18/07/2019

Jardins da Freguesia da Estrela


Aspecto do Jardim da Burra na actualidade

Estado confrangedor de total abandono em que se encontra o Jardim da Burra, frente ao Jardim da Estrela. Terminal de várias carreiras de Eléctrico, transmitem aos turistas que nos visitam uma imagem deplorável do esmero posto pelas nossas autoridades no tratamento de alguns jardins.

Trata-se de um exemplo de transferência de competências de funções entre a Câmara Municipal de Lisboa e as freguesias, neste caso a Freguesia da Estrela, mal conseguido, já que o Jardim da Estrela, logo ali em frente, gerido pela CML, é um exemplo vivo de como se deve tratar um jardim, não obstante os milhares de pessoas que o frequentam.

João Pinto Soares

Atheneu, contam-se armas ...


Bom, bom, ou muito me engano ou vem aí (proc. 1180/EDI/2019, entrado na CML a dia 5 de Julho) o fim do edifício do Atheneu, tal qual o conhecemos, com excepção dos tectos dos salões do piso nobre e escadaria, que é "impensável" tocar-lhes (engraçado, não aparece nem metade dos tectos aqui nesta "memória descritiva e justificativa", a qual, aliás, é muito selectiva...). Entretanto, já há muita propaganda (e dos próprios espoliados à maneira de Tróia, o que ainda é mais engraçado), como convém nestas coisas: https://eco.sapo.pt/2019/07/17/investimento-da-vogue-homes-faz-renascer-o-ateneu-comercial-de-lisboa/?utm_medium=Social&utm_source=Facebook&fbclid=IwAR1XSQZ16ibJ4Jk7DRyXB1iPagOX5KGxnrOiTMX9X0hqXrJIxf0EPBTGqxQ#Echobox=1563381536 e https://www.dn.pt/dinheiro/interior/palacio-povolide-sera-reabilitado-e-mantem-sede-do-ateneu-de-lisboa-11122414.html, por exemplo. Aguardemos...

17/07/2019

É preciso restaurar Arco Grande de Cima / São Vicente de Fora - pedido à CML


Exmo. Senhor Presidente
Dr. Fernando Medina


C.c. Patriarcado de Lisboa, DGPC, JF S.Vicente e media

Constatado o estado de abandono de há longos anos a esta parte do arco junto ao Mosteiro de São Vicente de Fora, conhecido como “Arco Grande de Cima”, sem que se vislumbre nenhum anúncio de obras de restauro por parte do seu proprietário, que tudo leva a crer ser o Patriarcado de Lisboa, nem sequer de substituição dos seus vidros partidos;

E sendo este Arco uma peça arquitectónica de suma-importância do conjunto histórico, cultural e assumidamente turístico que compõe aquela lindíssima e ainda preservada zona da cidade de Lisboa;

Solicitamos a melhor atenção de Vossa Excelência, Senhor Presidente, para a necessidade de a Câmara Municipal de Lisboa intervir directamente junto do Patriarcado de Lisboa para que este proceda às obras de restauro do Arco, ou, se necessário e em sintonia com a Direcção-Geral do Património Cultural, assuma a própria CML o projecto e as despesas de recuperação do mesmo, bem como do muro e respectivos acessos, e assegure a possibilidade de acesso do público ao interior do Arco.

Juntamos foto dos anos 40 (!), da autoria de Eduardo Portugal (in Arquivo Municipal), em que já é visível o estado de abandono e degradação do Arco e do muro referido.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Luís Serpa, Júlio Amorim, Ana Alves de Sousa, Beatriz Empis, Vítor Vieira, José Maria Amador, Rui Pedro Martins, Pedro Machado, Virgílio Marques, Carlos Moura-Carvalho, Pedro de Souza, Miguel Atanásio Carvalho, Luís Mascarenhas Gaivão, Fátima Castanheira, Jozhe Fonseca, Miguel de Sepúlveda Velloso, António Araújo, Maria Maia, Jorge Pinto, Maria Ramalho, Maria do Rosário Reiche

16/07/2019

Ó Graça, credo, nem um pezinho de relva nestes espaços "ajardinados"?


Fotos do Jardim da Graça e do espaço verde do Miradouro de Nossa Senhora do Monte, por Ernestina Simões, in Facebook.

Torre do Galo e Largo respectivo/pedido de esclarecimentos à DGPC


Exma. Senhora
Directora-Geral do Património Cultural
Arq. Paula Silva


C.C. Ministra da Cultura, PCML, AML, JF Ajuda e media

Considerando a necessidade urgente em se requalificar paisagisticamente o largo da Torre Sineira da Real Capela da Ajuda, vulgo “Torre do Galo”, transformado que está, há tempo demasiado e de forma completamente inglória, em parque de estacionamento automóvel, como se se tratasse de uma zona afecta a alguma grande superfície comercial;

Considerando as notícias que dão conta de uma operação de limpeza da “Torre do Galo” por parte da Junta de Freguesia da Ajuda, em cuja página online, aliás, se refere ser este o “primeiro passa que visa reactivar este monumento emblemático da Ajuda”, “equipamento da responsabilidade do Ministério das Finanças”;

E considerando que as chaves da porta de acesso à “Torre do Galo” sempre estiveram à guarda da Direcção-Geral do Património Cultural;

Serve o presente para solicitarmos a V. Exa., que nos esclareça sobre:

* Qual a tutela exacta da Torre Sineira da Real Capela da Ajuda?

* Quais os termos desta eventual cedência da “Torre do Galo” à Junta de Freguesia, quais os planos exactos previstos para a "reativação" da Torre, se a mesma prevê a recuperação do mecanismo do seu relógio histórico e dos sinos, e se a Direcção-Geral do Património Cultural irá acompanhar/fiscalizar a implementação da mesma?e se a anunciada “reactivação” da mesma prevê a recuperação do mecanismo do seu relógio histórico e dos sinos?

* Quais os eventuais planos da Direcção-Geral do Património Cultural para uma requalificação paisagística do Largo da Torre, por via do ordenamento da circulação automóvel, plantação de árvores, acessos dignos ao Palácio Nacional da Ajuda e, obrigatoriamente, da criação de uma área desafogada em redor da Torre (contextualizando-a, por exemplo, refazendo no pavimento de uma área devidamente ajardinada a planta da antiga igreja - Patriarcal da Ajuda - conforme os desenhos resultantes da escavação arqueológica ali efectuada em 1994-95, sob orientação da arqueóloga Maria Ramalho), que permita a interligação coerente e harmoniosa com o Largo da Ajuda.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Bruno Palma, Luís Mascarenhas Gaivão, Júlio Amorim, Filipe Teixeira, Beatriz Empis, Virgílio Marques, Ana Alves de Sousa, Helena Espvall, João Oliveira Leonardo, Rui Pedro Martins, Maria do Rosário Reiche, Pedro de Souza, Pedro Jordão, Fátima Castanheira, António Araújo, Rui Pedro Barbosa, Jozhe Fonseca, Jorge Pinto, Pedro Henrique Aparício

15/07/2019

Estátua de D. Sebastião não volta à Estação do Rossio/Pedido de esclarecimentos à Infraestruturas de Portugal


À Infraestruturas de Portugal

Cc. PCML, AML, DGPC e media


Exmos Senhores

Em 3 de Maio de 2016, a estátua esculpida por Gabriel Farail em 1891, que ornamentava a fachada principal da Estação Ferroviária do Rossio e que representará D. Sebastião, foi vandalizada, caiu do nicho onde se encontrava e partiu-se no chão (in Jornal Público, edição de 4.5.2016).

No dia 11 desse mesmo mês, responsáveis pelo Instituto de Oftalmologia Doutor Gama Pinto (local de passagem de um dos engenheiros responsáveis pela construção da estação do Rossio, Edmund Bartissol) anunciavam ter descoberto uma estátua igual, que poderia, inclusive, ser a original: “Havia um mestre que fazia o molde e a partir daí construíam-se as réplicas. Acreditamos que este é o molde original” (in Jornal i online).

Em Maio de 2017, notícias davam conta que “depois da Direção-Geral do Património Cultural ter avaliado as hipóteses de recuperação da peça, a IP Património, empresa do Grupo Infraestruturas de Portugal, detentora da Estação Ferroviária do Rossio, "irá avançar com o restauro da estátua do rei D. Sebastião, que ornamentava a fachada da Estação do Rossio, destruída num ato de vandalismo ocorrido no ano passado", em Lisboa (in TSF Online, 4.5.2017).

Em Setembro de 2017, garantia-se que a estátua que havia sido partida iria mesmo regressar, restaurada: “Infra-Estruturas de Portugal decidiu-se pelo restauro da estátua que ornamentava a estação, destruída em Maio do ano passado” (in Público, 8.9.2017).

Chegados a Julho de 2019, e depois da fachada principal da Estação Ferroviária do Rossio ter sido restaurada exemplarmente, é com enorme surpresa que se constata o não regresso da estátua referida.

Maior a surpresa, quando um cidadão dá conta no facebook da resposta dada pelos serviços da Infra-Estruturas de Portugal ao seu pedido de esclarecimentos relativo à não colocação da estátua:

"Dado que o ato de vandalismo praticado sobre a estátua de D. Sebastião, que se encontrava na fachada da estação do Rossio, a deixou sem hipótese de restauro, a IP prevê a colagem possível dos fragmentos, para colocação da peça que daí resulte em exposição, em local seguro para que não seja alvo de outros atos de vandalismo, e se constitua como memória futura da preservação do património cultural. Pelo exposto, a reposição da estátua original não será possível."

Dada a contradição das notícias vindas a público, solicitamos o cabal esclarecimento de V. Exas. quanto à situação de facto em relação à viabilidade, ou não, do restauro anunciado da estátua destruída, e em relação à cooperação entre a Infraestuturas de Portugal e o Instituto de Oftalmologia Doutor Gama Pinto, no caso de ser preciso colocar a estátua gémea, encontrada no seu depósito.

Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Pedro Janarra, Jorge Santos Silva, Júlio Amorim, Luís Mascarenhas Gaivão, Carlos Moura Carvalho, Pedro Jordão, José Maria Amador, Pedro de Souza, Beatriz Empis, Jorge Pinto, Helena Espvall, António Araújo, Fátima Castanheira, Pedro Machado, Rui Pedro Barbosa, Rui Pedro Martins, Virgílio Marques, João Oliveira Leonardo, Sofia de Vasconcelos Casimiro

Foto: Rádio Renascença

"Restauro" dos relógios da estação Sul e Sueste e painel decorativo em cobre/pedido à ATL


Exmo. Senhor Dr. Vítor Costa
Director Executivo da Associação de Turismo de Lisboa


Cc. PCML, AML, DGPC, Vereador Manuel Salgado e media

No seguimento da remoção para recuperação dos relógios da Estação Fluvial Sul e Sueste (Monumento de Interesse Público), cuja obra de reabilitação, há muito esperada e finalmente em curso, é da responsabilidade dessa Associação, serve o presente para chamarmos a atenção de V. Exa. para o seguinte:

É nossa convicção que todos os mecanismos e mostradores desses três relógios, originalmente fabricados pela firma A. Romero, são perfeitamente recuperáveis, certamente com maior custo financeiro e técnico para o promotor da obra do que uma simples réplica, mas que uma vez assegurada a sua recuperação e não a sua substituição por mostradores em acrílico, tal acréscimo de despesa será perfeitamente justificável, dada a importância do património em apreço.

Solicitamos a melhor atenção de V. Exa. para este assunto.

Igualmente, é com grande preocupação que não vemos na imprensa e nas notícias tornadas públicas, qualquer referência para o relevo em chapa de cobre, muito fina e de gosto refinado, com as armas de Lisboa, um relevo lindíssimo existente na parede do mostrador do lado do Terreiro do Paço.

Este painel terá aproximadamente dois metros de alto por metro e meio de largo, em chapa de cobre com espessura não superior a meio milímetro, sobre painel de madeira, talvez de molduração manual.

Solicitamos, pois, a sua melhor atenção também para este assunto, de modo a garantir-se o pleno restauro desta peça decorativa, cuja remoção deve ser feita com o maior dos cuidados. Tememos, inclusive, que a remoção tenha já ocorrido e que, porventura, esta peça possa rumar à sucata.

Na expectativa, apresentamos os melhores cumprimentos

Lisboa, 19 de Julho de 2019

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Ana Alves de Sousa, António Araújo, Beatriz Empis, Virgílio Marques, Carlos Moura-Carvalho, Maria Maia, Maria Ramalho, Pedro Jordão, Pedro Machado, Luís Mascarenhas Gaivão, Pedro de Souza, Jorge Pinto, Helena Espvall, Henrique Chaves, Pedro Henrique Aparício, Rui Pedro Barbosa, Maria do Rosário Reiche, Miguel Jorge, Jozhe Fonseca, Fátima Castanheira

Foto: Fernando Correia de Oliveira

...

Resposta do Sr. Director Executivo da ATL ():

«Exmos Senhores:

Acuso a receção do v/ mail sobre o restauro dos relógios e outros elementos da Estação Sul Sueste, que agradeço.

Relativamente à questão colocada informo o seguinte:

Desde do início do projeto e do lançamento do concurso para a empreitada de requalificação da Praça e Estação Sul e Sueste manteve-se como premissa base a recuperação, restauro e melhoramento dos vários elementos patrimoniais do Edificado;

Decorrente do exposto encontra-se já em curso:

Recuperação e restauro dos relógios da Estação Sul e Suste, recuperando-se cuidadosamente todas as peças interiores e exteriores que possibilitem retomar o funcionamento normal dos mesmos. Apenas se irá proceder à colocação de elementos novos nos casos em que se verifique não ser possível o restauro dos antigos e/ou para adaptação de sincronização de ambos os relógios (situação que não existia e que a intervenção em curso irá procurar implementar);

Restauro, limpeza e beneficiação do brasão, lettering e placa pertencentes ao Edifício (cf. imagens em anexo), os quais serão novamente repostos nos locais de origem.

Aproveito para enviar os melhores cumprimentos

Vitor Costa»

Areeiro - pináculos do projecto de Cristino da Silva/ pedido de intimação à CML


Exmo. Senhor Vereador
Arq. Manuel Salgado


Cc. PCML, AML, JF Areeiro e media

No seguimento da notícia vinda a público (https://sol.sapo.pt/artigo/664311/caravelas-vao-voltar-as-torres-do-areeiro), tomámos conhecimento do V/ofício refª 17/DMU/CML/19, de 18 de Março de 2019, solicitando à administração do condomínio do prédio do Areeiro, Avenida Almirante Reis, nº 247, sobre as razões do desaparecimento da nau/pináculo do topo deste edifício emblemático do projecto de Cristino da Silva, e o porquê também da sua ainda não reposição.

Aplaudimos essa V/comunicação, mas, dada a ausência de acção de facto do mesmo com vista à referida reposição, e uma vez que o imóvel se encontra abrangido pela protecção decorrente da Carta Municipal do Património, anexa ao PDM em vigor, vide lote 43.07- Conjunto arquitetónico/ Praça Francisco Sá Carneiro, 1 a 8, Av. Almirante Reis, 243 a 247, Av. Padre Manuel da Nóbrega, 1, 2 e 4 e Av. Almirante Gago Coutinho, 1 e 3), e que o pináculo em apreço é elemento fulcral do conjunto arquitectónico identificado (foto de Horácio Novais, c. 1955, in Biblioteca de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian);

Solicitamos a V. Exa. que dê indicações aos Serviços da CML para intimarem a mesma administração a proceder à necessária reposição do pináculo, ou, em caso de o mesmo ter sido já vendido ou o seu paradeiro ser neste momento desconhecido, e uma vez que facilmente se acede aos desenhos originais do mesmo (in Arquivo da CML), encomende a sua réplica fidedigna e respectiva colocação no topo do torreão do edifício.

Igual procedimento, solicitamos em relação aos proprietários do edifício do lado nascente, sito na Av. Almirante Reis, nº 260.

Sabemos todos da descaracterização, quiçá irreversível, do espaço público daquela que foi a melhor praça modernista de Lisboa, mas tentemos que os edifícios não o sejam, pelo menos a nível das suas fachadas e coberturas, uma vez que também se têm verificado alterações significativas nos seus interiores.

Ainda sobre este edifício em particular (Avenida Almirante Reis, nº 247), solicitamos ainda a V. Exa. que nos informe sobre a legalidade do que aparenta ser uma piscina na cobertura do edifício, conforme indicado na foto em anexo, o que, a confirmar-se, configurará mais um incumprimento a nível do Regulamento do PDM de Lisboa, artigos 27º, 28º e 30º, pelo que deverá a CML intimar o proprietário à sua remoção.

Na expectativa, aceite os nossos melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Júlio Amorim, Pedro Jordão, Rui Pedro Barbosa, Maria Teresa Goulão, Maria do Rosário Reiche, Rui Pedro Martins, José Filipe Soares, Carlos Moura-Carvalho, António Araújo, Alexandre Marques da Cruz, Virgílio Marques, Helena Espvall, Fátima Castanheira

12/07/2019

"O futuro do Hospital Miguel Bombarda escreve-se direito por linhas tortas"

A urbanização, o estudo prévio-projecto de seis torres e vários arruamentos que o arquitecto Belém Lima concebeu para aqueles 4,4 hectares, e que a CML apadrinhou oficiosamente, diga-se, terá ido para o … l-i-x-o


Ninguém terá ainda percebido na realidade qual a estratégia de médio e longo prazo, o critério também, que levou a que, de repente, não mais do que repente, o senhor Ministro das Infraestruturas e Habitação, primeiro, em conferência de imprensa e sem muito mais desenvolver, e o senhor Primeiro-Ministro e o mesmo ministro, dias depois e em visita ao complexo do antigo Hospital Miguel Bombarda, anunciassem, a pouco tempo do final do mandato, o compromisso do Governo em colocar um conjunto específico de edifícios abandonados (porquê aqueles e só aqueles?), propriedade do Estado, no mercado de arrendamento, a rendas acessíveis.

Mas, independentemente desses detalhes, há que realçar a prenda, subliminar, que este anúncio representa para todos quantos se importam com o futuro do morro de Rilhafoles, que coroa a chamada Colina de Sant’Ana, e, portanto, com a silhueta de Lisboa, e que é esta:

A urbanização, o estudo prévio-projecto de seis torres e vários arruamentos que o arquitecto Belém Lima concebeu para aqueles 4,4 hectares, depois de o Governo vender o antigo hospital à Estamo, em 2009, por 25 milhões, concedendo-lhe a possibilidade de nele promover uma urbanização, e que a CML apadrinhou oficiosamente, diga-se, terá ido para o … l-i-x-o.

Aleluia!

Que alívio para a vila toscana de San Gimignano, a “Manhattan do medievo”, com a qual o arquitecto teimava em comparar as suas futuras torres, algo só compreensível se se tiver em conta a antiga designação do dito: “hospital de alienados”.

E que boa, excelente, notícia é para todos os que lutaram desde a primeira hora contra essa urbanização, por entenderem que estava em causa a História e o Património da cidade, que seriam assim irremediavelmente amputados.

Desde logo o então o ex-director do Museu de Arte Outsider, a quem a voz nunca doeu nem dói. E o punhado de estóicos e vertebrados sábios de História da Arte, que sempre comungaram das mesmas preocupações, ajudando a espalhar a indignação, que se tornou viral. E a incansável, e até há pouco tempo, responsável pelo núcleo do património cultural do Centro Hospitalar de Lisboa Central.

Mas também os que na Direcção-Geral do Património Cultural souberam e puderam, em boa hora (2010), aceitar classificar como Conjunto de Interesse Público o Pavilhão de Segurança (“panóptico”) e o Balneário D. Maria II, e, em 2014, estender essa mesma classificação ao edifício central do antigo convento, à antiga Casa da Congregação da Missão de São Vicente de Paulo.

E, já agora, a Assembleia Municipal de Lisboa e, certamente, a sua Presidente que, organizando em 2014 uma série de debates sobre o futuro da Colina, trouxe a nu os erros, as omissões e tudo o mais que gravitava em torno do “mega-loteamento” que se cozinhava para os antigos Hospitais Civis de Lisboa a Santana: São José, Capuchos, São Lázaro, Santa Marta e, claro, Miguel Bombarda.

Virou-se a página. Que bom.

Importa agora saber o que se segue e, sobretudo, “como” segue e “quando”, já agora. Ou seja, resta saber:

Quem vai pagar a quem (imagina-se que à Estamo), e quanto, pela encomenda já paga (supõe-se) do estudo prévio da urbanização agora enterrada? E a compensação/indemnização à Estamo pelo facto de já não haver essa urbanização, será feita unicamente por via das rendas que serão pagas por quem vier a arrendar os futuros apartamentos? A sério?

E o arrendamento agora anunciado será implementado em que edifícios do antigo hospital psiquiátrico? No corpo central e nas enfermarias em “poste telefónico” e em “U”? E quais serão os apartamentos para renda acessível? O senhor Ministro disse em entrevista à RTP, em 10 de Julho, que haverá sempre lugar a apartamentos a preços de mercado para compensarem os outros. Resta a saber qual a percentagem de cada qual.

E a CML? Vai deixar de lado o seu propósito geral para toda aquela zona, o denominado Projeto Urbano da Colina de Santana, entregue o atelier Inês Lobo, Arquitetos Lda.? Há um novo mega-plano? Qual? Feito por quem? Pressupõe discussão pública, aquela que não houve antes da AML o ter feito, e bem, por sua própria iniciativa? Vai deixar de ser uma “colina da saúde” para ser uma “colina da habitação”?

E o futuro do Bombarda, implicará demolições? Haverá novas construções, onde? Será escrupulosamente respeitada a classificação da DGPC? Será desta a recuperação e dignificação do Balneário D. Maria II, cujo estado de conservação continua uma vergonha apesar das múltiplas promessas feitas pela Estamo desde há 10 anos a esta parte? E no edifício principal? No salão nobre, no gabinete do dr. Miguel Bombarda?

E o Museu de Arte Outsider? Será autónomo do tal futuro Museu da Saúde (o actual é risível)? Ocupará apenas o “panóptico”?

E a antiga cerca do convento, será esburacada (talvez a experiência na Sé vire moda). E o telheiro, a que ninguém liga? E a belíssima antiga cozinha?

E as oliveiras centenárias, que a CML ignorou classificar, e as outras árvores de grande porte? Vão ser abatidas?

Finalmente, os acessos.

Vai voltar a haver eléctrico? Mais carreiras bus? É que a CML nunca aceitou a proposta que vários lhe fizeram no sentido de fazer no Bombarda o Arquivo Municipal de Lisboa (todo!), acabando-se com a situação a todos os títulos deplorável de Campolide e/ou Alto da Eira.

A CML invocou sempre que, além de não caberem (!) no Bombarda os necessários quilómetros de prateleiras do Arquivo, os acessos seriam sempre péssimos.

Seja como for, o futuro do antigo Hospital Miguel Bombarda escrever-se-á direito por linhas tortas, e isso faz toda a diferença.

Fundador do Fórum Cidadania Lx

10/07/2019

Pedido de proibição de circulação de viaturas e estacionamento no Palácio Nacional da Ajuda


Exma. Senhora
Ministra da Cultura
Dra. Graça Fonseca


CC. Exmo. Senhor Primeiro-Ministro

Como será do conhecimento de Vossa Excelência, desde que se iniciaram as obras no Palácio Nacional da Ajuda (PNA), a circulação dos veículos para acesso ao pátio interior, ala Norte e ala Sul, faz-se apenas atravessando as arcadas da fachada principal.

Ora é exactamente nessas arcadas que se encontra uma colecção importante de esculturas dos finais do séc. XVIII, inícios do séc. XIX, exemplares estes produzidos pelos melhores mestres escultores desse período como Machado de Castro, Francisco de Assis, João José Aguiar entre outros. Estas obras, que representam as Virtudes, são elementos fundamentais da estatuária portuguesa não se compreendendo por essa razão como podem estar neste momento tão votadas ao esquecimento e em permanente risco.

De facto, por entre elas passam diariamente dezenas de viaturas algumas delas de grande dimensão. A libertação permanente de escapes e o estacionamento de pesados, por vezes a poucos centímetros destas peças são algo que custa a admitir tratando-se do local onde está sediado o Ministério da Cultura e a própria Direcção-Geral do Património Cultural.

Acresce a esta situação, já de si bastante grave do ponto de vista patrimonial, o facto de se observar diariamente a circulação de viaturas e peões num espaço diminuto, muitas vezes grandes excursões de crianças e turistas, podendo afirmar-se assim que se trata, também, de um problema de segurança pública.

Solicitamos a Vossa Excelência, Senhora Ministra, para dar indicações aos Serviços da DGPC e do Palácio Nacional para que deixem de circular (em viaturas oficiais ou não) nesse local, dando assim o exemplo e tendo em conta que existe estacionamento a escassos metros (Largo da Ajuda e em redor da Torre do Galo), proibindo assim a passagem e o estacionamento de viaturas, salvo em situações de extrema necessidade.

Cremos que deste modo iremos a tempo de evitar acidentes e que o conjunto arquitectónico e escultórico continue a sofrer o impacto da poluição.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Carvalho, Luís Serpa, Virgílio Marques, Bruno Palma, Luís Mascarenhas Gaivão, Jean Teixeira, João Oliveira Leonardo, Alexandra de Carvalho Antunes, Helena Espvall, Ana Celeste Glória, Maria do Rosário Reiche, Maria Maia, Pedro Jordão, Jorge Pinto, António Araújo, Fátima Castanheira

09/07/2019

Rua do Desterro 21


Chegado por e-mail:

«Boa tarde,
se quiserem dar conhecimento, junto uma foto de mais uma demolição incompreensível e lamentável de um prédio com uma fachada de arquitectura das que gostamos e nos trazem turistas.
Este pessoal é dono da cidade ..
Cumprimentos,
M. Carvalho»

Pedido de proibição de estacionamento automóvel no átrio e passeio do MN Azulejo


Exma. Senhora
Ministra da Cultura
Dra. Graça Fonseca


CC. MN Azulejo e media

À semelhança do repto que lançámos há dias à Câmara Municipal de Lisboa no sentido de criar zonas de estacionamento exclusivas a bicicletas e trotinetas eléctricas junto a todas as dependências da CML, na expectativa de que essa iniciativa se estenda às Juntas de Freguesia e a toda a Administração Pública com instalações em Lisboa (vide https://cidadanialx.blogspot.com/2019/07/criacao-de-bolsas-de-estacionamento.html);

Considerando a situação, a todos os títulos deplorável, constatada diariamente no átrio do Museu Nacional do Azulejo (conforme fotos em anexo);

E considerando que mesmo em frente ao referido Museu existe local apropriado para estacionamento automóvel;

Serve o presente para solicitarmos a V. Excelência que desenvolva os melhores esforços no sentido de passar a ser proibido o estacionamento automóvel de funcionários e operações de cargas e descargas no átrio do Museu Nacional do Azulejo, que é um dos museus mais visitados da cidade, e, em vez disso, se criem bolsas de estacionamento para bicicletas e trotinetas eléctricas para todos aqueles que se queiram deslocar ao museu, sejam residentes em Lisboa ou turistas.

E que esse procedimento se estenda, naturalmente, aos demais museus nacionais sob a égide da DGPC, desde logo ao Palácio Nacional da Ajuda e ao Museu Nacional de Arte Antiga.

Com os melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bruno Palma, Bernardo Ferreira de Carvalho, Luís Serpa, Maria Teresa Goulão, Júlio Amorim, Filipe Teixeira, Ana Celeste Glória, Pedro Jordão, Virgílio Marques, Rui Martins, Fernando Jorge, Pedro Machado, João Oliveira Leonardo, Miguel Atanásio Carvalho, Maria Maia, Fátima Castanheira

08/07/2019

Como é, CML, mais fake?


Então este aqui da Estação Sul e Sueste (em foto de Fernando Correia de Oliveira) vai ser outro novinho e não o mesmo recuperado? Como é, CML, mais fake?

05/07/2019

Cinema São Jorge - copos de plástico e fumo


À EGEAC
A/C da Dra. Marina Uva


C.C. PCML, AML, Vereadora da Cultura, DGPC

Exmos Senhores,


Revisitando recentemente o Cinema São Jorge constatámos que no bar do lado direito da entrada as bebidas são servidas em copos de plástico descartáveis, que foram proibidos nas festas de Lisboa pela CML e que depois vão parar ao lixo comum juntamente com o lixo orgânico, como se constata na imagem que anexamos.

Sendo que o edifício é propriedade da CML, gerido pela EGEAC, e que a partir de 1 de Janeiro de 2020 a venda de plásticos descartáveis no espaço público vai ser proibida pela CML gostaríamos de saber que medidas, concretas, é que vão ser adoptadas nos equipamentos públicos sob gerência dessa empresa municipal, nomeadamente no cinema São Jorge, para promover a reciclagem e banir o uso do plástico?

Paralelamente, constatámos que a entrada se transformou numa sala de fumo, face à ausência de sinalética de proibição de fumo no hall de entrada do Cinema São Jorge (edifício público e Monumento de Interesse Público), que é abrangido pela lei que protege os cidadãos do fumo involuntário, sendo que para além de adultos é frequentado por jovens e deveria ser uma referência de boas práticas, pelo que sugerimos a afixaçāo da sinalética apropriada e a sensibilização dos funcionários, nomeadamente àqueles a quem compete zelar pelo bem estar e segurança das pessoas e do edifício.

Melhores cumprimentos

Paulo Ferrero, Bruno Palma, Bernardo Ferreira de Carvalho, Virgílio Marques, Odete Pinto, António Araújo, Eurico de Barros, Fernando Silva Grade, Irina Gomes, Rui Martins, Maria do Rosário Reiche, Maria Teresa Goulão, Ana Celeste Glória, Helena Espvall, Sofia de Vasconcelos Casimiro, Beatriz Empis, Pedro Formozinho Sanchez, Irene Hipólito

...

Resposta da EGEAC (5.7.2019):

«Ex.mos senhores

Na prossecução do objetivo de vivermos numa cidade mais sustentável e responsável, que terá como ponto alto a iniciativa Lisboa Capital Verde 2020, a EGEAC continuará a tomar medidas e a sensibilizar os parceiros e concessionários com quem trabalha nos seus espaços e equipamentos.

Nesse sentido, foi já levada a cabo uma iniciativa interna que passou pela distribuição generalizada de recipientes de vidro para consumo de água a todos os funcionários da empresa, eliminando assim a utilização sistemática do plástico. No caso específico do cinema, destacamos também o trabalho que está a ser feito ao nível da substituição integral dos equipamentos de iluminação, que a breve trecho funcionarão na totalidade com a tecnologia LED.

Em relação ao bar concessionado no Piso 0 do Cinema São Jorge, já está neste momento em prática a separação de lixo plástico do restante lixo orgânico, após recomendação nesse sentido por parte da direção do cinema, com o horizonte de eliminação total desse recurso a partir de 1 de janeiro de 2020.

Em relação ao fumo, o Cinema São Jorge cumpre integralmente a lei do tabaco de 2017, estando proibido o consumo de qualquer produto dessa natureza no interior do edifício, sem exceção. A título de exemplo, é regularmente feita uma promoção dos cuidados de saúde preventiva e das boas práticas de bem estar junto das equipas, através do serviço de Medicina no Trabalho disponibilizado pela EGEAC. No caso em apreço, trata-se de uma zona exterior do cinema, de acesso livre, e sem esse tipo de limitação.

com os melhores cumprimentos.

Marina Uva»

Palácio dos Correios / Praça D. Luís / Pináculo



Chegado por e-mail:

«Chegou-me a informação de que o pináculo que rematava a torre do Palácio está a se colocada.

Tal não é espanto meu quando descubro que se está a fabricar uma nova, não a original, onde pára o pináculo original? Destruído num ferro velho? Lamentável.

Diogo Baptista»