02/05/2005

O que vale é que nem tudo é mau:

Hotel Bairro Alto recebe clientes a 18 de Maio (descritivo: Hotel Bairro Alto). E Ippar chumbou projecto do Belenenses
PF

5 comentários:

jcd disse...

Hoje não haveria Hotel no Bairro Alto. O Hotel só existe porque há em frente um parque de estacionamento. Hoje, seria chumbado pelo IPPAR.

Anónimo disse...

Caro Jaquinzinho
Pelo que me diz, então a AR só existe pq há ao lado um parque de estacionamento, e por aí adiante.
O Hotel do Bº Alto é uma mais-valia para a zona, disso não tenho dúvida alguma e aplaudo a sua abertura, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra, como se comprova vendo "n" hotéis (mesmo de charme) há por essa Europa fora, sem qq parque próximo.
Ainda sobre este caso concreto do H Bº Alto, sou frontalmente contra a ampliação do parque ao Lg.Barão de Quintela, e só estou à espera que os nossos (in)competentes do costume voltem à baila com essa ideia peregrina...
PF

jcd disse...

O Hotel Bairro Alto, (ao qual estou profissionalmente ligado), só está naquele sítio devido à existência de um parque subterrâneo em frente.

A oferta de estacionamento era um dos pontos críticos do projecto. Foi ultrapassada adquirindo 'x' lugares no parque Camões para serviço do Hotel.

E não é verdade o que diz. Aponte-me um único hotel de 5 estrelas sem oferta de estacionamento em qualquer capital da Europa. Um só... Eu não conheço nenhum, até porque a falta de estacionamento implica geralmente a perda da 5ª estrela.

Conheço dois hotéis que têm o estacionamento longe mas oferecem um serviço de transfer permanente entre o hotel e o parque.

jcd

Anónimo disse...

Reparo que continua ferveroso adepto dos parques de estacionamento subterrâneos como fonte de revitalização dos centros das cidades. Como continuo no pólo oposto, não há nada a fazer, como compreenderá.

Começo por lhe dizer que o conceito de 5*****, como deve saber, é muito volátil em termos europeus, e quantos hotéis há que ostentam 4****, sendo verdadeiramente de 5, nada tedo que ver com o estacionamento. Podíamos estar aqui a discutir se um hotel de 5***** em Portugal equivale a um lá fora, ou vice versa... E, efectivamente, quando me referi a "essa Europa fora", nem sequer pensei em capitais, primeiro porque acho que Lisboa tem muito mais de capital de província do que capital estadal, e porque tento sempre fugir ao turismo nas grandes metrópoles, por isso é-me mais fácil apontar uma mão cheia de hotéis de charme em cidades que não capitais, que apenas têm um pequeno parque, aliás tudo menos subterrâneo. De 5**** em capitais, os únicos que conheci há anos foi o Grande Bretagne, em Atenas, e o Amigo, em Bruxelas, e já nem sei se serão de 4 ou 5, e não me lembro se têm parques subterrâneo por perto, (até pq sempre lá andei em transporte público) ainda que a localização de ambos pouco tenha a ver com uma zona como o Chiado, como é óbvio.

Sobre este caso particular do Hotel do Bairro Alto (aproveito a ocasião para lhe perguntar o que levou os hoteleiros a escolherem essa designação, já que o B.Alto tem tanto a ver com hotéis de 5***** como a «Chiado», «Camões» ou «Alecrim»?) fico espantado como o hotel só é possível com o parque, pois assim parece que o parque foi construído a pensar, não só nas receitas para a congregação do Loreto, mas em futuros hotéis, o que é mau. Por outro lado, e fazendo uso dos seus legítimos argumentos, então que o hotel do Bº Alto usasse um serviço de «navettes» de/para um parque, por exemplo, o do Corpo Santo, que é um objecto curioso na política camarária de gestão de estacionamento. Por último, tem que me dizer qual é esse número "X" de estacionamentos no parque da Praça Camões, pois parece-me pouco provável que "Y=X+55", ou seja, os lugares serão tudo menos capazes de cobrir a capacidade do hotel, assim venha este a estar cheio, como desejo.
PF

jcd disse...

O que eu quero é evitar que os carros se amontoem em cima dos passeios, como se vê hoje em certas zonas da cidade, por exemplo, nas ruas adjacentes ao Príncipe Real.

E, claro, quero que as pessoas voltem aos centros históricos. Como é evidente e parece que há quem não tenha compreendido, as famílias só habitam nos centros históricos se tiverem estacionamento, não só para si como para os amigos que os visitam, o comércio só se revitaliza com a âncora de famílias com poder de compra e com estacionamento rotativo e o resto vem por arrasto.

A situação actual é criminosa, porque as zonas históricas apenas são atractivas, salvo raras excepções, para estudantes, famílias sem filhos ou idosos sem poder compra, o que é o mesmo que dizer, para habitação provisória.

Claro que eu também gostava muito de morar no Príncipe Real, mas cada lugar de estacionamento custa 8.000 a 9.000 contos e só em 2 lugares vai-se o valor de um apartamento.

Quanto ao hotel, adquiriu cerca de 15 lugares no parque para administração, carrinhas de serviço e ofertas a clientes. Foi a existência do parque público que viabilizou a localização, porque é necessário que os clientes tenham acesso a um parque de estacionamento. Estima-se que cerca de 1/3 dos clientes do hotel (que poderá ser mais ou menos, dependendo do sucesso dos vários canais de distribuição), utilizem veículo próprio ou alugado.

Como é evidente, o que é importante não é ter parques subterrâneos mas sim ter oferta de estacionamento. Nas zonas históricas não há espaço. Por isso, ou são subterrâneos ou são silos.

Não sei quem escolheu o nome do parque, sei que era para ser Hotel Camões mas foi chumbado, depois foi Hotel dos Poetas durante algum tempo até que o nome definitivo foi Bairro Alto Hotel.

Quanto ao parque de estacionamento, foi feito para responder à procura e, claro, havendo oferta, há revitalização da zona porque certas infra-estruturas (como o hotel) só podem nascer depois. Infelizmente o parque é demasiado pequeno e já está muitas vezes esgotado, provocando grandes filas nos acessos.

jcd