13/01/2020

Metropolitano Estação Anjos - protesto por pintura de azulejos pastilha


Exmos. Senhores


Serve o presente para apresentarmos a V. Exas. o nosso protesto, pelo facto de os azulejos-pastilha policromados (1966) da Estação Anjos (fotos A e B, in site RTP), de Maria Keil, terem sido brutalmente pintados (ver fotos C e D) no âmbito das recentes obras de beneficiação daquela estação.

Não conseguimos compreender como é possível que o Metropolitano de Lisboa, em pleno século XXI, continue a promover este tipo de má prática (pintura sobre azulejo), que revela uma total ausência de preocupação estética e patrimonial, uma prática que julgávamos ultrapassada após a péssima operação de “beneficiação” do átrio Norte da Estação Roma, também ela oportunamente objecto de protestos.

Fazemos votos para que promovam a rápida remoção dessa pintura e o restauro efectivo dos azulejos-pastilha, os quais, diga-se, apenas precisavam de ser lavados!

Igual protesto pela retirada inusitada da sinalética original junto das escadas rolantes, sinalética da autoria dos arq. Dinis Gomes e Keil do Amaral.

Tememos pela remoção dos bancos originais.

Fazemos votos para que futuras intervenções em estações ainda intactas, respeitem todo o património integrado das mesmas.

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Fernando Jorge, Inês Beleza Barreiros, Bernardo Ferreira de Carvalho, Virgílio Marques, Júlio Amorim, Pedro de Souza, Ana Celeste Glória, Helena Espvall, Rui Pedro Martins, Mariana Carvalho, Vítor Vieira, Pedro de Sousa, Beatriz Empis, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro Machado, Pedro Jordão, Fátima Castanheira, Pedro Henrique Aparício, João Oliveira Leonardo, Nuno Caiado

CC: PCML, AML e media

6 comentários:

Edgar oli disse...

Tenho ainda que adicionar o facto que os bancos da estação estão colocados por baixo do ar condicionado. Sendo que, basta ir uma única vez à estação dos Anjos para ver e questionar porque é que as pessoas que se sentam nos bancos se encontram somente no canto direito e no canto esquerdo dos mesmos. A sete anos que vivo nos Anjos é sempre me questionei sobre isto. Quando vi que tinham retirado os bancos achei que iriam trocar o local dos bancos pelos sinais de publicidade. Mas não, da para ver que quem vez essas mudanças não usa o metro, nunca. Gostaria mesmo de saber quem foi o responsável pela obra e qual foi o orçamento?

Anónimo disse...

Em Lisboa são os próprios organismos públicos e empresas públicas a destruir o património de todos. Incrível. Já a empresa privada que fez as obras aplaudiu e ajudou a piorar a situação. E ainda mamou uns bons milhares.

Julio Amorim disse...

Os revestimentos cerâmicos (e especialmente os vidrados), são das superfícies com melhor durabilidade e facilidade de manutenção. Normalmente uma limpeza apropriada deixa estas superfícies como novas. Pintar um revestimento deste tipo, é como pintar a bacia da casa de banho. Estragar, gastar, e depois continuar a pintar vezes sem conta. E ainda não falamos de estética....mas isso deve ser curso superior para os responsáveis da porcaria que aqui se fez.

Anónimo disse...

Adoro estes comentários, alguém que use a estação diariamente já reparou que ficou muito melhor, em termos de estética deve estar parecido com o que era originalmente, com um aspeto limpo, agradável e com iluminação melhorada, tendo-se notado uma preocupação com o consumo de energia e o ambiente, tiveram o cuidado de iluminar cantos outrora usados como urinóis, limparam grafites degradantes e sem sentido... parabéns aos técnicos que diariamente trabalham para os utentes que diariamente usam as estações.

Já ouvi dizer que a empresa está a considerar fazer uma estação modelo original, tipo museu, para os saudosos dos tampos antigos podem visitar essa estação!

Obrigado Metropolitano de Lisboa!

Anónimo disse...

De nada, amigalhaço técnico do metro, ainda bem que lhe contratámos para séguires as redis sociais. Deus lhe proteja.
Metrô.

Pedro Neves disse...

Ao anónimo que acha que vivemos no melhor dos mundos possíveis, digo-lhe que talvez fosse possível limpar os grafitis, reparar o necessário e colocar melhor iluminação na estação sem destruir o seu património.

Se houvesse técnicos (e não só) a trabalhar diariamente na limpeza e manutenção das estações, talvez elas não chegassem ao estado sujo e degradado a que chegam.