27/04/2014

Palácios de Lisboa - 6 - Palácio Pina Manique

Fachada principal do palácio Pina Manique que dá para o largo do Intendente. Fachada setecentista sóbria e equilbrada. Aqui viveu e morreu Diogo Ináco de Pina Manique, homem de confiança do Marquês de Pombal, promotor da criação da Casa Pia de Lisboa, Intendente-Geral da Polícia. A história de Lisboa não se faria da mesma forma sem este homem. A sua casa está a um passo de se tornar, também, ela história. Só que bastante menos "gloriosa".

As paredes da fachada não têm um único pano intacto. Todas abertamente descarnadas. Janelas do andar nobre do palácio.

Algerozes soltos, janelas abertas ao tempo, cimalhas corroídas. É este o aspecto geral do palácio Pina Manique no Largo do Intendente onde "morou" durante estes últimas anos, o presidente da Câmara de Lisboa. Muito se fez pelo largo, é inegável, mas também é inegável que não se fez a recuperação merecida até ao fim. 

Crescem plantas nas fachadas, entaipam-se os antigos baixos do palácio. Pretende-se deixar a ruína atingir o ponto de não retorno? 


Placa a lembrar que aqui viveu e morreu Diogo Inácio de Pina Manique. É um dos únicos elementos a lembrar que se trata de um lugar histórico. Próximo encontra-se a sinalização do percurso pela Mouraria. Refere-se aí que o largo é, invulgarmente interessante, pelas ocupações urbanas que foram as suas ao longo dos séculos - nobre, com vários palácios; industrial, com a instalação da fábrica "Viúva Lamego" e moderna, com o magnífico prédio Adães Bermudes, também ele já em mau estado. Daqui a uns anos, se nada se fizer em contra, só o nome do Largo fará lembrar o Intendente Pina Manique. Há quem conviva melhor com o seu património.

4 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

A foto não é nada mais nada menos que o espelho de 80 anos de gestão do património confiscado por um regime socialista.

Anónimo disse...

Esta praça é mais um exemplo de arqitetura e arranjo paisagístico autista. O "atapetamento" total em lage que é um horror quando bate o sol ou chove, os bancos em bloco, frios no inverno, quentes no verão não convidam a usar, as colunas de luz palito e com luz tão branca que faz doer os dentes, o pretenso jardim da Vasconcelos que não é mais do que uma folie sem sentido fazem deste espaço um desgraça da reabilitação moderna.

Anónimo disse...

Bravo pela censura aos comentários.

Miguel Santos disse...

Fachada setecentista sóbria e equilbrada?? nao passa de uma ruina..uma fachada arruinada. é mesmo tipicamente portugues..