30/11/2010

1º Centenário da "Festa da Bandeira"

A Bandeira Nacional

Um Itinerário em Lisboa no dia do 1º Centenário da “Festa da Bandeira” 1 de Dezembro 14.30

A Bandeira Nacional - que só viria a ser definitivamente aprovada a 19 de Junho de 1911, pela Assembleia Constituinte – foi oficialmente utilizada pela primeira vez no feriado de um de Dezembro de 1910.

Com base na simbologia da Bandeira, pretende-se festejar todo o legado que a Pátria nos deixou e sonhar com aquilo que nós podemos criar e transmitir aos nossos descendentes.

O Itinerário terá início na estação ferroviária do Rossio, no cais onde se encontram os painéis de Lima de Freitas. S. Vicente, S. António, Camões, Padre António Vieira, Garrett, Herculano, Pessoa, Almada Negreiros e Lima de Freitas, ajudar-nos-ão a festejar o que segundo cada um dos participantes for mais digno de festejar e propiciarão um ambiente que, estamos convictos, convida ao sonho. A caminho do Teatro Nacional D. Maria junta-se a nós, à saída de sua casa, no Largo D. João da Câmara, Carlos Queiroz. O Rossio será pretexto para evocarmos o pouco conhecido livro de Saramago “Que Farei com este Livro?” e a obra de Oliveira Martins “A Vida de Nun´Álvares”. Cruzando algumas das ruas da Baixa, Pessoa e alguns dos seus heterónimos vêm ter connosco. No Terreiro do Paço esperam-nos Régio, Gedeão, Torga e Jorge de Sena.Terminamos o nosso passeio no Martinho da Arcada, onde nos espera um pequeno lanche. Visita guiada por José Cymbron (docente no Instituto Superior de Novas Profissões)Organização: Fundação Aristides de Sousa Mendes Ponto de encontro: Estação do Rossio (entrada superior, junto à praça de táxis).
Foto: Bandeira Nacional na Rua de S. Paulo. Sem comentários...

Para que servem os passeios na Rua Bartolomeu de Gusmão?

A pedido de um munícipe, publicamos esta imagem que, segundo nos informa, mostra um problema que já dura há vários meses... Parece que há munícipes na zona que depositam ilegalmente resíduos nos passeios logo pela manhã. Enfim, é um cenário verdadeiramente Medieval, à porta do Castelo de S. Jorge. Lembramos que a CML, através da DHURS, recolhe gratuitamente este tipo de resíduos bastando para isso que os munícipes telefonem ou enviem um e-mail ( dhurs@cm-lisboa.pt).

Lisboa já tem base de dados da sinistralidade

O município de Lisboa dispõe desde ontem de uma base de dados com os acidentes rodoviários, com e sem vítimas, participados entre 2003 e 2007, e que deverá ser disponibilizada a partir da próxima semana na página da autarquia.

A ferramenta resulta de um estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil e da Universidade de Coimbra, que será actualizado pela câmara para incluir os anos mais recentes. Além de conter detalhes sobre as ocorrências, permitirá obter sumários da sinistralidade em determinada área seleccionada e gerar esquemas a partir desse levantamento.

Segundo disse o vereador da Mobilidade, Fernando Nunes da Silva, citado pela Lusa, a base de dados "será fundamental para definirmos medidas e determinante em iniciativas como o plano de acessibilidade pedonal, a introdução de zonas 30 ou o "pedibus", que a câmara irá agora retomar.
In Público

Pessoa

Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras


Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do que as outras,
Acordar da rua do Ouro
Acordar do Rossio, às portas dos cafés,
Acordar
E no meio de tudo a gare, a gare que nunca dorme
Como um coração que tem que pulsar através da vigília e do sono.

Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar,
Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo

À hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se
Todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma,
E é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo
E (...)

Uma espiritualidade feita com a nossa própria carne.
Um alívio de viver de que o nosso corpo partilha,
Um entusiasmo por o dia que vai vir, uma alegria por o que pode
acontecer de bom,
São os sentimentos que nascem de estar olhando para a madrugada,
Seja ela a leve senhora dos cumes dos montes,
Seja ela a invasora lenta das ruas das cidades que vão leste-oeste,
Seja (...)

A mulher que chora baixinho
Entre o ruído da multidão em vivas...
O vendedor de ruas, que tem um pregão esquisito,
Cheio de individualidade para quem repara...
O arcanjo isolado, escultura numa catedral,
Syringe fugindo aos braços estendidos de Pã,
Tudo isto tende para o mesmo centro,
Busca encontrar-se e fundir-se
Na minha alma.

Eu adoro todas as coisas
E o meu coração é um albergue aberto toda a noite.
Tenho pela vida um interesse ávido
Que busca compreendê-la sentindo-a muito.
Amo tudo, animo tudo, empresto humanidade a tudo,
Aos homens e às pedras, às almas e às máquinas.
Para aumentar com isso a minha personalidade.
Pertenço a tudo para pertencer cada vez mais a mim próprio
E a minha ambição era trazer o universo ao colo
Como uma criança a quem a ama beija.

Eu amo todas as coisas, umas mais do que as outras —
Não nenhuma mais do que outra, mas sempre mais as que estou vendo
Do que as que vi ou verei.
Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações.
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos.
Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca.

Dá-me lírios, lírios
E rosas também.

Álvaro de Campos

Aprovada proposta de reforma da estrutura orgânica e do funcionamento da CML


In Site da CML:


«A proposta de reorganização dos serviços municipais foi aprovada na reunião de Câmara do dia 26 de Novembro, depois de haver sido apresentada um dia antes pelo presidente da autarquia, António Costa, e pela vereadora do Pelouro da Modernização Administrativa, Graça Fonseca.

Segundo a vereadora, a proposta agora aprovada com os votos dos vereadores da maioria socialista resulta do trabalho de uma equipa de missão, nomeada na sequência de uma deliberação camarária do passado mês de Janeiro e integrada por elementos externos e internos à Câmara, com distintas experiências por forma a, simultaneamente, se poder proceder "de forma inovadora mas adequada à realidade". A equipa concretizou cerca de 160 reuniões e o trabalho realizado permitiu apontar duas grandes orientações estruturantes no sentido de "inverter a excessiva verticalização" e de "aproximar a CML dos cidadãos": a criação de uma Câmara com "actuação integrada numa dimensão territorial" e a "introdução de níveis de eficiência em áreas e funções críticas", sintetizou Graça Fonseca. A vereadora sublinhou, ainda, o facto de esta reestruturação permitir a redução de 32 lugares de cargos dirigentes, com uma contenção de custos de cerca de 500 milhões de euros.

Para Graça Fonseca, o debate havido em sede de plenário camarário "foi muito produtivo", tendo possibilitado esclarecer "dúvidas e inseguranças" dos trabalhadores. A vereadora assegurou que "nenhum posto de trabalho estará alguma vez em causa", o que já terá sido dado a conhecer aos sindicatos, em reuniões havidas desde Janeiro até à apresentação desta proposta, em Setembro. Graça Fonseca adiantou que o mapa de pessoal dos Serviços Municipalizados que venham eventualmente a ser criados no âmbito desta proposta será um "mapa de pessoal da Câmara", não estando previsto, nem na letra da lei nem no espírito dos proponentes" qualquer extinção de vínculos laborais".

Coube a Afonso Silva, coordenador da referida equipa de missão, apresentar os detalhes da proposta. Para este responsável, o diagnóstico realizado detectou a existência de "estruturas verticais muito hierarquizadas, como torres de paredes espessas, permitindo pouca articulação entre si, com as consequentes perdas de eficiência". Afonso Silva forneceu alguns exemplos, nomeadamente na intervenção sobre o espaço público ou em operações de licenciamento, onde diversos serviços e unidades orgânicas da Câmara intervinham sem qualquer coordenação entre si, obstando à optimização na utilização de recursos.

A proposta agora apresentada visa, nas palavras do presidente da Câmara, dois objectivos principais: o primeiro consiste na desconcentração da estrutura, com a criação de Unidades de Coordenação Territorial, e na criação de estruturas sectoriais transversais para as funções de planificação, programação e regulação; e o segundo na redução de custos, através de medidas de aumento de eficiência na gestão de serviços críticos.

A par da desconcentração da estrutura, haverá o reforço e a centralização de sectores específicos da Câmara, integrando estruturas (as três Direcções Municipais de Urbanismo serão fundidas numa única, por exemplo) ou aproximando funcionalmente outras (caso da Acção Social e da Habitação, que dão lugar a uma Direcção Municipal de Habitação e Desenvolvimento Social). Em relação à nova dimensão territorial de actuação da Câmara, António Costa anunciou estar prevista a criação de cinco Unidades de Coordenação Territorial (zona central histórica, zona central adjacente à primeira, zona oriental, zona ocidental e zona norte). Estas Unidades, dotadas das diversas valências da intervenção municipal serão responsáveis pela generalidade das competências sobre a gestão e manutenção do espaço público do respectivo território, bem como na gestão de equipamentos locais e no licenciamento urbanístico de proximidade (com excepção dos projectos estratégicos), permitindo uma maior articulação entre todas essas valências e serviços.

O presidente da Câmara prevê que esta desconcentração territorial dos serviços camarários poderá vir a articular-se prospectivamente com a Reforma Administrativa da cidade, antecipando a transferência de competências para as futuras Juntas de Freguesia. Aliás, esta transferência de competências insere-se, também, no segundo objectivo estratégico desta proposta de reorganização dos serviços, visando a redução de custos e melhorando as condições de investimento. Trata-se, por exemplo, de constituir Serviços Municipalizados para a Higiene Urbana, podendo até, num futuro menos próximo, conforme desejo expresso por António Costa, vir a optimizar-se os serviços de recolha de resíduos sólidos ao nível da Área Metropolitana de Lisboa (pelo menos numa parceria intermunicipal com os concelhos mais próximos e tecnicamente mais compatíveis).

Entre outras medidas avançadas pelo edil lisboeta durante a apresentação da proposta no dia anterior à da sua aprovação constam ainda a concessão da rede de saneamento em baixa à EPAL, a atribuição da gestão de museus e galerias municipais à EGEAC (que actualmente gere a generalidade dos equipamentos culturais do Município) ou a atribuição da gestão de refeitórios, creches e jardins de infância aos Serviços Sociais da CML posto que, "sendo uma organização dos trabalhadores do Município, terá maior vocação e eficiência na sua gestão", exemplificou o autarca.

António Costa reafirmou a ideia de que a reorganização aprovada virá reduzir os custos directos de funcionamento (nomeadamente, com a redução em 16% das unidades orgânicas, ou seja, menos 32 cargos dirigentes, que permitirão poupar cerca de 500 000 euros) e que este processo, que deverá ser implantado em 180 dias após a sua aprovação em Assembleia Municipal (o que acontecerá até ao fim do ano) não colocará em causa quaisquer postos de trabalho no universo municipal. [...]»

Multada por deixar saco de lixo na rua fora de horas

In Diário de Notícias (30/11/2010)
por INÊS BANHA

«Fiscais da autarquia descobriram morada através de carta que estava dentro do saco. Visada contesta contra-ordenação

Quando Lurdes Alexandre recebeu, no início de Outubro, uma carta da Câmara Municipal de Lisboa (CML) a multá-la, em cerca de 35 euros, por alegadamente ter deixado um saco do lixo na rua no dia errado, nem quis acreditar. A infracção terá ocorrido em Abril e a morada terá sido descoberta através de uma carta que estava dentro do saco "ilegal". Fernando Santos, do Departamento de Higiene Urbana e Resíduos Sólidos (DHURS) da autarquia, confirmou ao DN que este tipo de prática é "usual".

Tudo terá acontecido a 22 de Abril. Nesse dia, uma equipa de fiscalização do DHURS terá descoberto, pelas 15.20, um saco de plástico azul - destinado ao papel e cartão - na Rua do Passadiço, esquina com a Travessa do Loureiro, perto da Rua de Santa Marta. Segundo a notificação enviada pela CML, a que o DN teve acesso, o saco estaria "na via pública em dia não estipulado em função do sistema de recolha definido" para aquela área. A equipa de fiscalização terá então remexido no saco em busca de uma morada, conseguindo identificar Lurdes Alexandre através de uma carta. O processo foi assim iniciado, culminando numa contra-ordenação de um total de 33,95 euros.

Para a visada, é inadmissível que se ande a remexer nos sacos de lixo, um comportamento que classificou de "pidesco". Além disso, afirmou, indignada, é tudo "absolutamente arbitrário". "Como é que eles conseguem saber de quem é o saco quando é o preto, com os alimentos?", perguntou.

Fernando Santos reconheceu ao DN que apenas nos sacos destinados ao papel e cartão é possível as equipas de fiscalização identificarem o proprietário. Porém, segundo o engenheiro do DHURS, tal não significa que se deixe de remexer nos sacos, uma "prática usual" de identificação dos alegados responsáveis. E acrescenta. "Se não remexermos, qualquer dia temos lixo espalhado por todo o lado. E, geralmente, as pessoas pagam."

Questionado pelo DN se este tipo de comportamento não poderá também ser considerado invasão de privacidade, Fernando Santos argumentou que não. "Se as pessoas cumprirem, a gente não mexe. A fiscalização só mexe naqueles que não estão a cumprir o regulamento."

Quem acredita que cumpriu as regras é Lurdes Alexandre, e, por isso, apresentou reclamação por escrito. Para a moradora na Rua do Passadiço, até pode ter sido o próprio DHURS a cometer um erro no sistema de recolha do li- xo. "Quem sabe se o lixo não foi apanhado no dia anterior?", questionou. Até porque, confidenciou ao DN, mantém um diário e tomou nota de que nesse dia se ausentou durante a manhã, "para almoçar com um casal amigo que pode testemunhar" a seu favor.

Segundo Fernando Santos, há quem tome, por vezes, a opção de reclamar, alegando que o saco de lixo não é seu ou que o depositou no dia e lugar estipulados no Regulamento de Resíduos Sólidos da Cidade de Lisboa. Nesses casos, o processo decorre dentro dos trâmites legais, podendo culminar na absolvição ou na condenação do arguido. Lurdes Alexandre espera agora a resolução do seu caso.»

...

Nada a opor, antes pelo contrário, pois estou farto de porcos.

Pista de gelo para patinagem no Rossio afinal é feita de plástico


In Público (30/11/2010)
Por Ana Henriques e Carlos Filipe

«Câmara de Lisboa contratou empresa de eventos para animação natalícia no centro da cidade. O seu único patrocinador, a Misericórdia, contribuiu com 70 mil euros

A pista de patinagem instalada no Rossio para animar a época natalícia é, afinal, de plástico, e não de gelo, ao contrário do que foi anunciado pela Câmara de Lisboa.

Uma nota de imprensa da autarquia anunciou que, até 9 de Janeiro, o Rossio vai beneficiar da animação de "uma pista de gelo e de um carrossel francês". No site da câmara também se fala num "ringue de patinagem no gelo". Só que o gelo em causa é, afinal, constituído por um derivado de plástico. "Trata-se de publicidade enganosa", observa o atleta de patinagem no gelo Manuel Magalhães.

"Está lá afixado que se trata de uma pista artificial", contrapõe o promotor que diz ter sido contratado pelo município para promover a animação de Natal no Rossio, Manuel Rocha, da empresa de eventos Premium Act Leading. "Ainda chegámos a falar com um fornecedor de pistas de gelo real. Mas nem havia patrocínios para isso, nem a câmara tinha dinheiro para a pagar". Segundo Manuel Rocha, o único patrocínio conseguido pela PA Leading limitou-se aos jogos da Santa Casa da Misericórdia, razão pela qual o programa inicialmente previsto ficou reduzido ao ringue de gelo artificial, a um carrossel e a um comboio articulado que transporta os automobilistas vindos dos parques de estacionamento em redor. A Misericórdia contribuiu com 70 mil euros para o evento, explica o porta-voz da instituição, Pedro Pinto. Questionado sobre se a Santa Casa sabia que a pista não era de facto de gelo, Pedro Pinto limita-se a responder: "Não patrocinámos pista nenhuma, mas todas as iniciativas de Natal da Baixa". A PA Leading não confirma estas afirmações.

"Chamar pista de gelo àquilo é enganar as pessoas. Não permite de forma nenhuma as mesmas sensações", diz também o responsável por uma empresa do sector, João Pedro Pinto Ribeiro, da Iber Ice. "Numa cidade que já teve pistas de gelo a sério, é defraudar as expectativas das pessoas". Como no ano passado, a empresa está uma vez mais a montar uma pista de gelo real em Óbidos para o Natal.

O promotor recorda como a população de Matosinhos se indignou em 2007 quando sucedeu algo de semelhante: uma iniciativa camarária chamada Põe-te a mexer no gelo era, na realidade, realizada numa pista de fibra. O vereador da CDU Honório Novo acusou a autarquia de estar a vender gato por lebre e apresentou uma queixa na associação de defesa do consumidor Deco.

O PÚBLICO tentou ontem obter esclarecimentos sobre os vários aspectos desta questão junto da porta-voz da Câmara de Lisboa, mas esta nunca respondeu aos contactos efectuados.»

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Num país do faz-de-conta, uma pista de gelo do faz-de-conta. Qual é a novidade?

29/11/2010

À atenção da CML,pequenas coisas.



Esta casa de banho, colocada no Bairro de Caselas junto á paragem final da carreira 732 da Carris, é uma revindicação muito antiga dos moradores da zona e dos motoristas da Carris. Depois de várias experiências falhadas( e vandalizadas), depois desta mesma casa de banho ter andado de local para local,  parece que finalmente se chegou a uma boa solução. O problema é que esta casa de banho está no local há mais de 6 meses, sem que possa ser utilizada.Será assim tão difícil coloca-la em funcionamento ou será que aguarda por uma inauguração pomposa e formal?

O Chafariz(foto de baixo) , situado a meio da estrada da Bela Vista, parque Florestal de Monsanto está há semanas(mais de 1 mês?) avariado e a deitar água constantemente para o esgoto, para além de que, quem quer beber água quase não o consegue fazer.Pede-se a sua urgente reparação.
Obrigado.
(Pormenores que,também, fazem uma cidade).

Discussão pública da Proposta do Plano de Pormenor de Palma de Baixo

Aviso n.º 24717/2010. D.R. n.º 231, Série II de 2010-11-29

Foi publicada a abertura de período de discussão pública sobre o Plano de Pormenor da Palma de Baixo.

E lá continua o desperdício de dinheiros públicos:




I.e., a construção do futuro Museu dos Coches, já apelidado de novo Centro Comercial dos Coches... pelo andar da carruagem vai haver muito boa gente, da gente que esteve a favor desto mono, que vai ficar de cabelos em pé quando isto estiver concluído. Enquanto que os contentores de Alcântara são um Lego que se pode ir montando e desmontando, este veio para ficar, esbanjar e chocar. Obrigadinho!;-(

A reforma de Lisboa e o exemplo para o país

A divisão administrativa de Lisboa data de 1959 quando se operou a última adequação à realidade urbana e demográfica de então. A anterior reforma administrativa datava do final do século XIX, século em que várias alterações ocorreram, incluindo aos limites do concelho.

Nos últimos cinquenta anos verificaram-se alterações muito significativas em Lisboa, quer do ponto de vista urbanístico quer em termos demográficos. Neste pressuposto, a divisão administrativa da cidade pode ser novamente modernizada tendo também em conta novas exigências da população.

Mas se a divisão administrativa pode ser actualizada com o objectivo de tornar as freguesias mais adequadas à realidade, também as suas competências próprias devem ser aprofundadas. As freguesias são as estruturas da administração mais próximas dos cidadãos. Pela sua natureza são as organizações mais aptas para dar resposta rápida e adequada às solicitações das populações. Neste sentido, o reforço das competências das freguesias concorre para uma resposta mais eficaz e mais eficiente aos cidadãos.

Em Lisboa, a reforma administrativa pode conduzir a um melhor desempenho da administração local. Mas desejavelmente, as referidas alterações devem ser abordadas num contexto mais alargado. Desde logo no âmbito da Área Metropolitana de Lisboa, mas também no resto do país. Por outro lado, deverá ser repensado o quadro de competências das autarquias que deve ser alterado, não continuando a tratar de forma igual realidades e necessidades diferentes em função, por exemplo, de freguesias dos grandes centros urbanos ou de zonas rurais.

A reforma administrativa em Lisboa pode ser o motor para a modernização do poder local em todo o país. Queiram os promotores a mudança e não o protagonismo pessoal.


Crónica publicada na edição de Novembro do Jornal de Lisboa

Parque hortícola urbano avança no Vale de Chelas

In Público (29/11/2010)


«A autarquia lisboeta já iniciou no Vale de Chelas a construção de um espaço urbano criado para albergar hortas, um projecto que contempla acções de formação para munícipes sobre horticultura, incluindo agricultura biológica.

Segundo o gabinete do vereador do Ambiente Urbano e Espaços Verdes na Câmara de Lisboa, José Sá Fernandes, citado pela Lusa, o parque hortícola terá cerca de 15 hectares, dos quais 6,5 serão destinados às hortas. Para já, serão criados cerca de 400 talhões, cada um com 150 m2 de área. Uma parte deles será atribuída directamente aos cerca de 100 hortelãos que já ocupavam o local, ficando os restantes reservados para um concurso público, a realizar no próximo ano.

No segundo semestre de 2011 a autarquia conta ter concluída a primeira fase do projecto - a obra iniciou-se há dias e inclui a modelação do terreno, reforço e protecção das encostas, abertura de caminhos e uma rede com bocas de rega. "O fornecimento de água adequada à rega dos produtos hortícolas é a acção primordial deste projecto, pois vem acabar com as situações graves de saúde pública provocadas pela rega das culturas com águas do saneamento público em épocas de seca", refere o gabinete camarário. A autarquia vai disponibilizar alfaias e casas de arrumo e, posteriormente, instalar "um equipamento infantil e um quiosque com esplanada".»

COMO ARRUINAR A BAIXA POMBALINA ... A Falsa Recuperação .... por António Sérgio Rosa de Carvalho


Rua do Arsenal ... imagens da última "intervenção" numa área de Pombalino puro, a que falsamente e criminosamente, no que respeita a salvaguarda das características verdadeiramente Pombalinas, se insiste em chamar de "recuperação" ...
O Pombalino na sua essência e originalmente já transporta em si, devido à necessidade de reconstrução sistematizada e massificada de toda uma cidade destruida ... perante os valores arquitectónicos do sec. XVIII uma grande capacidade redutora e funcionalizadora dos seus elementos ... daí a necessidade imperativa de respeitar as formas, perfis e materiais dos seus elementos originais ... mansardas, janelas e todos o jogo em "chiaroescuro" que as suas volumetrias, perfis e alternâncias nas suas fachadas e coberturas ...determinam ... e que garantem a sua autenticidade e carácter...




Claro que se deixarmos as verdadeiras mansardas Pombalinas chegarem a este estado de degradação ... aí ... temos o caminho aberto para "aproveitar" a "oportunidade" oferecida pelas indefinições propositadas e os "ângulos cegos" premeditados na legislação intencionalmente relativizadora dos valores patrimoniais ...presente no Plano de Salvaguarda a ser implementado sem o IGESPAR ... para intervir desta forma ...

E no entanto as referências estão lá e existem ... Não foi 'por acaso' que se relativizou a necessidade de dar seguimento à Candidatura a Património Mundial


É também desta forma e dentro desta 'receita' relativizadora que se vai intervir no Largo de S. paulo ?


E no entanto, se quisermos ... se houver rigor e vontade política ... também se faz em Portugal o que se faz lá fora em matéria de verdadeira Reabilitação ... a primeira imagem ... não longe do bairro de S. paulo ... a segunda de Amsterdam


E os magnificos interiores Pombalinos originais ... continuam a ser destruidos pelo Fachadismo ...


Para terminar leiam este artigo em Inglês :

10 Ways to Ruin an Old Building

Jonathan Taylor

1 Employ consultants and contractors who do not specialise in historic building work
The importance of old buildings is not in question. Historic town and city centres across the British Isles attract millions of visitors every year, and houses within areas that contain few post-war alterations command significantly higher values than similar houses in areas which are broken up by modern developments. Their appeal lies not only in their sense of history but also in their visual character and interest: the rich variety of colour, texture and form, the individuality of natural and hand-made components, the abundance of intricate details from fine glazing bars to decorative railings and street furniture, and the softness of mature landscaping.

Despite extensive redevelopment which damaged so many historic centres, particularly in the 1960s and ‘70s, almost all our towns and cities retain pre-20th century historic cores, and around one in five buildings today pre-dates 1914. In those urban centres where historic integrity is strong, the character is maintained not only by planning control but also by peer-pressure and increasing recognition that insensitive alterations will damage the financial value of the owners’ properties. However far more old buildings have been hidden under a veil of alterations, and in many cases poor alterations and a lack of maintenance threatens their survival.

Today major redevelopment in historic centres is rare, and the greatest threat comes from the small, insidious ‘improvements’ often made by well intentioned but misinformed owners, their contractors and consultants, as well as from a lack of regular maintenance. Traditionally constructed buildings do not perform in the same way as modern ones and need to be treated differently, at every stage of their conservation and repair. Modern materials and construction techniques are often incompatible with traditional ones, and repairs which are suitable for modern buildings can lead to the deterioration of historic building fabric. Relatively few contractors and consultants have the expertise required to deal with the special problems of historic buildings, and even relatively harmless techniques can damage historic materials in the wrong hands.

A few simple alterations have made one half of this attractive Victorian house look modern, and the loss of the garden and its front wall have added to the erosion of a conservation area. (Kit Wedd)

2 Do not carry out any essential maintenance work


If huge repair bills are to be avoided and important historic fabric protected, owners need to clear gutters of leaves in the autumn; roofing slates and tiles need to be replaced, flashings maintained and chimneys pointed and capped to prevent water entering the fabric of the building, causing decay.

Air bricks and vents need to be kept clear of weeds to ensure that cellars and sub-floor cavities are kept well ventilated to prevent condensation, which also causes decay.


Pipes, washing machines, shower trays and other potential sources of water within the building need to be checked for leaks for the same reason.

Visible signs of decay caused by poor maintenance.

3 Use cement in place of lime for mortars

Masonry which is traditionally constructed is bedded in soft lime mortar and is relatively flexible: pointing with a hard cement restricts its movement, causing stress in the surface of the wall where it is bound by the cement, and the face of soft stone and brick will fail as a result.

Cement mortars are also impermeable - that is to say that they do not allow the structure behind to 'breathe': moisture is forced to evaporate through the stone or brick, and in extreme cases may cause these materials to deteriorate.

Cement mortars may also be visibly different, both in colour and detail: being hard they can be made to project forward from the face of the wall, or may be smeared across the edges of stones, changing the appearance of the wall as a whole.

A timber framed house with panels re-rendered using a hard cement. The panels allow rain to penetrate the walls at their junction with the exposed timbers but the hard render restricts its evaporation, causing extensive decay. (Robert Demaus)


4 Paint or coat surfaces which were originally left natural

Cementitious coatings and most modern paints and stone consolidants are not porous and will lock moisture in the walls: evaporation is concentrated at cracks where any salts present crystallise, causing decay.

Damp patches may appear on the inside wall as more moisture is forced to evaporate here.


Certain materials will deteriorate rapidly as a result of the increased moisture levels, including cob, daub and other earth mixtures, and timber is more likely to rot.

All non-original coatings hide the original colour and pattern of stone and brickwork and modern coatings and claddings such as stone cladding, pebble-dashing, and other modern cementitious coatings make old buildings look (at best) modern and ordinary.

Evaporation of moisture from a wall is concentrated by an impermeable coating at cracks, leading to localised stone decay due to salt crystallisation. The use of colour to emphasise the drain pipe is also questionable.


5 Extend or alter the accommodation in a manner which conflicts with its style


Badly designed extensions can dominate the existing building by virtue of their size or style, or a change in material or finish.

Internal alterations which involve the loss of the original layout of rooms, decorative features or principal features such as fireplaces and staircases damage the character of the interior.

Covering the garden with tarmac to create forecourt parking damages the townscape and the setting of a building.

This early 18th century cottage with dressed stone windows has been altered and extended many times this century, most recently with the top-heavy dormer windows and the porch (see next illustration).

6 Introduce mix-and-match ‘period style’ detail

The addition of reproduction features for uses never originally intended, such as 'carriage lamps' on either side of a front door, external shutters particularly where they are fixed to the walls and clearly serve no functional purpose, and ‘bulls-eye’ glass panes make old buildings look cheap and phoney.

Poor 'period-style' features such as front doors with press-moulded panel mouldings, black rubber seals, fanlights within the door itself, stuck-on strips in imitation of leaded lights, and other fancy details look incongruous in a genuinely historic building.

The ‘restoration’ of features where they never existed confuses the history of a building; for example, the introduction of fine plaster mouldings in attic rooms, basements and other rooms where features were once simple and functional.

These details have been chosen to look 'quaint’, but would be more in keeping with the character of a modern housing estate than this 18th century cottage.



7 Replace original components unnecessarily


Replacement windows are rarely necessary: decay is usually limited to the bottom few inches of the frame and new timber windows are liable to decay more quickly than the originals would if repaired.

The removal of all timber within one metre of any visible sign of dry rot (which is still advocated by many) is excessively devastating and unnecessary as the reintroduction of dry, ventilated conditions alone will prevent its growth.

Old and original structures which have distorted through old settlement and are now stable may need repair, but rarely need to be replaced.
Replacement plastic windows in particular (see 6 & 7 above) fail to match the appearance of old windows: they invariably have larger, heavier sections than timber windows; black rubber gaskets are visible around the glass; and fine glazing bars cannot be incorporated convincingly. Their claim to be 'maintenance-free' is also misleading as plastic, like paint, becomes scratched and disfigured by dirt in time, and it will eventually need to be painted regularly to maintain its appearance.

New plastic windows in particular detract from the character of old buildings.



8 Position modern services and equipment intrusively

Satellite dishes, air-conditioning units and extractor fans are alien features, which, where necessary, can usually be positioned discreetly.

Electricity wires, telephone cables, lightning conductors and other services need to be installed tidily without snaking across walls and decorative features; careful planning may avoid the need to chase service runs into the original structure.

Modern fixtures such as radiators, smoke detectors and other interior service fittings can be painted to blend with the prevailing colour of the wall to which they are fixed, and in some cases may be hidden altogether without affecting their performance.

Satellite dishes need to point in a particular direction, but they do not need to be on the front of a house, nor do they need to be coloured black.


9 Use cleaning methods which damage original surfaces


Sand-blasting and even the most gentle air abrasive cleaning can remove the surface from stone or brick, particularly in the wrong hands and should never be used on timber.

Chemical cleaning agents such as acids and alkalis react with stone and brick as well as dirt layers, causing damage, and all can leave harmful residues behind

Water even under low pressure soaks masonry and can cause surface staining and efflorescence (salt crystallisation), and in the worst cases may lead to the decay of masonry.

Paint-stripping doors by immersion in a caustic bath damages wood and removes glue from joints.

Dipping in a bath of caustic soda is by far the cheapest way to paint-strip doors, but also the most damaging to the timber and the joints in particular.

10 Overload an existing structure

Replacing slates with concrete roofing tiles can cause rafters to bow and even collapse under the increased weight unless the structure is reinforced.


Underpinning part of a building can move loads onto other parts of the structure, exacerbating settlement damage, and is often carried out unnecessarily.

Removing low ties of a roof truss (the horizontal beams which run at eye-level across the attic, at right angles to the ridge) can cause the roof to spread and collapse.

Removing chimney breasts, walls and other structural features can also damage the structural integrity of the building.

The tie beams literally tie the two sides of the roof together. Their removal to make an attic usable can lead to the collapse of the roof (the location of the tie beams removed in the past is indicated by the dotted lines).

THE CAREFUL ALTERNATIVE
CONSERVATION

Taken out of context, this long list of don'ts would no doubt cement many people’s view that conservation is all about freezing buildings and places in a perpetual time warp at the expense of any function. However, conservation encompasses a broad range of measures and approaches to historic buildings, and at its best conservation is an extremely creative process.

Within the field of building conservation, the term 'conservation' may be defined as the process of protecting a building and its surroundings from any change that might involve a loss of historic fabric, historic importance or character. This process is made more complex by the fact that most buildings have an active function, and the need to accommodate the function is a recognised facet of building conservation.

A distinction needs to be made between conservation, preservation and restoration, which are often erroneously used to mean the same thing. In the field of building conservation the term 'preservation' is generally used to distinguish a particular type of conservation work sometimes referred to as ‘conservation as found’, in which the fabric is preserved in the state in which it was at the start of the project. Conservation, on the other hand, may involve an element of alteration, for example; to maintain the functional use of the building, or to prevent its further decay.

Restoration is another term used erroneously to mean conservation. Here the issues are more complex, since some restoration work may involve stripping away historic alterations to reveal earlier fabric, and in most restoration work new material is introduced to match missing components. In this respect the aim of restoration is clearly different from that of conservation, and some restoration work may actually damage the historic character of the building. Nevertheless, most conservation work involves some element of restoration, particularly where essential repairs are carried out to match the original form of a decayed component, where the aim is primarily to conserve fabric.

Although conservation does not mean freezing a building in its present state for perpetuity, it does mean that all alterations must be carefully justified beforehand, taking into account not only the affect of the works in the short term but also their consequences for the building, its character, historic interest and its functionality in the future. Historic architecture can often be adapted to meet modern requirements without loosing any historic fabric or with alterations which are designed to be 'reversible'. Where buildings which are listed or in conservation areas are concerned, the degree of alteration permitted by local authorities will vary according to the importance of the building and the components affected and how essential the alteration is to the function of the building.

Developing a caring approach to old buildings is essential to the whole community. Historic architecture affects us all, whether we live in an old building or neighbourhood, shop in historic urban centres, or enjoy sightseeing. Neglect, decay and insensitive alteration has a real impact on the quality of our surroundings.

Animação de Natal leva mais gente ao Rossio mas também provoca desagrado


In Público (29/11/2010)
Por Ana Henriques

«Para uns, lembra a Feira Popular e é indigna de uma das principais praças da cidade; para outros, é uma boa maneira de combater a desertificação da Baixa. A festa dura até 9 de Janeiro

Pastéis de nata e outros mimos para clientes

A pista de gelo para patinagem, o carrossel infantil e as barraquinhas que aterraram no Rossio a título de animação natalícia estão a atrair mais gente à Baixa lisboeta, mas também a suscitar críticas entre defensores do património. Motivo: os equipamentos de diversão ali instalados serão pouco consentâneos com a dignidade da praça.

O próprio presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, entidade que se associou à iniciativa, confessa que preferia vê-la na vizinha Praça da Figueira, "um local mais apropriado a eventos lúdicos deste género". Mas "os seus promotores entenderam que o Rossio lhes dava mais visibilidade", prossegue Manuel Lopes. Da responsabilidade da Câmara de Lisboa e da Santa Casa da Misericórdia, que espalhou publicidade aos seus jogos sociais quer pelo ringue de patinagem quer pelos contentores e pela barraquinha que dão apoio à pista de gelo, a animação vai manter-se até 9 de Janeiro.

O blogue Lisboa SOS, um dos mais activos em relação à vida da cidade, mostrou-se ontem muito crítico da iniciativa: "Todos os anos, a Santa Casa e a Câmara de Lisboa atravancam o Rossio com adereços pindéricos. (...) A Feira Popular regressou a Lisboa. Ele há bolas gigantes de plástico, Pais Natal escanzelados, um pavilhão monstro para meter e tirar patins. Ele há de tudo no Rossio! Começou mal o Natal". A "quantidade infinda de grades de metal" espalhada pelo espaço também é motivo de reparo.

O historiador de arquitectura Sérgio Rosa de Carvalho mostra-se igualmente indignado: "Trata-se de uma cacofonia híbrida, de uma insensibilidade total para com a envolvente arquitectónica. A animação não está à altura do poder simbólico da praça". O especialista critica ainda a estrutura metálica quadrangular em forma de árvore estilizada que suporta as luzes de Natal em redor da estátua de D. Pedro IV: "É brutalista, não tem em conta a linguagem arquitectónica do monumento nem as suas proporções". O historiador entende que falta dignidade aos arranjos natalícios - uma opinião com que Manuel Lopes não concorda: "Têm a dignidade mínima exigível. E é gratificante ver a praça cheia de gente".

O vereador do PSD Vítor Gonçalves foi ontem à noite ao Rossio e também não gostou do que viu: "Uma das principais praças de Lisboa foi transformada numa mini-Feira Popular, o que é de muito mau gosto. Se fosse no Campo das Cebolas ou no Martim Moniz, era diferente. Aqui, não se justifica isto".


Os tempos de crise

Mas os comerciantes mostram-se satisfeitos. "É preciso trazer as pessoas para a Baixa, e ao fim-de-semana não costuma haver aqui movimento", observa um empregado do Café Nicola. "Falta de dignidade? Não se pode confundir dignidade com elitismo". O gerente da Confeitaria Nacional acha a iniciativa positiva. "Claro que podiam ter feito uma coisa melhor. Mas se não tivessem feito nada não havia aqui ninguém", resume uma funcionária administrativa que aqui veio passear. Duas estudantes polacas apontam a árvore estilizada de luzes azuis: "Não é lá muito bonita. Mas de outra forma seria mais cara, e Portugal vive uma crise económica"

A Câmara de Lisboa preferiu não comentar as críticas. A porta-voz da autarquia forneceu, no entanto, dados sobre a iniciativa: "Os custos dos equipamentos de diversão que estão no Rossio para dinamização do comércio da Baixa na quadra natalícia foram pagos, através de patrocínio, pela Misericórdia de Lisboa. Os custos relativos aos artistas e à animação de rua que todos os fins-de-semana até 9 de Janeiro estão nas ruas do Ouro, Prata e Augusta são de 25 mil euros e são suportados pela câmara". Mesmo com o patrocínio, 15 minutos de patinagem custam dois euros, o mesmo que uma volta no carrossel, que é uma réplica de um equipamento antigo.»

...

Trata-se, realmente, de uma palhaçada completa, digno dos filmes caricaturais de Tati. O pior é que, se bem me lembro, a publicidade em praças como o Rossio, foram objecto de despacho do Presidente da CML, nem há um ano, em que se dizia que teriam que ser autorizadas expressamente, caso a caso, pelo PMCL.

Não sei se se esqueceram, ou não, da quadra natalícia, mas conviria que não, pois estes abusos não são de hoje mas cada vez são mais inaceitáveis.

E o IGESPAR/DRC-LVT nada diz?

Quanto aos já célebres "Manos Castro", não fora aquela "teia gigantesca" em volta da estátua de D. Pedro IV (ou será Maximiliano do México?), agressiva e dispensável, e este ano as decorações seriam mais "soft" este ano. Mas assim, bem podem todos "limpar as mãos às paredes"...

28/11/2010

Passageiros sem bilhetes custam 21 milhões às transportadoras

Andar de transporte público sem pagar poderá ser mais habitual em 2011, temem as principais empresas do sector. Segundo contas do SOL baseadas em informação prestada pelas empresas, Metro de Lisboa, Carris, CP e STCP deverão perder este ano cerca de 21,2 milhões de euros, graças aos passageiros que usam o transporte público sem pagarem a tarifa.

O aumento do desemprego e as crescentes dificuldades económicas são os principais motivos a potenciar a fraude no próximo ano. «As dificuldades económicas podem levar as pessoas a não efectuarem os pagamentos obrigatórios», admite José Maia, director de Operações da Carris. A taxa de fraude média na empresa lisboeta ronda 3% e, para prevenir o seu agravamento, a Carris vai avançar com uma nova campanha de sensibilização junto dos clientes.

«Eventualmente vamos reforçar a equipa de fiscalização. Os valores de incumprimentos não são dramáticos, mas não deixam de nos preocupar», diz. A Carris fiscaliza 100 mil a 150 mil passageiros/ano, abrindo 1.660 autos de infracção mensais. Na STCP, que gere os autocarros no Porto, o clima é igualmente de apreensão, até porque a taxa de autos emitidos (multas passadas) «aumentou este ano, face a 2008 e 2009, para mais do dobro», segundo fonte oficial da operadora. A taxa de fraude ronda 3% a 5. O reforço da fiscalização é, por isso, «uma das medidas a ter em conta».

Fertagus pode fechar estações abertas

Também na Fertagus, responsável pelo comboio da ponte 25 de Abril, tem subido o incumprimento: desde 2007 até 2010, a taxa de fraude mais do que duplicou, fixando-se em 1,59%. «Estamos a estudar o fecho integral das estações abertas, criando alternativas para as necessidades existentes e permitindo que todos os utilizadores do comboio sejam controlados», explica a administradora-delegada, Cristina Dourado.

A adopção desta medida, que implica investimento na bilhética sem contacto, tem permitido à CP reduzir a incidência da fraude tanto em Lisboa como no Porto. Na linha de Sintra, onde o problema tem maior incidência, o incumprimento caiu de 6% em 2009 para 5% já em 2010. Nas restantes linhas de Lisboa, caiu para metade (de 4% para 2%), e no Porto ronda 4%-5%, «mas a tendência é de decréscimo».

«Para 2011 estão previstas acções que reforçam as medidas já adoptadas no sentido de dar continuidade ao combate à fraude, nomeadamente a intensificação das brigadas de fiscalização e a implementação de canais de acesso em mais 11 estações», avança fonte oficial da empresa pública.

A empresa que mais perde com a fraude, o Metropolitano de Lisboa -11,5 milhões de euros em 2009 - não vai reduzir as equipas de fiscalização, apesar dos cortes de 15% exigidos pelo Governo. O combate à fraude, que se tem mantido estável nos 4%, é uma das preocupações da empresa.

O SOL tentou obter respostas junto do Metro do Porto, mas não foi possível obter essa informação em tempo útil.

In SOL

Inaugurado primeiro percurso pedestre homologado em Lisboa

Foi inaugurado esta terça-feira, às 11:30, no Módulo Ambiente (Jardim Vasco da Gama), o primeiro percurso pedestre homologado em Lisboa, «Rota da Biodiversidade».
A cerimónia contou com a presença do Inauguração da Rota da Biodiversidade, na inauguração da rota que liga o Parque Florestal de Monsanto e o rio Tejo, ao longo de 14 km e com 18 pontos de interesse assinalados.
O percurso conta com vários painéis informativos e interpretativos com indicação da fauna e flora existentes nesses locais.

Diario Digital.

Uma boa noticia, sem dúvida.Para quem gosta de andar a pé ou de bicicleta ,para quem gosta de ir para Monsanto e tem medo de se perder tem agora um caminho devidamente assinalado, relativamente fácil e bem delineado.

Tenho duvidas é que este percurso , por si só,  seja um contributo para o aumento da Biodiversidade em Monsanto. Excelentes contributos seriam o abandono definitivo de projectos tão acarinhados pelos espaços verdes, e pela CML em geral, como a transformação do Panorâmico de Monsanto num mega-quartel de bombeiros e protecção civil, excelente contributo seria a inversão na redução das fronteiras do parque como aconteceu recentemente com as obras da REN, sem estudos credíveis,que reduziu o parque em milhares de metros quadrados e abateu centenas de árvores. Contributo sério para a Biodivesidade seria uma regulamentação de um transito completamente inadequado  para o local ,seria acabar de vez com mega-festivais, seria que não se abatessem injustificadamente árvores , seria que se acabasse de vez com o campo de tiro que funciona ilegalmente há mais de três anos.Isto sim seriam bons incentivos para o aumento da Biodiversidade na cidade e em Monsanto.

Esperemos que esta inauguração,bem como alguma reflorestação que vem sendo feita ultimamente, sejam o início de uma mudança e que finalmente Monsanto seja alvo de uma política para a sua valorização, que tanto contribuirá para um aumento da qualidade de vida dos Lisboetas.

Nota: Quanto ao percurso apenas um reparo: Não se compreende que a grande maioria das fotografias constantes dos painéis de informação não sejam do Parque mas sim de outros lugares, bem distantes.

27/11/2010

Promotores da obra vizinha do prédio que ruiu negam falhas

A empresa dona da obra contígua ao prédio que ruiu na quarta-feira, na Av. 5 de Outubro, em Lisboa, nega os motivos apresentados pela câmara para o embargo dos trabalhos. Os responsáveis da Construções IAMT foram notificados ontem pela autarquia para suspender as obras de escavação das fundações por alegadas irregularidades, mas garantem que "o projecto foi aprovado pela Câmara de Lisboa e foi cumprido na íntegra".

Na notificação de embargo, a que o PÚBLICO teve acesso, os técnicos municipais que fizeram a vistoria ao empreendimento concluem que estavam a ser feitas "obras de escavação sem a necessária comunicação prévia", o que determinava a ilegalidade dos trabalhos em curso, com vista à reconstrução do edifício 275, do qual só tinha sido mantida a fachada.

No entanto, a administração da Solátia, empresa responsável pela empreitada, e o promotor afirmam que o projecto de demolição e contenção periférica, que inclui a escavação, foi aprovado pela câmara. Nestes casos, garantem, a lei permite o início dos trabalhos antes da emissão dalicença, bastando a "notificação do deferimento do respectivo pedido" de licenciamento, que dizem possuir.

Antes de notificar a IAMT para o embargo, a câmara enviou, anteontem, uma notificação de desembargo parcial da obra, "com a finalidade exclusiva de realizar os trabalhos urgentes" de remoção dos escombros, para a reposição da normalidade na Av. 5 de Outubro, cortada ao trânsito desde segunda-feira. Assim, o desembargo, com data de 25 de Novembro, chegou aos promotores antes da nota de embargo, datada de 26. O PÚBLICO questionou o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, sobre a situação, mas não obteve resposta.

A Solátia pediu um parecer técnico a um especialista em geotecnia e estruturas, José Matos e Silva, segundo o qual a empresa "estava a seguir os procedimentos de execução correctos". O especialista conclui que a derrocada do 275 e da fachada do prédio em construção, que deveria ser preservada, se deve ao facto de ambos estarem "fundados muito superficialmente e em terrenos brandos", que sofreram uma "descompressão" com as escavações. Matos e Silva considera que "a pior solução a adoptar, do ponto de vista técnico e da segurança, será o embargo da obra".
In Público

NATAL na Praça da Figueira

Moradores querem novo acesso à Estação de Santa Apolónia para evitar rua insegura

Os passeios estreitos e com obstáculos, a iluminação deficiente e a inexistência de passadeiras fazem da Rua dos Caminhos de Ferro, em Lisboa, uma artéria insegura para os peões. Mas é através dela que centenas de pessoas chegam diariamente à estação e ao metro de Santa Apolónia, o que levou à criação de um movimento na Internet defendendo uma entrada directa para a estação.

Segundo Basílio Vieira, que reside na zona há dois anos, a fachada da estação virada a Norte tem mais de 900 metros de extensão e 13 portas, das quais está aberta ao público apenas uma, quase junto à entrada principal. Na prática isto significa que para apanhar um comboio, o metro ou um dos autocarros que circulam na Av. Infante D. Henrique a única hipótese para muitos é utilizar a Rua dos Caminhos de Ferro.

"A acessibilidade actual da Estação de Santa Apolónia é propícia a acidentes por obrigar os utentes a percorrer 150 metros de uma rua com passeios de largura inferior a 50 centímetros", diz-se no site st-apolonia.org. Como alternativa, Basílio Vieira, o impulsionador do movimento, propõe uma solução que diz ser "a mais óbvia, com pouca dificuldade de execução e sem impacto negativo na circulação automóvel": a abertura de uma porta na Rua da Bica do Sapato [continuação da R. dos Caminhos de ferrro], no tal muro de 900 metros.

"Há muita gente que se queixa disto há muitos anos. Não havia era ninguém que se levantasse e fizesse algo", explica este morador que fez chegar a entidades como as juntas de freguesia, Câmara de Lisboa, Refer e CP a proposta da criar uma "entrada Norte". A ideia já deu origem a uma petição (que ontem tinha 170 assinaturas) e tem uma página no Facebook com mais de 200 seguidores.

O presidente da junta de Santa Engrácia concorda com a necessidade de abrir um novo acesso, por considerar que a situação actual é de facto "perigosa" e não favorece a mobilidade dos peões. José Joaquim Pires falou com a Refer sobre o assunto e garante que houve "receptividade", embora o representante da empresa lhe tenha dito que a solução mais viável seria abrir uma porta actualmente fechada (e que fica "para aí cem metros" mais distante da estação do que o local onde os moradores propõem uma nova entrada, que alguém já desenhou na parede). A Refer não respondeu às perguntas do PÚBLICO.
In Público

Oposição diz que as mudanças na CML vão dar conflitos com juntas

A reorganização dos serviços da Câmara de Lisboa proposta por António Costa foi ontem aprovada por maioria, entre duras críticas do PCP e do CDS. O vereador comunista considerou que está em marcha "uma revolução completa", que "vai dar uma balbúrdia perfeitamente gigantesca" sem resolver os problemas. Já o centrista António Carlos Monteiro falou numa "oportunidade perdida" que vai permitir "uma dança de cadeiras nas chefias" e abrir a porta a conflitos com as juntas de freguesia.

"Votámos muito contra", sintetizou Ruben de Carvalho, do PCP, no final da reunião camarária, que tinha um único ponto na agenda, mas que, ainda assim, se prolongou por cerca de cinco horas. O autarca acusa a maioria de ter conduzido este processo com "pressa", acrescentando que "faria muito mais sentido" aguardar pela concretização da reorganização administrativa também em discussão.

O vereador comunista acredita que por trás das mudanças aprovadas, com os votos a favor da maioria, a abstenção do PSD e os votos contra do PCP e do CDS, estão "objectivos políticos muito claros". Desde logo porque esta reorganização, alertou, "altera completamente o relacionamento entre a câmara e as juntas de freguesia" e promove "um esvaziamento de parte das funções da câmara na relação com os munícipes".

"Esta reestruturação é uma oportunidade perdida e torna-se por isso uma desilusão", defendeu por sua vez o vereador do CDS, lamentando que a nova orgânica se traduza em várias "duplicações". Como exemplo, António Monteiro apontou o facto de continuar a existir uma Direcção Municipal de Cultura apesar de as suas actividades serem "esvaziadas" para a Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural.

O vereador afirmou que essa e pelo menos duas outras direcções (a de Protecção Civil e a de Habitação) deviam ser extintas, juntamente com outros departamentos e divisões que têm "um programa político, não uma distribuição de competências". Monteiro foi particularmente crítico da nova Divisão de Cidadania e Inovação Social, que disse ter "uma natureza esquerdófila injustificável".

Também Victor Gonçalves, do PSD, criticou as "duplicações" não explicadas pela maioria e antevê problemas no relacionamento entre as cinco novas unidades de intervenção territorial e as juntas. João Navega, eleito pelo mesmo partido, manifestou-se preocupado em saber se esta reestruturação vai ou não traduzir-se num acréscimo de custos para a câmara
In Público

Relvados da Torre de Belém:Um ano depois

                                       (fotografia tirada no passado fim-de-semana)

Passado um ano da realização da cimeira no relvado da Torre de Belém os relvados continuam num estado lastimável.
A zona onde foi colocada a tenda passou a ser uma "selva", embora pareça que hoje foi cortada, e continua a ser uma vergonha em frente a um dos mais importantes monumentos nacionais.
O restante relvado, deliberadamente abandonado pela CML, apesar de ter umas "peladas"e apresentar mazelas resultantes do abandono,recuperou parcialmente devido à chuva que tem caído e para quem vê de longe aparenta um estado mais ou menos normal provando que o seu maior problema foi o abandono a que foi votado e a falta de rega.O mesmo aconteceu com o relvado do Jardim Ducla Soares, ao cimo da Av. da Torre de Belém e com os relvados dos Montes Claros , esses agora com rega, mesmo quando chove. Rega essa que parece nunca ter faltado para regar o famigerado piso do jardim do Principe Real.
É injustificável que, passado um ano , os jardins da torre de Belém continuem neste estado.

26/11/2010

LISBOA versus PARIS: património do séc. XX


Av. Duque de Loulé, 86 - 96 torneja Rua Luciano Cordeiro, 117

Apesar dos técnicos do IGESPAR terem reconhecido a importância nacional deste conjunto, no dia 28 de Outubro de 2009 o Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P. emitiu um parecer no sentido da não-classificação nacional (!).

«Conjunto composto por três prédios de rendimento idênticos, projectados de forma a causar a impressão de um só edifício. Os prédios foram erguidos em 1908 pelo banqueiro Cândido Sotto Mayor, como habitação de qualidade para a burguesia, de acordo com a zona nobre (Avenidas Novas de Lisboa) na qual se inserem. Estruturam-se em quatro pisos de apartamentos, com cave e mansardas. Os apartamentos são vastos, com tectos de estuques decorativos. Estes edifícios constituiem seguramente um dos melhores e mais elegantes conjuntos habitacionais da época, evocando nos seus traços gerais e nos detalhes decorativos Art Déco o ambiente parisiense cujos grandes boulevards, de resto, também haviam influenciado o projecto das Avenidas.» Sílvia Leite / DIDA - IGESPAR, I.P. /2009

Despacho de encerramento de 29-10-2009 do Director do IGESPAR, I.P.

Procedimento encerrado / arquivado - sem protecção legal


Apesar dos pedidos de cidadãos para iniciar, com carácter de urgência, a classificação deste conjunto, e apesar do óbvio carácter excepcional deste conjunto patrimonial, tudo foi arquivado e assim o IGESPAR lavou as suas mãos, como Pilatos. Sem protecção legal, os imóveis estão actualmente a sofrer obras que muito provavelmente irão fazer mais mal do que bem ao património da cidade.

Em Paris, este conjunto notável de prédios de rendimento de 1908 seria acarinhado como um monumento do séc. XX. E, naturalmente, já estaria classificado pelo Ministério da Cultura / IGESPAR e salvaguardado no PDM. Mas Portugal, e a sua capital, estão cronicamente 20/30 anos atrasados. Vejamos:

O primeiro imóvel do séc. XX a ser classificado em França foi o Tèatre des Champs-Elysées (1913, Auguste Perret) que recebeu oficialmente a sua classificação em Agosto de 1957. Nesse mesmo ano a primeira lista de imóveis "modernos" foi submetida à Commission Supèrieure des Monuments Historiques. Esta pioneira lista incluia apenas a área de Paris / Seine que estava mais sujeita a pressões imobiliárias. Mas em 1963 foi elaborada uma segunda lista de "monumentos" construídos de 1830 até ao presente. Nesta fase inicial de reconhecimento estatal do património mais recente foram tomadas algumas decisões absurdas. No caso dos imóveis do Movimento Moderno, por exemplo, apenas as suas fachadas foram classificadas. Naturalmente a França já não faz estes disparates - ainda tão em voga em Portugal - e a legislação de salvaguarda do património evoluiu. A lei do património em França é sem dúvida uma das mais desenvolvidas do mundo. Actualmente existem em França mais de 1000 (mil) edifícios do séc. XX efectivamente classificados. A lista continua a aumentar porque, e ao contrário da opinião de algumas chefias do IGESPAR, os franceses não pensam que têm demasiado património classificado...

Em Portugal, apenas no início da década de 80 do séc. XX se inaugurou a classificação, tímida, de imóveis do Movimento Moderno - o Capitólio (1925-1931, Luís Cristino da Silva) em Lisboa foi um dos primeiros a receber decreto de protecção, no dia 24 de Janeiro de 1983. Desde esta data que a classificação do património do séc. XX se tem desenvolvido, mas a passo de caracol pois neste final da primeira década do séc. XXI muitas obras primas da arquitectura nacional continuam à espera do devido reconhecimento e protecção do Estado português. Nesta espera demorada, alguns imóveis já foram demolidos (Cine-Teatro Monumental) e muitos outros foram alterados para além do aceitável. Haverá futuro para o património arquitectonico do séc. XX em Portugal? Se a demolição frenética da Arquitectura do séc. XIX pode ser considerada uma antevisão do destino para o séc. XX, estaremos então numa rota catastrófica.

Guia Michelin retira estrela ao lisboeta Eleven

In Sol Online (26/11/2010)

«O restaurante Eleven, em Lisboa, perdeu a estrela que lhe tinha sido atribuída pelo guia Michelin, disse fonte da Associação de Turismo de Lisboa.

A grande novidade é que o Eleven perdeu a estrela, disse Duarte Calvão, que está em San Sebastián (Espanha) para participar na apresentação do Guia Michelin Portugal e Espanha 2011.

No Guia Michelin estão 10 restaurantes portugueses com uma estrela e um com duas, o Vila Joya, em Albufeira.

No Algarve estão situados cinco dos dez restaurantes com uma estrela Michelin existentes em Portugal: Amadeus, São Gabriel, Henrique Leis, Ocean e Willie s.

Os restantes estão espalhados por várias zonas do país: Fortaleza do Guincho, em Cascais, Tavares, em Lisboa, Quinta das Lágrimas, em Coimbra, Casa da Calçada, em Amarante, e Il Gallo d Oro, no Funchal.

Lusa/ SOL»

Britania eleito um dos melhores hotéis Art Déco da Europa


In Público (26/11/2010)

«O Britania, em Lisboa, foi considerado pelo jornal britânico Guardian um dos quatro melhores hotéis estilo Art Déco da Europa.

Situada na Rua de Rodrigues Sampaio (nas traseiras da Avenida da Liberdade), esta unidade foi desenhada pelo arquitecto Cassiano Branco na década de 1940. Os donos fizeram questão de manter o mobiliário original, recuperaram artesanalmente o chão de cortiça e restauraram as casas de banho e as paredes em mármore, os lustres e as portas com óculos de vidro. Inaugurado em tempo de guerra, aqui se cruzaram diplomatas e espiões, gente da alta finança e artistas. "Palco de muitas noites brancas, escândalos e conspirações, ficaram célebres, na pacata Lisboa dos anos 40, as festas e as requintadas ceias servidas de madrugada nos terraços", descreve uma nota informativa do hotel, famoso também pelas "noites sem fim dos campeonatos de brídge em que se perdiam fortunas".

Casada desde 1950 com o gerente do hotel, Natália Correia também contribuiu para o ambiente boémio do Britania, que no início se chamava Hotel do Império. Foi aqui que a poeta escreveu, já nos anos 70, a peça de teatro O Encoberto, a primeira a ser encenada no Teatro Maria Matos após o 25 de Abril de 1974. Quem o recorda é um dos responsáveis do grupo Heritage, ao qual pertence o hotel, Luís Alves de Sousa, que explica que não é a primeira vez que o edifício é distinguido a nível internacional. "Em Portugal é que realmente o reconhecimento tem sido pouco", admite. "Pedimos há uns meses para o imóvel ser classificado como imóvel de interesse municipal." Uma noite em quarto duplo custa entre 130 e 215 euros. O Hotel Martinez, em Cannes, o Burgh Island, em Devon, Inglaterra, e o Art Deco Imperial em Praga são os outros hotéis escolhidos pelo Guardian. A.H.»

...

Tal qual o nosso Júlio Amorim tinha anunciado em primeira mão, trata-se de um merecidíssimo prémio; só falta é conseguir-se repor a porta principal tal qual o desenho o original de Cassiano, que vai ser difícil...

...

Fomos entretanto esclarecidos por mão amiga que a porta actual é a reprodução da original: «...a porta que lá está foi feita por nós com base no desenho de pormenor do Cassiano que está na parede da recepção. Deu-nos imenso gozo porque aquela porta nunca tinha sido construída. E deu também um trabalho medonho porque é em ferro e muito pesada e por isso as dobradiças, molas, etc. tiveram que ser reforçadas e especiais...»

E pronto, correcção feita.

Costa propõe serviços em cinco unidades territoriais e corte de 32 lugares de dirigentes

In Público (26/11/2010)
Por Inês Boaventura

«Caso a proposta passe, serão instalados serviços de urbanismo e manutenção do espaço público em Lisboa Norte, Ocidental, Oriental, Centro e Centro Histórico

Desconcentrar, descentralizar e conter custos. Quatro palavras resumem as três ideias que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, António Costa, defende como linhas de força para a reorganização dos serviços da autarquia, cuja proposta foi ontem apresentada. Para tal, Costa propõe a criação de cinco unidades de intervenção territorial, cada uma das quais com competências ao nível do urbanismo de proximidade e manutenção do espaço público numa área da cidade. Além disso, promete a redução de 32 lugares de dirigentes.

Os tais cinco departamentos, que ficarão na dependência de uma unidade de coordenação territorial, actuarão ainda nas áreas de gestão de equipamentos locais e de acção comunitária. A ideia, segundo o autarca, é que os serviços sejam instalados no respectivo território (Lisboa Norte, Ocidental, Oriental, Centro e Centro Histórico) e funcionem também como postos de atendimento para os que ali residem.

O objectivo deste movimento de "descentralização territorial" é, explicou António Costa, "integrar e quebrar os silos" hoje existentes e simultaneamente "aproximar" a autarquia dos cidadãos e dos seus problemas. Também a vereadora dos Serviços Centrais, Graça Fonseca, destacou que com esta reestruturação orgânica se pretende "inverter a excessiva verticalização e os silos em que estão organizados os serviços, com incapacidade de ter uma visão global".

Postos garantidos

A vereadora revelou que outro objectivo da proposta - que vai ser discutida hoje em reunião camarária - é "introduzir maiores níveis de eficácia em algumas áreas críticas". Nesse sentido estão em cima da mesa a concessão da rede de saneamento em baixa à EPAL, a constituição de serviços municipalizados para a área de higiene urbana, a atribuição da gestão de museus e galerias à Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural e a entrega da gestão dos refeitórios, creches e jardins-de-infância aos serviços sociais da câmara.

António Costa garantiu que "nenhuma destas mudanças põe ou poderá pôr em causa postos de trabalho", explicando que os trabalhadores afectados terão "a opção de acompanhar o serviço ou ficar na câmara". A extinção de 32 lugares de dirigentes permitirá uma poupança anual de cerca de 500 mil euros, de acordo com a vereadora Graça Fonseca.

Além das tais unidades territoriais, esta proposta prevê a criação da Direcção Municipal de Economia e Inovação (que terá como principal missão captar investimento para a cidade) e da Direcção Municipal de Educação e Desporto que, segundo António Costa, só será instalada quando a autarquia receber do Governo a gestão das escolas do 2.º e 3.º ciclos. O autarca diz que isso poderá acontecer em 2012, já que nessa altura a Câmara de Lisboa estará à beira de concluir o programa Escola Nova, ao abrigo do qual vão ser requalificadas dezenas de escolas básicas e jardins-de-infância.»
...

A ver vamos se resulta, oxalá resulte, mas uma coisa é certa, pior não há-de ficar.

Lódãos e miradouro na Estação Sul e Sueste

In Público (26/11/2010)
Por Ana Henriques

«Projecto de Bruno Soares prevê redução da circulação automóvel a duas faixas de rodagem. António Costa diz que preferia uma requalificação "menos austera" nalguns aspectos

Uma Avenida Infante D. Henrique transformada numa alameda com lódãos junto ao Terreiro do Paço, em Lisboa, e um miradouro para o rio ao lado da Estação Fluvial Sul e Sueste são alguns dos planos de requalificação da frente ribeirinha apresentados anteontem à autarquia da capital pela Sociedade Frente Tejo.

O que os responsáveis por esta sociedade de capitais públicos não souberam dizer aos autarcas foi quando arranca a obra. Remeteram a questão para o Metropolitano de Lisboa, empresa que lançará e pagará esta empreitada. Contactada pelo PÚBLICO, a transportadora alegou que o administrador com este pelouro se encontrava em reunião. O Metropolitano está também a proceder à reabilitação da estação fluvial segundo o projecto original de Cotinelli Telmo e à sua ligação ao metro, uma obra que a Transtejo diz que só ficará concluída em Junho de 2012.

O estudo prévio de arranjo do espaço público em redor do terminal dos barcos foi desenvolvido por Bruno Soares - o arquitecto responsável pela requalificação do Terreiro do Paço -, e por Luís Gonçalves. Inclui a criação de um interface de transportes naquele local, uma opção que a vereadora Mafalda Magalhães de Barros, do PSD, criticou: "Acho a instalação de um terminal de autocarros pouco consentânea com a proximidade de um monumento nacional, o Terreiro do Paço". "Será um local para paragem e não para parqueamento de autocarros", assegurou porém o vereador da Mobilidade, Nunes da Silva.

Outro aspecto fundamental do projecto é a redução da circulação automóvel a duas faixas de rodagem. "Aqui, o peão vai estar protegido", referiu o mesmo autarca. Já para o seu colega de vereação José Sá Fernandes, o ideal era cortar toda a circulação automóvel neste troço da frente ribeirinha. A proposta de Bruno Soares também não escapou aos reparos do presidente da câmara, António Costa: "Cobrir toda a zona com um manto de calçada não me parece o mais interessante, com toda a luminosidade que aqui existe".

O líder da autarquia expressou o desejo de que a requalificação assumisse um aspecto "menos austero" do que aquele que surge nas imagens tridimensionais apresentadas pela Frente Tejo - que, numa fase posterior, também se encarregará da remodelação do Campo das Cebolas. Já os serviços camarários de ambiente urbano emitiram um parecer favorável ao trabalho de Bruno Soares e Luís Gonçalves.

O miradouro virado ao rio e ao Terreiro do Paço que desenharam funcionará como um anfiteatro junto ao Cais das Colunas. "O equipamento urbano reforçará o carácter de zona de lazer, com introdução de um quiosque e respectiva esplanada", refere a proposta camarária para a aprovação do projecto. Quanto à alameda de lódãos ao longo do edifício do Ministério das Finanças, "pretende funcionar como elemento de transição para o interface de transportes", que, além dos barcos e autocarros, inclui o metropolitano. "Trata-se de uma boa solução para esta área", elogiou o social-democrata Victor Gonçalves. "Gosto do projecto", corroborou Sá Fernandes. "A minha grande preocupação é: quando é que isto começa?" "Eu também gostava de não ter aqui, nem no Cais do Sodré, interfaces de transportes", declarou por seu turno Manuel Salgado, arquitecto e vereador do Urbanismo. "Mas não é possível. Talvez daqui a 20 anos...". Salgado anunciou que vai ser lançado um concurso de ideias para aproveitamento da desactivada Doca da Marinha, uma zona de frente de rio situada logo a seguir à estação fluvial, no caminho para Santa Apolónia. A ideia é tornar o local acessível ao público, uma vez que, há muito, serve quase exclusivamente para estacionamento de carros da Marinha.

Ainda em fase de lançamento de concursos está igualmente a ocupação das arcadas do Terreiro do Paço com comércio e esplanadas. A operação de urbanismo comercial já devia ter sido concluída, mas está atrasada.»

25/11/2010

Lisboa virtual dá polémica



Museu da Cidade apresenta reconstituição em 3D e Centro Universitário denuncia abusos

Lisboa virtual dá polémica

O projecto 3D da Lisboa de antes do Terramoto de 1755 que o Museu da Cidade, ao Campo Grande, apresenta a partir de hoje suscita polémica: o Centro de História de Arte (CHAIA) da Universidade de Évora, que desenvolve um projecto também virtual em Second Life, denunciou ontem em comunicado o abuso de contactos na comunidade científica e o silenciamento de uma hipótese de parceria .

Por:J.V. (in correio da manhã)



A polémica centra-se na utilização do investigador norte-americano Bernard Frischer, da Universidade da Virgínia, que esteve em Lisboa num workshop do CHAIA e visitou o Museu da Cidade. O projecto 3D iniciou-se em 2005 e baseia--se numa antiga maqueta.
A equipa de investigadores do CHAIA que têm estado a continuar o projecto “City and Spectacle” com o objectivo de recriar a totalidade da Lisboa barroca em ambiente Second Life®/OpenSimulator, lançou mais um vídeo de apresentação do trabalho realizado até agora:

Tem havido alguma polémica com um projecto semelhante lançado recentemente pelo Museu da Cidade, com o mesmo âmbito, que claramente se “inspirou” neste sem no entanto lhe fazer qualquer referência

Projecto “City and Spectacle” com novo vídeo