17/11/2016

Matemática do Metro: as 4 carruagens da Linha Verde

Após o encerramento durante o evento WebSummit, entre os dias 7 e 10 de Novembro, eis que a estação de Arroios vê o serviço reposto e os utentes da Linha Verde encontram os mesmos comboios de 3 carruagens de sempre.
Cheios, claro.



Tiago Farias, presidente do Metropolitano, viu-se ultimamente forçado a admitir publicamente o triste estado em que funciona a empresa que preside, principalmente após se terem tornado públicos factos relativos ao estado da frota de material circulante, infraestruturas e pessoal, bem como vários vídeos e fotos de composições e estações cheias até tecto - a maioria na Linha Verde.

E porquê? Como referiu Tiago Farias, na estação de Arroios não cabem comboios de 6 carruagens.
Nunca couberam.
Mais: assim que começarem as obras na dita estação, logo no primeiro dia de obra, poderão começar a operar comboios de 6 carruagens, para felicidade de todos os utentes da Linha Verde que poderão deixar de andar ao colo uns dos outros nos actuais comboios de 3 carruagens.


Portanto, resumindo, o que Tiago Farias afirmou foi o seguinte:
- Circulam actualmente comboios de 3 carruagens na Linha Verde do Metropolitano de Lisboa porque apenas cabem 4 carruagens na estação de Arroios.

Verdade, cabem 4 carruagens na estação de Arroios.
Porque elas não cresceram. São as mesmas há vários anos (décadas) e cabiam 4 delas, em todas as circulações, até terem sido reduzidas para composições de 3 carruagens em 2012.


Usam-se 3 carruagens porque só cabem 4.
Parece fazer sentido na cabeça de algumas pessoas.








3 comentários:

Anónimo disse...

De facto faz todo o sentido se tivermos presente as limitações técnicas das carruagens. Tema que não é abordado em lado nenhum da reportagem mas que explica o verdadeiro aperto na gestão do metro.
As atuais composições do metro de Lisboa são unidades triplas que funcionam no modo locomotiva + reboque + locomotiva, não sendo possível adicionar outro reboque. Logo para se usar quatro carruagem teria que se recorrer a quatro locomotivas.
Ao recorrer a composições de quatro locomotivas isso significava que no espaço de tempo em que uma estação seria servida por duas composições de três carruagens, a estação apenas seria servida por uma composição de quatro carruagens, ou seja uma degradação de 33% da oferta e a duplicação do tempo de espera.
Também se poderia alegar que se poderia encerrar já a estação de Arroios e assim permitir o aumento das composições, no entanto o metro não tem mais composições de reserva logo o que se ganhava no aumento das composições perdia-se em tempo de espera nas estações.

Ads disse...

Antes das actuais composições de 3 carruagens existiam composições de 4 carruagens, locomotiva + reboque + reboque + locomotiva. Era possível, existiam, o serviço era melhor.
O "estrangulamento" da rede em Arroios sempre existiu (junto com o de Areeiro, entretanto alargada e semi-acabada...) e nada se fez para se evitar o triste estado a que se chegou, com mais passageiros e menos oferta de composições, principalmente por falta de manutenção.
Também se poderia alegar que se poderia fechar já toda a rede do metro, porque as pessoas têm dois pés e colocando um à frente do outro conseguem chegar onde precisam e era uma óptima forma de poupar dinheiro, mas como serviço publico era uma má ideia.

Pedro Pinto disse...

Gostaria de clarificar que, até à Primavera de 2012, a circulação se efectuava com comboios de quatro carruagens, com quatro motoras. Como já foi referido, não é possível colocar em circulação dois reboques no meio de duas motoras. Sendo assim, o argumento apresentado por Ads é completamente falso!