Dr. Fernando Medina
CC. AML, JF e media
No seguimento do agendamento para a próxima reunião de CML do dia 14 de Fevereiro (Proposta CML n.º 47/2019), do projecto de alterações (proc.nº 1398/EDI/2017) à antiga unidade industrial A Napolitana, sita na Rua de Maria Luísa Holstein, em Alcântara;
Considerando que A Napolitana está Em Vias de Classificação desde 25.10.2017 (https://dre.pt/web/guest/home/-/dre/114089169/details/maximized?serie=II&parte_filter=31&dreId=114089151),
Considerando que A Napolitana tem sido objecto do desinteresse geral por quem de direito (sucessivos executivos camarários) desde o dia do seu encerramento, o que permiti sucessivas alterações físicas no seu interior e o desvirtuamento de parte significativa dos espaços interiores e a desprotecção do seu assinalável espólio, bem como, a nível de IPPAR/IGESPAR/DGPC a caducidade de um 1º processo de classificação, que tinha sido aberto pelos próprios serviços (2004-2009), erro reconhecido posteriormente, e só recentemente corrigido com a abertura de um 2º processo de classificação, acima referido;
Considerando a importância que este antigo complexo fabril ainda tem de facto para Alcântara e para a cidade, passados 110 anos sobre a sua construção, desde logo a nível do estudo da arquitectura industrial portuguesa, enquanto obra marcante do legado da dupla de construtores e projectistas Vieillard & Touzet;
E considerando que, pelo que é descrito nos pareceres apensos à proposta, o projecto acima referido (proc.nº 1398/EDI/2017), a ser aprovado como está, destruirá o que resta do interior do edifício, não estando asseguradas características relevantes para lá das fachadas, do sistema construtivo e de circulação antigos, o que nos parece assaz escasso;
Serve o presente para apelar a V. Exa. para adiar a discussão da Proposta referida, devolvendo-a aos serviços de Urbanismo, em especial ao recentemente lançado conselho científico da Carta do Património, de modo a fazer-se corrigir o programa proposto pelo promotor e pelo arquitecto respectivo, e assim garantir-se uma ainda maior preservação do edificado, contribuindo de facto para a memória industrial do local e da dupla Vieillard & Touzet a quem o país tanto deve; bem como pela validade e eficácia das sondagens e escavações arqueológicas respectivas.
Com os melhores cumprimentos
Paulo Ferrero, Bernardo Ferreira de Cavalho, Fernando Jorge, Júlio Amorim, Rui Pedro Martins, Henrique Chaves, Mónica Alfredo, Pedro Cassiano Neves, Rui Pedro Barbosa, Beatriz Empis, Helena Espvall
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Resposta da CML (28.3.2019)
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