12/07/2014

Por todo o lado nesta cidade o património de todas as épocas é delapidado e destruído





Esta casa é o Palácio Mesquitela, ou melhor o que dele resta. O projecto de arquitectura rebentou com um palácio lisboeta para nele construir mais um condomínio. Lá dentro o pátio alberga um prédio em tudo igual a um prédio de subúrbio. Os andares acrescentados, inventados, construídos, são recobertos por uma placa à la zinco abominável. Da antiga capela fez-se o que parece a entrada de um túnel, paredes azuis berrantes que tornam os antigos frescos do tecto um pormenor esquecido, os mármores embutidos emolduram inutilmente uma porta em tudo alheia à categoria de um palácio deste género. Os andares são mais do mesmo, linhas direitas, tectos rebaixados, num mau gosto arrepiante. A fachada foi condenada com a abertura desta boca de garagem. Não, não é só a arquietcura Entre Séculos que está ameaçada em Lisboa, a do século XVII e a do séc. XVIII, também. Nada está a salvo desta gestão camarária.

Abaixo mais um palacete do séc. XVIII no largo António de Sousa de Macedo.  Nesta casa os salões tinahm tectos trabalhados com estuques, figuras e putti. Já nada resta. A escadarria tem ainda mármores e é toda ela aproveitável. A Five Stars mais uma vez. Ao que parece, quis o promotor construir três pisos abaixo do solo. Como pode alguém querer que os interiores resistam a autênticas crateras dessa natureza? Será mais um condomínio, mais uma "reabilitação" de "prestígio". Não se ponham só aspas nos substantivos, coloquem-se também em "Lisboa" como sinal de cidade adiada e desfigurada.






7 comentários:

J A disse...

Estes exemplos já são tantos que a resistência de poucos vai passando a resignação. As imagens são um espelho de uma C.M.L. infectada por absolutos incompetentes e ignorantes. O "mercado" faz o seu papel, ou seja....faz o que os deixam fazer. Tudo isto com a chantagem" do "ou fazemos assim, ou fica a cair aos bocados". Aos poucos (e sem bombardeamentos) vamos conseguir destruir tudo.

Anónimo disse...

Aquele buraquinho rectangular mostra o provincianismo no seu melhor.
O problema é que já são às dezenas.
É um Palácio atrás do outro..

Isto numa qualquer capital de uma Europa civilizada era impensável.

Anónimo disse...

Cai cagar pá - muitos prédios a cair de podre são provocados por partilhas e já vai em netos e bisnetos - eu conheço

O Cavaco cortou a lei do tempo do Socrates que ultrapassava essas quetões de partilhas.

No Estoril/Cascais - há centenas de casas assim e os presidentes da ala liberal, continuam.

Anónimo disse...

e uma sugestão diferente que não seja outro museu ou outra instituição que viva de subsídios? se não é condomínios o que pode ser?

mas concordo que aquela entrada de garagem é uma aberração.

Filipe Melo Sousa disse...

Agora o prédio tem uso, e foi aproveitado de acordo com os tempos que vivemos.

Se o autor do post acha que outro modelo é mais pertinente, é livre de adquirir um dos muitos prédios devolutos de Lisboa e fazer a recuperação que considere harmoniosa.

Anónimo disse...

Marabilhas de um dos arquitectos do regime: JLCG

Anónimo disse...

Para que todos saibam neste edifício funcionou uma escola (mais uma que fechou). Acreditem que os alunos eram felizes ali e esperavam que as obras da escola da rua Fresca terminassem. Nunca aconteceu.