11/02/2021

Edifício da Av. Defensores de Chaves, 37 - Pedido de não demolição à CML

Exmo. Sr. Vereador
Eng. Ricardo Veludo


C.C. PCML, AML, JFAN e media

No seguimento de anúncio publicitário anunciando a venda de apartamentos (http://www.primeavenue.pt/empreendimento/edificio-natura-brevemente/8316019?fbclid=IwAR0bqgMqi0fD6P1IhWYqt7ayk5DGb0MpXqOlebsKjfzfV35N-DGRUeU5tvg) em prédio a construir de raiz no lote hoje ocupado pelo edifício do nº 37 da Avenida Defensores de Chaves, cuja foto anexamos;

Trata-se, como V. Exa. estará recordado, de um prédio que data de 1908 e que, portanto, é um daquele lote de prédios de uma Lisboa “Entre-Séculos” que importa recuperar e salvaguardar, sob pena de daqui a 5-6 anos nada mais existir desse período, uma vez que são prédios que são objecto sistemático da especulação imobiliária.

E o historial do prédio em questão tudo leva a crer que este seja um desses casos paradigmáticos, e até o último morador foi alvo de “bullying”, como o próprio teve ocasião de relatar numa reportagem televisiva há poucos anos.

Ou seja: os andares foram sendo vandalizados, a cobertura destelhada, os bronzes da escada, puxadores, canos, o lustre do vestíbulo da entrada, as oito figuras em mármore branco que ladeavam as escadas da entrada, foi tudo roubado… e parte do telhado ruiu, chovendo na escada.

Acresce que a sua proprietária era até há pouco tempo, segundo julgamos saber, a firma Cáfe, também ela com um historial semelhante em prédios da Av. Duque de Loulé, R. Almirante Barroso, etc., em que os prédios respectivos estiveram abandonados durante anos, resultando na sua total demolição ou alteração completa.

Acresce, ainda, que as intimações de obras emitidas pela CML em 2013 e 2014, pelo menos, não foram acatadas pelo proprietário, continuando o prédio a ser vítima das intempéries, até que se justifique um pedido de demolição, o que consideramos lamentável em termos da gestão urbanística e da autoridade da própria CML.

Pelo exposto, solicitamos a V. Exa. que nos informe se se confirma a demolição deste edifício, uma vez que não descortinamos a sua aprovação/licenciamento em sede de reunião de CML, e, por outro lado, apelamos à CML para que, como último recurso, tome posse administrativa deste edifício, procedendo às obras de recuperação do edifício para fins habitacionais, dando assim um claro sinal ao mercado de que não pactua com a especulação imobiliária e que protege o património da Lisboa “Entre-Séculos”.

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Jorge, Miguel de Sepúlveda Velloso, José Filipe Toga Soares, Júlio Amorim, Helena Espvall, Filipe Teixeira, Virgílio Marques, Martim Galamba, Pedro Henrique Aparício, Paulo Lopes, Bruno Rocha Ferreira, Beatriz Empis, Maria João Pinto, Sofia de Vasconcelos Casimiro, Maria Ramalho, Jorge Pinto, Miguel Atanásio Carvalho, António Araújo, Nuno Caiado, Rui Martins, Alexandre Marques da Cruz, Nuno de Castro Paiva, Fátima Castanheira, Pedro Cassiano Neves, Maria do Rosário Reiche, Gustavo da Cunha

1 comentário:

Anónimo disse...

Obrigado por agirem!