Caro(a) Amigo(a)
Como anunciou ontem em conferência de imprensa, o Presidente da CML, "nem ele nem o proprietário virão atrás a decisão de ir em frente com a demolição" da casa onde viveu e morreu Garrett, que tinha especial gosto em ver ali criada uma casa-museu que perpetuasse a sua obra. Assim não quiseram os seus herdeiros; e assim não quis quem nos governa desde que o poeta morreu, pois são inúmeros os movimentos de cidadãos em prol da criação de uma casa-museu, ao longo de todos estes anos.
Nesta hora em que apenas o Primeiro-Ministro pode corrigir este processo repugnante e totalmente ignóbil, cumpre-nos referir o seguinte:
1. O Prof.Carmona Rodrigues contradiz-se com aquilo que assinou em Agosto passado, quando a CML se defendeu da providência cautelar interposta pelo proprietário.
2. O Prof.Carmona Rodrigues não respeita a deliberação da Assembleia Municipal de Lisboa que, em Abril de 2005, em que se aprovou não demolição da casa de Garrett.
3. O Prof.Carmona Rodrigues não respeita a deliberação de suspensão de demolição do seu antecessor Dr.Santana Lopes, de Junho passado.
4. O Prof.Carmona Rodrigues não respeita a vontade expressa por mais de 2.300 portugueses e estrangeiros, nem a vontade de organismos e individualidades, a quem arrolou como testemunhas, em Agosto passado aquando da defesa da providência cautelar do proprietário.
5. O Prof.Carmona Rodrigues não respeita a recomendação do IPPAR no sentido de a CML classificar como imóvel de interese concelhio.
6. As Senhoras Vereadoras do Urbanismo da CML, Napoleão e Seara, demonstram profunda indiferença perante um raro exemplar da arquitectura romântica de Lisboa, e desrespeitam o parecer dos técnicos competentes que recomendavam a preservação e a reabilitação da casa de Garrett.
7. A Senhora Vereadora Nogueira Pinto parece ter-se esquecido que foi Secretária de Estado da Cultura.
8. Os Senhores Vereadores da Cultura, Pinto Barbosa e Amaral Lopes, são inclassificáveis no seu comportamento e nas declarações que têm feito ao longo de todo este processo, pelo que introitos como o que o Sr.Vereador escreve na edição de Janeiro da Agenda Cultural são risíveis e reveladores da mais profunda hipocrisia, e incultura.
9. O MC e o IPPAR, mas também o Instituto Camões, na qualidade de defensor da língua e culturas portuguesas; revelaram-se mais uma vez inoperantes, sem poder decisório e completamente perdidos no meio da burocracia.
10. O comportamento do proprietário enquanto cidadão revela-se totalmente impróprio de um alto representante da nação.
Finalmente, colocamos três perguntas a todos:
Para onde vai Lisboa?
Como caricaturizaria Bordalo este assunto?
Garrett, será nome de rua, pastelaria, sala de teatro ou de medalhão em tecto pintado de salão nobre da CML?
PF
06/01/2006
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1 comentário:
É de louvar a vossa luta, num país amorfo. Onde as pessoas, como as casa, também se abatem.
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