21/04/2009

Dos cartazes no Marquês de Pombal - Mais uma viagem a um passado não muito longínquo

Li, no Global de ontem se não estou em erro (com chamada à primeira página), que Sá Fernandes prossegue na sua guerra contra a propaganda política no Marquês de Pombal, e que vai continuar a enviar cartas aos partidos e delimitar as zonas da cidade que podem ou não ter afixadas propaganda política (como se tivesse sido o primeiro a fazê-lo...).

Estranho que Sá Fernandes continue apenas a pregar a favor da proibição da propaganda eleitoral - quanto à qual a CML nada pode fazer, por esta estar regulada por legislação -, e não da publicidade em geral (na qual, os regulamentos municipais podem, efectivamente, disciplinar, permitindo uma maior harmonia entre interesses comerciais e o espaço público da capital).
E, aparentemente, apenas o Marquês de Pombal - que não é sequer classificado ou monumento nacional; está inserido numa zona especial de protecção, mas é apenas isso que se trata - é alvo desta incrível de ordenamento e restrição às mensagens políticas.

Penso que todos simpatizamos com a mais recente causa de Sá Fernandes. A publicidade exterior e a propaganda política (num ano em que existem 3 actos eleitorais), nos termos em que a conhecemos em Lisboa, e à qual o Executivo ao qual Sá Fernandes pertence nos tem habituado, é sinónimo de, nada mais nada menos, do que poluição visual.

Mas do baú das incongruências do vereador do Espaço Público, apanhei mais esta pérola:

http://dn.sapo.pt/especiais/interior.aspx?content_id=1006088&especial=Extrema%20Direita&seccao=SOCIEDADE

Para quem não se lembra, em Abril de 2007, há dois anos, portanto, o PNR afixou um cartaz de mau gosto no Marquês de Pombal com mensagens anti-imigração, o qual a CML não pôde retirar por não ter competência para tal. O grupo de humoristas Gato Fedorento decidiu, então, afixar um cartaz satírico, em resposta às mensagens xenófobas do PNR, esse sim que a CML removeu por não estar licenciado e não se tratar de propaganda política.

Muita tinta se escreveu sobre este acontecimento em Lisboa.

E, na altura, eis o que Sá Fernandes disse aos órgãos de comunicação social: "José Sá Fernandes manifestou ontem, em comunicado, "o seu protesto pela remoção do painel humorístico dos Gato Fedorento". O vereador do BE considera que com a remoção "a Câmara de Lisboa revela uma inusitada intransigência legalista".

Protesto pela remoção de um cartaz no Marquês... Já houve tempos em que estava bem, portanto. E, afinal, Sá Fernandes conhece ou não a legislação que já invocou como desculpa para ter notificado para a remoção do cartaz de Ferreira Leite na Rotunda?

Quem o viu e Quem o vê...

3 comentários:

Anónimo disse...

para quem não se lembra também, o JSF mandou retirar outro cartaz posterior do PNR em Entrecampos, o das ovelhas. portanto não vejo inconsistência nenhuma. a sua actuação tem sido progressivamente correcta. é verdade que mudou, mas mudou para melhor (neste ponto).

Anónimo disse...

o Sá Fernandes tem muito cuidado em mandar responder a tudo o que dizem dele.

E é até bem feito: com um estilo até pseuso distanciado...

Mas já ninguél salva O Zé que fazia falta da imagem de demagogo, oportunista e aldrabão.

Anónimo disse...

Desta ninguém o safa: ele defendeu a permanência de um cartaz de publicidade no Marquês, e indignou-se muitíssimo com a sua retirada.

Ou é só quando são giros e têm piada que podem ficar?