumprimentos​

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Alexandre Marques da Cruz, Maria do Rosário Reiche, Miguel Atanásio Carvalho, Virgílio Marques, Fernando Jorge, Jorge Santos Silva, Júlio Amorim, Paulo Lopes, Rita Filipe Silva, Bruno Rocha Ferreira, Luís Marques da Silva, Miguel de Sepúlveda Velloso, Rosa Casimiro, João Oliveira Leonardo, Carlos Miguel Jorge, Jorge Pinto, Pedro Henrique Aparício, Fátima Castanheira e Beatriz Empis

02/07/2015

Pavilhão Carlos Lopes poderá acolher espaço museológico dedicado ao atleta


In Público (1.7.2015)
Por Inês Boaventura

«A Câmara de Lisboa aprovou a celebração com a Associação de Turismo de Lisboa de um protocolo que "disciplina a recuperação e utilização" do imóvel no Parque Eduardo VII.

A Associação de Turismo de Lisboa (ATL), à qual a Câmara de Lisboa deliberou ceder o Pavilhão Carlos Lopes por um período de 50 anos, fica obrigada a manter a designação do imóvel, comprometendo-se ainda a “dialogar” com o atleta português para encontrar uma forma de lhe prestar no espaço a “justa homenagem pelos seus feitos e carreira”.

Esse tributo, diz-se no protocolo que vai ser celebrado entre o município e a ATL, poderá “incluir a exposição de objectos e peças, fotografias, exibição de filmes e informação aos utilizadores, em condições a definir”. A minuta desse protocolo, “que disciplina a recuperação e utilização futura do Pavilhão Carlos Lopes em regime de direito de superfície, para eventos de natureza diversa”, foi aprovada esta quarta-feira em reunião camarária, com o voto contra do PCP.

“Mudar de opinião muitas vezes é uma prova de inteligência. Ainda bem que o presidente da câmara mudou de opinião”, reage o vereador do CDS, que na semana passada tinha defendido que a requalificação do imóvel no Parque Eduardo VII incluísse a criação de um espaço museológico que albergasse o espólio de Carlos Lopes. Como essa ideia não foi na altura acolhida pelo executivo camarário, João Gonçalves Pereira anunciou que iria apresentar, em conjunto com o vereador social-democrata Fernando Seara, uma proposta nesse sentido.

Com o protocolo agora discutido, o executivo presidido por Fernando Medina acabou por se antecipar a essa iniciativa. “O presidente não quis escrever que é um espaço museológico mas a descrição que faz é de um espaço museológico”, diz o vereador do CDS, acrescentando que vê como “positiva” esta “mudança de opinião de uma semana para a outra”.

“Era de elementar justiça que este espaço fosse encontrado”, frisa o autarca, criticando que o espólio do atleta esteja hoje “enfiado na garagem em casa dele, em Torres Vedras”. Algo que, considera João Gonçalves Pereira, “só pode envergonhar qualquer português”.

No protocolo que vai ser celebrado com a ATL diz-se ainda que a câmara poderá realizar no Pavilhão Carlos Lopes “até 15 eventos por ano”, “sem custos de aluguer ou outros”. Caso esse limite seja ultrapassado, o município beneficiará de “um desconto de 25% sobre os preços de tabela no aluguer”.

“Estamos a pôr um remendo em pano velho”, avalia o vereador Carlos Moura, do PCP, considerando que aquilo que é proposto “não é satisfatório”. “A câmara tinha os meios, o projecto e os dinheiros do Casino de Lisboa”, nota o autarca, que continua a defender que o município devia assumir a requalificação e a gestão do imóvel histórico e não entregá-las a terceiros.

Quanto à possibilidade de no imóvel nascer um espaço museológico dedicado a Carlos Lopes, Carlos Moura manifesta algumas dúvidas. “Corremos o risco de de hoje para amanhã termos o espólio exposto num centro de congressos. Não é a coisa mais indicada."

Venda da antiga Feira Popular aprovada

Também aprovada nesta reunião de câmara foi a proposta relativa à realização de uma hasta pública para a alienação dos terrenos da antiga Feira Popular, por um valor base de 135,7 milhões de euros. Na votação do documento, que esteve em discussão na reunião da passada semana mas só agora foi votado, PSD, PCP e CDS abstiveram-se.»

13/06/2015

Uma belíssima notícia, e espero que seja desta e que dê certo!


In Diário de Notícias/LUSA (13.6.2015)

«Câmara de Lisboa quer Associação de Turismo a requalificar Pavilhão Carlos Lopes

Valor estimado para intervenção no local é de 8,5 milhões de euros.

A Câmara de Lisboa discute na quarta-feira a constituição, por 3,5 milhões de euros, de um direito de superfície sobre o Pavilhão Carlos Lopes, abandonado há vários anos, a favor da Associação de Turismo de Lisboa (ATL), que o requalificará.

"O direito de superfície a constituir destina-se exclusivamente à realização de obras de reabilitação daquele local (Pavilhão Carlos Lopes) e da respetiva área envolvente, para possibilitar a realização de eventos, nomeadamente de caráter cultural, artístico e desportivos levados a cabo pela ATL", refere a proposta assinada pelo vereador do Urbanismo da capital, Manuel Salgado, e à qual a agência Lusa teve hoje acesso. [...] Por isso, o executivo municipal de maioria socialista vai debater a desafetação do domínio público para o domínio privado municipal, bem como a constituição de um direito de superfície sobre uma área de 12,9 mil metros quadrados, pelo prazo de 50 anos e por cerca de 3,5 milhões de euros. O valor estimado para intervenção no local é de 8,5 milhões de euros, indica a proposta. A autarquia recorda que, com esta requalificação feita pela ATL, tem uma "redução dos encargos". Para o município, "a ATL possui características ímpares, condições e valências, nos domínios relacionados com as atribuições desta autarquia, em matéria turística, cultural e desportiva, situação que fundamentou os protocolos existentes entre as duas entidades". Esta associação do turismo tem também "uma vasta experiência na recuperação e reabilitação de equipamentos e edifícios de interesse patrimonial", salienta-se. [...]»

11/02/2015

Futuro do Pavilhão Carlos Lopes volta à estaca zero e junta responsabiliza câmara


In O Corvo (11.2.2015)
Por Fernanda Ribeiro

«Lamentável. Assim qualifica o presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, o social democrata Daniel Gonçalves, a atitude da Câmara Municipal de Lisboa (CML), por permitir que o Pavilhão Carlos Lopes, abandonado há mais de 10 anos e a degradar-se, continue sem solução à vista. [...] Esta situação é “lamentável”, considera agora o presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas, em cujo território se localiza o pavilhão – inicialmente construído no Rio de Janeiro, Brasil, para a Grande Exposição de 1922, só mais tarde foi erguido junto ao Parque Eduardo VII, onde funcionou como Pavilhão dos Desportos, antes de, na década de 80, se transformar no Pavilhão Carlos Lopes.

“Fico chocado, mas acima de tudo triste, por ver o desprezo que a CML tem tido no caso do Pavilhão Carlos Lopes. É lamentável que a CML tenha deixado degradar um edifício com tremendo valor cultural, patrimonial e afetivo para os Lisboetas” disse ao Corvo Daniel Gonçalves. O autarca não apresenta qualquer ideia para a reabilitação daquele património, algo que, disse, “é da competência exclusiva da câmara”. “Relativamente ao que deverá ser feito julgo que compete ao Dr. António Costa encontrar uma solução para financiar a recuperação deste emblemático Pavilhão de Lisboa, recorrendo, eventualmente, a parcerias que permitam resolver com urgência esta questão”, diz.[...]»

...

Ok, mas a Junta podia ser pró-activa neste particular. Que tal tentarem liderar o processo e fazer deste pavilhão uma causa da Junta até final do mandato? Que tal "protocolizarem" com a CML? Que tal começarem a sondar potenciais investidores/parceiros na zona? (estou-me a lembrar de vários que aceitariam de bom grado...). A obra não precisa de ser só de uma vez, pode ser por tranches. Que tal?

05/09/2014

Sugestão para a recuperação do Pavilhão dos Desportos/Pavilhão Carlos Lopes


Exmo. Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Dr. António Costa,
Exmo. Senhor Presidente da Junta de Freguesia das Avenidas Novas
Dr. Daniel Gonçalves,
Exmo. Senhor Director-Geral da Associação de Turismo de Lisboa
Dr. Vítor Costa


Como é do conhecimento de Vossas Excelências, o estado actual do Pavilhão dos Desportos/Pavilhão Carlos Lopes, sito no Parque Eduardo VII, inspira os maiores cuidados a todos quantos se importam com o património de Lisboa, conforme reportam as fotos em anexo, tiradas recentemente, e a reportagem da SIC emitida há poucos meses - há, inclusive, portas abertas para o exterior, pessoas a pernoitarem no interior e foram já danificados azulejos dentro do espaço.

Escusado será lembrarmos as vicissitudes várias por que tem passado este legado da Grande Exposição Internacional do Rio de Janeiro, de 1923, designadamente quanto ao encontrar uma solução definitiva acerca da sua recuperação e viabilização como equipamento ao serviço da população de Lisboa. Este edifício, aliás, embora tenha sido concebido para ser temporário, terá ganho considerável reforço construtivo aquando das obras de adaptação para o mundial de hóquei em patins de 1947.

Trata-se, a nosso ver, além de um belo exemplo da Arquitectura Ameaçada dos Séculos XIX e XX, enquanto pavilhão de gosto ecléctico e revivalista, como o atestam a sua silhueta, a sua planta e os seus elementos decorativos, dos azulejos às esculturas das fachadas e interior; de um equipamento fundamental para a revitalização de que todos ansiamos para o Parque Eduardo VII e a sua envolvente, cuja fruição pelos lisboetas continua a ser insuficiente, dado o potencial evidente, e efémera, sobretudo em função da Feira do Livro e de outros acontecimentos esporádicos.

Ultrapassados que estão os projectos, mais ou menos megalómanos, de recuperação deste Pavilhão, que passavam, alguns deles, pela total demolição do interior do edifício, pela adulteração da fachada a nascente com intervenção de cariz "contemporâneo", outro, e por investimentos de grande escala, todos ; solicitamos a Vossas Excelências, enquanto responsáveis máximos das entidades a quem cabe encontrar uma resolução do problema, CML (proprietária), Junta de Freguesia das Avenidas Novas (órgão eleito pela Freguesia respectiva) e Associação de Turismo de Lisboa (o Pavilhão tem, antes de mais, um extraordinário potencial turístico-económico-cultural), que cheguem a um entendimento quanto ao futuro imediato do Pavilhão, permitindo-nos sugerir que esse entendimento passe pela:

1. Efectivação de um convénio entre a CML, Junta de Freguesia das Avenidas Novas e Associação de Turismo de Lisboa (ATL), no qual a CML proceda à cedência provisória do Pavilhão conjuntamente àquela Junta e à ATL, por um período de 3 anos (até final do corrente mandato), renováveis por 4 anos por acordo mútuo e consoante os resultados entretanto atingidos, com vista ao desenvolvimento e à implementação urgente de um projecto de recuperação total do edifício.

2. Nesse protocolo, a Junta de Freguesia e a ATL assumiriam a recuperação do edifício como sendo um projecto estruturante para a Freguesia e para o turismo da capital, responsabilizando-se por:

2.1 Encetarem, urgentemente, um levantamento exaustivo das condições estruturais do edifício e das necessidades do reforço imediato das mesmas, recorrendo a:

a) Protocolo com entidade independente de reconhecido mérito na área da engenharia de estruturas, com vista à elaboração e acompanhamento de projecto.
b) Mecenas na área da hotelaria e afins, existentes nos limites geográficos da Freguesia e ao “crowdfunding”, para efeitos de angariação dos fundos necessários a esse fim.

2.2 Planearem, calendarizarem e desenvolverem a intervenção de recuperação total do edifício, exterior e interior, assente no recurso a verbas próprias e ao mecenato, “crowdfunding”, Orçamento Participativo (ex. parte específica da obra - reparação do telhado, reparação da fachada principal, restauro da azulejaria) e aos instrumentos existentes de apoio à reabilitação urbana e à valorização turística.

2.3 Desenvolver, em parceria com os pólos universitários existentes na Freguesia, o necessário estudo de mercado sobre que projecto de ocupação/exploração futura do Pavilhão (ex. uma solução mista entre a prática(ensino) desportiva possível e/ou mercados Campo de Ourique/Ribeira e saraus e eventos culturais/artesanato?), de modo a que seja possível garantir a boa prossecução dos objectivos propostos, isto é, garantir o resgate definitivo do Pavilhão e o seu pleno usufruto pela população, contribuindo em última instância para a melhoria significativa da oferta turística da capital e para o "upgrade" do Parque Eduardo VII.

3. Em resultado disso, seja lançado o necessário concurso público para viabilizar o desiderato do ponto anterior, seja pela concessão global de todo o edifício, seja parcial.

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, José Filipe Soares, Bernardo Ferreira de Carvalho, Rui Martins, Pedro Henrique Aparício, Alexandre Marques da Cruz, Miguel de Sepúlveda Velloso, Júlio Amorim, Paulo Lopes, Jorge Manuel Batista, Virgílio Marques, Inês Beleza Barreiros, Gonçalo Maggessi

Cc. AML, DGPC e Media

Fotos: Rui Martins

02/05/2014

Mas, afinal, quanto custa recuperar o Pavilhão Carlos Lopes?


Estruturalmente, estamos a falar de quanto? Recuperação do telhado e restauro das fachadas e dos azulejos, quanto? Podia-se avançar com campanha por fases, antes de qualquer megalomania ou projecto de alterações que destrua a unidade de conjunto, antes de 'invenções' e toques de autor como o eram a alteração prevista na fachada nascente no projecto de 2006. Alguém sabe de quanto estamos a falar?

10/07/2013

CÂMARA AFASTA BRUNO DE CARVALHO DA EXPLORAÇÃO DO PAVILHÃO CARLOS LOPES


In Blog O Corvo (9/7/2013)
Texto: Fernanda Ribeiro Fotografia: Samuel Alemão

«Ainda não é desta que o Pavilhão Carlos Lopes é reabilitado e passa a ter uso. A Câmara Municipal de Lisboa vota amanhã a exclusão da proposta apresentada pela Fundação Aragão Pinto, liderada por Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, que ganhara o concurso público internacional para a reabilitação e exploração do pavilhão. Em Março passado, muitos rejubilaram com a notícia de que havia uma proposta vencedora no concurso público internacional aberto pela Câmara Municipal de Lisboa para a concessão da exploração do Pavilhão Carlos Lopes: a da Fundação de Solidariedade Social Aragão Pinto, liderada por Bruno de Carvalho, actual presidente do Sporting.
Isso significava que, ao fim de mais de dez anos inactivo e a degradar-se profundamente, aquele equipamento colectivo da cidade iria ser recuperado, num investimento estimado em perto de sete milhões de euros. Significava também que passaria a ter ocupação, com as funções de um pavilhão multiusos, não só com valências desportivas, como permitindo a realização de eventos, o que poderia dinamizar a área onde se encontra.
A proposta de concessão à Fundação Aragão Pinto, a troco de rendas a pagar à autarquia, fora apresentada pelo vereador do Desporto, Manuel Brito. Na altura, a ideia foi questionada pelos vereadores da oposição, que quiseram saber qual seria o destino dos três milhões de euros de verbas do Casino de Lisboa, que a câmara previa aplicar na recuperação do Pavilhão Carlos Lopes. Em declarações à Lusa, em Março, o vereador Manuel Brito afirmou que a autarquia poderia utilizar esse montante para reduzir o prazo da concessão, que no máximo poderia ser de 35 anos.
Mas eis que na ordem de trabalhos da reunião camarária de amanhã, dia 10 de Julho, surge uma proposta subscrita por Manuel Brito e também pelo vice-presidente da câmara, Manuel Salgado, que prevê a exclusão da proposta que em Março era dada como vencedora, a de Bruno de Carvalho, entretanto eleito presidente do Sporting. O Corvo tentou apurar junto da Câmara Municipal de Lisboa quais os motivos na origem do abandono da proposta apresentada pela Fundação Aragão Pinto. Mas não encontrou resposta às questões colocadas. O vereador Manuel Brito fez saber, através da assessora de imprensa da presidência, que não prestava declarações e só depois da discussão em câmara falaria sobre o assunto.
Infrutíferas foram também as tentativas feitas pelo Corvo junto do gabinete do vereador Manuel Salgado, que remeteu para o gabinete de comunicação e marca. Este gabinete respondeu ao Corvo via email: ” Infelizmente, não nos é possível atender ao seu pedido e enviar a proposta solicitada. Lamentamos eventuais inconvenientes”.
Já a oposição manifestou desejo de esclarecer a sua posição. “A proposta de concessão estava desde o início mal formulada. Não solicitava ao concorrente as necessárias garantias bancárias e, ainda por cima, tratando-se de uma IPSS. Por isso, pedimos a retirada daquela proposta para que fosse reformulada”, disse ao Corvo o vereador do PSD Victor Gonçalves.
Mas, segundo Victor Gonçalves, a autarquia terá optado por tentar anular a proposta e “contestar o júri do concurso, por ter aceitado as condições apresentadas pelo concorrente”.
“Está mal, isso é pôr em causa o júri, que era presidido por um director municipal. E agora, com a exclusão da proposta, volta tudo à estaca zero e o Pavilhão Carlos Lopes continua a degradar-se”, salientou Victor Gonçalves. O pavilhão não só continua a degradar-se, como essa situação se mantém sem solução à vista.»

...

Estava-se a ver... a CML implicou por alegada ligação da fundação a capitais da IURD, segundo consta

22/03/2013

Passagens de modelos e “discoteca intimista” no Pavilhão Carlos Lopes


In Público (22/3/2013)
Por Inês Boaventura e Paulo Curado

«A Fundação Aragão Pinto, a quem a Câmara de Lisboa se prepara para concessionar a exploração do Pavilhão Carlos Lopes, pretende que este edifício histórico volte a ser palco de eventos desportivos e de concertos. Mas o projecto da fundação prevê também outras actividades, como “passagens de modelos, festas e até uma discoteca mais intimista”, com “bares de apoio”.

A explicação é de Bruno de Carvalho, presidente daquela fundação de solidariedade social, criada em 2009 com a missão de apoiar crianças e jovens carenciados e com necessidades especiais. Em entrevista ao PÚBLICO, o também candidato à presidência do Sporting afirmou que a reabilitação do edifício, avaliada em cerca de sete milhões de euros, será assegurada “por fundos da fundação e através de acordos com parceiros que irão fazer a exploração de actividades que não estão na esfera da fundação, nomeadamente ao nível do estacionamento e da gestão hoteleira e de espectáculos”.

“Vamos fazer a recuperação total do pavilhão, mas vamos manter toda a traça a nível exterior. A nível anterior, toda a arena vai desaparecer e será construída uma nova”, refere Bruno de Carvalho. O empresário acredita que, depois desta intervenção, o pavilhão poderá albergar “grandes eventos europeus e mundiais desportivos”, bem como “concertos de todo o tipo de música e teatro”. Vão também realizar-se concertos de Verão no exterior, “mais relacionados com as várias culturas regionais do país”.

“Vamos ter uma sala que é lindíssima e que pretendemos alargar. Pensámos fazer ali eventos, passagens de modelos, festas e até uma discoteca mais intimista. Terá também bares de apoio interiores e nas galerias exteriores”, descreve Bruno de Carvalho. Está prevista ainda a instalação no local do “Museu Carlos Lopes” e a construção de um parque de estacionamento subterrâneo, valência cuja necessidade é destacada pelo empresário atendendo a que “o pavilhão vai passar a ter uma utilização diária”.

Bruno de Carvalho não nega que este projecto da Fundação Aragão Pinto (que passará a ter no pavilhão a sua sede e secretariado) poderá também servir ao clube a cuja presidência é candidato: “Caso ganhe as eleições no Sporting, este espaço poderá ser uma belíssima ajuda para as modalidades do Sporting. Servirá de espaço para treinar, mas não irá inviabilizar a construção de um pavilhão perto do Estádio José de Alvalade.”

A votação da proposta que previa a entrega à fundação do Pavilhão Carlos Lopes, na sequência de um concurso público lançado em 2012, chegou a estar agendada, mas a Câmara de Lisboa acabou por adiá-la até que aquela entidade apresentasse uma garantia bancária e esclarecesse quais as formas de financiamento de que dispunha para financiar o projecto. “Este foi um concurso público internacional e o júri deu-nos a vitória, o que significa que nós cumprimos na totalidade os regulamentos e as suas exigências, quer ao nível do projecto de arquitectura, quer ao nível de explicação de memória descritiva, quer ao nível do modelo de sustentabilidade financeira”, reage Bruno de Carvalho.

Rita Magrinho, que foi vereadora com o pelouro do Desporto, considera “um bocado estranho” o projecto agora apresentado para o edifício. A deputada do PCP na assembleia municipal é contra a concessão do espaço, defendendo que este devia permanecer nas mãos do município, que podia promover a sua reabilitação com as contrapartidas do Casino de Lisboa (uma parcela de 1,7 milhões de euros foi destinada para esta reabilitação e não se sabe que destino tiveram) e com verbas comunitárias, através de candidatura ao QREN.


Edifício definha à espera de reabilitação

Aqui há vidros partidos e paredes rabiscadas

Encerrado em 2003 por falta de condições de segurança, o pavilhão criado na década de 20 do século passado para celebrar o 100.º aniversário da independência do Brasil, é hoje uma sombra do que já foi. Tomado de assalto por pombos e outra passarada ruidosa que vê nos vidros partidos uma oportunidade, o edifício está rabiscado e rodeado de ervas daninhas que crescem sem que ninguém lhes ponha um travão. Junto às estátuas em pedra representando a arte e a ciência, que ladeiam o pórtico nobre, há ainda sinais de um dos vários projectos para o Pavilhão Carlos Lopes que não passaram disso mesmo. As faixas anunciando a criação de um Museu Nacional do Desporto, a inaugurar em 2011 segundo os planos do Governo de José Sócrates, lá continuam, ainda que rasgadas e com uma cor desmaiada que deixa adivinhar o abandono a que o edifício foi votado nos últimos anos. “É uma dor de alma o estado de degradação em que se encontra o pavilhão”, dizia António Costa em 2008. Resta saber o que diria hoje.»

14/03/2013

Exigidas garantias a fundação. Concessão do Pavilhão Carlos Lopes adiada


In Público (14/3/2013)

«A Câmara de Lisboa devia ter votado ontem uma proposta que previa a entrega à Fundação de Solidariedade Social Aragão Pinto, cujo conselho de administração é presidido pelo candidato à presidência do Sporting Bruno de Carvalho, da reabilitação e exploração do Pavilhão Carlos Lopes. Mas a proposta acabou por ser adiada. A autarquia vai exigir à fundação, que foi a única concorrente ao concurso público lançado em 2012, que apresente uma garantia bancária e esclareça quais as formas de financiamento de que dispõe. A reabilitação do pavilhão está orçada em cerca de sete milhões de euros, prevendo-se que este equipamento mantenha a sua valência desportiva, permitindo também o desenvolvimento de actividades como conferências. Os vereadores do CDS e do PSD criticaram, soube o PÚBLICO, a extemporaneidade da apresentação desta proposta, por considerarem que poderia interferir com a campanha eleitoral em curso no Sporting.»

12/03/2013

Fundação de Bruno de Carvalho vai explorar Pavilhão Carlos Lopes


In Público Online (12/3/2013
LUSA

«A Fundação de Solidariedade Social Aragão Pinto, presidida por Bruno Carvalho (candidato às eleições no Sporting), vai reabilitar e explorar o Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, depois de a autarquia ter avançado com um concurso público internacional de concessão para travar a degradação do espaço, fechado há décadas.

[...] Segundo uma proposta do vereador de Desporto, Manuel Brito, a que a agência Lusa teve acesso, a Câmara de Lisboa prepara-se para aprovar na quarta-feira "a proposta do relatório final do júri do concurso público para concessão da exploração do Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, com os fundamentos constantes do referido relatório e, nesses termos, adjudicar a proposta apresentada pelo concorrente Fundação de Solidariedade Social Aragão Pinto".

A concessão gerou alguma discussão junto da oposição, com os vereadores a questionarem qual seria o destino dado a uma verba de três milhões do Casino de Lisboa, prevista para a recuperação do espaço. Na ocasião, Manuel Brito disse que a autarquia poderia usar esse montante para reduzir o prazo de concessão (que pode alcançar um máximo de 35 anos) do Pavilhão Carlos Lopes.

[...] O concurso visou "a concessão de exploração do Pavilhão Carlos Lopes associada a um projecto de pavilhão multiusos que, simultaneamente, garanta a manutenção da valência desportiva do espaço e permita o desenvolvimento de outras actividades, como conferências ou colóquios, criando um novo polo de dinamização da zona", refere a proposta...»

11/03/2013

Finalmente, será?


Na ordem de trabalhos da reunião de CML dia 13:

«1 - Proposta n.º 145/2013 (Subscrita pelos Srs. Vereadores Manuel Salgado e Manuel Brito) Aprovar a Proposta de Adjudicação referente ao Concurso Público Internacional para celebração de contrato de concessão de exploração relativo ao Pavilhão Carlos Lopes, nos termos da proposta;»

... já agora, alguém pode disponibilizar o teor do concurso? Obg.

11/05/2012

Pavilhão Carlos Lopes. Medalha de ouro na arquitectura e de lata no aproveitamento

In I Online (11/5/2012) Por Rui Miguel Tovar

«Uma viagem ao edifício com mais ervas daninhas (e ainda não estamos a falar de políticas nem de políticos)

Faltam 15 dias para a maratona de Los Angeles. Em Lisboa, o atleta Carlos Lopes treina-se. Ou talvez não... De repente, é varrido por um carro, perto do Estádio da Luz. O condutor é um tal Lobato Faria, comandante da TAP, ao volante de um Mercedes SL. “Fui ao ar e fiquei lá por uns segundos. Depois caí, com força. Levei algum tempo a levantar-me com medo de pensar que já não ia a Los Angeles. Ergui-me e comecei a correr, mas o senhor que me atropelou insistiu em levar-me ao Hospital de Santa Maria. Lá, fiz radiografias à cabeça e à bacia. Os exames repetiram--se na Clínica de São Lucas. Estava bem, sentia-me bem e o sonho da medalha olímpica continuava bem presente.” [...] Em Lisboa, o atleta Carlos Lopes treina-se. Ou talvez não... De repente, é alvo de mais uma homenagem. Está a ver aquele edifício majestoso entre o Parque Eduardo VII e a saída do metro Parque? Esse mesmo.

Idealizado pelos arquitectos Guilherme e Carlos Rebello de Andrade e Alfredo Assunção Santos, é construído no Brasil para a Grande Exposição Internacional do Rio de Janeiro, inaugurada a 21 de Maio de 1923. Mais tarde é reconstruído em Lisboa, com o nome de Palácio das Exposições. A Grande Exposição Industrial Portuguesa é o acontecimento ideal para a sua rentrée, a 3 de Outubro de 1932. Adaptado para receber eventos musiciais e desportivos desde 1946, é palco do Mundial de hóquei em patins em 1947 (ganho por Portugal, sem uma derota sequer em seis jogos) mais uma infinidade dos afamados Jogos da Cidade de Lisboa (um batalhão de miúdos a subir e a descer a rua entre provas e mais provas), antes de mudar o nome para Pavilhão Carlos Lopes. Desconhecemos se o próprio Carlos Lopes ainda se passeia por lá mas desaconselha-se completamente. Seria varrido outra vez. Por um carro chamado desgosto XXL.

“Aquilo” está ao abandono. Continua a ser uma obra majestosa e grandiosa, com significado histórico, só que ao abandono. As ervas daninhas (calma, ainda não estamos a falar de políticas nem de políticos) circundam o edifício e até aventuram-se dentro dele. As pessoas passeiam--se alegremente pela Feira do Livro e depois deparam-se com “aquilo”. A bela e o monstro ao mesmo tempo.

Quem se assusta facilmente, pára à frente da porta principal e perde segundos, minutos a olhar para a infra-estrutura. Quem não se assusta facilmente, também pára à frente da porta principal e perde segundos, minutos a olhar para a infra-estrutura. É impossível ficar indiferente. Encerrado desde 2003, é prometida a reabilitação do Pavilhão Carlos Lopes com o sonante Museu do Desporto mas a ideia perde-se entre as ervas daninhas (agora sim). Em 2008, por exemplo, a ideia é lançada pelo governo mas não sai do papel. Chega-se agora à conclusão de erguer um Museu/Casa do Património do Desporto no Palácio Foz, na Praça dos Restauradores, de acordo com o email de resposta de António Matos, assessor de Alexandre Mestre, secretário de Estado do Desporto e da Juventude. Da Câmara Municipal de Lisboa, ninguém atende telefonemas ou responde a mensagens para esclarecer. É o black-out. Um pouco à imagem do Carlos Lopes (o pavilhão), continuamente varrido da memória dos portugueses. O seu interior, claro. Porque o exterior é medalha de ouro na arquitectura e na localização.»

...

O estado do Pavilhão Carlos Lopes é uma vergonha imensa!! Mais vergonhoso ainda é assistir às sucessivas promessas vãs. Pergunto-me que terá feito a CML ao dinheiro que estava cabimentado via receitas do Casino para a recuperação do pavilhão?

22/12/2011

Museu do Desporto perdido entre Pavilhão C. Lopes e Palácio Foz

In Diário de Notícias (22/12/2011)
Por Cipriano Lucas

«História. O histórico edifício nos Restauradores irá receber espólio de antigos campeões


O orçamento de Estado para 2012 prevê a criação de um Museu/Casa do Património do Desporto no Palácio Foz, na Praça dos Restauradores, em Lisboa, e não no abandonado Pavilhão Carlos Lopes, no Parque Eduardo VII, como tinha sido aprovado pela edilidade da capital em 2008. Apesar do Orçamento de Estado (OE) para 2012 apresentar um corte no desporto de 18,8 % -para uma despesa prevista de 83,4 milhões de euros -, o Governo considera que a criação deste espaço é uma "prioridade imediata", integrando as pretensões no documento para as Grandes Opções do Plano para 2012/2015.

O Museu do Desporto poderá ser agora, finalmente, criado num definitivo grande espaço -após uma ideia iniciada em 1932 (ver cronologia) - para receber o espólio de antigos desportistas e campeões portugueses. Entre eles Gentil Martins, atleta olímpico no tiro nos Jogos de Roma 1960, constituído por colecções de filatelia, cromofilia, cartofilia, numismática relacionada com o desporto, arte, bibliografia antiga acerca de desporto, jornais, revistas e outras publicações acerca deste tema. Também possui material médico utilizado na medicina desportiva, galhardetes, caricaturas, jogos e brinquedos infantis e material desportivo.

Segundo o DN apurou o Palácio Foz, considerado imóvel de Interesse Público desde 1971, actualmente ocupado pelo Instituto de Comunicação Social e por um posto de turismo, receberá, não só o espólio desportivo nacional, mas terá também integrará outras valências relacionadas com o aproveitamento turístico na promoção e venda de produtos relacionados com os actuais e antigos campeões do desporto nacional. Recorde-se que o projecto de criação de um museu do desporto em Portugal não sai do papel desde 1932, com a primeira exposição ao público de peças ligadas ao desporto num palácio de Calhariz, em Lisboa.

Nos anos setenta sucederam as comissões com o mesmo objectivo, mas só em 1984 foi criado um grupo de trabalho que organizou, precisamente no Palácio Foz, a exposição "Lendas e Figuras do Desporto Português. Evento que esteve na base do Museu Nacional do Desporto que numa primeira fase se instalou provisoriamente no Complexo Desportivo da Lapa. Em finais de 2008, o lançamento do Museu foi feito com apresentações formais, pelo Governo de José Sócrates e pelo município de Lisboa. Segundo os responsáveis políticos da época, o financiamento estava garantido por dotação do Turismo de Portugal - através de verbas das contrapartidas do jogo do Casino de Lisboa (1,7 milhões de euros) -, o concurso público fora lançado, tudo foi publicado em Diário da República, mas as obras não chegaram a começar.

CRONOLOGIA

EXPOSIÇÃO TRIUNFAL

A ideia da criação de um Museu do Desporto em Portugal, remonta à Exposição Triunfal do Desporto Português, promovida em 1932, em Lisboa, pelo Comité Olímpico, em colaboração com o Automóvel Clube e outras colectividades, no Calhariz. Aí foram expostas peças ligadas ao desporto.

FIGURAS E LENDAS

A partir dos anos 70 do século passado foram nomeados pelo poder político diversos grupos de trabalho, com o objectivo de criar um Museu do Desporto. Mas só em 1984 foi criado uma comissão que organizou no Palácio Foz, em Lisboa, uma exposição designada "Lendas e Figuras do Desporto Português".

MUSEU PROVISÓRIO

Em 1987 a Direcção Geral dos Desportos, agora Instituto do Desporto, disponibilizou para o Museu um andar, na Rua dos Anjos em Lisboa. Desde então, o Museu passou por diversas tutelas, encontrando-se, desde 1997, na dependência técnica e administrativa do Centro de Estudos e Formação Desportiva.

ESPÓLIO E MEMÓRIA

O espólio da memória desportiva portuguesa está à guarda do IDP após andou de casa em casa, já esteve num prédio em Arroios, e, se não está em risco, continua em mudanças, uma vez desalojado das instalações do Complexo Desportivo da Lapa por uma imobiliária, que em 2007 adquiriu aquele imóvel.

PAV. CARLOS LOPES

A Instalação do Museu Nacional do Desporto no Pavilhão Carlos Lopes foi aprovada pela Câmara de Lisboa em Dezembro de 2008. A edilidade da capital pretendia investir 1,2 milhões de euros de verbas do Casino de Lisboa na recuperação do imóvel para que o museu pudesse abrir em 2011. »

...

Triste sina, a do antigo Pavilhão dos Desportos, triste sina.