12/09/2005

14 medidas por uma Lisboa mais estética!

A campanha eleitoral está aí! E as promessas também. Muitas delas são as de sempre, mais as que hão-de vir. A maior parte delas para «inglês ver».

A nós, contudo, cidadãos comuns, muito nos satisfaria ter uma Lisboa mais estética daqui a 4 anos. Só isso e já nos sentíriamos melhor connosco mesmo.

Por isso apresentámos a quem de direito 14 propostas simples, na sua maior parte já consignadas na lei, e/ou já pensadas pelo nosso vizinho mais próximo, mas que, por razões que a razão desconhece, ninguém cumpre ou faz cumprir, mas que tornariam Lisboa uma cidade verdadeiramente europeia :


1. Preservar a varanda, combatendo a marquise!
Fazendo cumprir a lei e incutindo bom gosto e bom senso a senhorios e inquilinos. O homem não deve viver em gaiolas, muito menos em aldeias de macacos.

2. Retirar os ar-condicionados das varandas e fachadas!Fazendo cumprir a lei, e começando por dar o exemplo nos edifícios do Estado, ex. Paços do Concelho e Terreiro do Paço.

3. Retirar as antenas de tv a quem tiver tv cabo!As antenas de tv dão cabo de qualquer horizonte. Mantê-las quando se tem acesso a tv cabo é, no mínimo, desleixo e preguiça. E é preciso pugnar pela instalação de antenas comuns a quem não tiver cabo.

4. Preservar as portadas nas janelas, combatendo os estores!Haverá coisa mais inestética numa cidade que se pretende bonita do que o famigerado estore? Ter estore e portada na mesma janela é o mesmo que usar cinto e suspensórios.

5. Manter a calçada portuguesa bem conservada!A calçada portuguesa , além de ser um dos ex-libris de Lisboa, especialmente no centro da cidade, gera valor acrescentado, a todos os níveis. Mas cada ano que passa há menos calceteiros e mais buracos na calçada , mais saltos altos estropiados, quando não pernas partidas, ou pior. É preciso mantê-la lavada e regular, e com o desenho bem feito. Mas também se deve aumentar os vencimentos de quem a coloca a fim que a profissão de calceteiro seja mais atractiva.

6. Proceder à substituição imediata das árvores arrancadas e decepadas!
O abate das árvores em Lisboa é muitas vezes escandaloso e os argumentos que o sustentam, capciosos. Já o deixar-se os coutos e as raízes a apodrecer na via pública é um acto de desleixo e incúria inaceitável.

7. Transformar os canteiros relvados de Lisboa em verdadeiros canteiros, isto é, floridos e bem tratados!Em Lisboa entende-se por espaço verde um rectângulo mal amanhado, com vedação básica e semeado de erva daninha. Lisboa tem melhor clima do que as cidades do lado de lá dos Pirinéus, mas apresenta os piores canteiros da Europa civilizada.

8. Diminuir drasticamente os outdoors e muppies de Lisboa!Que a partir do primeiro dia do pós-eleições sejamos todos menos agredidos visualmente, por tanta cara em sorriso forçado, braços nús, fotografias de Lisboa invertida e frases em mau português.

9. Demolir alguns mamarrachos emblemáticos de Lisboa!Aproveitando o impacto mediático e social da demolição da Torralta, em Troia, é preciso começar a implodir e explodir vários dos mamarrachos de Lisboa, a começar pelos dois centros comerciais do Martim Moniz, mais o antigo mercado do Chão do Loureiro, os edifícios da Docapesca, os terminais de contentores de Alcântara e Santos, etc., etc..

10. Requalificar as esplanadas de Lisboa!Acabando com as cadeiras de plástico e os guarda-sóis polvilhados de publicidade gratuita. Delimitando as zonas de esplanadas com pequenos vasos com arbustos. Proceder à requalificação da maior parte das marquises «pseudo parisienses».

11. Requalificar os ecopontos! Deve requailifcar-se os vidrões e demais contentores de lixo envolvendo-os por cercas de madeira pintada, ou outro tipo de material, que os esconda minimamente; quando não enterrá-los. Retirando-os para as traseiras dos prédios, sempre que possível.

12. Acabar com as gasolineiras em zonas residenciais!As gasolineiras em áreas residenciais, junto a jardins e a escolas, além de serem um perigo público, e um antro de gases e poluição visual, são também o reflexo de um Portugal atrasado e adiado.

13. Fim à transformação dos espaços deixados por prédios devolutos em parques de estacionamento a céu aberto!É uma situação perfeitamente terceiro-mundista, ignóbil e que, além do mais, costuma passar de temporária a definitiva.

14. Requalificar o vergonhoso terminal rodoviário de Campo Grande!Onde turistas (e não turistas) tomam o autocarro para Mafra ou para Óbidos, o tubo de escape e o cláxon são infernais, os horários e os destinos das carreiras são escritos à mão em folhas A4 (!!), ninguém respeita as passadeiras de peões, os autocarros são de antanho, as escadas de ligação ao Metro estão decrépitas, o conceito de "interface" é surrealista, enfim, é Lisboa no seu pior! É preciso acabar com isto!

Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho

3 comentários:

Graza disse...

Eram 5 estrelas, foi pena!...Faltou-vos o 15 ponto. Também vocês andam distraidos, não é só a CML. Já ouviram falar da quase uma dezena de doenças que os pombos acarretam? E que os pais das crianças desconhecem os problemas alérgicos que os pombos podem acarretar, veja-se o exemplo do fecho da Maternidade do Hosp. de Setubal por duas vezes. Sabem que há bairros completamente invadidos pelos pombos que antes estavam apenas confinados às praças principais? Passem na zona da Arroios (Portugália) Av.Alm Reis (Predio da Dir. Distrital de Finanças junto à R. Cid. Liverpool) e olhem para o passeio e verão que aquelas pedras são um nojo, Martim Moniz etc.,um pouco por toda a cidade. E este problema está em explosão porque de à cerca de dois anos para cá, não faço outra coisa do que aspirar penas dentro de casa. O grave é que um técnico da CML já declarou alguma impotência para resolver a situação.

Anónimo disse...

Tem toda a razão. Os pombos são uma praga ... mas não quisemos ser violentos, pois a única maneira de acabar com essa praga é exterminando-os, e isso não queremos reclamar.

Tb eu tenho pombos ao pé de minha casa, mas parece que mudaram de ares. Talvez tenha sido pelo milho contraceptivo que lhes deram, ou se os mataram à paulada ou com veneno. O certo é que deixarams de ser tantos.

Talvez o problema seja resolvido pelos próprios lisboetas, se alguém lhes disser (falsamente, claro) que a carne deste pombo de rua é mais tenra e saborosa do que a dos patos dos lagos dos jardins públicos ...

Volte sempre!
PF

Graza disse...

Exterminação porque não? A Suécia que é modelo nestas questões, tinha como método, quando lá estive há alguns anos a exterminação noturna através de funcionários camarários munidos de pressões de ar.
Tento há algum tempo que a Câmara imponha ordem nesta praga, mas é claramente uma batalha que estão a perder e a gastar dinheiro com o "milho tratado".