29/12/2013

Série Avenidas - 3 - Avenida Fontes Pereira de Melo (1)

Topo nascente da avenida FPM, 29/12/2013. À direita vê-se o reflexo do medonho Monumental, primeiro e insubstituível cartão de visita da Avenida Fontes

Rapidamente se chega ao quarteirão "Compave". Para aqui projectou-se uma torre que ficou conhecida como torre Compave (há renders disponíveis na net). Nada se fez e tudo continua ao abandono. Faça-se a torre e acabe este cenário de miséria e imbecilidade. 29/12/2013

Imagem do que se tornou moda em Lisboa, amarras de ferro que mordem as ruínas, sustentando a caricatura de uma capital. 29/12/2013

Segunda moradia do mesmo quarteirão. Exemplos deste por toda a cidade. Importantes retratos das principais avenidas de Lisboa. Ganham-se óscares do turismo em nome de quê? Que cidade estranha em que vivemos. Pérolas destas e com esta frequência, francamente, nunca vi em lado nenhum da Europa. 29712/2013

Apesar do abandono, a harmonia ainda se reconhece. 29/12/2013

A última moradia do quarteirão sacrificado. Esta foi capa de um artigo de uma revista boliviana que muita tinta fez correr neste blogue. Aí se dizia que em certos locais, Lisboa vivia num cenário pós-bélico. Exagero? Não me parece. Lisboa é hoje em dia uma cidade "vaiada" e ultrajada por todos nós. 29/12/2013

Aqui está a fachade nobre em todo o seu esplendor arruinado. Há anos que nos faz companhia desta forma. Em  bem mais de uma década, nenhum executivo camarário conseguiu pôr cobro a este tristíssimo canto do cisne. Porquê? 29/12/2013

Esta dá para o pequeno largo fronteiro à Maternidade Alfredo da Costa. Ainda há bem pouco tempo estava com vida. É hoje uma casa emudecida e entaipada. O telhado já ruíu e os estupendos azulejos da fachada, conhecerão em breve a sua sorte. 29/12/2013

Pormenor dos azulejos notáveis da fachada. 29/12/2013

Chega-se ao desleixo absoluto. Parque de estacionamento no interior das antigas moradias da avenida Fontes. Assistimos todos à hecatombe de Lisboa. Alguns indignam-se, outros defendem que é a evolução do tecido urbano, a maior parte alheou-se. Lisboa é uma cidade aviltada. Não estou a falar de situações ditas "pontuais", mas de casos terminais que se mantêm "vivos" há décadas. Há dinheiro para túneis, para shoppings, para pistas cicláveis, para parques subterrâneos. Haja dinheiro para solucionar problemas como este. 29/12/2013

Outro aspecto do mesmo parque. 29/12/2013

Aqui viveu-se, deram-se festas, receberam-se pessoas. Hoje é o retrato puro e duro de uma capital em falência absoluta. 29/12/2013

Pormenor do antigo estuque. 29/12/2013

Será este o tipo de contraste de que falam os guias turísticos ao referirem-se a Lisboa? Ou será antes um dos vazios urbanos, tema a que foi consagrada uma trienal de arquitectura de Lisboa, tão à la page do tempo como inútil. 29/12/2013

Uma empolgante imagem das traseiras de vários prédios sitos na avenida Fontes ou nas suas perpendiculares. O mais alto é o mono do Monumental. 29/12/2013

O pífio apito do saldanha residence. Em tempos o espaço foi ocupado por um mercado. Uma qualquer direcção camarária resolveu que era indigno de uma avenida como esta que se pudessem vender alfaces, nabos, repolhos e hortaliças várias. As "elites" sempre tiveram horror ao popular, brindando-nos com as suas escolhas de estética duvidosa. 29/12/2013

Numa cidade escaldante no Verão, vidros espelhados são um contrasenso. Em Lisboa são uma legião. Avenida Fontes, 29/12/2013

5 comentários:

Anónimo disse...

sem duvida uma das piores avenidas da nossa cidade.

Tenho pena que nao tenham avançado com a torre Compave, que era sem duvida uma torre com uma bela arquitetura (nada a ver com o Lixo que é o pato bravo do Imaviz)

Anónimo disse...

O projecto da torre compave é de 2001... já tem uns anitos. Nos anos 70 também havia um projecto de uma torre para esse mesmo local, da autoria do arqtº Conceição Silva.



Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Concordo

Anónimo disse...

A CML devia plantar mais árvores de alinhamento ao longo da avenida.
Visualmente melhorava imenso.

Anónimo disse...

Esta semana foi apresentada e aprovada mais uma torre de 150m (40 andares) para o centro de Berlim. Simultaneamente andam a reabilitar e reconstruir edificado antigo. Mas aqui na pasmaceira tuga nada acontece. O edificado antigo cai de podre. E as torres não deixam fazer, e quando deixam fazem-nas atarracadas e concebidas por pato-bravos.