25/03/2015

Pólo criativo no antigo Hospital do Desterro só abre ao público em 2016


In O Corvo (25.3.2015)
Por Samuel Alemão

«Com abertura inicialmente prevista para o final de 2013, o projecto imobiliário que dará nova vida ao antigo Hospital do Desterro apenas deverá abrir portas no início de 2016. A informação foi dada ao Corvo pela promotora, a empresa Mainside, que está neste momento a receber e a analisar propostas de parceria para a utilização do amplo espaço situado junto ao Intendente, área a atravessar um processo de reabilitação urbana. Ou seja, se tudo correr bem, abrirá ao público cerca de três anos após a assinatura da parceria entre a imobiliária a Câmara Municipal de Lisboa e a estatal Estamo, detentora do imóvel.

Quando o projecto foi tornado público, em Maio de 2013, anunciou-se a instalação de “um território experimental aberto a Lisboa e ao mundo, onde será possível habitar e trabalhar numa cela, cultivar uma horta urbana, frequentar um clube, almoçar num refeitório ou assistir a uma aula, entre muitas outras experiências desenvolvidas por várias empresas e organizações”. A ideia surgiu integrada no processo de requalificação do eixo compreendido entre a Mouraria e a Praça do Chile, iniciado nesta década e que tem a Avenida Almirante Reis como elemento de ligação. Foi então acordado que a antiga unidade de saúde, encerrada em 2006, teria a sua exploração entregue à empresa Mainside, promotora do projecto LX Factory, em Alcântara.

Os prazos começaram a deslizar, porém, na sequência dos primeiros trabalhos de limpeza e demolições realizados no velho complexo hospitalar. A Mainside terá querido proceder a algumas alterações de vulto, nomeadamente relacionada com os vãos e com a retirada da caixilharia em madeira das janelas do grande edifício. Operação que terá levado a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) a intervir, por temer uma alteração significativa das características essenciais do edifício. Além disso, surgiu também um impasse relacionado com o melhor destino a dar aos antigos espaços comerciais existentes entre as paredes do velho quarteirão. [...] A responsável da Mainside lança um horizonte temporal mais impreciso para a inauguração do novo centro – que terá quatro eixos essenciais: alojamento; restauração; um centro de produção com oficinas; e um local para a prática de terapias alternativas –, para que não se corra o risco de haver uma derrapagem nos prazos. E que, por essa razão, não é tão claro como a informação avançada ao Corvo por um porta-voz da Parpública, entidade que gere as participações estatais em empresas. “O espaço deverá entrar em funcionamento no primeiro trimestre de 2016”, esclareceu por email.

Na mesma informação escrita, é referido que o projeto “implicou estudos prévios que concluíram que ele não se poderia circunscrever apenas à parte do Hospital do Desterro propriamente dito, como estava inicialmente previsto”. Pelo que “o programa foi aumentando e acolhendo as alterações que o conhecimento aprofundado de todo o espaço exigiram”. “Em consequência, elaborou-se um projeto de licenciamento que já deu entrada na Câmara Municipal de Lisboa, onde aguarda aprovação”, adianta a mesma fonte. [...] »

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