30/11/2018

Remate do Palácio Nacional da Ajuda - Obras paradas - Pedido de esclarecimentos à DGPC, CML e ATL


Exmo. Senhor Presidente da CML
Dr. Fernando Medina
Exma. Senhora Directora-Geral do Património Cultural
Arq. Paula Silva
Exmo. Senhor Director-Executivo da ATL
Dr. Vítor Costa


C.C. AML, JF e media

Constatando que as obras para o chamado "remate" do Palácio Nacional da Ajuda estão neste momento paradas, sem que haja ou tenha havido qualquer declaração pública que esclareça esse impasse;

Considerando que os prazos devem ser rigorosamente cumpridos, caso contrário o orçamento previsto poderá ser largamente ultrapassado, com tudo o que isso implica para o erário público;

Considerando que o Jardim das Damas apesar de ter sido objecto de obras de restauro recentemente, e de estar sob "manutenção" dos jardineiros da CML, mais parece continuar ao abandono, pelo que a soma envolvida na sua recuperação (cujo protocolo DGPC-CML demorou anos a ser produzido e cumprido) terá sido integralmente perdida, continuando a tardar a tão prometida abertura ao público em regime de permanência;

Constatando a existência de buracos enormes no complexo do Palácio, que enchem de água sempre que chove, e que há partes do referido palácio, de grande importância (ex. Torreão Sul), que não foram tidas em consideração para serem resgatadas do abandono, onde se verifica, nomeadamente, falta de manutenção em muitas janelas, e em que muitos serviços são desalojados pela proximidade à obra, pátios interiores se encontram na miséria pela entrada de pós e escombros decorrentes da obra, etc.;

Assim e tendo em conta os princípios da transparência que devem reger a Administração Pública, nomeadamente a boa gestão dos fundos afectados, pedimos à DGPC, CML e ATL que:

- divulguem os termos do acordo tripartido CML-DGPC-ATL que possibilitou a viabilização do projecto em curso,
- indiquem qual ou quais as estruturas respectivas responsáveis pela malograda intervenção no Jardim das Damas,
- informem sobre quais os procedimentos administrativos que implicam a paragem das obras do remate do Palácio Nacional da Ajuda,
- tornem público o calendário para a evolução e conclusão das diferentes fases dos trabalhos, (estrutural, arquitectura, museologia),
- informem a razão da opção de escolha do projecto arquitetónico para finalização do Palácio em curso, tal como os gastos do erário público inerentes a essa escolha, uma vez que em 1990, na Universidade de Roma ‘La Sapienza’, o arquitecto Gabriel Palma Dias, na altura assistente na Faculdade de Arquitectura da Universidade de Lisboa, com bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian e da FCT, defendeu uma tese de doutoramento cujo trabalho original era a conclusão do Palácio da Ajuda. O trabalho, seguido pelos maiores arquitectos italianos, obteve a classificação máxima por unanimidade do júri. O projecto poderia ter sido utilizado também ele a custo zero para o Estado português e com uma qualidade criativa e de conservação da traça original do edifício que no projecto actual manifestamente não se verifica,
- se decidam em conjunto por um plano global para o Palácio Nacional da Ajuda, incluindo a abertura ao público permanente da Sala dos Serenins, a recuperação integral da Torre do Galo e, em conjunto com a Junta de Freguesia, desenvolvam, eventualmente ao abrigo do Programa Uma Praça em Cada Bairro, um projecto de paisagismo digno para o terreiro em volta daquela Torre.

Melhores cumprimentos

Miguel de Sepúlveda Velloso, Henrique Chaves, Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Luís Mascarenhas Gaivão, Luís Raposo, Rui Pedro Martins, Ana Celeste Glória, Bruno Rocha Ferreira, Maria do Rosário Reiche, Fernando Silva Grade, Jorge Pinto, Júlio Amorim, José Maria Amador, Fátima Castanheira

Foto: Jornal Público

29/11/2018

Obrigado, CML!


Ficou lindo! Visão estratégica da CML, só pode. DGPC de olhos vendados, claro, estrábica militante. Bom, com sorte podemos ter um roof top, que acham? :-)

Enquanto isso, na Ajuda:


Enquanto isso - os milhões no "radiador da Ajuda" - um dos torreões do Palácio Nacional da Ajuda (do palácio que conta), continua assim, até ao dia em que por lá entre D. Maria Pia, quem sabe :-)

28/11/2018

Obras a decorrer no Beco da Formosa (Alfama) - pedido de esclarecimentos à CML


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


C.C. PCML, AML, JF e media

Solicitamos a V. Exa. que nos esclareça quanto à legalidade da abertura das mansardas em zinco identificadas na foto 1 (foto tirada desde o Miradouro das Portas do Sol), decorrentes da obra da firma Paviana a decorrer no edifício do Beco da Formosa, nº 10-12, e se as mesmas estão conforme o estipulado no Plano de Urbanização do Núcleo Histórico de Alfama e da Colina do Castelo.

Com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Pedro Machado, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Henrique Chaves, Inês Beleza Barreiros, Pedro Cassiano Neves, Rui Martins, Rosa Casimiro, Virgílio Marques, Maria do Rosário Reiche, Helena Espvall, Alexandre Marques da Cruz, Fernando Jorge, Pedro Malheiros Fonseca, António Araújo, Fernando Silva Grade, Miguel de Sepúlveda Velloso, Fátima Castanheira

O Plano de(ao) Pormenor de Reabilitação Urbana da Madragoa em 3 fotos


Isto é, o bê-á-bá da reabilitação urbana à la vereador Manuel Salgado.

Fotos de Bruno Ribeiro Tavares e Eco Economia

27/11/2018

"Uma questão de ponto(s) de vista" [Público]

O PDM de Lisboa faz de conta que salvaguarda intransigentemente as vistas de Lisboa e que pune quem as viola, mas é apenas no papel. Na realidade tudo depende da excepcionalidade, materialidade e oportunidade do momento.

27 de Novembro de 2018, 8:53

Fossem do tempo presente os armadores portugueses de antanho que, a acreditar nas lendas e narrativas, ficavam pespegados no alto de Santa Catarina, em Lisboa, a aguardar pela chegada das naus que d’além-mar traziam as preciosidades e as histórias que alimentavam o país de então, ou, quiçá mais provável, ali estivessem hoje os que durante anos a fio esperaram inutilmente por que D. Sebastião chegasse são e salvo de Alcácer-Quibir, ou, talvez mais verosímil ainda, ali permanecessem os que esperavam pelo regresso da família real portuguesa fugida aquando da ocupação dos invasores franceses liderados por Junot, ou, porque não, ainda mais verdadeiro, ali se aglomerassem as tropas daquele, ficando a ver, incapazes de os alcançarem, D. João VI e a sua corte rumarem mar adentro em direcção ao Brasil; fossem todos eles deste tempo e estariam hoje não a ver paquetes, perdão, navios mas torres de betão, pois nem o Tejo mirariam.

A introdução acima peca obviamente por excessiva (também) no que toca ao próprio miradouro de Santa Catarina, dado que com a altitude deste as vistas que dele se gozam só serão afectadas seriamente se alguém deixar que um dia se construa na Boavista e em São Paulo verdadeiros arranha-céus, porque os prédios recentes da EDP, sendo altos para a frente-rio, e intrusivos no que toca à vista desde o rio para colina, não o são para quem observa o rio desde a colina.

Contudo, noutros locais de Lisboa a situação começa a ser dramática dado as ameaças de facto.

Começando pelo princípio, fiquemos com a definição inscrita em sede de Plano Director Municipal (PDM), que todos juram a pés juntos ser a “Constituição da cidade de Lisboa”: «O sistema de vistas é formado pelas panorâmicas e pelos enfiamentos de vistas que, a partir dos espaços públicos, nomeadamente os miradouros, jardins públicos, largos e praças e arruamentos existentes, proporcionam a fruição das paisagens e ambientes urbanos da cidade de Lisboa.» (artigo 17º).

Mais à frente: «O sistema de vistas tem por objetivos salvaguardar e valorizar as relações visuais que, devido à fisiografia da cidade, se estabelecem entre os espaços públicos e os elementos característicos (….) do a) Subsistema da frente ribeirinha (…); b) Subsistema de pontos dominantes, subsistema de ângulos de visão e subsistema de cumeadas principais, (…); c) Subsistema de vales, onde se estabelecem relações visuais com as encostas e as zonas baixas da cidade (…).»

Mais: «As intervenções urbanísticas localizadas nas áreas abrangidas pelos ângulos de visão dos pontos dominantes, identificados na Planta do sistema de vistas, não podem obstruir os ângulos de visão a partir desses pontos. É exigida a realização de estudos de impacte visual que permitam avaliar e estabelecer condicionamentos relativamente a novas construções, ampliações, alterações de coberturas e outras intervenções suscetíveis de prejudicar este sistema, nomeadamente nas situações em que estão em causa infraestruturas da atividade ou exploração portuária, quando não se dispõe de alternativas de localização (…)».

O texto é imaculado, ou talvez não (por exemplo, nunca são quantificados em graus os ângulos de visão dos pontos de vista, nem nunca se refere mais pontos de vista para lá dos miradouros mais conhecidos…), e não parece haver razões para alarme.

Contudo, também aqui o que parece não é. O legislador municipal esqueceu-se de referir duas coisas: discricionariedade e casuística.

Porque não é verdade, ou melhor, é pura mentira que «As intervenções urbanísticas localizadas nas áreas abrangidas pelos ângulos de visão dos pontos dominantes, identificados na Planta do sistema de vistas, não podem obstruir os ângulos de visão a partir desses pontos.». Tal como não é verdade que seja «exigida a realização de estudos de impacte visual (…)»

Não se entende se para a Câmara Municipal de Lisboa (CML) o sistema de vistas se “resume” às vistas dos miradouros oficiais (Santa Catarina, São Pedro de Alcântara, Nossa Senhora do Monte, etc.), ou se o seu sistema também inclui todos os pontos de vista que se tem desde este ou aquele local, para o rio, para o vale X ou colina Y.

Também não se compreende a existência de facto e presente de tantos atentados às vistas de Lisboa, que resultam de empreendimentos de promotores substancialmente poderosos, assinados por ateliers uns mais conceituados do que outros, mas sempre homologados sem o mínimo pestanejar da tutela.

Começando por uma ponta, e deixando de fora algumas vistas tapadas há já alguns anos (ex. as vistas da esquina da R. Antónia Maria Cardoso com a Vítor Cordon tapadas incrivelmente pelos “Terraços de Bragança”, de Siza Vieira; as agências europeias do Sodré, projectadas pelo arq. Manuel Taínha; o novel Câmara Pestana, do arq. Byrne, mono incontornável das vistas das colinas opostas), vale a pena referir alguns casos ainda em fase de arranque, uns, outros já em velocidade cruzeiro, todos passíveis de correcção:

1. O novo hospital da CUF em Alcântara (projecto de Frederico Valsassina), e que está em avançada fase de construção. Como se pode aceitar que o novo hospital, já de si polémico por mil e uma razões, impossibilite neste preciso momento a vista que se tem para o rio e a Ponte 25 de Abril desde o miradouro Olavo Bilac (Largo das Necessidades)? Um miradouro inscrito no PDM? Diz-se agora que o promotor já terá pago uma coima de 100.000 euros por causa dos andares a mais que terá construído em desrespeito pelo projecto pela CML, mas não se vislumbra qualquer intenção demolição desses pisos a mais.

2. O “muro da Senhora do Monte”, que tem pedido de informação prévia com “homologue-se”. Como é que se pode aceitar que os serviços da CML tenham proposto para homologação um projecto (do atelier ARX) em lote non-aedificandi desde, crê-se, 1931, que aniquila em cerca de 30% o ângulo de visão daquele que talvez seja o miradouro de Lisboa com melhor vista de todas, violando grosseiramente não só o sistema de vistas referido no PDM mas o próprio raio de protecção da Capela de São Gens, classificada de Interesse Público?

3. Os trampolins do Monte, perdão, os “Terraços do Monte”, com projecto do mesmo atelier, que sendo na Rua Damasceno Monteiro, referem-se à Senhora Monte e bem, porque também aqui (obsessão?) se irá dar cabo da vista do miradouro da quota imediatamente acima, desta vez acabando quase totalmente com as vistas para o Martim Moniz, se se alinhar a cércea dos futuros “edifícios miradouros”, como são designados pelos autores, com a do malfadado “Via Graça” (que devia já ter sido cortado, evidentemente, como mau exemplo e caso a não replicar). O caso aqui é também estranho no que toca ao próprio terreno, porque, aparentemente, terá sido doado à CML por privado, ao que julga com fins de benfeitoria, passou à EPUL para futuro estacionamento automóvel nunca realizado, e agora aparece na carteira de propriedades de promotor francês bem conhecido em Lisboa.

Por falar em investidores franceses e em pontos de vista em vias de serem estragados, um 2x1: as obras de ampliação em curso no Palácio de Santa Helena e em vias de começarem para o antigo Hospital da Marinha, e ambos com projectos de arquitectura do atelier STC-Arquitectura, ou seja, e respectivamente:

Quem passar a pé pelo Largo do Siqueira deixará de poder ver o rio como via, pois o muro lateral nascente do empreendimento em curso, que, basicamente, desfigurou o palácio e o seu pátio (mais isso é outro assunto…), subiu e agora só um “homem com 3 metros de altura” é que o poderá fazer.

Da mesma maneira, se for avante o que a CML aprovou para o local do antigo cemitério da capela do Paraíso, mesmo ao lado do mono que “Faz Figura” (basicamente, alinhará as cérceas deste com o edifício de transição onde funcionou até há poucos meses uma escola), não só a Rua do Paraíso virará inferno, como quem subir ao miradouro da cúpula de Santa Engrácia encontrará uma série de estanhos prédios novos a taparem a vista para Santa Apolónia, e vice-versa, bem entendido.

E, last but not least, o tal anfiteatro em forma de televisor panorâmico que a Santa Casa encomendou a Souto Moura para as traseiras da Misericórdia. Um “brinquedo” que desfigurará as vistas que de toda a cidade a nascente da Avenida da Liberdade se disfruta actualmente para a colina de São Roque.

Resumindo e concluindo, o PDM de Lisboa faz de conta que salvaguarda intransigentemente as vistas de Lisboa e que pune quem as viola, mas é apenas no papel. Na realidade tudo depende da excepcionalidade, materialidade e oportunidade do momento, e dos vários actores em presença, o que em nada abona à pretensão camarária de classificar “Lisboa Histórica, Cidade Global” como património UNESCO.

No que concerne aos pontos de vistas, bom, “é giro, pá” avistar-se um paquete ao fundo da Rua do Alecrim.

Fundador do Fórum Cidadania Lx

in https://www.publico.pt/2018/11/27/local/opiniao/questao-pontos-vista-1852562

22/11/2018

Martim Moniz - Petição e pedido de anulação da concessão da Praça e proposta de metodologia e concurso público

petição pública:

http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT91194


Exmo. Senhor Presidente
Dr. Fernando Medina,
Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


C.c. AML, JF e media

Há muito tempo (várias décadas) que a Praça do Martim Moniz (MM) se tornou um problema urbanístico quase insanável na cidade de Lisboa, muito por força da transformação radical de que foi alvo nos anos 40 e de que nunca recuperou, tendo, contudo, atingido o “grau zero” nos anos 90 aquando das mudanças efectuadas em termos estruturais na praça, em alguns casos irreversíveis (ex. o estacionamento subterrâneo).

Com efeito, essas mudanças, elas próprias, constituiriam a partir daí mais um forte obstáculo a que o Martim Moniz pudesse vir a ser o que a cidade merece, e continua a não ser. Em certo sentido, a saída do MM do famoso “mercado” foi uma oportunidade perdida em termos do “fazer cidade”. E as medidas e os projectos que a partir daí, e ciclicamente, foram sendo anunciados pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) como “a” solução definitiva para o problema, redundaram num imenso “flop”.

Falharam as previsões, desperdiçaram-se verbas do erário municipal em medidas de cosmética e de utilização do espaço público avulsas e inconsequentes, falhou a aposta na “animação cultural” da zona, e, pior, o espaço público tornou-se miserável, contrariando o efeito multiplicador do chamado “empreendimento EPUL”, que tentava ser um factor de mudança para melhor de toda a Praça. Também a ampliação desmedida do Hotel Mundial não ajudou, transformando o dito num “digno” parceiro dos inenarráveis centros comerciais, que nos anos 90 se tentou demolir, já aí sem sucesso.

Chegados ao presente, tornou-se evidente que o modelo implementado de criação sistemática de eventos e de animação forçada do local o degradaram física e socialmente.

Em certa medida, fez-se um gueto onde não se queria. Tal é notório e denegado pela autarquia e pelas entidades em seu redor e dela dependentes, o que acabou por ser recentemente admitido pelos responsáveis camarários.

E perante o óbvio, o que propõe agora a CML?

A concessão do espaço público do MM e da respectiva “animação” a uma empresa privada, por algumas décadas, empresa essa que ficará incumbida do rearranjo paisagístico da praça, mas, pasme-se, assentando esse rearranjo exactamente no mesmo modelo que comprovadamente falhou, apenas transformando as barracas em contentores com lojas e restauração "gourmet"!

Lamentamos verificar quão terrível é a falta de planeamento estratégico por parte da CML e a falta de capacidade da mesma em reconhecer o erro e de aprender com a experiência acumulado.

Isso e o óbvio:

· De um pequeno largo nos idos anos 30 se demoliu indiscriminadamente edificado e palácios na ânsia de erguer uma praça imperial, de que resultou um terreiro sem jeito.
· A possibilidade efectiva daquele espaço poder ser espaço público de qualidade apenas resultará da sua fruição colectiva, de uma praça, não de um parque de diversões, não de um aglomerado de pequenos parques temáticos, mas de um parque de onde e onde se façam equilíbrios, consensos, harmonias e disfrutes da magnífica paisagem que, todavia, Lisboa proporciona.
· O Martim Moniz só pode melhorar com a acalmia e não com “animação” pois é uma zona da cidade que tem estado permanente em ebulição.
· Essa acalmia só poderá acontecer com a transformação do Martim Moniz numa verdadeira praça, onde haja árvores, bancos de jardim.

Nesse sentido, propomos à CML:

1- A anulação da presente concessão e do projecto em causa, e a reformulação completa do programa de reabilitação da Praça.
2- A abertura imediata de um período de consulta pública sobre os parâmetros paisagísticos (redesenho da praça, definição das áreas verdes e tipo de arvoredo, desenho dos percursos pedonais, características do mobiliário urbano, eventual presença de 1 quiosque, eventual colocação de gradeamento como medida de segurança no caso de se verificar uma manifesta incapacidade de policiamento eficaz por parte dos efectivos da esquadra do Palácio Folgosa) exigíveis no programa (caderno de encargos) com vista ao lançamento de um concurso público.
3- A abertura de um concurso público internacional para a reabitação paisagística da Praça, assente nos parâmetros definidos no ponto 2.
4- Garantir o assento de representantes de moradores enquanto membros do júri respectivo.
5- Levar a referendo local (consultivo) as várias opções listadas pela autarquia.
6- Garantir a boa manutenção da Praça, através da celebração de protocolos com as associações locais.

Mais informamos que tornámos este nosso pedido também em forma de petição pública:

http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT91194

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Nuno Franco Caiado, Bernardo Ferreira de Carvalho, Rui Pedro Barbosa, Rui Martins, Júlio Amorim, Pedro Janarra, Jorge Pinto, Inês Beleza Barreiros, Bruno Rocha Ferreira, Margarida Pardal, Pedro Gomes, Helena Espvall, Fernando Silva Grade, Pedro Malheiros Fonseca, Virgílio Marques, Henrique Chaves, Miguel de Sepúlveda Velloso, Nuno Vasco Franco

21/11/2018

Está de parabéns a Plataforma "Pela reactivação do Eléctrico 24, em Lisboa"


E hip hip hurra a João Filipe Guerreiro, o nosso guarda-freio mor na causa central da Plataforma em boa hora criada em prol da reactivação do E-24 (https://www.facebook.com/electrico24/). Em exibição no Lisbon Story Centre.

Olha, olha, como ficou o telhado do Sandomil...


Não é por nada, mas o telhado (piso ampliado) do actual Palácio Sandomil (foto 1) é muito diferente, para pior, do telhado aprovado pela CML (foto 2), pois não? Quem autorizou esta mudança e quando?

20/11/2018

Posição da Associação Barreiro Património Memória e Futuro sobre: A classificação do Património Ferroviário do Barreiro em risco


A Associação Barreiro Património Memória e Futuro teve conhecimento, através da imprensa, que a CP Comboios de Portugal intentou um recurso hierárquico na Direcção Geral do Património Cultural (DGPC), o qual foi indeferido e, na sequência do mesmo, moveu recentemente uma acção administrativa em tribunal questionando a legalidade da classificação do Património Ferroviário do Barreiro.

Estes procedimentos por parte da CP Comboios de Portugal foram efectuados já depois de o processo de classificação se encontrar na fase Em Vias de Classificação, por publicação do anúncio de abertura em DR n.º 30, 2.ª série, de 12.02.2018.

Embora esta associação, não tenha conhecimento das razões que levaram a CP a tomar esta atitude contra a classificação, estranhamos o facto tendo em conta a informação de que dispúnhamos relativamente à anterior administração da CP, que era no sentido de não se oporem à classificação. Situação, aliás, idêntica à do anterior executivo da Câmara Municipal do Barreiro.

Desconhecendo nós até ao momento qual a posição do actual executivo camarário sobre esta matéria, embora já tenha sido colocada a questão numa reunião realizada com a Sra Vereadora e solicitada pela Associação (ABPMF).

A 25 de Setembro de 2017 a Direcção Geral do Património Cultural decidiu a Abertura de Procedimento de Classificação do Complexo Ferroviário do Barreiro integrando as Oficinas dos Caminhos-de-ferro, a Estação Ferroviária e Fluvial, a Rotunda das Locomotivas, o Bairro Ferroviário e seis locomotivas, um loco-trator, uma automotora e três carruagens, de acordo com o Despacho favorável do parecer do Conselho Nacional de Cultura, datado de 20 de Setembro de 2017. Este Conselho avaliou o conjunto patrimonial do Barreiro e concluiu que se trata de um património com “excepcional significado e dimensão rara, a tal ponto que a sua importância ultrapassa o contexto local e regional, assumindo-se como lugar/sítio/paisagem únicos no território português”.

É do conhecimento público que a CP EPE vendeu como sucata, materiais únicos existentes no Barreiro e no País, desbaratando desta forma bens e equipamentos fundamentais para a conservação da memória de um Povo e do País.

O comboio assumiu, a partir do Barreiro, um papel preponderante no desenvolvimento económico e social de toda a região Sul e do próprio País. O transporte de passageiros, ainda hoje, representa um meio de transporte urbano de importância relevante, na ligação do Barreiro à capital do Distrito, Setúbal.

Assim, defendemos que a actividade ferroviária, enquanto pólo gerador de emprego e dinamismo social, deve continuar e ser reforçada no Barreiro. Só desse modo pode contribuir para a riqueza e desenvolvimento integrado da região e do País.

Estas, também são razões que nos levam a considerar o Património Ferroviário do Barreiro como um elemento estratégico de desenvolvimento económico, social e cultural que pode, decisivamente, concorrer, para manter vivo um povo, uma cidade, uma Região. Defendemos, portanto, que a salvaguarda da memória e da história representada por este conjunto, entre edificado e não edificado, contribui para a atractividade do Barreiro em termos turísticos e de como, através dele, se pode contar a história completa desta actividade na região e no País.

Consideramos ser da maior importância a preservação de, pelo menos, parte do material circulante e outros equipamentos técnicos que, no seu conjunto, revelam e reflectem quer um modo de trabalho quer um modo de vida, que foi importante e pode voltar a ser, no desenvolvimento do Concelho, da Região e do País.

Por tudo isto, em nosso entender, estes bens culturais de âmbito Nacional hoje considerados Em Vias de Classificação, devem ser mantidos e preservados no Barreiro, até que seja possível concretizar a criação de um Núcleo Museológico Ferroviário.

Situação, aliás, que já estava a ser trabalhada com o anterior executivo da CMB, nomeadamente com negociações com a CP, IP e Museu Nacional Ferroviário. Foi também apresentado à CMB, por três associações, APAC, APAI e ABPMF, um projecto e constituído um grupo de trabalho para estudar a criação de um Núcleo Museológico Ferroviário com apoio do Museu Nacional Ferroviário.

Na nossa opinião não será a classificação deste património que irá pôr em causa a continuação do funcionamento das Oficinas no Barreiro. Ao contrário, a sua continuidade bem viva e em conjugação com um Núcleo Museológico, é que pode aumentar as potencialidades económicas do concelho.

Assim, as razões que levam a ter opinião diferente desta, só podem ter a ver com interesses económicos desconhecidos, nomeadamente imobiliários.

Continuamos a aguardar a tão necessária revisão do Plano Director Municipal do Barreiro, para que se possa por cobro à prevista construção de habitação no território das Oficinas e Bairro Ferroviário perspectiva que, nos dias de hoje, não faz qualquer sentido.

Barreiro, 6 de Novembro 2018


Associação Barreiro Património Memória e Futuro

14/11/2018

Possível ampliação do Jardim Botânico da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para o Parque Mayer


Possível ampliação do Jardim Botânico da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa para o Parque Mayer
Parque Mayer em meados dos anos 40 do século passado, vendo-se ao fundo o Jardim Botânico

O PARQUE MAYER

O Parque Mayer, junto à Avenida da Liberdade, ocupa o espaço que fora o dos jardins do Palácio Mayer ( Prémio Valmor de 1902). Este espaço, que inicialmente pertenceu a Adolfo de Lima Mayer, foi vendido em 1921 a Luís Galhardo, personalidade ligada ao meio teatral, que aí criou um local de diversão, espectáculo e representação que veio a tornar-se muito popular e designado por Parque Mayer, inaugurado em de 15 de Junho de 1922 com a entrada em actividade do Teatro Maria Vitória, ainda hoje em funcionamento.

O Parque Mayer, recinto dos teatros de revista, com quatro teatros a actuar ininterruptamente, e dotado de restaurantes, carrosséis, esplanadas, pavilhões, casas de fado, barracas de tiro e outras, e onde também se exibiu cinema, luta livre e boxe, era um local de boémia por excelência, onde tanto ocorria o povo folião, como a elite politica ou os intelectuais de Lisboa.

Sofrendo um processo de degradação durante décadas, actualmente prepara-se para uma nova reabilitação.

O JARDIM BOTÂNICO DA ESCOLA POLITÉCNICA

O Jardim Botânico da Escola Politécnica, com uma área de cerca de 4 hectares, foi criado para o ensino e investigação da botânica na Escola Politécnica. Pertence Ao Museu Nacional de História Natural e da Ciência e tem a sua entrada principal pela Rua da Escola Politécnica.

O local escolhido pelo Conselho da Escola Politécnica, para a instalação do Jardim Botânico, foi o Monte Olivete, com mais de dois séculos de tradição no estudo da Botânica, iniciado com o colégio jesuíta da Cotovia, aqui sediado entre 1609 e 1759. Contudo, o primeiro jardim utilizado pelos alunos da Politécnica para o estudo da botânica foi o Jardim Botânico da Ajuda, cuja tutela passou para a Escola Politécnica em 1839.

Para a instalação do Jardim Botânico, foi elaborado um projecto de regulamento em 1843. No entanto, é só a partir de 1873 que se iniciaram as plantações, por iniciativa do Conde de Ficalho e de Andrade Corvo. Os diferentes microclimas existentes neste jardim devidos à sua localização topográfica, permitiram o desenvolvimento de plantas vindas de todos os continentes.

A 4 de Novembro de 2010 o Jardim Botânico foi classificado como Monumento Nacional, integrando todo o património artístico e edificado que nele se encontra.

O QUE SE PRETENDE

Os terrenos do Parque Mayer são desde Janeiro de 2014 pertença da Câmara Municipal de Lisboa, após a polémica que começou em 1999 quando a Bragaparques comprou à Câmara Municipal de Lisboa os terrenos do Parque Mayer por 13 milhões de Euros. Após várias vicissitudes, a Câmara Municipal de Lisboa, em Janeiro de 2014 comprou à Bragaparques os terrenos da antiga Feira Popular e do Parque Mayer por mais de 100 milhões de euros.

Pretende-se agora que, para usufruto dos lisboetas e melhoria da qualidade do ar e da biodiversidade da cidade de Lisboa, se proceda à expansão do Jardim Botânico para as traseiras do Parque Mayer, criando aí um jardim temático dedicado à flora autóctone de Portugal.

Tem por base esta pretensão a vocação daquela instituição científica e o interesse para a cidade de Lisboa em possuir no Jardim Botânico, um espaço dedicado à nossa flora específica, tendo em conta ainda o carácter de salvaguarda que a legislação vigente determina para aquele espaço por se encontrar abrangido pela Zona Especial de Protecção do Jardim Botânico, Classificado Monumento Nacional.

O Jardim Botânico da Escola Politécnica, nas traseiras do Parque Mayer

João Pinto Soares

Demolições em curso na antiga Fábrica Simões - Pedido de esclarecimento


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


Cc. PCML, AML, JF Benfica e media

Verificando-se a existência de grandes trabalhos de demolições de interiores do espaço da antiga "Fábrica Simões" e respectivos anexos, em Benfica, solicitamos a V.Exa. informação sobre o projeto urbanístico denominado " Fábrica 1921" (https://fabrica1921.pt/), uma vez que não conseguimos descortinar qual o enquadramento urbanístico concreto sob o qual foram autorizadas as referidas demolições, dada a variedade de projectos e intenções que foram publicitados nos últimos 15 anos.

Não entendemos, também, quais as razões que estiveram na base para a demolição de uma vivenda que ali existia (foto em anexo), sendo certo que Benfica é uma freguesia que quase não tem presença relevante em matéria de património histórico-arquitectónico.

Chama-se a especial atenção de que, no local, existem, ao que se julga, coberturas com fibrocimento/amianto, pelo que a sua retirada tem que ser devidamente fiscalizada e de acordo com as normas legais em vigor, sob pena de se produzirem danos na saúde e qualidade de vida das pessoas que moram nas imediações.

Com os melhores cumprimentos


Vítor Vieira, Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Helena Espvall, Rui Martins, Jorge Pinto, Júlio Amorim, Virgílio Marques, Inês Beleza Barreiros, Irina Gomes, Irene Santos, Miguel de Sepúlveda Velloso, Jorge Lopes, Pedro Henrique Aparício, Fátima Castanheira

13/11/2018

"Iluminações de Natal"/Publicidade na fachada do Banco EuroBic



Chegado por e-mail:

«Ex mos Senhores, este fim de semana as habitações dos moradores do prédio onde habito na Rua Marquês de Fronteira nº 4, foram invadidas por uma intensa luz vermelha e branca proveniente de um vosso anúncio colocado na fachada das vossas instalações/prédio em frente. A vossa publicidade, disfarçada de iluminações de Natal, de noite, com a luz vermelha intensa acesa prejudica enormemente a qualidade de vida dos moradores. Para não sermos incomodados temos que fechar os estores/persianas. Agradeço que, mesmo que a legalidade dessa publicidade seja confirmada, esse anúncio não seja ligado.

Em anexo fotografias que fiz hoje ao cair da noite.

Obrigado.
Com os melhores cumprimentos,

Paulo Cintra»

Estropie-se a muralha da Sé a bem da bilheteira!


É a célebre porta, que fura a muralha, mas... who cares? Há eminências que disseram "sim, feche-se os olhos". Pago com dinheiros comunitários. É obra!
(foto de Lurdes Pinheiro)

07/11/2018

Os lisboetas não querem aqui um monstro de betão


“Os lisboetas não querem aqui um monstro de betão”. (foto de Catherine Morisseau)
Rua do Paraíso, ao lado da Feira da Ladra.

Assinem e partilhem a petição! http://peticaopublica.com/mobile/pview.aspx?pi=PT91017

05/11/2018

LISBOA ANTIGA - Chafarizes e Fontanários em Lisboa


Chafariz tipo "marco fontanário" em pedra na Rua dos Remédios à Lapa
Um dos grandes problemas da Lisboa antiga foi o abastecimento de água, só parcialmente resolvido com a construção do Aqueduto das Águas Livres.
Em 1731, D. João V publicou o alvará pelo qual se ordenava o início dos trabalhos de construção do Aqueduto das Águas Livres que ia buscar a água à quinta das águas livres em Belas e a transportava até Lisboa. Obra magnífica, que demorou 102 anos. Foi preciso esperar por 1748 para que as primeiras águas chegassem à cidade e por 1834 para que o Aqueduto estivesse terminado, tendo desempenhado as suas funções de fornecimento de água a Lisboa, até que teve o seu fim funcional em 1964.
Os fontanários em pedra ou em ferro, são o último tipo de chafarizes instalados pela Câmara Municipal de Lisboa, a maioria já no séc. XX. À medida que o tempo foi passando os chafarizes foram-se tornando cada vez menos essenciais à cidade, reduzindo-se a sua necessidade a bairros de camadas sociais mais baixas.
Durante a década de 90, virtualmente todos os moradores em Lisboa passaram a ter água potável corrente em casa., por consequência, a essencial e original função do chafariz, como meio de acesso à água potável na cidade, desaparece. Este equipamento passará a ter uma existência ligada, sobretudo, ao consumo ocasional no espaço público, ou unicamente como elemento constituinte da memória e ornamento da cidade, sendo quase sempre encontrados sem abastecimento de água.
Chafariz da Travessa da Torrinha, recentemente desaparecido
Tem-se verificado recentemente o desaparecimento de muitos destes elementos característicos da nossa Lisboa antiga, estamos a falar, por exemplo, do chafariz que existia na Travessa da Torrinha.
Cabe a todos e a cada um de nós, zelarmos para que as memórias da nossa cidade não se percam. A riqueza de um povo não se mede só pelo crescimento económico, mas também e muito principalmente pela capacidade de manter e valorizar o seu património. Assim, vimos solicitar às entidades responsáveis pela cultura e aos cidadãos para que participem no levantamento de todos os chafarizes ainda hoje existentes na nossa cidade e solicitem à Câmara Municipal de Lisboa, a sua limpeza e recuperação, bem como a recolocação dos que entretanto foram retirados, no seu local de origem.


João Pinto Soares

02/11/2018

Petição contra mais um atentado que se prepara à Lisboa histórica,desta vez em Santa Clara-Santa Engrácia! Assine e divulgue, s.f.f. Obrigado!

Vistas da rua: Antes/Depois (simulação criada a partir da maquete do projecto)

OS LISBOETAS NÃO QUEREM UM MONSTRO ARQUITECTÓNICO AO LADO DA FEIRA DA LADRA! Não à construção de prédios novos que vão descaracterizar o bairro de Alfama/São Vicente!

Para: Para: Exmo Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Dr. Fernando Medina; Sr(a) Presidente da Assembleia Municipal de Lisboa; Senhores(as) Deputados(as) Municipais

Nós abaixo assinados, moradores de Lisboa, da Rua do Paraíso e da zona envolvente, não queremos que sejam construídos prédios novos que vão descaracterizar a Rua do Paraíso, rua que dá acesso à emblemática Feira da Ladra e que é frequentada por milhares de pessoas nos dias de feira. Estas construções pertencentes ao projecto Santa Clara vão não só descaracterizar a rua do Paraíso, mas também a zona envolvente, o bairro histórico de Alfama e São Vicente, cuja autenticidade deve ser preservada.

As novas edificações previstas nos projectos Proc. 783/EDI/2017 e 2012/EDI/2017 seriam implantadas no antigo lote do estacionamento do extinto Hospital de Marinha. Este projecto viola as obrigações do PDM que “indica a importância do edifício enquanto integrante do tecido urbano que compõe os alçados da Rua do Paraíso, um arruamento cuja integridade e imagem se pretende preservar” (conjunto arquitectónico da Rua do Paraíso 18 a 112 e 1 a 59, Referência 51.25).

Além disso, ao contrário do que é exposto na memória descritiva, a vista desde o panteão seria largamente afectada assim como a vista desde a zona ribeirinha.

Acresce que, dado o número de habitações que este projecto prevê, o aumento de tráfego que seria gerado tornaria ainda mais caótica a circulação numa zona que, já de si, é difícil.

Em último lugar e não menos importante, os moradores da rua do Paraíso vão perder completamente a exposição solar e a vista do rio que gozam actualmente, acrescido de um aumento significativo de poluição sonora e atmosférica.

Este projecto não apresenta vistas simuladas das fachadas, que iam denunciar a violação do PDM e o impacto da nova construção em termos de volumetria, e que se tivesse teria permitido contestar o projecto à tempo.

A Câmara Municipal de Lisboa tem o dever e obrigação de respeitar os pressupostos que ela própria definiu e deve impedir que seja feito mais um crime arquitectónico numa zona histórica e emblemática de Lisboa. Tem o dever e a obrigação de preservar a beleza, integridade e autenticidade de Lisboa.

Edifício 195 Av. AA Aguiar - Bairro Azul - Conjunto Classificado de Interesse Municipal - Protesto e pedido de esclarecimentos à CML; queixa à Provedoria e ao MP


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


CC. PCML, AML, JFAvenidas Novas e media

Vimos pelo presente apresentar o nosso protesto e pedido de esclarecimentos sobre a aprovação de V. Exa. a um pedido de alterações e ampliação ao edifício Déco do nº 195 da Avenida António de Aguiar, edifício inscrito no Bairro Azul, conjunto Classificado de Interesse Municipal, e um dos já poucos edifícios em estado original desde a criação do Bairro.

Consideramos extraordinário que a CML aprove um projecto (da autoria do atelier GCCM) que descaracterizará por completo um edifício que a própria CML classificou de Interesse Municipal, um edifício que se apresenta em relativo bom estado de conservação, e um edifício em estado genuíno, ainda com logradouro permeável, inclusive; um projecto que implicará a divisão de cada uma das fracções existentes em dois apartamentos, a introdução de um elevador, a ampliação em sótão, a alteração radical da fachada a tardoz e a abertura de piscina no logradouro.

Compreendemos que projectos desta natureza expliquem o facto de nunca ter sido produzido até hoje pela CML, depois da Classificação do Bairro, qualquer Regulamento nem sequer manual de boas-práticas para um bairro que demorou muitos anos até que a CML o classificasse a contra-gosto. Mas não podemos aceitar que tal projecto seja posto em prática sem o mínimo exigível de oposição, pelo que dele apresentaremos queixa a quem de direito.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Virgílio Marques, Júlio Amorim, Pedro Cassiano Neves, João Oliveira Leonardo, Eurico de Barros, Fernando Silva Grade, Inês Beleza Barreiros, Filipe Teixeira, Helena Espvall, Maria do Rosário Reiche, Miguel de Sepúlveda Velloso, Filipe e Bárbara Lopes, Fátima Castanheira

...

Exma. Senhora Provedora de Justiça
Profª Doutora Maria Lúcia Amaral


Considerando que o imóvel sito na Avenida António Augusto de Aguiar, nº 195, é parte integrante do Bairro Azul conjunto Classificado de Interesse Municipal (1.º Suplemento do Boletim Municipal n.º 814 de 24-09-2009. Deliberação n.º 71/AM/2009 de 15-09-2009);

Considerando que para o mesmo foi recentemente aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa (por despacho de vereador) um projecto de alterações e ampliação, proc. nº 1732/EDI/2018 , de que se anexa a respectiva memória descritiva) que implicará a descaracterização total e irreversível do edifício, pela divisão de cada uma das fracções existentes em dois apartamentos, entre outros aspectos;

Considerando que tal aprovação só foi possível porque não existe nenhum Regulamento e/ou “manual de boas práticas” que reflicta na prática urbanística relativa àquele bairro a classificação referida;

Considerando que essa inexistência de facto contraria as várias afirmações públicas em sentido contrário de responsáveis da Câmara Municipal de Lisboa, nas quais se assegurou à população que tal Regulamento e/ou “manual de boas práticas” viria a ser uma realidade a muito curto prazo (ex. declarações do senhor vereador Manuel Salgado em 2014: https://www.jornaldenegocios.pt/economia/autarquias/detalhe/camara_de_lisboa_cria_manual_de_boas_praticas_para_obras_em_bairros_historicos)

Vimos solicitar a melhor intervenção de Vossa Excelência, no sentido de recomendar à Câmara Municipal de Lisboa que ponha rapidamente em prática um Regulamento para o conjunto classificado do Bairro Azul ou, em alternativa, proceda à desclassificação do conjunto enquanto de Interesse Municipal, em virtude do caricato da situação real do bairro em termos de licenciamento urbanístico.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Inês Beleza Barreiros, Rui Pedro Barbosa, Helena Espvall, António Araújo, Alexandre Marques da Cruz, Pedro Cassiano Neves, Maria do Rosário Reiche, Paulo Lopes, Fernando Silva Grade e Fátima Castanheira

...

Exma. Senhora Procuradora-Geral da República
Dra. Lucília Gago


Considerando que o imóvel sito na Avenida António Augusto de Aguiar, nº 195, é parte integrante do Bairro Azul conjunto Classificado de Interesse Municipal (1.º Suplemento do Boletim Municipal n.º 814 de 24-09-2009. Deliberação n.º 71/AM/2009 de 15-09-2009);

Considerando que para o mesmo foi recentemente aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa (por despacho de vereador) um projecto de alterações e ampliação, proc. nº 1732/EDI/2108, de que se anexa a respectiva memória descritiva) que implicará a descaracterização total e irreversível do edifício, pela divisão de cada uma das fracções existentes em dois apartamentos, entre outros aspectos;

Vimos solicitar a melhor intervenção dos serviços da Procuradoria Geral da República no sentido de apurar a legalidade dessa aprovação face à classificação referida, e desenvolver eventuais procedimentos penais se se verificar ilegalidade de facto.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Henrique Chavez, Inês Beleza Barreiros, Cristiana Rodrigues, Júlio Amorim, Pedro Cassiano Neves, António Araújo, Miguel de Sepúlveda Velloso, Pedro de Sousa, José Amador, Helena Espvall, Pedro Malheiros Fonseca, Fernando Silva Grade, Jorge Pinto, Jozhe Fonseca, Virgílio Marques, Maria do Rosário Reiche, Martim Galamba, Paulo Lopes e Fátima Castanheira