27/09/2005

Para amanhã, 2º dia de campanha, 2º teaser aos candidatos a Lx:

Teaser: QUE PARQUES SUBTERRÂNEOS? E POR QUEM?
Que seja preciso mais parques de estacionamento subterrâneo, mormente para residentes e comerciantes, é algo consensual. Mas queremos ouvir os candidatos sobre:
- Se vão ou não avançar, se forem eleitos, com os polémicos parques de estacionamento subterrâneo anunciados em tempos, e retirados oportunamente de agenda pela CML, para o Largo Barão de Quintela (Chiado), Pç. José Lins do Rêgo (Av.Brasil), Príncipe Real, Avenida Liberdade e Avenida da Igreja?
- Se se vai continuar a dar a sua concessão aos mesmos de sempre - na maior parte dos casos, mesmo antes de estar aberto concurso para a sua execução?
- E, já agora, porque é que sendo parques para residentes, eles não são gratuitos?


Paulo Ferrero, Pedro Policarpo e Bernardo Ferreira de Carvalho

9 comentários:

Anónimo disse...

Ainda não vi nenhum jornalista perguntar aos candidatos o que pensam fazer para que grande parte dos esgotos de Lisboa deixe de de chegar ao Tejo sem tratamento. Em pleno século XXI?

Anónimo disse...

Bela chamada de atenção. Obrigado!

Anónimo disse...

Parques gratuitos ? mas há alguma coisa gratuita na vida ? Só se for o ar que respiramos e mesmo esse no futuro precisará de ser despoluido.

Deixem de ser liricos e cheguem-se à real...

Anónimo disse...

Desculpe, mas vamos a ver se nos entendemos: eu (como todos os moradores de Lisboa) sempre estacionei gratuitamente ao pé da minha casa.

E assim sempre foi até ao dia em que começaram a distribuir carrinhos em concursos televisivos e a dar cartas de condução na Farinha Amparo; no que resultou uma enchente de carros por tudo quanto foi sítio.

Vai daí, o Sr.João Soares resolve colocar (e bem) pilaretes e pinos, e criar (mal) uma empresa municipal - a EMEL - para disciplinar o estacionamento e para criar uma quantidade de empregos, claro.

Bom, durante 2 anos e meio (exactos) a coisa funcionou: o portuga teve medo, porque o fiscal vinha, deixava um talãozinho e a polícia fazia cobrar, quando não ia para tribunal. A par disso, a EMEl acumulava prejuízo, por excesso de investimentos e tachos, mas paciência, desde que os passeios estivessem libertos. O cúmulo era que se exigia ao morador (que por morar em Lisboa é suposto terem alguma consideração por ele, caso contrário migra) um dístico de morador, pago de 3 em anos. Mas enfim, o custo de oportunidade compensava.

Simplesmente, a coisa funcionava porque os sr.agentes da polícia quando multavam ganhavam à %, como bons portugueses.

Até ao dia em qu o MAI de então - num daqueles acessos "visionários" - resolve retirar aos srs. guardas a possibilidade de continuarem a receber a % nas multinhas que passavam. Daí à bandalheira foi um passo, um ápice, e num abrir e piscar de olhos lá voltaram os carros aos passeios, as multas por pagar, etc., etc.

Portanto, é perfeitamente possível ter parques de estacionamento gratuitos: BASTA QUE A CML FAÇA O SEU PAPEL, OU SEJA QUE ESTEJA AO SERVIÇO DA POPULAÇÃO E EM PROL DO BEM PÚBLICO, e que não esteja ao serviço das construtoras de parques, das firmas que os exploram e dos engenheiros que os projectam, nem ao serviço de angariação de tachos por via da criação de empresas municipais que servem para fazer o que ela própria é incapaz de fazer.

A CML tem um orçamento gigantesco comparado com o impacto que a sua própria existência enquanto serviço de apoio ao cidadão tem. Ou seja, a CML não gasta bem gastos nem 10% do que tem como receita.

Qto aos polícias, e caso o sistema não mude (e já "n" ministros do interior passaram pela pasta sem terem revogado essa matéria) e as coisas não sejam combatidas a montante (como é hábito nesta terra), a "penalização" a quem estaciona indevidamente vai ter que ser por uma de duas formas:

* os moradores abrem guerra aos carros mal estacionados, furando pneus, partindo vidros e destruindo a chapa;

* a CML coloca pilaretes em TODAS as ruas de Lisboa e delimita o trânsito como fez no BA mas em tudo quanto seja bairro residencial.

Assim, voltarei a pode estacionar gratuitamente. Sem lirismos e totalmente realista.

Anónimo disse...

Tanto quanto sei, o parque do barão de Quintela não é uma nova concessão, mas sim um acrescento ao parque camões, cuja concessão pertence à Igreja do Loreto.

Tanto quanto sei, o Parque do Príncipe Real é a transferência de localização do parque de S.Pedro de Alcântara e o da Avenida da Igreja é a transferência de localização do parque do Mercado de Alvalade, já concessionados.

Da Avenida da Liberdade, nunca ouvi falar.

Os parques não são dados, são concessionados em concursos públicos. Que parques é que foram "dados" antes de concurso? Parece-me uma acusação muito grave.

Os investimentos são capital-intensivo, por isso é natural que não existam muitos players neste sector. Em Portugal são 6 ou 7, em Espanha também. Mas a entrada é livre. Basta ter credibilidade e concorrer.

Se bem me lembro, o último concurso para parques feito em Lisboa foi ainda no século passado.

Não há parques gratuitos. Há parques que são pagos pelos utilizadores e há parques que são pagos pelos contribuintes. A primeira opção parece-me mais justa.

j.

Anónimo disse...

Caríssimo Jaquinzinho, JC Dias (se não for este, peço perdão, mas, tb, como é anónimo, paciência...)

Vamos por partes:

1. Parque Lg. Barão Quintela
Certo. É extensão do outro, mas não interessa. Aquele largo é bonito e «mignone» a mais para ser esventrado. A congregação do Loreto faria melhor se recuperasse como deve de ser a sua igreja, cujo "restauro" da fachada foi miserável, do que andar a explorar parques de estacionamento, por mais direitos que tenha, e nunca devia ter tido.

2. Parque Pr.Real vs. Pq. São Pedro Alcântara.

Quer um quer outro não podem ser construídos, muito menos pré-concessionados. Nunca passarão. Trata-se de 2 zonas a preservar de forma fundamentalista, se for caso disso.

3. Parque Pç. Lins do Rêgo

Caso escandaloso, que remonta ao reinado de J.Soares e que terá mais capítulos, caso CR vença. Existem conflitos de interesses, negociatas, ditos por não ditos, enfim, uma sequência de actos lamentáveis. Esse parque jamais seguirá em frente; assim sejam activos os moradores, como até agora.

4. Parque Av.Igreja

Escândalo II. Graças à hipocrisia e seguidismo da Junta, a CML preparava-se para construir um parque em toda a extensão da avenida, com abate sistemático da quase totalidade das árvores, desfiguramentos das extremidades da avenida, etc. Uma atrocidade, e ainda por cima com anúncio de pré-concessão à Bragaparques. Mais palavras para quê?

Ainda por cima o mercado tem um terreno anexo, camarário, que suporta um parque de 400 lugares, assim a queira opte por o fazer, em vez de construir no mesmo sítio um qq prédio.

A zona de que CR fala agora como sendo o local do futuro parque é uma parvoíce completa. Trata-se do único largo/jardim do bairro, que poderia ser fechado ao trânsito e alargado com árvores e esplanadas do mercado. Isso sim é qualidade de vida.

Quanto aos parques grátis, a questão é só uma:

1. Têm os não direito os residentes de Lisboa a estacionar gratuitamente ao pé de casa?
2. Têm ou não os visitantes (comerciantes, empregados, não interessa) a obrigação de pagar o estacionamento?

A CML deve optar pela primeira escolha. E deve atacar o problema a montante: criando parques dissuasores na periferia, investindo em ligações de metro ligeiro de superfície, investindo em transportes públicos (rápidos, eficientes, cómodos, não poulentes, fiáveis, com paragens acertadas), verdadeiros e eficazes interfaces e reabrindo linhas de eléctrico dentro da cidade.

Isso é que preocuparmo-nos com as gerações vindouras...

Anónimo disse...

1. Barão de Quintela: O que é que a beleza do largo tem a ver com o parque de estacionamento? Os parques são subterrãneos, ficam escondidos. Feio, são os carros atravancados no largo, como acontece hoje. Compara o Largo de camões antes e depois. Queres comparar? Sem contar com a valorização associada ao parque, que permitiu a construção do hotel (sem o parque não haveria hotel) e a recuperação do edifício frontal da largo.

O que é certo é que com o encerramento dos bairros históricos, a falta de estacionamento na área é muito grande. O parque do largo camões está muitas vezes esgotado e lembro-me que o acordo com a CML previa que associado à construção do Barão de Quintela, se disponibilizassem 200 lugares no camões durante a noite para moradores a metade do preço.

E claro que só a Igreja do Loreto é que pode ter esta concessão, porque os contratos originais prevêm sempre uma área de protecção, pelo que as ampliações só podem ser negociadas com as concessionárias.

2. A protecção aos locais nada têm a ver com o que está enterrado. Debaixo da Plaza Mayor em madrid há um parque. A praça é a mais bonita da cidade. Em todas as grandes cidades europeias, as zonas históricas são bem servidas por parques subterrâneos por baixo de zonas pedonais. A ideia é mesmo essa. Enterrar os carros e tirá-los da vista das pessoas com vista a dignificar os espaços. E, claro, salvar as zonas e valorizá-las.

O exemplo do Camões devia ser melhor apreendido...

Em S.Pedro de Alcântara, o parque só não foi construído por questões técnicas. Tanto quanto sei, a obra até teve início, mas parou imediatamente após os testes de geotecnia.

O fundamentalismo a que te referes é o mesmo que tem degradado tantas zonas de Lisboa. Não me digas que gostas do Príncipe Real que tens hoje, um depósito de automóveis estacionados dos 2 lados da estrada, nos passeios e por vezes em segunda fila e inexistência de oferta para famílias que queiram habitar na zona...?

3. Não sei o que se passa.

4. Foi a CML de João Soares que lançou um concurso e o incumpriu. Agora a CML tem 2 hipóteses: ou indemniza o vencedor do concurso (a Bragaparques), ou negoceia com eles. Foi o que aconteceu com a Avenida da Igreja, era uma localização alternativa.

Aconselho-te uma visita a Viana do Castelo. Na Av. da República, construiram um parque ao longo de toda a avenida (deve ter mais de 500 metros) e tiraram os carros de cima. É hoje a melhor zona de Viana, cheia de esplanadas e com o comércio em recuperação. É o mesmo que tens em muitas cidades da Europa. Carros para baixo, pessoas para cima. Faz-me confusão como ainda não perceberam o bem que isto faz às cidades.

j.

Anónimo disse...

Em relação a isto:

"Quanto aos parques grátis, a questão é só uma:

1. Têm os não direito os residentes de Lisboa a estacionar gratuitamente ao pé de casa?

Direito? Mas que direito? Quem paga esse direito? Se numa rua há 20 lugares e 100 moradores, como é que queres atribuir esse direito? A quem chega primeiro?

Onde moro, fui obrigado a comprar a garagem, do qual ainda pago autárquica, todos os anos. Porque razão terás direito a um espaço só para ti, ainda por cima subterrâneo e caro, como agora parece que se está a propor?

Era só o que faltava, estoirar o dinheiro dos contribuintes a pagar garagens de 3000 contos cada uma a quem tem carro...

2. Têm ou não os visitantes (comerciantes, empregados, não interessa) a obrigação de pagar o estacionamento?"

Se o espaço for insuficiente, a resposta só pode ser uma: sim, devem pagar. O preço é o modo mais racional de diminuir a procura e ajustá-la à oferta.

j.

Anónimo disse...

Bom, já percebi a ligação ao Hotel Bairro Alto, por fim (e goze comigo, s.f.f, se não acertei no buraquinho dos brindes dos chocolates Regina;-)), OK, então lá vamos nós outra vez:

1. Barão de Quintela
Alargar-se o parque estacionamento do Lg.Camões para ali significará abaterem-se todas as árvores que lá estão e que nunca mais lá voltarão. Alargar o parque Camões não serve rigorosamente para nada, a não ser para benefício do hotel, ponto final.

Preocupado com os carros que lá param hoje em dia? Claro que sim. Mas isso resolve-se muito facilmente:

a) Fecho total da circulação automóvel no largo B.Quintela, deixando unicamente corredor livre para a saída do Parque Camões, pq já la está e não há nada a fazer... O trânsito na Rua do Alecrim continua como dantes, e o que desce das Chagas tb, simplesmente vira para baixo, pela Rua das Flores.

b) Trasladação do quartel dos Bombeiros Lisbonenses, daquele magnífico prédio, para outro local (aliás, esse tema dos bombeiros tem muito que se lhe diga. Comoé possível ver-se bombeiros em situações confrangedoras - como é o caso dos do Lg.Barão Quintela, os do Beato, etc.?) e transformação do quartel em cafés e esplanadas.

c) Reconversão do edfício da chamada "Universidade da Terceira Idade" e do edifício vizinho em ateliers de artistas, ou outra actividade que despolete fruição pública daquele largo.

E, depois, olhe que tenho sérias dúvidas que aquele parque Camões tenha tornado mais bonita a Praça. Bom, se o objectivo era acabar com a tortura de trânsito à superfície, então estamos falados: às noites de 6ª e Sábado faz-se bicha à superfície, congestionamento entre carros que querem entrar no parque, os eléctricos que ficam bloqueados, etc. Não se estaciona, claro, mas isso tinha-se resolvido doutra maneira.

Quanto aos moradores, estamos tb falados: diga-me lá a % de residentes no BA que ali estaciona! É como no parque da AR, ou naquela coisa execrável que fizeram na Rua Mouzinho da Silveira, e que deram de exploração ao Sporting: vergonha! Ficou uma rua destruída visualmente, perdendo todo o encanto e duvido que o Sporting encaixe algum dinheiro, o que é ridículo...isso é que é qualidade de vida??!!

Por fim, sou totalmente contra a que alguém tenha feito um acordo para que a congregação luso-italiana tivesse um parque de estacionamento na Pç.Camões.

2. A Praza Maior de Madrid? Mas isso tem alguma comparação com o jardim do Príncipe Real, ou com o miradouro de São Pedro de Alcântara? Topografias completamente diferentes. Estrutura da praça completamente diferente. Ocupações da praça distintas. POR FAVOR!

3. Não conhece mas devia conhecer. Consulte a Net. É fácil.

4. Foi concessionado por J.Soares? Tanto qto sei isso é completamente falso, mas se for verdade, além de ser estúpido - pq o parque foi uma ideia luminosa da Junta, de maioria absoluta PSD, sem o apoio da população/comércio , que aliás se viu pela retirada da proposta por PSL - é abuso de poder. A Bragaparques é uma empresa de construção civil como outra qq, e deve ter as mesmas condições de acesso a concursos e/ou adjudicações das outras (não me diga q tb acha que são verdadeiras aquelas afirmações do sr. Maximiano (ou lá como ele se chama) de quem tem determinado partido no seu bolso??!).

Talvez isso se dê em Viana ou naquela coisa inenarrável que foi feita na praça central de Braga - talvez até o promotor seja o mesmo, desconheço - mas aqui em Lisboa falam os lisboetas e, portanto, ali em Alvalade há só uma hipótese honesta e boa para todos: faça-se o parque no terreno camarário livre do lado nascente do mercado, em vez de se ganhar dinheiro com especulação imobiliária para futuro prédio ... e feche-se o largo poente do mercado, pedonizando-o, arborizando-o e abrindo esplanadas. É isso que falta naquele bairro.

E, por favor, deixem a Avenida da Igreja em paz. Alarguem, isso sim, os passeios, disciplinem e embelezem as esplanadas, harmonizem e requalifiquem as montras e o comércio. Restrinjam o trânsito nos "T" aos moradores. Dêem devida utilização aos logradouros. Retirem aquelas portas manhosas de aluminio, as marquises que desfiguram as varandas! Deixem os autocarros de grande porte a passar na Av.Rio Janeiro, Av.Roma e Av.Brasil!