"Os espectáculos tauromáquicos e os circos com animais passaram a ser proibidos no concelho de Sintra que, com esta decisão, se junta a outros três concelhos que, nas últimas semanas, aprovaram medidas limitadoras idênticas. (...)"
In JN
Viana do Castelo, Braga e Cascais já o fizeram, era preciso que em Lisboa também houvesse coragem
12 comentários:
E aí os touros que não servem para mais nada que não seja para as touradas extinguiam-se.
Servem para comer.
Isto é um tema muito complicado.
Talvez fazer como na India, em vez de vacas passavam a haver touros sagrados e a passear-se por Lisboa.
Provavelmente era o remédio para acabar com o estacionamento ilegal e melhor ainda, com os carros na cidade. O problema eram as bostas.
"E aí os touros que não servem para mais nada que não seja para as touradas extinguiam-se." Esta mania de que os animais não merecem existir se não derem dinheiro a alguém, deixa-me muito orgulhoso dos meus concidadãos..
LOBO VILLA 28.4.09
De facto,não havendo toiradas,não haverá toiros,como diz o primeiro anónimo.
Toiro é toiro,boi é boi.(aliás o boi já "não o é" ,na medida em que a cobertura da vaca ,hoje é feita em laboratório,mas o Toiro continua a ser útil para a toirada).
O Toiro é muito diferente do boi !
Porém a "urbano-depressão" em vigor ,confunde tudo isto,é uma tristeza, é uma anti-natureza !
A "urbano-depressão" em vigor quer auto-estradas e rotundas,muito alcatrão e betão !
Não sabe sequer distinguir o cão do gato e do rato(julgam que todos se devem dar "bem", em "concenso", tipo partidário-português...).
A Toirada é a última incursão do Campo na Cidade...desde o séc XVIII pelo menos.
Uma incursão saudável que incomoda muita gente.
Esta é a razão fundamental !
Sofrimento dos animais ??? Duvido !
Expliquem o como e o porquê...
Há dois milhões de portugueses na POBREZA efectiva...
Expliquem-me antes isto,este sofirmento dos homens e deixem lá os toiros em paz ...
As touradas em Cascais, agora que já não existe praça de touros, são de outro género. É o lufa-lufa em aprovação e arranque de projectos 'estruturantes', a começar pelo previsto para a zona de implantação da antiga praça de touros (antigamente a maior arena do país). Um processo que é tudo menos claro, desde a demolição até aos projectos previstos, volumetrias, mudanças de uso e de promotor (quem é dono do quê?), e chega-se a este ponto sem nunca se ter percebido o que a CMC quer para ali, quem vai pagar, quem vai receber, quando e sob que figura jurídica. Para breve, a coisa será desvendada, que é como quem diz a ponta do icebergue. Em breve, porque temos ano de eleições, como é óbvio.
Desculpem-me este aparte.
deixem as pessoas que gostam de touradas em paz! quem não gosta não vá...cambada de falsos moralistas...
Parque de estacionamento no campo pequeno, já!!
E já agora também na CML e no Parlamento. É tudo a mesma coisa.
Caro Lobo Villa:
"Sofrimento dos animais ??? Duvido !
Expliquem o como e o porquê..."
Experimente pegar numa faca de cozinha e espeta-la uns cm nas costas repetidamente e fica logo a saber
Zé dos Touros, porque é que não deixa você os touros descansados? Há de me explicar também de onde é que me conhece para poder fazer juízos sobre a minha moral
"Parque de estacionamento no campo pequeno, já!!" Hãã? 1º já la existe um parque e 2º o CP devia era ser usado somente como sala de espectáculos
Parabéns a Sintra, Viana do Castelo, Braga e Cascais....que bom que era se o resto do país seguisse o exemplo....
Só um esclarecimento. As touradas são tradicionais de Portugal, Espanha, França e alguns países latino-americanos. Por cá já existia muito antes do séc XVIII. Muita gente se lembra do conto, “Última corrida de touros em Salvaterra”, que até já deu a letra de um fado. Mas, para quem nunca o leu, acrescento que aí há uma morte na arena, embora de um cavaleiro, o Conde dos Arcos.
O velho pai, o Marquês de Marialva, que assistia à lide, desceu da bancada para enfrentar o touro, conseguindo ao matá-lo vingar a morte do filho.
A corrida era real pois D. José estava a assistir, acompanhado pelo Marquês de Pombal. O escritor, narra assim o diálogo entre o rei e o primeiro-ministro:
“Sebastião José de Carvalho voltava de propósito as costas à praça, falando com o monarca. Punia assim a barbaridade do circo.
— Temos guerra com a Espanha, Senhor. É inevitável. Vossa Majestade não pode consentir que os touros lhe matem o tempo e os vassalos! Se continuássemos neste caminho... cedo iria Portugal à vela.
— Foi a última corrida, marquês. A morte do conde dos Arcos acabou com os touros reais, enquanto eu reinar.”
Qual a veracidade desta história? A morte do Conde dos Arcos foi, de facto, autêntica, embora não tenha ocorrido na praça de Salvaterra, sob o olhar do rei e da sua corte (D. José já tinha falecido), mas sim num “brinco”, à vara larga, num sítio da lezíria perto de Salvaterra. O escritor romanceou bastante o episódio de modo que este melhor entrasse na literatura.
D. José pode não ter proibido as corridas de touros, mas D. Maria II fê-lo em todo o território nacional. Em 1836, o ministro do Reino Passos Manuel promulgou um decreto proibindo as touradas:
“Considerando que as corridas de touros são um divertimento bárbaro e impróprio de Nações civilizadas, bem assim que semelhantes espectáculos servem unicamente para habituar os homens ao crime e à ferocidade, e desejando eu remover todas as causas que possam impedir ou retardar o aperfeiçoamento moral da Nação Portuguesa, hei por bem decretar que de hora em diante fiquem proibidas em todo o Reino as corridas de touros.”
A proibição não durou mais do que escassos nove meses, tendo a tradição voltado a ser o que era.
É pois como podem ver uma questão antiga esta da proibição das touradas em Portugal.
Um último alerta. Touros e bois obviamente não são as mesmas coisas nem os fins culinários se assemelham.
Onde está a liberdade em Viana do Castelo?
O programa dos festejos da Romaria da Senhora d’Agonia, que tiveram lugar no ano passado, incluiu a realização, no dia 24 de Agosto, de uma tourada, no redondel da Argaçosa, caracterizando-a nos seguintes termos: “A qualidade deste “cartel inédito” é a garantia de continuidade do bom-nome de que gozam as “TOURADAS D’AGONIA””.
Entretanto, por vontade do presidente da autarquia vianense e decisão recentemente tomada pela maioria da vereação, não haverá mais lugar em Viana dos Castelo a espetáculos taurinos, alegadamente por falta de tradição tauromáquica e o reduzido uso que é dado àquela praça. Por conseguinte, os próximos festejos da Senhora d’Agonia já não incluirão a realização da tourada que, como era referido, gozavam de bom-nome.
A avaliar pelas razões invocadas, desconheço se a proibição estabelecida se estende ainda, a título de exemplo, à realização de concertos de música clássica e a espetáculos de ópera – em relação aos quais sou mais aficionado! – uma vez que, à semelhança do que sucede com o espetáculo tauromáquico, também estes não possuem tradição em Viana do Castelo onde, aliás, nem sequer existe orquestra, companhias de teatro nem sala de espetáculos adequada para o efeito.
Entendo que é absolutamente respeitável a opinião daqueles que consideram a tourada como um espetáculo execrável e uma forma de tortura sobre os animais. É mesmo lícito que procurem convencer a sociedade portuguesa a abandonar tais tradições. Talvez esses militantes anti-touradas pretendam que os ponte-limenses esquecerem a “vaca das cordas” ou até, quem sabe, procurem persuadir os monçanenses a deixarem de torturar a coca…
Contudo, até ao presente, o espetáculo taurino ainda não foi proibido em Portugal. A não ser, claro está, em Viana do Castelo. Para além das dezenas de praças de touros espalhadas um pouco por todo o país, existem ainda as largadas no Ribatejo, as capeias com forcões na Beira Baixa, as chegas do Barroso, as corridas à corda em Sintra e nos Açores e até os “touros de morte” em Barrancos”. E, seguramente, não é pelo facto de tais práticas estarem em uso e serem consentidas por lei que faz dos portugueses um povo menos civilizado e bárbaro, como pretendem aqueles que discordam de tais tradições e vêm impor aos outros os seus pontos de vista.
Pelo contrário, quando alguém que, pelos cargos que ocupa, deveria dar o exemplo de vivência democrática e, ao invés, procura impor as suas próprias ideias sem respeito pelas opiniões contrárias, então estamos perante responsáveis políticos que revelam atitudes que se encontram desfasadas do tempo e não se coadunam com uma sociedade tolerante como aquela em que vivemos e prezamos. Podem, os senhores vereadores vianenses que tomaram a decisão de proibir o espetáculo tauromáquico, discordar da realização de touradas – mas, em situação alguma, devem impedir aqueles que o apreciam de dispor de inteira liberdade para assistir ao mesmo, incluindo em Viana do Castelo!
Não está em causa a utilização de uma estrutura que tinha reduzida utilização e, por esse motivo, a autarquia vianense decidiu dar-lhe outro destino. O que se questiona é o direito de alguém, pese embora tenha sido eleito pelos munícipes, decidir aquilo que os cidadãos – e não só os vianenses! – podem ou não fazer em Viana do Castelo, sem infringir a própria Lei. Ninguém é obrigado a assistir a um espetáculo que claramente não lhe agrada mas também não possui o direito de impedir os outros de usufruir de um direito que lhes assiste.
É certo que Viana do Castelo possui uma autarquia democraticamente eleita para gerir os destinos municipais – mas não dispõe de uma assembleia com poderes legislativos para limitar aos cidadãos direitos que lhes não estão vedados pelas leis do país. Muito menos, o seu presidente está investido de poderes para ditar a Lei!
Carlos Gomes in Falcão do Minho
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