07/10/2016

E também na Mouraria

Junte-se a esta, a casa da Lapa abaixo mencionada, a casa da Rua das Pedras Negras, o monstro do Cais de Santarém, o periscópio do Santana em S. Roque, a casa do Souto Moura na Praça das Flores, o Memmo na colina do Príncipe Real, o projectado Museu Judaica no coração de Alfama, a Mesquita no coração da Mouraria e ficamos com a certeza que nada está seguro em Lisboa.

Quando se entra desta forma nos bairros históricos, é o começo do fim.

DGPC, quer acordar da sua letargia? CML quer actuar para bem da cidade e não de alguns autores?

Basta ler a proposta de Lisboa Cidade Global, para se perceber que há um abismo entre o que lá está e o que na prática acontece.

3 comentários:

Rui disse...

Não sei se já repararam mas o Palácio localizado ao pé do miradouro do Adamastor, infelizmente também ficou sem a mansarda original e levou com um capacete de alumínio!

Anónimo disse...

Esta casa foi edificada pela EPUL e mereceu Menção Honrosa do Prémio Valmor de 2008. Já admitiu que o problema (de gosto, ou falta do mesmo) pode ser seu? JPT

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Pois se vamos pelos prémios e outros mecanismos, vemos que muitas vezes o que é premiado não é o melhor para a cidade, mas que corresponderá a necessidades e escolhas políticas do momento.

Um bom exemplo é justamente a Semana da reabilitação que conta sempre com autarcas, primeiros-ministros e muitos agentes imobiliários.

Para que se perceba o que se quer dizer com reabilitação vs. renovação urbana, vejam-se as recomendações do ICOMOS.

Nada disto tem a ver com gosto, ams com a inserção de projectos que são uma intrusão desnecessária em zonas e tecido urbanos historicamente consolidados.

Não é o meu gosto para aqui chamado, mas a aplicação de normas e de boas práticas na gestão patrimonial.

Quase todas assinadas por Portugal.

E já agora, ser premiado é sinónimo do melhor projecto para o local onde ir ser inserido? Ou os edifícios a construir não se devem inserir numa continuidade urbana, nomeadamente em zonas históricas?

O futuro Museu Judaico até pode vir a ser premiado, o que não invalida o enorme erro daquela fachada no coração de Alfama.