14/11/2016

Pedido de não demolição do interior do edifício do Centro Comercial Palladium (Avenida da Liberdade)

Enviado a 6.4.2016:

Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


C.c. PCML, AML e media

Tivemos conhecimento de que se encontra em apreciação nos Serviços que V.Exa. tutela, um pedido de informação prévia (Proc. 291/EDI/2015) que prevê a demolição do interior do edifício que albergou no piso térreo (e na cave) o antigo Centro Comercial Palladium (Avenida da Liberdade, nº 1).

O actual edifício, projectado em 1909 pelo Arq. Norte Júnior, e que mais tarde foi enriquecido com intervenções de autores como os arquitectos Cassiano Branco e Raul Tojal (autor da concepção e decoração do Café Palladium, em 1932-35, transformado em centro comercial em 1979), possui interiores de grande qualidade, desde logo as suas escadas, cuja eventual demolição constituiria mais um empobrecimento do património do séc. XX da Avenida da Liberdade.

Por outro lado, também a nível do espaço do antigo centro comercial ainda subsistem os espaços originais do Café Palladium dos anos 30 do séc. XX, com os seus elementos decorativos e pormenores Art Déco de especial relevo, como sejam colunas, painéis alegóricos, plafonnières, gradeamentos e corrimãos (vide fotos em anexo, da autoria do blogue S.O.S. Lisboa).

Considerando o já exposto e que o edifício em causa se encontra em plena Avenida da Liberdade, classificada Conjunto de Interesse Público (2012) e nas Zona de Protecção do Elevador da Glória (MN) e do Palácio Foz (IIP);

Solicitamos a V. Exa. que não aprove a demolição dos interiores deste edifício, que são perfeitamente recuperáveis, bem como garanta que o projecto de reutilização do espaço até aqui ocupado pelo centro comercial mantenha, in situ, todos os elementos arquitectónicos e decorativos ainda existentes no espaço do antigo Café Palladium.

Na expectativa, subscrevemo-nos com os melhores cumprimentos


Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Jorge, Ana Alves de Sousa, Carlos Moura-Carvalho, Miguel Atanásio Carvalho, Jorge Pinto, Pedro Janarra, Martim Galamba, André Santos, Cristiana Rodrigues, Beatriz Empis, Nuno Franco, João Oliveira Leonardo, Rui Martins, Jorge Santos Silva, Alexandre Marques da Cruz, Virgílio Marques, Miguel de Sepúlveda Velloso, Maria Ramalho, Júlio Amorim, Ricardo Mendes Ferreira, Alexandra de Carvalho Antunes, Rossella Ballabio, Maria do Rosário Reiche, Miguel Lopes Oliveira, Nuno Caiado, Fátima Castanheira, Gustavo da Cunha

...

Resposta do Sr. Vereador Manuel Salgado (28.6.2016):

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Resposta do Sr. Vereador Manuel Salgado (8.11.2016), via AML:

6 comentários:

Miguel Jorge disse...

Concordo inteiramente.

Albert Virella disse...

Nunca entrei neste local e só com a reportagem fotográfica deste post chega-me para entender que ali existe um valor decorativo e arquitectónico a conservar. Mas como se pode dar vida a este meritório local?

Há um factor novo que pode alterar o desprestígio da Avenida da Liberdade, que ficou entregue ao tráfico de drogas e de mulheres. Isto deu azo ao que, sem nunca ter entrado, não parecia ser local convidativo como "centro comercial"

Os tempos mudaram e a Avenida se está convertendo nos Campos Elísios de Lisboa. Esta evolução poderia facilitar a recuperação, ao estilo do Magestic do Porto. Falta encontrar um empresário, pois não basta a Câmara interditar a demolição. Os andares superiores poderiam albergar um hotel muito respeitável. Em conjunto daria nova vida a uma zona que foi o Passeio Público dos tempos idos.

Anónimo disse...



Excelentes pormenores, uma surpresa depois de tantos anos !!

Salvaguardar este espaço, com um café/restaurante condigno !!

Alvaro Pereira disse...

Caro anónimo

Concordo totalmente consigo!

Cumprimentos!

Anónimo disse...


Este espaço deve ser restaurado minuciosamente, e deve voltar a funcionar como café ou pastelaria, histórico.

Uma jóia que não deve ser destruída com o aval do Município de Lisboa.

Quantas capotais e cidades gostariam de exibir um semelhante ?

Temos de salvar o Palladium

Alvaro Pereira disse...

Caro anónimo

Tirou-me as palavras da boca!

Álvaro Pereira