07/01/2011

Moradores temem invasão e pedem mais estacionamento

In Jornal de Notícias (7/1/2011)


«Divisão da cidade em duas coroas encarada com receio por habitantes da zona exterior


Os novos regulamentos de estacionamento em Lisboa, que dividem a cidade em duas coroas, estão a ser encarados com receio pelos moradores e comerciantes da zona exterior, que temem uma invasão às suas ruas e pedem soluções para mais parques.

O novo regulamento, aprovado anteontem na Câmara Municipal de Lisboa, extingue a tarifa única de estacionamento e prevê a divisão da cidade em duas coroas: uma interior, no centro, onde o preço duplica, e uma coroa exterior, em zonas mais residenciais, onde estacionar será mais barato.

Os moradores e comerciantes das zonas exteriores temem agora que as suas ruas sejam invadidas por carros que pretendam escapar às taxas elevadas do centro de Lisboa.E lembram que os lugares não abundam.

"A Câmara devia aproveitar os quintais nas traseiras dos prédios e os barracões para fazer parques de estacionamento", referiu ao JN José Nélson de Sousa, de 60 anos, trabalhador num bomba de gasolina na zona de Alvalade. O lisboeta tem receio que com o novo regulamento "venha tudo à procura de lugares onde eles não existem".

"Os lugares não crescem , são sempre os mesmos", apontou, por seu turno, o comerciante AntónioMoreira, referindo que se por um lado se nota a rotatividade nos estacionamentos, por outro, urge encontrar mais lugares para os residentes.

Na Câmara de Lisboa, o CDS foi a única força política a votar contra os novos regulamentos.
"Este regulamento prevê uma autorização para que a Empresa Pública Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL) coloque parquímetros em toda a cidade que pode ir desde Marvila a Carnide ou Benfica e outras zonas essencialmente residenciais e em que o sistema de parquímetros em si não é o mais eficaz para controlar o estacionamento", afirmou, ontem, AntónioCarlos Monteiro (CDS).

O vereador, um dia depois da votação, sublinhou ao JN que "o estacionamento tarifado em toda a cidade não é razoável" até por questões de rentabilidade dos investimentos.
"Cada parquímetro custa para cima de cinco mil euros, é um investimento pesado", lembrou, explicando ser contra as suas aplicações em zonas residenciais. Isto porque, tendo em conta que os residentes não pagam, "tem que se gerar receita suficiente para justificar a sua existência e isso só é possível se estivermos em zonas de comércios e serviços, porque aí faz sentido estimular a rotação e forçar quem tente estacionar nessa zona a não ficar com o carro durante todo o dia no mesmo sítio".

"O mesmo lugar", sublinhou, "deve ser utilizado por mais do que uma pessoa". António Monteiro defende ainda que, em zonas residenciais, "se o residente deixar o seu carro em casa para ir de transportes colectivos, esses lugares não são susceptíveis de serem explorados para efeitos de rotação" e, como tal, "não faz sentido meter lá parquímetros". "Ou então estamos a forçar os residentes a tirarem os carros e circularem com eles pela cidade", comentou ainda.»

9 comentários:

Anónimo disse...

Os carros não são para ser usados como falsos símbolos de status para compensar a insegurança emocional das classes menos favorecidas. Um carro deve ser declaradamente um luxo inútil para o percentil superior da população que não sabe o que fazer ao dinheiro, e o resto de nós todos, ao usarmos os transportes públicos em massa, contribuiremos para o seu rápido desenvolvimento. Ah, como a minha vida seria boa se houvesse em Lisboa a S-Bahn da Alemanha. Ou mesmo o Metro do Porto, ou o do Sul do Tejo. Porque é que Lisboa é a capital mas aparentemente é sempre a pior cidade do país?

Anónimo disse...

Não se descortina a necessidade dessa nova invenção quando o estacionamento selvagem prolifera e não é reprimido.

Isto digo eu, que em Lisboa ando sempre de transporte público ou a pé.

Xico205 disse...

Sim, o metro sul do Tejo é um rico exemplo!! LOOL

Ou andam lá meia duzia de gatos pingados cuja deslocação apenas se faz entre Corroios e Almada ou entre ALMADA e o Monte da Caparica ou então andam borlistas! Tantos que nos fiscais não conseguem atuar e por estarem em minoria já varias vezes fora agredidos!!!

Por ficar caríssimo combinar passes entre O MTS e outros operadores, quem tem necessidade de mais de um operador escolhe a TST em vez do metro.

Uma obra caríssima e inutil. Apenas serviu para estrangular a N10 e prejudicar o serviço da TST ao acabar com a faixa bus na N10 quando a TST transporta muito mais gente no Eixo Cacilhas-Corroios do que o metro! Até porque a maioria dos passageiros se destina ás localidades mais populosas do municipio do Seixal: Cruz de Pau, Paivas, Amora, Arrentela, Casal do Marco e Torre da Marinha, e o metro fica a meio caminho.

Xico205 disse...

Nas localidades mais populosas do Municipio do Seixal esqueci-me de incluir o Fogueteiro e porque não tambem os bairros da freguesia de Corroios que não são servidos pelo metro: Miratejo, Quinta do Brasileiro, Vale de Milhaços e Pinhal Vidal.

Nota: em Corroios já estou a excluir o centro de Corroios, a Quinta de São Nicolau, o Alto do Moinho, a Quinta da Marialva e Santa Marta do Pinhal.

Anónimo disse...

o primeiro anónimo não tem a noção ou então está a ser irónico.

Comparar MTS com ML ou mesmo margem sul com Lisboa? anedótico

Xico205 disse...

Anónimo disse...
Os carros não são para ser usados como falsos símbolos de status para compensar a insegurança emocional das classes menos favorecidas....

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Karl Marx não diria melhor...ou Carlos Carvalhas se preferir. BAH Ideologia da treta.

Filipe Melo Sousa disse...

Este blog está cheio de fundamentalistas contra a mobilidade automóvel. Quem acha que uma família vive sem um carro vive claramente num mundo autista.

Xico205 disse...

A Carris já recebeu luz verde do IMTT para reduzir os horários a várias carreiras. Os transportes publicos estão a piorar, e aqui não vêm isso e continuam a atacar quem anda de carro!!!
O mesmo se passa em todas as empresas de transportes publicos da grande Lisboa.

Cheguei à conclusão que aqui devem ser todos merceeiros e moram na porta ao lado, não têm necessidade de se deslocar!

Anónimo disse...

"Quem acha que uma família vive sem um carro vive claramente num mundo autista. "

Miúdo, estás a dizer que a minha família não existe? Quem pensas tu que és? Deves pensar que toda a gente é inútil como os da tua laia!

Com os milhares de euros e as centenas de horas que poupo anualmente por não ter carro já visitei mais de 100 países.
Mas pessoas com mente pequenina como tu, que nunca passaram para além de Badajoz não conseguem compreender que há pessoas que fazem um bocado mais da vida do que serem uns inúteis improdutivos que passam 20 horas por semana ao volante.