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19/07/2016

O exemplo de BOLONHA


14/11/2013

Rua do Ferragial


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«Bom dia,

Sou residente na Rua do Alecrim desde muito antes de existir a rua cor-de-rosa.
Vim morar para aqui há 8 anos, parava o carro sem problemas à porta de casa e conseguia dormir descansada!
Desde que abriu a rua cor de rosa e os bares do Bairro Alto passaram a fechar às 2h da manhã, enquanto os bares do Cais do Sodré fecham às 4h, as noites aqui passaram a ser um inferno!
Quando fecham os bares do Bairro Alto dá-se o êxodo para a rua côr de rosa, uma quantidade de pessoas que desce a Rua do Alecrim a gritar, a cantar, a tocar às campainhas, a atirar caixotes do lixo por escadas a baixo, a ligar os telefones a amplificadores mesmo em baixo das nossas janelas e a partir os carros todos pelo caminho!
Deixei de estacionar o carro na Rua do Alecrim ao fim de semana, porque todos os dias tinha uma amolgadela, um risco, um espelho ou vidro partido e o carro assaltado! Com a abertura da rua cor de rosa, com os seus horários alargados até às 4h, NUNCA estaciono na minha rua, nem mesmo durante dias de semana!
Mas não é só na Rua do Alecrim que isto acontece regularmente, este foi o cenário com que nos deparámos hoje de manhã na Rua do Ferragial... Uma fila de carros vandalizados e assaltados! O meu tinha sido há uma semana!

sara lopes da fonseca»

03/09/2013

António Costa e o Ruído Nocturno


Chegado por e-mail:


«"(...) não creia que eu deva julgar-me feliz por me achar longe da infecção do Chiado." Eça de Queiroz, Carta a Ramalho Ortigão, 1873


Desenganem-se do ar bonacheirão. António Costa foi eleito em 2009 com um programa focado na reabilitação urbana e na promoção da habitação no centro de Lisboa. Ao invés, no final de 2011, António Costa e Sá Fernandes encerraram ao trânsito automóvel a Rua Nova do Carvalho, no Cais do Sodré, a pedido da indústria do divertimento nocturno, sem que alguma vez tenham sido escutados os residentes, dando origem ao maior movimento migratório nocturno de que há memória em Lisboa. Foi assim criado, em pleno centro histórico da cidade, um ambiente inóspito e hostil a moradores e turistas que elegem a hotelaria local e um gravíssimo problema de saúde pública.

Agora terminam a obra a dias das eleições, pintando a rua simbolicamente de cor-de-rosa, de mãos dadas com bares e discotecas, numa iniciativa financiada pela vodka Absolut.

O encerramento da Rua Nova do Carvalho atraiu milhares de novos frequentadores para um local subitamente transformado em discoteca a céu aberto. A Câmara promoveu activamente este novo destino de massas, permitindo que ali se organizassem festas temáticas ao ar livre e criando a ideia de que o divertimento nocturno e o ruído associado poderiam ali florescer sem quaisquer limites. Seguiram-se a abertura descontrolada de novos espaços de venda de bebidas alcoólicas, a reconversão do comércio diurno em nocturno e graves questões de insalubridade, insegurança ou estacionamento. Foi assim criada uma mancha de problemas que alastrou ao Chiado, ao Largo do Corpo Santo e a Santos, afastando moradores e o comércio e serviços diurnos (vejam, por exemplo, a Rua do Ferragial, que hoje lembra Beirute durante a guerra civil).

Refira-se também que nos últimos cinco anos foram investidos na zona dezenas de milhões de euros na hotelaria de qualidade, a qual agora se ressente, com queixas de hóspedes sobre ruído. Promotores imobiliários com interesse no restauro para habitação e comércio diurno hesitam em ali investir com receio de que seja irreversível a sua transformação em zona exclusivamente nocturna.

Isto apesar de se tratar de uma parte de Lisboa de beleza incomparável, com hotéis e restaurantes de qualidade, onde Eça se alojava quando, já cônsul, se demorava pela capital (não consta que com queixas pelo ruído).

Mais grave que tudo isto, porém, é o facto de o ruído nocturno ser cada vez mais incessante e omnipresente ao longo da semana. Apesar disso, desde o encerramento da rua, nem uma medição ao ruído nocturno indiferenciado foi feita pela CML na zona do Cais do Sodré. Fizeram-na os residentes, no passado mês de Maio, através de empresa certificada, a qual revelou níveis intoleráveis de ruído (70 dB, entre a 01h00 e as 04h00, quando o máximo permitido são 45 dB).

Esta agressão aos residentes é incompreensível vinda de uma Câmara a quem compete, antes de tudo, proteger a saúde dos seus munícipes.

Desenganem-se do ar bonacheirão. É mesmo desinteresse ou a sensação de que se pode tudo fazer com o respaldo de uma maioria.

Não deixaremos.


Nós Lisboetas»