11/06/2018

Relações Portugal/Japão


Portugal foi o primeiro país a dar a conhecer o Japão ao ocidente, e por consequência as relações entre os dois países vêm de longa data. Considera-se 1543 como o ano em que o primeiro navio português chegou ao Japão, tendo-se intensificado a partir daí as relações comerciais entre portugueses e japoneses incidindo principalmente no comércio da seda transportada em juncos chineses o em navios portugueses.

O Jardim Japonês em Belém
A embaixada do Japão, comemorando a chegada dos portugueses àquele país, plantou 461 cerejeiras de jardim, árvores naturais do Japão, uma por cada ano de relacionamento entre os dois países, numa zona do Porto de Lisboa, em Belém, ocupando uma área de seis mil metros quadrados.

Na criação deste jardim estiveram envolvidas a Câmara Municipal de Lisboa, a Administração do Porto de Lisboa, a Associação de Amizade Portugal-Japão, a Comissão instaladora do Jardim Japonês e a Embaixada do Japão em Portugal, sendo a manutenção do jardim assegurada pela Câmara Municipal de Lisboa.

A primeira plantação teve início a 21 de Setembro de 2004. Presentemente as cerejeiras estão mortas.

As Cerejeiras plantadas deveriam, nesta altura do ano, estar floridas

Acontece que estão quase todas mortas

Na presente data a Associação Lisboa Verde solicitou ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, a replantação do arvoredo naquele jardim, dando preferência a árvores mais bem adaptadas ao ambiente marinho em presença.

Wenceslau de Moraes

Queremos aproveitar a oportunidade para referir aqui um importante elo de ligação espiritual entre portugueses e japoneses, que se traduz na figura de Wenceslau de Moraes, jornalista, escritor e poeta, narrador da natureza e dos homens do Dai-nipon, que na sua sinceridade mereceu a compreensão e o carinho desse povo que, em maio de 1954, ergueu em Tocuxima, um monumento em memória de um português marinheiro que soube compreender e amar o Japão.

Gostaríamos também que o MUSEU DO ORIENTE se lembrasse deste nobre português e organizasse uma exposição em sua memória, contribuindo para a divulgação da sua obra em Portugal.

Wenceslau de Moraes no Japão no fim da sua vida

Wenceslau de Moraes, nasceu em Lisboa no dia 30 de Maio de 1854, no 2.º andar do prédio N.º 4 da Travessa da Cruz do Torel. Concluiu o curso da Escola Naval em 2 de Julho de 1875. Em 1899 foi nomeado Cônsul de Portugal em Hiogo e Osaka. Em 1913 pediu ao Governo português a exoneração de oficial de marinha e de Consul, tendo-se retirado para a cidade de Tokushima, onde faleceu em 1929, e onde se encontra sepultado.

Obra literária de Wenceslau de Moraes

Foi nas cidades de Kobe e Tokushima que Wenceslau de Moraes escreveu sobre os costumes Japoneses: Cartas do Japão, O Culto do Chá, Dai-Nippon ( o grande Japão), Paisagens da China e do Japão, são algumas das suas obras.

Casa em Lisboa, na Travessa da Cruz do Torel, onde nasceu e viveu Wenceslau de Moraes
João Pinto Soares

3 comentários:

Julio Amorim disse...

Invertendo as coisas....e se Portugal tivesse homenageado os japoneses da mesma maneira na terra natal desses - alguém acredita que alguma árvore tivesse morrido, ou não sido reposta prontamente? A nossa falta de vergonha, é a maior vergonha de todas.

Anónimo disse...


Parabéns ao Pinto Soares por este excelente texto, rico de ensinamentos. Que diferença, por comparação com os comentadores pagos a peso de ouro que infestam os jornais e as televisões.

Anónimo disse...

Neste blog em que tanta coisa se denuncia, bem podiam sugerir para que na placa em azulejo onde se lê "Nesta casa nasceu e morou" se escrevesse "Neste local nasceu e morou". Wenceslau de Moraes nasceu em 1854 e o prédio onde se indica que "nasceu", bem feiinho por sinal, é dos anos 1940/50!... Haja tino.