23/08/2021

À reflexão dos Presidentes das Juntas de Freguesia de Lisboa

A recente agressão sobre a oliveira centenária do Largo de S. Domingos, que a descaracterizou, sem que para isso tenha sido apresentada justificação e sem aviso prévio, criou por parte dos lisboetas um sentimento de incompreensão e revolta que poderia ter sido evitado se tivesse havido um diálogo prévio com os cidadãos.

No próximo dia 26 de Setembro, terão lugar as eleições autárquicas. Seria bom que os futuros candidatos a eleitos divulgassem a sua política no que diz respeito aos espaços verdes, pois dela irá resultar o sentido de voto dos eleitores, prestando atenção à vontade dos eleitores que mais uma vez demonstraram o seu interesse pelo incremento dos espaços verdes nas cidades, quando no recente Orçamento Participativo de Lisboa um dos três projetos vencedores, com 480 votos:

Pequenas florestas urbanas lisboetas é um projeto orçado em 75.000 Euros para ser executado em 24 meses. Para além de Campo de Ourique são contempladas as Freguesias de Campolide, São Domingos de Benfica, Misericórdia, Santa Maria Maior, São Vicente, Beato, Penha de França, Parque das Nações, Olivais, Marvila, Alvalade, Carnide, Lumiar e Santa Clara.

Tal projeto está igualmente inserido na redução da poluição e preservação/recuperação do ecossistema e da biodiversidade.

A ideia é criar bosques em vários locais da cidade, espaços verdes de baixa manutenção funcionando como pequenos pulmões verdes. Estes espaços serviriam também de abrigo a agentes polinizadores, tais como abelhas, borboletas, caracóis e anfíbios, o que aumentará a biodiversidade da cidade.


João Pinto Soares

4 comentários:

Alvaro Pereira disse...

Já que se está a falar do Largo de São Domingos, volto a falar na Igreja de São Domingos, que ardeu em 1959 e nunca foi devidamente reconstruída. Fizeram apenas um novo telhado em 1994, e mais nada!
Cada vez que me lembro que reconstruíram a Catedral do Cristo Salvador, em Moscovo; e a Frauenkirche, em Dresden, totalmente de raíz...
E em Paris estão a reconstruír a Catedral de Notre Dame.
Já é mais que altura de seguirmos os bons exemplos que vêm de fora!

Cumprimentos

Álvaro Pereira

Julio Amorim disse...

Justificar a própria incompetência é uma raridade por motivos óbvios. As mutilações sistemáticas das árvores de Lisboa indicam que algo de muito grave se vai arrastando pelos serviços responsáveis por estes atentados.
Na maioria das cidades deste continente ninguém se atreveria a fazer algo parecido....em Lisboa, ainda pagamos a quem faz e, responsabilidades, simplesmente não existem. É obra - tanto para os que fazem, como para os que aceitam pagar os ordenados desta gente.

Anónimo disse...

O mais grave para as árvores em Lisboa é que são os próprios cidadãos a vandalizá-las, pelos mais diversos motivos, sem que as queixas junto das autoridades resultem em algum resultado prático já que são considerados um mal menor.

João Pinto Soares

LuisY disse...

Também fiquei chocado com esta poda, mas com a CML todos os disparates são possíveis. Não é preciso ser-se agricultor, para saber que a poda das oliveiras se faz logo no no final do Inverno, início da Primavera.

E naquele largo batido pelo Sol, as sombras são tão importantes no Verão.