04/05/2006

CML, via Helena Lopes da Costa, arrendou andar a Freire Antunes, por 10 contos, para 21 anos ...e nós pagaríamos 200 cts!

Esta notícia do Correio da Manhã, via Olissipo é de "cabo-de-esquadra"! Por isso, sem comentários, aqui fica, que merece a pena divulgar:

"A Câmara Municipal de Lisboa, através da ex-vereadora Helena Lopes da Costa, arrendou à Tribuna da Memória-Multimédia, Unipessoal, LDA – ‘instituição’ que tem como único sócio o historiador José Freire Antunes – uma casa com duas frentes e vista para o Tejo, pelo “preço mensal especial” de 49,65 euros. O protocolo de cedência de espaço municipal, situado a pouco mais de 80 metros do Palácio de Belém, foi assinado por Helena Lopes da Costa e José Freire Antunes – actualmente estão ambos na Assembleia da República, na bancada do PSD – no dia 1 de Junho de 2005 e não foi discutido em reunião de Câmara. De acordo com um documento a que o CM teve acesso, a decisão teve a ver com o facto de a autarquia considerar “altamente meritório” o trabalho desenvolvido pelo Centro de História Contemporânea e Relações Internacionais, gerido pela Tribuna da Memória.
O aluguer de uma casa com pelo menos quatro assoalhadas é válido para os próximos 21 anos e o preço de 49,65 euros será actualizado anualmente de acordo com o coeficiente fixado pelo Instituto Nacional de Estatística para o sector imobiliário. Se Freire Antunes tivesse de alugar uma casa no mesmo prédio, teria de desembolsar mais de 1000 euros por mês, montante que é pedido por uma agência para um T2, com 115 metros quadrados.

'CEDI MAIS DE 200 ESPAÇOS'

Helena Lopes da Costa assegurou ao CM não haver qualquer irregularidade com o espaço cedido a Freire Antunes. “Enquanto estive na Câmara de Lisboa cedi cerca de 200 espaços a outras tantas instituições. No caso em questão não vejo qual seja o problema. Se calhar é por ser amiga do historiador Freire Antunes. Mas também conheço outras pessoas a quem cedi espaços, como são os casos das associações a que estão ligada a Maria Elisa [fibromialgia] e a Margarida Martins da Abraço.”

A ex-vereadora da autarquia de Lisboa adiantou, ainda, que a média das rendas das casas que disponibilizou ronda os 50 euros. “Essa verba está inscrita numa tabela da Câmara”.

O CM tentou contactar o historiador Freire Antunes, o que não foi possível até ao fecho desta edição.
"

PF

1 comentário:

Anónimo disse...

Permitam-me fazer um pequena correcção já de início para que o discurso se torne um pouco menos rigoroso: o valor locatário do imóvel em quetão situa-se entre os seicentos e os seiscentos e cinquenta euros, não sei que caso escolheram para comparação mas das duas uma: as características determinam valores diferentes para imóveis com áreas aproximadas ou o valor pedido serve para adiar o negócio. A cerca de cem metros do apartamento em questão está à venda um bonito apartamento, está à venda há cerca de dois anos, o preço já desceu trinta por cento e terá de descer ainda um bom bocado até que seja vendido.
Mas a questão não é do foro imobiliário, o sucedido pode ser descrito de outra forma, depende da formação do descritor: a CML decidiu atribuir a uma entidade que se dedica a actividades de considerável valor cultural uma ajuda mensal de seiscentos euros.
Eu, que me habituei a procurar aqui algumas vozes em defesa dos valores culturais, fico verdadeiramente espantado com esta posição. Serão vocês umas putas como eles e eu ando aqui enganado? Ou estarão apenas distraidos com o hábito contestatário?

[Peço desculpa pelo anonimato mas parece-me mais honesto do que assinar sob pseudónimo.]