10/06/2007

Os Presidentes da Câmara Lisboa desde o 25 de Abril




Um respeitável amigo meu pôs em causa, há dias, que tenha havido especial instabilidade governativa na Cidade depois da eleição de Santana Lopes e até hoje. Defende ele que apenas houve duas pessoas a exercer o poder, e de forma rotativa, de modo que isso não significa grande instabilidade.
Pois eu vejo de outra forma e digo-o com prova dos factos. Houve tantas mudanças de pessoal dirigente e de vereadores responsáveis de pelouros nestes cinco anos e poucos meses desde que Santana tomou posse como nos restantes quase 28 anos desde o 25 de Abril. Em média, uma mudança por ano. Até Santana, houve apenas seis presidentes em quase 28 anos. Ou seja: um período superior a quatro anos para cada mudança. Com Santana, a instabilidade, só nesta matéria, aumentou 400%. É obra... Nem vale a pena discutir os factos.
Na altura não tinha todos os dados à mão. Mas a coisa ficou a bailar na minha cabeça. Por isso, dei-me depois ao trabalho de recolher os factos na net. Deixo-lhos aqui para reflexão...

1º período

(27 anos e 9 meses)
Seis presidentes

Joaquim Caldeira Rodrigues
1974-1975

Lino José Góis Ferreira
1975-1977

Aquilino Ribeiro Machado
1977-1980

Nuno Krus Abecassis
1980-1989 (CDS)

Jorge Fernando Branco de Sampaio
1989-1996 (PS)

João Barroso Soares
19966-2002 (PS)

2º período

(nem 6 anos)
3 presidentes mas 5 mudanças

Pedro Miguel Santana Lopes
6 de Janeiro de 2002-Julho de 2004 (PSD)
Saiu para ser Primeiro-Ministro

António Pedro de Nobre Carmona Rodrigues
Julho de 2004-15 de Março de 2005 (indep. apoiado pelo PSD)
Em susbstituição de Pedro Santana Lopes

Pedro Miguel Santana Lopes
15 de Março de 2005-28 de Outubro de 2005 (PSD)
Regressou depois de perder as eleições legislativas

António Pedro de Nobre Carmona Rodrigues
28 de Outubro de 2005-17 de Maio de 2007 (indep. apoiado pelo PSD)
Saiu após renúncia da maioria dos vereadores

Marina João da Fonseca Lopes Ferreira
18 de Maio de 2007-até ao presente nomeada pelo Primeiro-Ministro, sob proposta do PSD- Presidente interina / Presidente da Comissão Administrativa

NOTA
A base desta informação está na Wikipédia e pode consultá-la aqui.

2 comentários:

Gonçalo Cornelio da Silva disse...

Esquecem um pormenor.
A instabilidade surgiu quando uma maioria parlamentar é disolvida por Jorge Sampaio na sequência da ida de Durão Barroso para presidente da UE.
Na sequência de "episódios" Sampaio sente legitimidade de disolver o parlamento, PSL formou governo em poucas dias, teve governo com excelentes ministros, segundo a revista Newsweek, e o seu governo só teve 4 meses.
Voltou obviamente para a presidência da CML o que é totalmente legítimo, o que não é legitimo foi Sampaio ter dissolvido o parlamento.
Na minha opinião Jorge Sampaio revelou-se uma pessoa que não tem qualquer respeito pelo outros pois por diversas vezes tomou decisões que vão contra valores superiores, ou estão esquecidos dos quadros da Paula Rego sobre a Nossa Senhora a dar à Luz, o quadro representa a Nossa Senhora de pernas abertas, sem qualquer pudor, pêlos púbicos representados ao pormenor, etc para quem gritou aos quatros ventos que é ateu, esqueceu-se que a maioria dos portugueses é católica !? Sinto toda a legitimidade pois votei em Sampaio, mas também só uma vez, é um homem que vive numa contradição permanente entre uma educação tradicionalista com a educação saxónica. Quando Guterres abandona o barco porque não consegue governar, "pântano" a insistência foi mais que muita, ninguém o sensura!
Parece que existe dois pesos e duas medidas. E memória curta!?
Portugal não está preparado para ter PM como PSL. E um governante que responsabiliza os portugueses de forma individual, o dever de cada um está a frente dos seus direitos, enquanto este principio não for adquirido Portugal andará sempre na cauda da UE. PSL não tem uma atitude paternalista vicio que os portugueses adquiriram durante os longos anos de estado novo, é o estilo de Socrates, e os media atiraram-se a ele como poucos.
Existe uma espécie de passividade por parte dos media hoje, pois não nos podemos dar ao luxo de mais instabilidade.
Mas estejam cientes de uma coisa o PS está preso por arames, as fracturas tal como no PSD são muito grandes! A ver vamos!

António disse...

Gonçalo Cornélio da Silva

O que escreveu é o que se costuma dizer: "muita parra e pouca uva". Devo corrigi-lo que Durão Barroso é Comissário do embuste da União Europeia e não Presidente. Que "disolvida" e "disolver" é com dois "ss" e "sensura" é com um C de "cão". Quanto á decisão do então, (em 2004) Presidente da República Jorge Sampaio ter dissolvido o parlamento e convocado eleições antecipadas, foi a decisão mais acertada, tal a trapalhada do (des)Governo de Santana Lopes que, aliás, foi um "desastre", inclusvé, na Câmara Municipal da Figueira da Foz e em Lisboa, alternando com Carmona Rodrigues (outro fiasco) - sendo forçado a demitir-se em 2007 na sequência de uma crise de (des)governação, motivada pelas trocas e baldrocas de terrenos da antiga Feira Popular em Entrecampos, por terrenos no Parque Mayer da empresa Bragaparques, sendo constituído arguído. E como o nosso país é pequenino não há nada que não se saiba - António Óscar de Fragoso Carmona, tio-avõ de Carmona Rodrigues, foi Presidente da República entre 1926-1951 em plena ditadura fascista. Como diz o povo: "quem sai aos seus não degenera". Hoje, 5 de Outubro de 2010 ouve festança nos 100 anos da República e o povo tal como nessa altura continua a pagar impostos para que a nobreza viva sumptuosamente. E fico-me por aqui.

Saudações Republicanas

António Carvalho