24/12/2020

Prédio de 1912 - Av. 5 Outubro com projecto de edificação - protesto e pedido de chumbo à CML

Exmo Senhor Vereador
Eng. Ricardo Veludo


CC. PCML, AML, JVAN e media

Na sequência da entrada na CML a 8/10/2020 de um projecto de “edificação” no edifício sito no nº 84 da Av. Cinco de Outubro, gaveto com a Av. Visconde Valmor, processo nº 354/EDI/2020 (foto 1), serve o presente para solicitar a V. Exa. a reprovação do mesmo de forma liminar.

Com efeito, cremos estar perante um caso flagrante de especulação imobiliária, em que será severamente alterado, para não dizermos destruído, um edifício dos mais significativos de uma Lisboa “Entre-Séculos”, datado de 1912, e intacto até 2013 - altura em foi, em primeiro lugar, mutilado nos seus painéis de azulejo publicitário “Japonisme”, posteriormente “restaurados”; e nos seus vidros coloridos de todas as janelas (foto 2, de Fernanda Ribeiro, in O Corvo), posteriormente substituídos por réplicas em PVC (foto 3); e objecto de obras (provavelmente ilegais) no seu interior durante um certo período de tempo, que faziam prever que o edifício seria reabilitado, desde logo o seu fabuloso hall de entrada, revestido a pinturas, cujo mau estado de conservação actual espera por uma urgente recuperação por se tratar de um dos melhores exemplares da arquitectura de transição na cidade de Lisboa, ex-libris das Avenidas Novas. Entretanto, o edifício foi deixado ao abandono, restando a pastelaria Bola Cheia como seu único inquilino.

Passados que estão 17 anos sobre essas obras fictícias, eis que somos surpreendidos por um projecto de “edificação” apresentado agora à CML, na realidade um projecto de construção nova em que tudo será destruído, restando a fachada como “espaço de memória”, mas ampliada em 3 pisos (!), apesar de na memória descritiva se afirmar que os tectos em estuque serão preservados, o que não conseguimos compreender como o serão uma vez que em simultâneo se abrem caves para estacionamento (foto 4).

Apelamos à CML, na pessoa de V. Exa., para que trave mais este projecto destruidor, mais um, do que ainda resta de património daquele período na cidade de Lisboa, mais propriamente nas Avenidas Novas, outrora possuidoras de um rico edificado dessa época.

Chamamos a atenção de V. Exa. para o facto de este edifício se encontrar protegido pela Carta Municipal do Património, item 23.103, e, uma vez que o edifício não está em risco de ruína, não ser permitida a destruição dos seus interiores, nem a sua fachada poderá subir 3 pisos.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Jorge, Miguel de Sepúlveda Velloso, Nuno Caiado, Gustavo da Cunha, Filipe Teixeira, Virgílio Marques, Júlio Amorim, Fátima Castanheira, António Araújo, Helena Espvall, Ana Celeste Glória, João Oliveira Leonardo, Pedro de Souza, Maria João Pinto, Paulo Lopes, Rui Pedro Martins, Irene Santos, Sofia de Vasconcelos Casimiro, Jorge Pinto

16/12/2020

Casa de Wenceslau de Moraes - Pedido de intervenção à CML e ao MC

Exmo. Senhor Presidente da CML
Dr. Fernando Medina
Exma. Senhora Ministra da Cultura
Dra. Graça Fonseca


CC. Embaixada do Japão, AML, Vereadores da Cultura e do Urbanismo e media

Escusado será lembrar a V. Exas. que Wenceslau de Morais é uma figura incomum na cultura portuguesa e uma personalidade única na relação de Portugal com o Oriente, em especial, com o Japão. O respeito e consideração por esta figura deveria reflectir-se também na preservação da sua casa, a única em que viveu em Lisboa enquanto aqui permaneceu, do nascimento até à sua partida definitiva, que é situada no nº 4 da Travessa da Cruz do Torel.


O prédio apresenta-se hoje com adaptações típicas dos anos 50, mesclado com alterações espúrias recentes, encontrando-se em manifesto mau estado geral, como se pode perceber nas fotografias, nomeadamente com manchas de humidade em diversos pontos, profusão de caixas de estores e de cabos de telecomunicações, portas metálicas de três tipos diferentes, cantarias pintadas.


Porta metálica de entrada e painel de azulejos


Portas e janelas metálicas recentes, destoando do conjunto, com cantarias pintadas

O único marco que assinala que ali viveu o escritor e militar Wenceslau de Morais é um curioso painel de azulejos da responsabilidade do Rotary Clube com inscrições nas línguas portuguesa e japonesa. O local é visitado por grupos de turistas japoneses que em geral parecem mostrar-se decepcionados com a sua pobreza e indignidade, que não se resume ao prédio mas a toda a envolvente – paredes grafitadas, fachadas em mau estado de conservação, estacionamento automóvel selvagem, asfalto e passeios em péssimo estado deplorável. Esta é uma situação que se arrasta há demasiado tempo, o que nos leva a crer que o respeito e a consideração dos poderes culturais da cidade por esta figura se resume a discursos de ocasião.

Para que se contrarie essa ideia já generalizada, cremos que seja de todo indispensável que a CML e o Ministério da Cultura façam algo de facto para que todos passemos a pensar de outra forma sobre o que a cidade e o país entendem por respeito e consideração por uma das figuras cimeiras da nossa Cultura.

Deste modo, sugerimos a V. Exas. que, considerem:

1. A posse do prédio, como vista à sua reabilitação cuidada e à sua transformação em casa-museu e local de homenagem permanente e palpável a Wenceslau de Morais.
2. A reabilitação da zona que, de resto, não exige nenhum esforço especial, podendo resumir-se ao calcetamento integral da Travessa e à interdição de estacionamento, excepto a moradores, com demarcação a tinta ou pedra.
3. A melhoria da iluminação pública.
4. A arborização do passeio em frente da casa de Wenceslau de Moraes com a plantação de 3 árvores, da espécie Ginkgo biloba, árvore do Japão e da China, em caldeiras, e a colocação de 2 bancos de jardim.

Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Nuno Caiado, Bernardo Ferreira de Carvalho, Irene Santos, Jorge Pinto, Paulo Trancoso, João Pinto Soares, Fernando Jorge, Ana Alves de Sousa, Pedro Jordão, Maria do Rosário Reiche, Sofia de Vasconcelos Casimiro, Pedro de Sousa, Inês Beleza Barreiros, Gustavo Cunha, Rui Pedro Martins, António Araújo, Júlio Amorim, Nuno Vasco Franco

Museu Judaico deixa Alfama e vai para Belém:

Na ordem de trabalhos da reunião da CML do dia 21, está preto no branco que o Museu Judaico já não vai para o Largo de São Miguel e irá para Belém!

Obrigado à APPA, que protagonizou a "luta no terreno" contra o desvirtuar irreversível do coração de Alfama, e foi a peticionária da acção em tribunal, com os bons frutos que se sabe. Nada tínhamos nem temos contra o Museu Judaico, mas ali, no Largo de São Miguel, não! Obrigado à CML, pelo recuo e via alternativa escolhida, porque recuar não é vergonha para ninguém.

Vergonhosa foi a participação da Comissão de Apreciação da DGPC/IGESPAR em todo este processo, que merecia um corretivo exemplar e inequívoco.

https://www.lisboa.pt/fileadmin/download_center/reunioes_camara/2017-_2021/ordens_trabalho/Ordem_Trabalhos_reuniao_extraordinaria_n_156_21_12_2020.pdf

15/12/2020

Um grande Bloco, um grande site:

Bloco das Águas-Livres

Parabéns aos seus autores (moradores)!!

Rampa das Necessidades, 14-28 - Pedido de intervenção ao MAI e à CML

Exmo. Senhor Ministro da Administração Interna
Dr. Eduardo Cabrita
Exmo. Senhor Presidente da CML
Dr. Fernando Medina


C.C. GPM, AML e media

Constatado o abandono e a degradação do estado de conservação de 90% do conjunto edificado da Rampa das Necessidades, nº 14 a 28, em Lisboa, edifícios que são propriedade do Ministério da Administração Interna (GNR);

Considerando que se trata de um valioso e intacto conjunto de edifícios pré-pombalinos do século XVIII;

E considerando o imenso potencial destes edifícios uma vez reabilitados, em termos de mercado de arrendamento (seriam facilmente adaptadas a tipologias T1 e T2 para jovens arrendatários, por exemplo) ou enquanto residências para estudantes universitárias (o Instituto Superior de Agronomia, por exemplo, encontra-se do lado oposto do vale de Alcântara);

Solicitamos a V. Exas. que envidem todos os esforços para que, por via de protocolo entre o Ministério da Administração Interna e a Câmara Municipal de Lisboa, seja possível a salvaguarda, recuperação (sem ampliação) e colocação destes edifícios da Rampa das Necessidades no mercado de arrendamento, preferencialmente no âmbito do Programa Renda Acessível, ou como residências para estudantes.

Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Fernando Jorge, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Virgílio Marques, Miguel Atanásio Carvalho, Fátima Castanheira, Beatriz Empis, Gustavo da Cunha, Inês Beleza Barreiros, Eurico de Barros, Ana Alves de Sousa, Nuno Caiado, Pedro Jordão, Pedro de Souza, Rui Pedro Martins, Helena Espvall, Jorge Pinto, João Pinto Soares, Pedro Henrique Aparício, Guilherme Pereira, Nuno Vasco Franco

Foto: Fernando Jorge

03/12/2020

Futuro Museu dos Bombeiros - Envio de SOS à CML, AML e ATL ...e ACP

Senhor Presidente da Câmara Municipal de Lisboa
Dr. Fernando Medina,
Senhor Presidente da Assembleia Municipal
Dr. José Maximiano Leitão,
Senhor Director-Executivo da Associação de Turismo de Lisboa
Dr. Vítor Costa


CC. Media

É do nosso conhecimento a existência de um enorme património de antigas viaturas e material diverso pertencente aos sapadores bombeiros de Lisboa (e, consta, algum outro de distinta proveniência) que se encontra literalmente a apodrecer num armazém completamente destituído de condições, algures em Marvila.

Trata-se de um espólio grande em quantidade e qualidade, que se crê remonte pelo menos aos anos 30, percorrendo várias décadas seguintes, pelo menos até aos anos 2000. Nele constam veículos de diversos tipos e funções, cujo traço de união é a degradação a que estão sujeitos. A sua dimensão e importância parece ser superior ao do património preservado condignamente e que tem sido mostrado ao longo dos anos.

Na internet correm algumas fotos bem ilustrativas da desgraça do material armazenado e do próprio armazém, de chapa de zinco ou similar.

Um valioso Mercedes Nurburg, 1931,

viaturas diversas, estando em primeiro plano o que parece ser um opel dos anos 50; é distinguível ainda um veículo Mercedes Benz de iluminação dos anos 70-80 e uma grua FIAT,

uma auto-escada Mercedes Benz relativamente rara, possivelmente do fim dos anos 40,

um invejável exemplar de um pronto socorro especial Magirus Deutz dos anos 50-60,

magnífico exemplar de um veículo urbano de combate a incêndios Ford Job, da transição dos anos 50 para 60, num estado deplorável,

icónico auto-chefe de serviço Dodge Pierce dos anos 70-80,

em primeiro plano, um pronto socorro especial, dos dois que o BSB teve, marca international; em segundo plano, possivelmente outro pronto socorro especial Mercedes Benz dos anos 60-70

Extraordinário veículo de apoio a mergulhadores, Bedford, anos 70.

Em resumo, este importante e interessantíssimo conjunto patrimonial, que, estamos certo, dignificaria qualquer museu europeu do género, encontra-se desprezado, abandonado e, por vezes, em muitíssimo mau estado; e a passagem do tempo, sem medidas de contenção da degradação, agravará ainda mais o seu estado de conservação.

Cremos que Lisboa tem possibilidades de vir a ter um grande museu dos seus bombeiros.

Faltará, apenas, a vontade de a CML avançar nesse sentido. Até a fundação do museu, propomos medidas de urgência para proteger o património referido, nomeadamente coberturas impermeáveis para cada veículo, entre outras soluções que se afiguremnecessárias.

Mais, cremos que faria todo o sentido que a CML abdicasse de vez em se comprometer com, ou patrocinar, projectos urbanísticos para os quartéis de bombeiros da Avenida Dom Carlos I e da Avenida dos Defensores de Chaves, quartéis históricos e de grande valor patrimonial e simbólico para a cidade, e ali garantisse, desde já, a futura abertura de um "Museu dos Bombeiros", que estivesse munido de oficina capaz de recuperar os veículos e demais materiais, permitindo a musealização de todos estes exemplares acima referidos e, porque não, os demais veículos automóveis do núcleo de transportes históricos do município.

Estamos certos que não faltará interesse, públicos vários, e receita de bilheteira para um museu deste âmbito, e esta será uma forma também de preservar e dar uso condigno aos quartéis emblemáticos da Avenida Dom Carlos I e da Avenida dos Defensores de Chaves.

Colocamo-nos ao dispor de V. Exas. para colaborar no processo de discussão do futuro Museu dos Bombeiros.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Nuno Caiado, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Jorge, Inês Beleza Barreiros, Júlio Amorim, Virgílio Marques, José Maria Amador, Pedro de Souza, Jorge D. Lopes, Rui Pedro Martins, Jorge Pinto, Helena Espvall, António Araújo, Paulo Lopes, Pedro Ribeiro, Luís Mascarenhas Gaivão, Pedro Machado, Bruno Palma, Maria do Rosário Reiche, Irene Santos, Fátima Castanheira, Guilherme Pereira, Nuno Vasco Franco Lisboa, 3 de Dezembro de 2020

...

Futuro Museu dos Bombeiros e/ou do Automóvel - pedido de apoio ao ACP (enviado a 10 de Dezembro)

Exmo. Sr.Presidente do Automóvel Clube de Portugal
Dr. Carlos Barbosa


C.C. CML, AML e ATL

No seguimento dos pedidos que fizemos recentemente à CML, AML e ATL, alertando para o estado de abandono e degradação em que se encontra um sem-número de veículos históricos de que a CML é fiel depositária -compreendendo valioso espólio relativo aos Bombeiros da cidade (https://cidadanialx.blogspot.com/2020/12/futuro-museu-dos-bombeiros-envio-de-sos.html) e outro tanto referente a veículos automóveis sob a alçada do Núcleo de Transportes Históricos do Município (https://cidadanialx.blogspot.com/2020/11/oldsmobile-de-augusto-macedo-ao.html) – e solicitando-lhes que desenvolvam todos os esforços para que, finalmente, a cidade tenha um Museu dos Bombeiros e/ou do Automóvel;

Serve o presente para solicitarmos ao Automóvel Clube de Portugal, em particular ao seu Núcleo de Automóveis Históricos, para que façam eco deste desiderato junto de quem de direito, disponibilizando vontades e o vosso conhecimento para que este museu seja possível em tempo útil.

Colocamo-nos à Vossa disposição para a colaboração que considerem pertinente, e apresentamos os melhores cumprimentos.

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Bruno Palma, Gustavo da Cunha, Nuno Caiado, Paulo Lopes, Luís Mascarenhas Gaivão, António Araújo, Maria do Rosário Reiche, Jorge Pinto, Pedro Henrique Aparício, Fátima Castanheira, Guilherme Pereira

02/12/2020

Esta cidade não é para velhos

Passeios na Rua de S. João da Mata (Freguesia da Estrela)

Como morador em Lisboa verifico que muitas das obras de renovação em prédios antigos nos bairros típicos, não têm tido em conta os arranjos exteriores, nomeadamente os passeios, elementos fundamentais para quem aí vive, na sua grande maioria gente idosa, com dificuldades de locomoção.

As imagens aqui reproduzidas referem-se a dois pédios em frente um do outro na Rua de São João da Mata, recentemente reconstruídos, e cujos passeios foram de tal forma remodelados que se tornaram intransponíveis para pessoas idosas.

A Câmara Municipal de Lisboa, para além de fiscalizar as obras licenciadas, deveria também verifiar os arranjos exteriores, tendo em atenção os passeios, colocando corrimões que permitam aligeirar o penoso e perigoso que é para as pessoas de idade vencer os obstáculos que têm pela frente.


João Pinto Soares

O Oldsmobile do sr. Augusto Macedo já está seguro:

O Oldsmobile de 1928, Táxi nº 1, do sr. Augusto Macedo, já está sob o tecto da delegação de Lisboa do Clube Português de Automóveis Antigos. Serviço público, o nosso, de há 11 dias, e o de Carlos Azevedo, que foi quem nos informou sobre o estado de coisas na armazém da CML nos Olivais.

Foto e boa-nova via Eurico de Barros

25/11/2020

Publicidade e propaganda junto à AR - protesto e pedido de remoção

Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República
Dr. Eduardo Ferro Rodrigues
Exmo. Senhor Presidente da CML
Dr. Fernando Medina
Exmo. Senhor Director-Geral do Património Cultural
Eng. Bernardo Alabaça


CC. Media

Como é do conhecimento de Vossas Excelências, existem dois mega-suportes de publicidade/propaganda partidária colocados nem a 50 metros de distância da Assembleia da República, órgão de soberania de Portugal, e, enquanto Palácio de São Bento, Monumento Nacional desde 2002 (Decreto nº5/2002, DR, I Série B nº 42, de 19-02-2002).

Estes suportes encontram-se no local há já alguns anos e há partidos políticos e associações várias que não se coíbem de persistir em alugá-los, oportunisticamente, porque o local é “apetecível”, parecendo ignorar o que nos parece óbvio:

Além de ser ilegal a presença de quaisquer suportes publicitários ou de propaganda junto a um Órgão de Soberania, e também porque a sua localização neste caso viola grosseiramente a zona de protecção de um Monumento Nacional, o Palácio de São Bento (artigos 37º e 43º da Lei 309/2009); estamos perante uma situação completamente impensável junto a Westminster, ao Bundestag, a Montecitorio ou às demais sedes de parlamentos nacionais com que Portugal partilha o estatuto de Estado-Membro da União Europeia.

Perguntamos a V. Excelências: como é possível esta situação?

Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Nuno Caiado, Pedro Machado, António Araújo, Mariana Carvalho, Pedro Jordão, Pedro de Souza, Rui Pedro Martins, Júlio Amorim, José Morais Arnaud, Rui Pedro Barbosa, Eurico de Barros, Ana Celeste Glória, Pedro Fonseca, Paulo Trancoso, Miguel Atanásio Carvalho, Virgílio Marques, João Oliveira Leonardo, Jean Teixeira, Helena Espvall, Maria do Rosário Reiche, Fátima Castanheira, Bruno Palma, Irene Santos

24/11/2020

Anexo escandaloso na Rua da Prata 254/R. Santa Justa 26 a 32 - Pedido de demolição à CML

Exmo. Senhor Vereador
Eng. Ricardo Veludo


C.C. PCML, AML e media

Vimos por este meio alertar para uma alteração da cobertura no imóvel sito na Rua da Prata Nº 242 a 254 ( torneja para a Rua de Santa Justa Nº 26 a 32), que julgamos completamente ilegal à luz do articulado do Plano de Pormenor de Salvaguarda da Baixa, e inconcebível se a mesma tiver sido autorizada pelos serviços de Urbanismo da CML.

Solicitamos a V. Exa. que, portanto, dê indicações aos serviços para que procedam à contra-ordenação do promotor em causa, e requeiram ao mesmo a demolição deste acrescento espúrio, agindo legalmente em conformidade se se verificar o seu incumprimento.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Fernando Jorge, Miguel de Sepúlveda Velloso, Nuno Caiado, Júlio Amorim, Virgílio Marques, Rui Pedro Martins, Pedro Janarra, Pedro Fonseca, Rui Pedro Barbosa, António Araújo, Helena Espvall, João Oliveira Leonardo, José Maria Amador, Miguel Atanásio Carvalho, Fátima Castanheira

23/11/2020

Baixela Germain - Que futuro no futuro "museu do tesouro real"?

Exmo. Sr. Director-Geral
Eng. Bernardo Alabaça


CC. PM, MC, CML e media

À luz da entrevista que V. Exa. deu ao jornal Público no dia 21 de Novembro (https://www.publico.pt/2020/11/21/culturaipsilon/entrevista/bernardo-alabaca-nao-defendo-parta-direccaogeral-patrimonio-cultural-1940014), cremos que se torne imperativo obter o seu esclarecimento urgente quanto aos seguintes pontos:

1- Pretende a tutela lutar para que a Baixela Germain, conjunto único no seu género em todo o mundo e obra-total da ourivesaria francesa do Séc. XVIII, possa finalmente ser reunida como Património Nacional que é, para a sua leitura e fruição do público português e internacional?

2 – Quando o Director-geral afirma que “a recomposição de colecções não pode ser feita com sacrifício da identidade dos equipamentos, sob pena de estarmos a construir um à custa de uma desvalorização significativa de outros.” quer dizer que as tipologias existentes no MNAA permanecerão à guarda dessa instituição, impedindo, desse modo, a reunião da Baixela? Dito de outro modo, sacrificará a tutela este património excepcional, hoje reduzido a uma expressão parcelar, estando asseguradas as condições de exposição na extensão do Museu do Palácio Nacional da Ajuda cujas obras milionárias decorrem neste momento? Qual será, então, a “identidade” que a DGPC considera mais importante?

3 – Se assim for, como justificará a DGPC que se construa uma extensão de um museu já existente, num esforço e investimento tremendos, para que uma das colecções mais importantes se mantenha desintegrada, dispersa entre duas instituições?

4 – Como justifica V.Exa. a sua afirmação de ainda ser prematuro saber se as peças pertencentes à Baixela Germain e que estão no MNAA irão reintegrar a sua colecção de origem (é bom notar que essas peças transitaram para o MNAA a título de empréstimo e por lá foram ficando)? Prematuro, porquê? V. Exa. está em funções desde Fevereiro e este projecto mantém-se como até então, ou seja, à margem do escrutínio público.

Cremos que estamos perante um desígnio nacional, que não pode ficar refém de outros interesses ou perspectivas. Um desígnio nacional que não pode ser vítima de uma DGPC constantemente secundarizada, quando o que se pede a essa entidade é que seja capaz de criar um consenso essencial para que este conjunto único de ourivesaria francesa do século XVIII não esteja a correr o risco de continuar disperso e fragmentado. Pedimos-lhe, Senhor Director-Geral, para, por uma vez, nos deixarmos de subalternizar o Património em prol dos egos desta ou daquela personagem do momento.

Por último, tendo V. Exa. sido omisso em relação ao resto do projecto do todo Palácio Nacional da Ajuda, cumpre perguntar o que pretende a DGPC fazer em relação ao Jardim das Damas, já há muito tempo encerrado ao público, à Sala dos Serenins e ao torreão da antiga Capela Real ("Torre do Galo")?

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, António Araújo, Jorge Pinto, Virgílio Marques, Rui Pedro Martins, Pedro Jordão, Nuno Caiado, Helena Espvall

Foto:Terrina, in MNAA

22/11/2020

Gonçalo Ribeiro Telles, o lisboeta que amava as árvores e compreendia o papel fundamental que estas desempenham na qualidade de vida das cidades

HOMENAGEM
GONÇALO RIBEIRO TELLES (1922-2020)

Gonçalo Ribeiro Telles nasceu em Lisboa, a 25 de Maio de 1922 e morreu no dia 11 de Novembro de 2020, aos 98 anos, na sua casa, em Lisboa.

Foi o grande defensor da ligação que deve existir entre a cidade e o campo.

Engenheiro Agrónomo, participou em 1945, juntamente com outros intelectuais e políticos, na fundação do Centro Nacional de Cultura, ponto de encontro de debate de ideias e valores da cultura e do património portugueses.

A arquitectura paisagista e a luta política são indissociáveis na vida de Gonçalo Ribeiro Telles, sendo que muitas das suas principais batalhas decorrem desses dois planos de atuação.

Em Outubro de 1975, é nomeado Secretário de Estado do Ambiente, tendo sido notável a sua acção na política ambiental em Portugal. Foi pioneiro na defesa e conservação dos valores ambientais, na promoção da prática do ordenamento do território, do desenvolvimento sustentável e da humanização das cidades.

De 1981 a 1983, desempenha o cargo de Ministro de Estado e da Qualidade de Vida no 8.º Governo Constitucional. Neste cargo deixou, entre outros legados, uma legislação decisiva: a criação das Áreas Protegidas, Reserva Agrícola Nacional e Reserva Ecológica Nacional. Foram ainda lançadas as bases do ordenamento do espaço a nível local (Planos Directores Municipais), dando o primeiro passo para a futura integração no ordenamento regional, que surgiu em 1983 com a criação dos Planos Regionais de Ordenamento do Território, tendo participado igualmente na elaboração da Lei de Bases do Ambiente.

Enquanto vereador da Câmara Municipal de Lisboa, fica a dever-se-lhe em 2007, a integração no Plano Director de Lisboa do Plano Verde, pela qual Ribeiro Telles se batia há mais de dez anos..

São ainda da autoria de Ribeiro Telles, entre outros projectos, o Corredor Verde de Monsanto e a integração da zona ribeirinha oriental e ocidental, na Estrutura Verde Principal de Lisboa; os projectos do Vale de Alcântara e da Radial de Benfica, do Vale de Chelas, e do Parque Periférico, destacando-se ainda o Ordenamento Paisagístico da Capela de São Jerónimo, das Avenidas D. Rodrigo da Cunha e D. João XXI, o Parque Amália Rodrigues, do Cabeço das Rolas na Expo 98 e sobretudo o Parque da Fundação Calouste Gulbenkian, elaborado em 1962, com António Viana Barreto (Prémio Valmor de 1975).

Com a morte do Arquiteto Gonçalo Ribeiro Telles, Lisboa ficou mais pobre, sendo inteiramente merecida a proposta da CML para atribuir o seu nome ao futuro Parque Urbano da Praça de Espanha.

Livros essenciais: "A Árvore em Portugal" - Francisco Caldeira Cabral, Gonçalo Ribeiro Telles; "Portugal, paisagens e espaços naturais" - Gonçalo Ribeiro Telles, Frenando Pessoa, Afonso Alves; "Um novo conceito de cidade : a paisagem global" - Gonçalo Ribeiro Telles.

Nota: parte deste texto é transcrita do artigo sobre Gonçalo Ribeiro Telles da autoria da Dr.ª Manuela Correia.


Pinto Soares

19/11/2020

Oldsmobile de Augusto Macedo ao abandono - pedido de esclarecimentos à CML e ATL

Exmo. Senhor Presidente
Dr. Fernando Medina
Exma. Senhora Vereadora
Dra. Catarina Vaz Pinto
Exmo. Senhor Director-Executivo da ATL
Dr. Vítor Costa


C.C. AML e media

No seguimento do alerta que nos chegou ontem sobre o assunto em epígrafe, e de que fizemos eco (https://cidadanialx.blogspot.com/2020/11/taxi-de-1928-sr-augusto-macedo-deixado.html), somos a contactar V. Exas. no sentido de sabermos os motivos por que os automóveis existentes nas instalações da CML nos Olivais, mais propriamente alguns dos veículos à guarda do “núcleo de transportes históricos do município” e mais especificamente o Oldsmobile do sr. Augusto Macedo, se encontram desprotegidos no exterior daquelas instalações.

Mais solicitamos que nos esclareçam sobre o destino dado ao “museu” aberto pela CML aqui há uns 20 anos, num edifício da Avenida das Forças Armadas, aquando da doação do Rover do jornalista Fernando Pessa.

Ao que nos foi dito, o Oldsmobile de 1928, que serviu de táxi ao sr. Augusto Macedo durante muitos anos, foi ex-libris do Rossio e da cidade de Lisboa, transportou inúmeras personalidades e foi figurante num sem-número de filmagens, terá sido doado à Associação de Turismo de Lisboa pelos seus herdeiros.

Cremos que este Oldsmobile e todos os outros veículos históricos sob responsabilidade da CML e/ou do Turismo de Lisboa, merecem ser expostos em local condigno, onde possam ser admirados pelo público, pelo que sugerimos que um (ou mais) dos muitos armazéns da CML, ou por exemplo nas instalações do imenso complexo de edifícios da antiga Manutenção Militar, seja adaptado a espaço expositivo de todos eles.

Este Oldsmobile poderia, inclusive, voltar a circular, em ocasiões especiais!

Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Miguel de Sepúlveda Velloso, Luís Serpa, Virgílio Marques, Júlio Amorim, Eurico de Barros, Maria Teresa Goulão, Carlos Moura-Carvalho, Jorge Pinto, Inês Beleza Barreiros, Rui Pedro Martins, João Pinto Soares, Paulo Lopes, Helena Espvall, Gustavo da Cunha, Paulo Trancoso, Beatriz Empis, Guilherme Pereira, Fátima Castanheira, Pedro Henrique Aparício, Nuno Vasco Franco

...

Resposta da ATL:

«Exmos Senhores:

Acuso a receção da v/ comunicação.

Esclareço que o Taxi nº 1 não foi doado à ATL, mas sim por esta adquirido aos herdeiros do Sr Augusto Macedo ( que o conduziu entre 1928 e 1997), logo a seguir ao falecimento deste, aos 95 anos..Quando adquirimos o Taxi nº 1produzimos um folheto explicativo da sua história.

Durante alguns anos, a viatura foi por nós mantida e utilizada esporadicamente em ocasiões especiais (por exemplo, visitas de alguns jornalistas). Durante esse período, a manutenção foi assegurada pela oficina que fazia esse trabalho desde o tempo do Sr Augusto Macedo, e que era a única que dispunha de algumas peças, permitindo que a viatura circulasse .

Posteriormente, esta solução deixou deixou de ser possível, pelo que acordámos com a CML que seria esta entidade a guardar e cuidar do veículo, aguardando-se uma oportunidade para a sua exposição pública, o que ainda não sucedeu.

Com os melhores cumprimentos.

Vitor Costa»

18/11/2020

TAXI de 1928, Sr. Augusto Macedo, deixado ao abandono em instalações CML

Chegado por e-mail:

«Boa tarde,

Escrevo-lhes como cidadão, amante de automóveis antigos e lisboeta, para vos dar nota da minha indignação face ao que aparenta ser mais um caso de incúria e/ou profundo desrespeito no tratamento do património público.

Passo com regularidade junto às instalações da Câmara Municipal de Lisboa nos Olivais e já tinha reparado no conjunto de viaturas antigas, aparentemente recuperadas, deixadas ao abandono e à chuva.

A situação que descrevo ocorre há cerca de 1 mês, um período que para mais foi marcado por severa precipitação.

Identifiquei algumas viaturas que conheci em exposições de clássicos e desfiles, umas emblemáticas como a biblioteca itinerante em tudo igual às da Gulbenkien, outras valiosas como um Mercedes 3.5 ou um Citroen “boca de sapo”, outras ainda que não conhecia como um carro da Polícia antigo.

Mas olhando com mais atenção, uma viatura em particular, escondida debaixo de uma capa, suscitou-me grande curiosidade. A situação que descrevo ocorre há cerca de 1 mês, que para mais foi marcado por severa precipitação.

Olhando com mais atenção, uma viatura em particular, escondida debaixo de uma capa, suscitou-me maior curiosidade.

A forma quadrada fez-me crer que seria uma viatura bem mais antiga que as restantes que deverão ser dos anos70/80.

Na 6ª feira passada tive a confirmação dos meus piores receios.

É o táxi do Sr. Augusto Macedo!

O Oldsmobile de 1928 do documentário “Táxi Lisboa”, vencedor do Festival de Cinema de Pescara 1996, de “Lisbon Story” de Win Wenders, de “Casa dos Espiritos”, do “Rei das Berlengas” de Artur Semedo, entre tantas outras presenças.

Que transportou Fernando Pessoa, Pablo Picasso, a fotógrafa alemã Leonore Mau, e o escritor Português Vergílio Ferreira.

Deixado a apodrecer na rua em pleno inverno!

Como é isto possível?

É este o respeito pelo património público e pelo dinheiro dos contribuintes que com toda a certeza foi gasto na sua recuperação?

Com os melhores cumprimentos,

Carlos Azevedo»

Castelo de São Jorge - Pedido de intervenção à CML

Exmo. Senhor Presidente
Dr. Fernando Medina,
Exma. Senhora Vereadora
Dra. Catarina Vaz Pinto


C.C. AML, EGEAC, DGPC e media

No seguimento de uma visita efectuada ao Castelo de São Jorge, constatámos uma série de detalhes que, a nosso ver, deveriam merecer a atenção da tutela daquele que tem sido referido como o monumento mais visitado da cidade de Lisboa, detalhes que serão passíveis de concretizar sem grande investimento ou grau de dificuldade.

Assim, gostaríamos de sugerir que no recinto do Castelo de São Jorge fosse acrescentada a identificação de locais para conhecimento do visitante: por exemplo, indicando os locais da antiga alcáçova, as ruínas do paço real de Dom João assim como a descrição de cada uma (das várias) fontes (que poderiam ter água corrente) com QR Codes para páginas descritivas.
Pedimos igualmente que as placas de madeiras com poemas fossem re-pintadas ou substituídas e que as árvores do Castelo recebessem placas de indicação de espécie.

Gostaríamos igualmente de saber se há planos para reabrir ao público as zonas hoje fechadas (em torno do Castelejo e nas próprias muralhas) e de saber se há planos para substituir as "reconstruções" a cimento e tijolo da década de 1940 no Castelejo.

Por outro lado, muitas zonas dentro do recinto do Castelo não parecem ter sido ainda alvo de escavações arqueológicas que provavelmente, dada a densa história do local, teriam grandes frutos: há planos da autarquia para realizar estes trabalhos?

Por fim, gostaríamos de alertar V. Exas. para a existência de lajes do Castelo que estão a precisar de reassentamento em vários locais e que favorecem a quedas e tropeções, e que várias mesas estão mal mantidas no Miradouro dos Canhões e precisam de ser reassentadas, e que existem correntes para prender informações turísticas em árvores (!): um método reprovável, em colisão com as boas práticas indicadas no Regulamento Municipal do Arvoredo.

Perguntamos ainda para quando estará prevista a reabertura da entrada pelo portão da Calçada Menino Deus?

Na expectativa, apresentamos os nossos melhores cumprimentos.

Paulo Ferrero, Rui Pedro Martins, Bernardo Ferreira de Carvalho, Beatriz Empis, Rui Pedro Barbosa, Virgílio Marques, Eurico de Barros, Nuno Franco, Miguel Atanásio Carvalho, Jorge Pinto, Inês Beleza Barreiros, João Pinto Soares, Fátima Castanheira, António Araújo, Pedro Cassiano Neves, Pedro Henrique Aparício

Fotos: Rui Martins