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29/01/2016

CHAFARIZ DA COVA DA MOURA NA AVENIDA INFANTE SANTO



O Chafariz da Cova da Moura em 1950

O Chafariz da Cova da Moura na atualidade

Venho aqui apresentar a comunicação que proferi na reunião pública da Câmara Municipal de Lisboa de 27 de Janeiro de 2016 e que mereceu por parte do Sr. Vereador Manuel Salgado a promessa de que a recuperação do Chafariz da Cova da Moura e a sua possível integração no jardim previsto para o Geomonumento que o contém, iriam ser estudadas e tidas em consideração. Estas são , para já, boas notícias.

Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Exmos. Srs. Vereadores
Minhas Senhoras e meus Senhores

Sou João Pinto Soares e aqui represento a Associação Lisboa Verde

Pretendo chamar a atenção de Vexas. Para o estado atual do Chafariz da Cova da Moura na Avenida Infante Santo e para a necessidade urgente da sua recuperação, bem como da salvaguarda do geomonumento que o contem, para usufruto dos Lisboetas.

O Chafariz da Cova da Moura, mandado fazer por aviso de 9 de Fevereiro de 1786, adossado ao Aqueduto das Águas Livres, que o alimentava, abastecia o quartel da Cova da Moura, existente na antiga Rua da Torre da Pólvora, tendo ambos (quartel e rua) sido demolidos em 1939 para dar lugar à abertura da Av. Infante Santo.

Encontra-se situado no afloramento calcário com sílex (Cenomaniano, com cerca de 97 milhões de anos) aceite como Geomonumento pela Câmara Municipal de Lisboa, em protocolo estabelecido com o Museu Nacional de História Natural, em 22 de Junho de 1998, como ocorrência geológica a preservar. Este afloramento é delimitado pela Calçada das Necessidades e Av. Infante Santo, Freguesia da Estrela.

O Aqueduto das Águas Livres está classificado Monumento Nacional por Decreto de 16 de Junho de 1910, publicado a 23 de Junho de 1910.

O Chafariz da Cova da Moura, sendo abastecido pelo Aqueduto das Águas Livres através duma galeria que o liga ao sistema principal, faz assim parte integrante do Aqueduto das Águas Livres pelo que se encontra classificado pelo Decreto n.º 5/2002, DR. 42, 1ª série – B de 19-02-2002, como Monumento Nacional (MN). Decreto que alargou a classificação do Aqueduto das Águas Livres aos seus aferentes e correlacionados.

Embora classificado Monumento Nacional, o Chafariz da Cova da Moura encontra-se há muito abandonado e entregue à degradação provocada pelos elementos naturais e pela incúria do homem, sendo inserto o seu futuro, já que existe um projeto urbanístico para o geomonumento que o contem e sua zona envolvente, tendo-se iniciado já as obras para a construção do parque de estacionamento subterrâneo para automóveis na Rua Embaixador Teixeira de Sampaio e Av. Infante Santo (Proc. 40/EDI/2011 – Alvará n.º 17/CE/3014), investimento conjunto da Empark e do Hospital CUF Infante Santo, da José de Melo Saúde .

Tais obras configuram a fase inicial de um processo que engloba também, por um lado, a construção de um elevador de ligação à Calçada das Necessidades, a construção de um jardim sobre o geomonumento, e por outro, a construção de habitações na parte da Calçada das Necessidades, nos. 8-8A e 10-10A, projetos em estudo na CML.

Porque quanto ao Chafariz da Cova da Moura, embora Monumento Nacional, nada é referido, a Associação Lisboa Verde vê com grande preocupação a resposta da Câmara Municipal de Lisboa ao requerimento do Gabinete dos Vereadores do PCP, de 11 de Março de 2015, referente à possível recuperação do Chafariz da Cova da Moura.

De facto, tal resposta, parece estar de acordo com os pareceres de diversas entidades que, tendo como obrigação a defesa do património nacional, em vez de propor a recuperação do Chafariz da Cova da Moura, preconizam a sua demolição, tendo como fundamento o estado de ruína.

Lembramos que no ano de 1878 também parte do Mosteiro dos Jerónimos esteve em ruinas e nem por isso foi demolido, antes recuperado. Assim, o chafariz da cova da Moura , embora tenha sofrido os efeitos desgastantes da passagem dos anos, sem qualquer intervenção, está em condições de poder ser recuperado, assim haja vontade para o fazer.

Não queremos acreditar que o desenvolvimento da urbanização agora em curso seja a causa da impossibilidade de recuperação do Chafariz da Cova da Moura.

Termino apelando a Vexas. Para que não permitam a demolição do Chafariz da Cova da Moura, antes procedam à sua rápida recuperação, impedindo a repetição dos atropelos verificados no local no tempo do Estado Novo , quando em Setembro de 1949 se procedeu à dinamitação dos arcos do Aqueduto para a passagem da Av. Infante Santo. Não queremos que o tempo volte para trás.

Juntamos fotografias do estado atual do Chafariz da Cova da Moura e do que ele era em 1950, quando da abertura da Av. Infante Santo.

Obrigado pela vossa atenção.

João Pinto Soares
Lisboa, 27 de Janeiro de 2016

12/11/2015

Está feio, partido e porco. É MN? Que interessa isso? Tape-se! Bah!


In O Corvo (12.11.2105)
Por Samuel Alemão

«Chafariz que é Monumento Nacional demolido para se fazer estacionamento

Sem salvação possível. O Chafariz da Cova da Moura, localizado junto à Avenida Infante Santo e pertencente ao sistema de ramais do Aqueduto das Águas Livres, será demolido, apesar de estar classificado como uma parte integrante daquele Monumento Nacional. O mau estado de conservação do elemento patrimonial edificado no final do século XVIII é considerado irreversível pelas entidades responsáveis, que assim libertam o local para a construção de um parque de estacionamento junto à avenida, bem como de um elevador de acesso ao topo do geomonumento formado por um afloramento de calcário e sílex e de um espaço verde de ligação à Calçada das Necessidades. As obras, de resto, decorrem há meses.

A confirmação da acção de desmantelamento do chafariz localizado na freguesia da Estrela, que há muito padece de falta de conservação, foi dada por Manuel Salgado, vereador do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa (CML), durante a última sessão da Assembleia Municipal de Lisboa, ocorrida na terça-feira (10 de Novembro). “Está em ruína e não tem qualquer possibilidade de ser recuperado”, diz o autarca, que afirmou estar a citar a informação que lhe fora dada pela Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo (DRCLVT). “O que se pode fazer é o registo de todos os elementos agora existentes, para preservação de memória futura, e desmontagem do que resta do chafariz”, afirmou o vereador. [...]»